domingo, 29 de novembro de 2015

OS PRESOS POLÍTICOS DO “ESTADO ISLÂMICO DE ANGOLA”


Era um país que na miséria nadava
O petróleo já não dava
Num mar de fome se afogava
Só presos políticos havia, mais nada

E a população desesperada
Já nada da oposição esperava
Já em ninguém confiava
Só com as suas forças contava

O poder presos políticos ceifava
Tudo e todos o odiava
O ajuste de contas se sussurrava
A nação exangue se encontrava

A especulação monetária espreitava
A população no álcool mergulhava
Já sabemos que vamos morrer
Por isso avante vamos beber

Onde há corrupção há ditadura
E como tal sol de pouca dura
Conflitos entre os esfomeados
E os do petróleo abastados

O projecto agrícola da Quiminha
Segue como os outros para a ruína
Como o do Wako-Kungo lá caminha
A corrupção disso se encaminha

Do povo as igrejas são a sua salvação
Obrigam os crentes a rezar em vão
Este povo está na perdição
Desconhecem o que mais esperarão

Oposição que não vem para a rua
É os desalojados a olharem para a lua
Esta oposição é da brincadeira
Faz da liça política a sua feira

Oposição que não sabe semear
Nela ninguém pode confiar
Ao m não lhe interessa a democracia
Ao m só lhe interessa a plutocracia

E arrastados estamos pela demonolatria
Os presos políticos sofrem demagogia
O m o país tem bloqueado
Mais presos políticos têm engolfado

Já todos sabemos quem são os culpados
Há muito que já estão identificados
Os presos políticos nas prisões/cemitérios
É obra dos corruptos e de outros adultérios

Imagem: (Club-k-net.) À esquerda, Isabel Nicolau, procuradora do ministério público. À direita, Isabel Nicolau, no julgamento dos dezassete presos políticos escondendo o seu rosto da justiça popular, porque quando a justiça é repressão, no poder do povo está a rebelião.



terça-feira, 24 de novembro de 2015

O Cavaleiro Luaty e Mana Laurinda na Demanda da Santa Corrupção (06



“Dat veniam corvis, vexat censura columbas. A censura poupa os corvos e persegue as pombas. Verso de Juvenal (Sátiras, II, 63). Cita-se todas as vezes que são perseguidos os inocentes e se deixam impunes os culpados.”

