sexta-feira, 6 de julho de 2018

Curriculum vitae de orlando castro, jornaleiro mercenário ao serviço do ditador folha 8





Nome: Orlando de Sousa Castro
Data de Nascimento: 30 de Outubro de 1954
Local: Nova Lisboa, Huambo, Angola
Estado Civil: Casado
Cartão de Cidadão:  Nº 07468031
E-mailorlando.s.castro@gmail.com Telemóvel: 919450925
Morada: Rua Bernardim Ribeiro, 228 – 2º Dtº -  4465-041 S. Mamede de Infesta - Portugal

PROFISSÃO:
Jornalista - Carteira Profissional Nº 925
PROFISSÃO Alternativa:
Ao gosto da entidade empregadora. Arrumador de carros, contínuo, moço de recados etc.
HABILITAÇÕES LITERÁRIAS:
Licenciatura em História
HABILITAÇÕES LITERÁRIAS Alternativas:
Ao gosto da entidade empregadora. Analfabeto, analfabeto funcional, sabe ler e escrever etc.
FILIAÇÃO PARTIDÁRIA: Nenhuma
FILIAÇÃO PARTIDÁRIA alternativa:
Ao gosto da entidade empregadora. BE, PCP, PS, PSD, CDS ou outra.

ACTIVIDADES PROFISSIONAIS
Jornalista e ex-coordenador da Secção de Economia, do «Jornal de Notícias» entre 1991 e 2009.
Editor da Secção de Economia do jornal «O Primeiro de Janeiro» entre 1988 e 1991.
Chefe de Redacção da RIT - Revista da Indústria Têxtil entre 1980 e 1988.
Redactor e Chefe da Delegação no Porto do semanário «O País» entre 1977 e 1979.

ACTIVIDADES PROFISSIONAIS (Angola 1973/1975)