Num país onde se mata a bel-prazer, onde se dispara a matar pelo mais fútil motivo contra as populações. Um governo moribundo no seu estertor dispara indiscriminadamente sobre a população. A ordem é o terror, matar, matar. É muito urgente extirpar esse terror. Nós temos, vemos por todo o lado o poder da morte instalado. O banco millennium na rua rei Katyavala é um dos agentes da morte do CAOS, corruptos angolanos organizados em sociedades. O fumo dos geradores já faz palpitações cardíacas. Isto é só para loucos Com o fumo do seu gerador a trabalhar dia e noite, cumpre a palavra de ordem do Grande Inquisidor, que é espalhar a morte sobre toda a população e que dela ninguém escape. E não há onde nos queixarmos porque a justiça está toda politizada, está tudo politizado. E como tal surgem de imediato os pelotões da morte para nos fuzilarem. Não é possível viver num país de chacinas e de prisões/cemitérios. E isto arrasta-se prevendo o seu fim não com rosas mas com petardos e violentas explosões, que pelos vistos é isso que se quer. Os reinados chegam ao fim, mas para muitos reis não, têm que levar tudo à sua frente a tiros de canhão. E como eles se sentem felizes ao contemplarem as carnificinas finais dos seus reinados. Com repressão permanente não é possível o diálogo, e se o poder pensa que pode ir mais além com tão imparável violência está redondamente enganado porque quem assim procede está acabado. Uma família real que quer preservar as suas riquezas e as suas inúmeras empresas, proprietária de Angola e dos angolanos, o futuro não lhe pode ser promissor, muito pelo contrário será o seu estupor.
A Igreja é por excelência o veículo da miséria e da corrupção porque onde ela habita tudo ao seu redor se corrompe, se injustiça. Chamando a si o controlo absoluto do poder, porque religião é o supremo poder, a Igreja corrompe as mentes e sente-se felicíssima quando correm para as igrejas multidões de miseráveis e de esfomeados que ela sancionou através do poder de uma ditadura, da qual ela beneficia, pois ditadura e corrupção fazem parte da sua instituição. E assim a Igreja sobrevive, podendo-se facilmente concluir que a actividade da Igreja é criminosa, porque não defende os injustiçados, também na religião os prende. Oh!, como a Igreja se sente divertida e felicíssima em ver o sofrimento de presos políticos sabendo de antemão que eles são inocentes. E a Igreja o que faz? Nada! Mantém o seu criminoso silêncio sepulcral.
Já o Cavaleiro Luaty se tinha libertado do comité de especialidade dos bajuladores, eis que outro comité se apresta na vã tentativa de o demover do seu direito de livre expressão consagrado na Constituição, dizem. Uma personagem trajada de negro, com um colarinho branco e com uma falsa bíblia na mão, vê-se logo quem é e o que pretende, ludibriar as pobres almas que neles não acreditam, mas perante a descomunal hipocrisia os prelados tecem as malhas da sua fantasia. A Igreja é a permanente visão do Apocalipse e dela não se espera mais nada. A Igreja é o bocado de madeira em cruz com que ela abençoa os náufragos da vida que ela apadrinhou. E extasiados os desgraçados contemplam essa coisa sem valor, pois mais nada há para os socorrer. E com sorriso de lobo matreiro aproximou-se da pobre ovelha Luaty e logo teceu o seu sermão:
- Meu filho, sou um enviado especial do comité da Igreja e das igrejas, o todo-poderoso deus Grande Inquisidor encomendou a tua pobre alma e estou aqui para testemunhar isso. Deus nunca te abandonará. Trago-te a Boa-nova, a anunciação do nosso eleito por Deus, o divino Grande Inquisidor, o nosso Redentor Moisés que salvou, libertou o povo angolano da escravidão e lhe concedeu a independência. Meu filho Luaty, não abandones o rebanho do nosso senhor Grande Inquisidor. Ele é o ponto de partida e de chegada dos povos da nação angolana. Amem-no e ele se inspirará para nos orientar, mostrar o caminho da eterna salvação. Todas as obras que ele concebeu, orientou e mandou executar são obras-primas de Deus, pois só Ele sabe quem são os verdadeiros homens da fé inquebrantável. E sem tais homens, Angola e o mundo há muito teriam perecido nas trevas do demónio. É bem verdade que com a baixa do preço do petróleo Brent, as coisas estão podres, muito, muito podres, mas o nosso deus Grande Inquisidor encontrará como sempre a solução, a saída airosa. O rumo a um futuro melhor, à nova vida. Acredita meu irmão em Deus que as coisas vão melhorar, aliás com a diversificação da economia – e o Grande Inquisidor conseguiu mais esse milagre – já há milhares de empregos. A construção civil está a renovar-se em força e os milhares de despedidos já retomaram as suas actividades. Angola e o nosso Grande Inquisidor são a nossa salvação. Deus não permitirá que Angola e os angolanos sejam abandonados e entregues ao braço secular da fome que a todos quer levar para o seu abismo. A vitória da nossa economia será certa. E dando graças aos nossos senhores, Deus e o nosso Grande Inquisidor, em sua homenagem e por eles inspirados a Igreja de Angola construirá mais uma imponente catedral, e muitos locais da sua estrutura serão guarnecidos com ouro. Para isso já temos o terreno, mais população será espoliada das suas terras, mas isso não importa porque tudo o que se faz em nome de Deus, a Ele devemos dar graças.
Luaty engoliu em seco algumas vezes, pensou que enquanto tais aberrações persistirem, Angola será palco das chamas dos tumultos dos abandonados à fome pelo poder da Igreja e pelo poder do Grande Inquisidor. Nem as suas ruínas escaparão à depredação tal como os abutres fazem com os cadáveres abandonados na terra ensanguentada depois de uma sangrenta batalha. O Cavaleiro respirou fundo, decidiu que tinha que dar uma resposta ao enviado do cataclismo humano.
- E se acontecer uma manifestação de criancinhas, as coitadinhas gritarão: «Queremos, exigimos flores, porque elas são os nossos esplendores, os nossos amores, os nossos futuros, puros.» Claro que também sofrerão violenta repressão, e se decretará a sua extinção. Serão crianças presos políticos. A Igreja todo-poderosa/ é muito mafiosa/ é muito maldosa/ sempre muito criminosa. No jardim zoológico da Europa reina a felicidade, fora dela reina a barbaridade. Fora da Europa há muitos estados islâmicos e Angola é um deles. No mercado dos congolenses os taxistas têm medo de lá entrar e deixam os seus passageiros afastados, porque as multidões de esfomeados de que ninguém fala varrem tudo. Um esfomeado é como um animal monstruoso, sequioso de sangue que tudo faz para saciar a sua sede de fome.
O clérigo não ligou, a prédica de Luaty desprezou, pois para quem só vê Deus em tudo, de mais nada sabe. Afinal a bíblia nas mãos desta gente não é sagrada é demoníaca. É como os especuladores imobiliários que quando chegam também vêm com a bíblia convencer que trazem a felicidade das populações que vão desalojar, mas que depois surge o demónio e os sacerdotes apressam-se em convencer os pobres idiotas que têm que rezar muito para que Deus ouça as suas preces e os livre da miséria.
- Meu irmão, acredito que és um fervoroso crente de Deus e como tal não passas de mais uma ovelha tresmalhada na demanda do seu santo nome. Jamais te esqueças. Ama o senhor teu Deus acima de todas as coisas, caso contrário não serás escolhido no dia do Juízo final.
Luaty não estava mais para o aturar, pois onde há hipocrisia há corrupção e vice-versa. Tratou de o despachar com a sua teologia.
- Se o preço do petróleo faliu, a Igreja e as igrejas são como as empresas mwangolés, são empresas falidas. A democracia sempre esteve envenenada. A Polícia é do terror. O m agoniza como uma ratazana dos esgotos moribunda. Num país de presos políticos, de fome e pretender aniquilar por falta de intelectos os seus opositores políticos, é a derrocada, é o dilúvio que sem dó nem piedade vos afogará.


Os presos políticos do nevoeiro do 11 de Novembro


O inferno que estão a criar
É as chamas que os vão devorar
Como é que se pode governar
Sempre os mesmos no mesmo lugar

Os da dupla nacionalidade
Multiplicam-se no saque
Angola é a sua venalidade
Passeiam-se com o seu fraque

A energia eléctrica está a retalhos
E a água continua uma miragem
2016 ano da exacerbação dos talhos
E das chacinas que são a sua imagem

Angola está governada pelo CAOS*
Assim como há seitas religiosas dos maus
Também há seitas políticas com varapaus
Dos iluminados discursos dos ases do caos

O cume do reino da loucura atingimos
A intolerância política, tudo é intolerável
Há quarenta anos que a isso assistimos
O que será mais que isto deplorável?

Ó diabo! O chinês também quer assassinar
O José Patrocínio da Omunga eliminar
O chinês num camião a mota do José parar
Queria ele a mota do José esmagar

Os presos políticos estão inocentes
E os corruptos estão culpados
Eles não pensam com as mentes
Pensam com as armas, tresloucados

A propaganda política é o eldorado
E a da Igreja é o seu secretariado
Num campo de minas semeado
Há quarenta anos bem comemorado

Os presos políticos recebem a bênção
Da Igreja da morte e da sua maldição
O que é necessário é lançar a confusão
E os inocentes atirar para a prisão

A Igreja e as igrejas vivem da corrupção
E disso fazem o seu ganha-pão
Sacerdote é como o político aldrabão
Porque a ocasião faz sempre o ladrão

Onde a corrupção está institucionalizada
Nos presos políticos a Igreja está vendada
Ao poder dos petrodólares subjugada
Esta Igreja também está de abalada
*CAOS, Corruptos angolanos organizados
em sociedades


domingo, 22 de novembro de 2015

O Cavaleiro Luaty e Mana Laurinda na Demanda da Santa Corrupção (05


Et campos ubi Tróia fuit. E os campos onde foi Tróia: Hemistíquio de Virgílio (Eneida, III, 12), quando alude ao momento em que Eneias e os seus companheiros se dispõem a abandonar Tróia incendiada e alongam tristemente o olhar para as suas ruínas fumegantes
Claro que numa democracia de barras de ferro o diálogo político é efervescido na torrente do ferro, da chacina do bater no ferro quente e forjar, o ser humano aniquilar. É o retorno da civilização da Idade do Ferro onde os animálculos estrebucham na inquietude da certeza da queda do seu poleiro.
E um mandatário do comité de especialidade da barbaridade das barras de ferro, traiçoeiro como as silenciosas serpentes venenosas perigosas, postou-se nas costas do nosso herói e desferiu-lhe violentíssima cacetada com uma barra de ferro na cabeça. O nosso herói pensou que a sua vida ao fim chegou. Sentiu que a cabeça lhe ia desaparecer, estava prostrado como que desmaiado. Sentia dor intensa acompanhada de um zumbido como se disparassem tiros no seu cérebro. Assim ficou sem saber o tempo que passou. O sangue que escorria secou parecendo uma peça de caça algures abandonada à sorte dos mabecos numa chana. O cavaleiro Luaty conseguiu adormecer, mas pouco depois despertou com o frio de um pano que lhe deslizava pelas partes feridas. Moveu-se um pouco para o lado, conseguiu levantar a cabeça e viu um guarda que lhe limpava os ferimentos. Parecia um guarda caridoso, pois a equipa de mabecos humanos tinha-o abandonado à sua sorte, isto é, à sua morte, para depois comunicarem que o nosso herói caiu acidentalmente, e feriu-se com gravidade e não conseguiu escapar dos ferimentos. O guarda colocou-lhe um penso na cabeça, antes teve o cuidado de lhe rapar o cabelo para evitar infecção, e terminou com uma fita adesiva para segurar o penso. Mas Luaty não sabia se escaparia, pois a espécie humana que o capturou era dessa semelhante aos tubarões mako, muito agressivos que tudo atacam e matam sem justificação, apenas pelo prazer de destruir o que é vivo.
E como uma república das bananas onde os comités de especialidade são um bananal, apresentou-se na masmorra um enviado especial do comité de especialidade dos bajuladores, que logo se sentou. Eles fingiam andar muito cansados como se trabalhassem muito, mas na realidade sentiam-se sempre muito cansados de não fazerem nada. É verdade amigo leitor, não fazer a ponta de um corno também cansa pra caraças. O bajulador sentou-se próximo do cavaleiro, enquanto um guarda bem armado em pose de estado islâmico como se o cavaleiro fosse degolado a qualquer momento. Luaty parecia o Cristo com uma coroa de espinhos de barras de ferro na cabeça, à espera do golpe fatal dos seus algozes. E o interrogatório fez-se presente:
- Ó revolucionário de merda, armado em libertador do que já está libertado. Mas o que é que tu e os teus amigos querem fazer o que ao longo de quarenta anos já está feito?! Senão vê: as vias primárias, secundárias e terciárias funcionam a cem por cento. Já não há picadas, isso das estradas estarem esburacadas é invenção da oposição que só pensa no poder. A nossa população vive feliz com o apoio e carinho que o nosso governo lhe dispensa, lhe oferece. Posso garantir-te que nenhum ouro povo no mundo tem tanta qualidade de vida como o povo angolano. Pontes para ligação das aldeias, vilas e cidades não faltam. Os serviços de saúde estão com muitos hospitais espalhados por todo o país, de lés-a-lés como soe dizer-se. Bem apetrechados com equipamentos, medicamentos, técnicos hospitalares, enfermagem e médicos que garantem o normal funcionamento e o carinhoso atendimento aos pacientes. Já quase não é necessário evacuar pacientes para o exterior. Isto é um grande benefício do nosso sábio, o Grande Inquisidor. Quer dizer, vocês querem destruir as conquistas do nosso Grande Inquisidor que não se poupa a esforços de noite e de dia… ele quase não dorme para garantir o bem-estar do seu povo. Este povo que ele imensamente ama. Vejam o milagre da água para todos que nunca mais faltou, está abundante como nunca esteve no tempo colonial. Até dá para as crianças nos chafarizes brincarem, esbanjarem e tomarem banho. Conseguimos a nossa promessa da água para todos. Outro feito notável da nossa sábia governação superiormente dirigida pelo nosso inigualável timoneiro que já granjeou a admiração de todo o mundo, como o exemplo da boa governação a seguir, é a energia eléctrica, que tal como a água também jorra nos condutores eléctricos desta vasta planície que é Angola. Que seria do nosso são e extraordinário desenvolvimento económico e social sem esse prodígio que diga-se em abono da verdade também suplantou o tempo colonial, pois os colonialistas não tinham tudo electrificado e nós temos. Nas ruas nem há necessidade dos postes de iluminação pública porque a luz dos anúncios luminosos dos estabelecimentos comerciais garantem iluminação em pleno. É por isso que os assaltos diminuíram, quase já não os há, devido à intensa claridade nocturna. Quer dizer: fizemos da noite dia, e a bandidagem recolhe-se nas suas tocas com receio de assaltarem os transeuntes. O grande princípio que encetámos logo que tomámos posse como partido do trabalho dirigente e motor da nossa sociedade foi a agricultura. Nunca nos deixámos levar pela miragem do petróleo, pois só quem dele depende acaba num tsunami político e económico, esvai-se como o corpo sem sangue. Com a agricultura em pleno funcionamento logo deixámos de importar quase tudo, só algumas coisitas. Criámos o tal pleno emprego. Criámos imensos e poderosos motores económicos, os modelos que nos permitem a estruturação, a criação do bem-estar e a nossa balança de pagamentos é saudavelmente positiva. Quer dizer, saldamos as nossas contas com o exterior e ainda nos sobra muito dinheiro. As nossas reservas monetárias são astronómicas. Temos um imenso acervo de biliões de dólares que nos permitem muitos anos a viver sem sobressaltos, se a conjuntura internacional não nos for favorável. Isso é que se chama governar.
Conseguimos instituir a democracia como sistema de governação. As manifestações pacíficas sucedem-se praticamente todos os dias sem incidentes. Os jovens usam e abusam desse instrumento democrático para chamarem a atenção, lembrarem os erros da nossa governação que logo são corrigidos. Não há, nem nunca houve intolerância política, pois as opiniões contrárias e as acerbas críticas são bem-vindas como um salutar incentivo de governação, pois sem isso não há democracia. As eleições são cumpridas sem necessidade de observadores internacionais, pois a honestidade do escrutínio eleitoral está mais que confiável e nenhum partido apresentou qualquer reclamação sobre a idoneidade eleitoral, que diga-se de passagem é escrupulosamente isenta de má fé.
O bajulador fez uma pausa, a boca estava seca, salivou-a e apalermado como um vigarista apanhado com a boca na botija quando pretende fazer o conto do vigário.
- Qual é o partido político e país que financiam as vossas actividades?
O cavaleiro Luaty não se impressionou com a pergunta. Aliás durante o discurso do bajulador ria, ria muito como se alguém lhe contasse as melhores anedotas do mundo, e como tal ripostou-lhe:
- Oh! Mas vocês são assim tão burros?! Então não sabem que o partido político da Coreia do Norte é que nos apoia e como país também o faz. Outro país é a China. A partir de agora não comunicaremos quando sairemos às ruas e fá-lo-emos a qualquer momento enquanto não libertarem todos os presos políticos. Notem que a miséria e a fome a que nos obrigam são agora transgressões administrativas. Vocês querem que a democracia, o poder do povo, vá para as ruas, porque já não têm soluções. Estão encurralados pelo tempo e pela história, não sabem o que fazer… também nunca souberam e não é agora que o saberão. Teimosos como burros deixam-se levar na avalanche das manifestações que se aglutinam porque uma nação não é pertença de algumas pessoas, ainda mais quando vocês dizem que é democrática. Vocês estão loucos e a vossa loucura os tombará e jamais se levantarão. Vocês não gostam de mudar porque querem acabar como as outras ditaduras.

Imagem: Setenta anos da Coreia Do Norte. ELPAIS


OS PRESOS POLÍTICOS DAS PRISÕES/CEMITÉRIOS


Povo esfomeado
É povo revoltado
É governo derrubado
E isso está assegurado

Passa o carro do deputado
Sob o olhar do povo esfomeado
Olhar profundo, esbugalhado
Deputado é o que nunca será semeado

O m por onde passa
Só deixa desgraça
Com ele a miséria grassa
E a sua fome nos despedaça

O m por onde passa
Só deixa ruínas, fumaça
O m é a nação da devassa
O m é o poder da mordaça

O m tem a sua constituição
Que não é desta nação
O m está no auge da traição
Dos presos políticos e da corrupção

E prosseguem as forças das chacinas
Banco millennium da morte nos persegue
Quer-nos asfixiar, da morgue fazer minas
Parem-no antes que esta porra vos cegue

A hora da vossa partida está a chegar
Depois felizes vamos ficar
Nas terras espoliadas vamos morar
E da vossa repressão vamos escapar

Este poder é muito desumano
Não sabe o que é um ser humano
E por isso os tumultos já são diários
Não admira que haja tantos obituários

Estão plenas de morte as instituições
Presos políticos jazem nas prisões
A repressão abate-se nas multidões
Mas ninguém combate contra milhões

E quem a TPA e a RNA ouve e vê
Fica atrasado mental, nada mais lê
Nós temos disto que nos defender
E não em vão nos deixarmos morrer

Como os presos políticos vão morrer
Assim já foi sentenciado pelo poder
E da tal ditadura do poder popular
Os seus deputados não irão escapar

Imagem: Setenta anos da Coreia Do Norte. ELPAIS


















sábado, 7 de novembro de 2015

O Cavaleiro Luaty e Mana Laurinda na Demanda da Santa Corrupção (04)



Etiam periere ruínas. As próprias ruínas pereceram. Frase eloquente de Lucano (Farsália, IX, 969), narrando a visita de César às ruínas de Tróia. Exprime a desolação de uma ruína absoluta.
O ordens superiores, mais conhecido por CAOS, Corruptos Angolanos Organizados em Sociedades, tenta iludir o nosso herói com os golpes baixos de quem sente o poder fugir-lhe das mãos, e como tal invectiva com a única arma que tem, o terror. Nada melhor, pior que o CAOS para nos traçar, rasgar os tecidos da nossas almas, que mesmo sabendo que o seu fim está muito próximo, mas mesmo assim age como se tudo estivesse na mais plena normalidade. As ditaduras numa demoníaca democracia que antes era a democracia do proletariado, e que depois de um momento para o outro se auto-proclamam de democracias inundadas de presos políticos destapam o seu anterior túmulo para a ele voltar. Claro que o CAOS trazia muito veneno na sua língua comprida:
- Ó meu valoroso cavaleiro Luaty, estou aqui para te saudar, para te venerar. Trago os melhores cumprimentos do meu partido, da Igreja nossa grande amiga, dos nossos milhões de militantes, de todos os nossos comités de especialidade e sobretudo do nosso querido líder, o ordena em tudo, o nosso Grande Inquisidor.  
O CAOS fez uma breve pausa para recarregar a sua língua e a sua boca de veneno, e como a mais impura de todas as coisas acrescentou.
- Cavaleiro Luaty, desculpa que te diga, mas és mesmo um grande especialista na parvoíce. Então, vê só… trago duas malas com dois milhões de dólares para te oferecer. E se achares que é pouco podemos reforçar a verba. Como muito bem adubas, dinheiro para nós não constitui problema. Estamos cheios disso por todos os lados. Então… aceitas, não é? Eu já sei como essas coisas são. Isso de ser revolucionário é como nós, só tomba da boca para fora. Tu e os teus o que querem é dinheiro não é?
Apesar de algumas torturas iniciadas, ensaiadas para o aterrorizar, Luaty respondeu-lhe com firmeza:
- Enquanto o vosso governo de quarenta anos não prender pelo menos um dos seus elementos do seu exército de corruptos, tudo o que ele disser ou fizer, não passam de corruptas mentiras, e como tal não se deve acreditar, porque citando António Aleixo: Coitado do mentiroso/ mente uma vez mente sempre/ e ainda que fale verdade/ todos dizem que mente.
O CAOS veio com o caos, aliás outra coisa não seria de esperar.
- Olha, vamos matá-los todos com o engenho das nossas torturas. Vocês dão-me imensa pena porque não sabem com quem se metem. Nós há muito que estamos normalizados no abate de coisas incómodas como vós.
Entretanto, o CAOS em grande destaque: Luis Lucas: Alguém consegue confirmar esta informação? "Aviso de banco em AO: Informo a todos que a partir de amanhã 1/11/15, os Estados Unidos da América deixarão de vender USD (dólares em notas) ao BNA e por conseguinte este a todos os Bancos comerciais de Angola, após uma auditoria e não se verificar o cumprimento das normas internacionais exigidas pelos Estados Unidos no uso da sua moeda. Apenas se usará o USD como moeda de referência para transacções e pagamentos bancários. Agora quando quiser viajar já não terá USD para levar em mão, apenas outras moedas."
Marco Santinhos:  Esta notícia refere-se apenas a nota (físico) e não a transferências e pagamentos bancários. Hoje já foram reduzidos os valores permitidos para levantamentos em USD, nos balcões do BFA. São agora 1500 USD para cada viagem.
Andre Cassio.  No BPC até limite de levantamento de kwanzas existe....
O CAOS move-se: Informação digna de confiança diz que a DNIC, Direcção Nacional de Investigação Criminal, está a entrar nas casas dos senês, (senegaleses) e asiáticos e apanha-lhes sacos cheios com dólares, euros e kwanzas. Há choros e desmaios.
Mais entretanto: Durante pouco tempo o banco millennium na rua rei Katyavala em Luanda iludiu-nos com o seu gerador, dando a entender que deixou de nos matar com o seu fumo mortal. Agora é todos os dias. E não se compreende como é que estando a energia eléctrica restabelecida, esse banco homicida está com o gerador ligado. Ele quer chacinar-nos. As portas e janelas das nossas casas estão fechadas, mas mesmo assim o fumo da morte invade-nos. Dentro das nossas casas sente-se o odor da morte na respiração. Já uma criança de três anos no quinto andar apanhou pneumonia. O terreno nas traseiras do prédio foi-nos roubado. E não nos podemos queixar senão seremos acusados de conspiração contra o estado angolano e o seu presidente. Esta obra deve-se ao génio português corrupto que tudo faz para nos chacinar, porque cumprem as ordens do CAOS para nos matarem. Os jovens presos políticos continuam na prisão e esses fdp dos portugueses e os que lhes pagam para nos matarem estão em liberdade. Não brinquem com a vida das pessoas, porque o fim avista-se e como tal há que sacar. Matar! Matar! Banco do petróleo não é banco, é corrupto! É banco da morte!
Como é que em plena bancarrota, um banco se permite esbanjar dinheiro em combustível, com a rede eléctrica restabelecida. Essa gerência deveria ser de imediato despedida. Mas não, preferem o desaire da revolução que já lhes bate nas portas e que depois por mais que tentem não as conseguirão fechar.
Banco millennium Angola, agência da rua Rei Katyavala, junto ao Largo Zé Pirão, Luanda. Um banco da chacina do Monte Sumi. 
É a máquina da morte dos mercenários portugueses contratados para nos matarem. Não posso, ninguém pode, dormir no meu quarto porque se o fizer morrerei gaseado tal como nos campos de concentração nazis. Os portugueses que criaram tal máquina da morte também matam os seus conterrâneos e os seus coitados filhos ainda de tenra idade. Matar, só sabem é matar para algumas sobras do petróleo amealhar! A lei da morte é a que prevalece anunciando o apocalipse do não se sabe quem dele se safará.
O M está muito desorientado, muito amalucado, muito descomandado. Então, não é que lhe deu um ataque de pânico e desconfiando de tudo e de todos decidiu passar a fio de espada todos os que por ele lutaram. Assim, enviou o seu recente agente exterminador, o banco millenium chacinar os moradores dos prédios, quer sejam ou não do M são para abater. Ser ou não ser do M tanto faz, é tudo para chacinar. O M quer ficar sozinho? Depois vai contratar mais mercenários portugueses e chineses, e mais escumalha de estrangeiros pata o defender? Este M não está bom, temos que o salvar antes que seja demasiado tarde… mas de facto já o é, já não tem salvação, nem a Igreja o salva de tão encharcada de corrupção que está, que não se consegue mover É verdade! Quando a Igreja se atola até à cabeça na corrupção, já está perdida, sem salvação. O M e a Igreja fizeram o CAOS de Angola e agora, qual será o outro homem novo? Não o haverá, porque nem nas ruínas ninguém o encontrará.

E eis que surge como que vindo das sombras da morte, com o rosto cadavérico e com a morte, claro, nele estampada, o comité de especialidade das milícias das barras de ferro. Teme-se o pior para o nosso herói porque decerto dar-lhe-ão surra na cabeça com as barras de ferro para acabarem com ele de vez. Que macabra democracia esta cujos argumentos dos seus azémolas intelectos são os das barras de ferro. 

Imagem. autor desconhecido

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

A balada da abalada do M



Ou a balada da abalada do M

Antes de ti era o colonialismo
Prometeste que nos libertavas
Mas entregaste-nos ao endocolonialismo
Tantas promessas que não nos aldrabavas

Abandonaste-nos à miséria, ao sofrimento
À fome sem nenhum sustento
À atroz escravidão sem um lamento
Transformaste o teu povo num jumento

O caos com força já está a entrar
E as tuas trampas vão rebentar
O nauseabundo cheiro não dá para cheirar
Neste tempo já estamos a te amaldiçoar

Os portugueses e chineses o caos vão deixar
Tanto empenho tiveram em o apoiar
Alguns ferrenhos ficarão para mais saquear
E o poder dirá que tudo está a controlar

As nossas vidas oferecemos ao teu poder
Tratas-nos como cães famintos sem nada ter
Hoje e amanhã não temos nada para comer
A tua preocupação é como nos abater

Agora é o banco millennium a nos chacinar
Nesta angolana república das chacinas
E os documentos da nossa morte assinas
Nesta república dos presos políticos a nadar

A água potável está a soluçar
A energia eléctrica a engasgar
Empregados são para dispensar
Enquanto o ordens superiores comandar

No poder do apocalipse não dá para confiar
O banco millennium nazi a nos gasear
Temos destas forças malignas que escapar
Só miséria e fome nos vão assegurar

O vosso fim também se está a aproximar
Pudera! Com tão horrível governar
E milhões de vozes a te condenar
E milhares de golpes de estado a inventar

Até um banco já nos chacina
Pois! Tens a bênção da Igreja divina
A depender do petróleo que tudo patina
A Igreja corrupta ainda domina

Sem corrupção viveríamos em paz
Banco millennium mata-nos com gás
Ao inferno vão parar, ai vão, vão!
E lhes prometo que dele não escaparão

Os homens maus estão no poder
Não sei dos meus netos o que fazer
Temos que os imobilizar e os prender
Porque nenhum de nós irá sobreviver














domingo, 1 de novembro de 2015

Luanda. Banco millennium na rua Rei Katyavala na bancarrota?


Foto: o gerador da república das chacinas de Angola, instalado por mercenários portugueses para nos chacinarem.

Magister dixit. Disse-o o mestre.
Fórmula dogmática dos escolásticos da Idade Média, quando citavam a opinião do mestre (Aristóteles). Hoje emprega-se ironicamente em relação a qualquer chefe de escola, de partido, etc. diz-se também ipse dixit (em grego: Autos ephe).

Há quatro dias, desde 29 de Novembro de 2015, que o banco millennium na rua Rei Katyavala está com o seu gerador ligado dia e noite, porque não paga as contas à empresa distribuidora de electricidade, conforme nos foi revelado por fonte fidedigna e que não podemos citar o nome porque senão, coitada da fonte, vai para o inventário dos chacinados. Daqui facilmente se presume que este banco está na bancarrota. Nas traseiras dos prédios onde se instalou, roubou o terreno, - é isso, só sabem roubar, não sabem fazer mais nada, se soubessem esta merda não estaria na miséria terrível - temos que fechar janelas e portas. As crianças correm grave perigo de morte. Portugueses mercenários que instalaram o gerador e lhe fazem manutenção estão por trás deste crime hediondo nesta já famosa república das chacinas de Angola. Estamos perante a agonia de um sistema de governo que desemboca numa tempestuosa avalanche humana. Este regime está a dizer-nos adeus e até lá é saquear, nos eliminar e nos abandonar como miseráveis pedintes. Em Angola não há angolanos, só há estrangeiros e governantes.
Esta é a cidade dos malditos!





O Cavaleiro Luaty e Mana Laurinda na Demanda da Santa Corrupção (03)



Gutta cavat lapidem. A gota acaba por furar a pedra.

O cavaleiro Luaty estava como Cristo nos demoníacos braços do comité de especialidade da aniquilação dos presos políticos. Estava nos interrogatórios preliminares, os seus algozes esforçavam-se por lhe arrancarem uma falsa confissão a troco de uma montanha de dólares, um bruto carro, um bruto imóvel e brutas brasileiras importadas para lhe darem gozo sexual. Mas o cavaleiro resistia-lhes e os seus algozes também. E prosseguiam com o teatro próprio de um regime ultra autoritário:
- Então Luaty, não confessas quem te patrocinou para o golpe de estado e assassinato do nosso Grande Inquisidor?
O cavaleiro não queria acreditar no que ouvia. Como era possível tal acusação pois se nem uma arma tinha em seu poder, apenas um livro com o título, Como Exorcizar um Ditador. E Luaty respondeu-lhes:
- Sim, confesso que tenho um patrocinador… a minha mente ansiosa pela liberdade que depois da independência nos prometeram, e que afinal nos conduziram para o hediondo e fantasmagórico espectro colonial do qual lutamos outra vez para os destruir de uma vez por todas.
- Mas, temos provas mais que suficientes para acreditamos que te vendeste aos nossos inimigos, àqueles que querem a todo o custo desestabilizar o nosso governo democraticamente eleito – essa das eleições fraudulentas é de pobres diabos frustrados, pois a santíssima oposição declarou-as como justas, isto é, nada mais tendo a exigir ou reclamar - e vender o nosso povo e a nossa soberania às potências ocidentais e ao seu líder, os Estados Unidos da América. Não é senhor cavaleiro Luaty?
- Pois… como posso vender um regime dos mais corruptos do mundo se ele já se vendeu e nos vendeu. Onde há epidémica corrupção, há aos presos políticos feroz, mortal perseguição. Já agora, quantos milhões de dólares receberam do Grande Inquisidor por essa invenção do golpe de estado e do assassinato do vosso Inquisidor. É que alguém das vossas forças armadas me disse que precisam urgentemente de criar um conflito bélico, uma outra guerra para abastecerem os bolsos de dinheiro, pois estão a ficar vazios. E que se não conseguirem mais uma guerra, inventam outra à pressão, de qualquer maneira. Têm que criar uma outra guerra por todos os meios possíveis, mesmo com falsas informações ao vosso Grande Inquisidor. Aliás, esse vosso Grande Inquisidor só vive de mentiras e invenções e de falsos golpes de estado ao longo de quarenta anos de um partido que antes era do trabalho e que agora é o partido do pleno desemprego. O mais importante é sugar dinheiro mesmo que para isso tenham que eliminar quem quer que seja. Estamos como nos anos sessenta… nos anos de 1975. Viver em ruínas não é possível.
- Ó camarada Luaty.
- Camarada?! Foda-se, vão para o caralho, vão para a puta que os pariu!
- Mano Luaty.
- Eu, vosso mano? Porra! Vocês estão malucos, só pode. Mano de corruptos e de facínoras, nunca, JAMAIS! Onde houver injustiça tem que haver alguém que faça justiça.
O cavaleiro Luaty lembrou-se das imensas riquezas de Angola concentradas numa família e mais alguns seus servidores. Na realidade um vasto séquito de parasitas e de bajuladores que tudo faziam – melhor, nada, absolutamente nada faziam – para saquearem tudo o que fosse Angola. Na verdade Angola tornou-se num imenso e poderoso império empresarial, assim o nome real deveria ser, República dos Donos de Angola, Sarl. Viviam à farta, todos eram milionários, e costumavam ameaçar que quem se lhes interpusesse no caminho, a sua vida seria de imediato ceifada e que os defensores dos direitos humanos internacionais calariam a boca com apenas um milhão de dólares. Era por isso que os opositores políticos desapareciam e depois apareciam mortos algures, e que as suas mortes se deviam à actuação de bandidos, conforme comunicados das autoridades judiciais. E quem tentasse investigar a verdade seguiria, acabaria no mesmo caminho.
Claro que o nosso cavaleiro não sabia onde se encontrava. E claro que os governos ditatoriais fazem tudo por tudo para esconderem os seus pretensos inimigos em prisões ditas de alta segurança, tal como fizeram por exemplo, com Nelson Mandela, e apregoarem a todos os ventos que a justiça democrática funciona e que os mais elementares direitos dos presos políticos são respeitados, sempre sublinhando que os direitos de qualquer preso são respeitados conforme está pregado na Constituição.
E os inquisidores voltaram à carga municiados de falsas ideias, de falsos argumentos:
- Camarada mano Luaty, então não sabes, claro que desconheces que a República de Angola é um Estado de facto e de jure, e que como tal tem o direito de se defender?
- Condói-me ver que como sempre estão muito mal informados. Apontem-me apenas um caso de alguém da oposição que apresentou queixa na vossa justiça e o caso foi julgado a seu contento, sabendo de antemão que os pressupostos legais estavam claramente identificados e a seu favor, a causa seria ganha facilmente. Mais, sem educação e justiça vejam no que dá. A África contribui apenas com um por cento para a comunidade científica mundial… numa palavra, a África - e muito menos Angola – não têm cérebros, ou melhor tem-nos em grande quantidade, mas como está infestada de ditaduras, vive num marasmo intelectual aterrador. E ainda mais, isto já deixou de ser República de Angola, é república do Uganda. Idi Amin presente! Porque quem não é do petróleo é contra ele, quem não concordar com o Grande Inquisidor é contra ele. É repressão contra toda a população. Angola, onde até os bispos são corruptos. Os bispos de Angola não semeiam a palavra de Deus, semeiam corrupção, convulsão, e nisto são hábeis milenares. E mais, mais ainda, quando os portugueses e chineses dominarem o tecido empresarial – pouco lhes falta – então assim é que vai ficar bom. Cantinas e negociatas similares, tudo em poder dos asiáticos.
No local onde se encontrava – onde seria?, ninguém sabia – ouviam-se os choros de uma criança que pareciam não ter fim. O cavaleiro Luaty pensou que, será que prenderam uma mãe com a sua criança e que estando ela numa sessão de tortura, a criança abandonada chorava, pressentindo o sofrimento da sua mãe. Sim, numa ditadura totalmente insensível tudo é possível. Luaty arrepiou-se ao pensar que como é possível, regimes totalmente corruptos funcionarem e serem aceites pela comunidade internacional. Alguma coisa – muita coisa - não está bem, e que esta civilização necessita de facto de uma grande revolução, e isto quer se queira quer senão é inevitável, tal como as ondas do mar que incessantemente batem nas rochas até as desfazerem, numa revolução permanente de acordo com as leis da natureza. Porque tal como disse Lavoisier (1743-1794), na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.
Chegou um corpulento inquisidor mascarado, acercou-se do cavaleiro e sem aviso desferiu-lhe uma bruta chapada na cara. O nosso cavaleiro sentiu que ia desmaiar devido à potência de tal choque. Mas como um herói aguentou estóico e ainda com a face como que a se desfazer disse a sua inabalável verdade:
- Os corruptos perseguem os honestos, e como se não lhes bastasse ainda os prendem. Saibam que a indisciplina, a ignorância, a incompetência e a irresponsabilidade conduzem à miséria e à fome. E também saibam que difícil não é viver. Difícil é viver sob o governo de aldrabões que nos fazem a vida difícil, impossível. E que enquanto vós distribuís as vossas riquezas entre vós, nós distribuímos a miséria e a fome entre nós. Nos tempos que correm isso já não é admissível, assim brevemente tombareis sob o aguçado aríete do descontentamento geral, impossível de suportar. Pois, onde há milhões de esfomeados há o pleno estatuto dos desordenados.

Imagem: Setenta anos da Coreia Do Norte. ELPAIS


Luanda. A bancarrota eléctrica hoje e sempre


No caminho da bancarrota geral.
Situação político-eléctrica na rua das Sirenes referente ao mês de Outubro de 2015.
Tudo parecia que ia mudar, - nada mudou e nesta conjuntura nada mudará – e mudou para… pior.

Luanda, Outubro de 2015
Cortes no fornecimento de energia eléctrica

02 de Outubro das 14.53 às 16.58 horas
04 de Outubro das 05.20 até às 08.20 horas do dia 05 de Outubro
06 de Outubro 05.10-06.02
11 de Outubro 10.43-18.46
28 de Outubro 19.54-22.51
29 de Outubro 19.49 até às 03.13 do dia 30 de Outubro
30 de Outubro 07.41-19.33 horas.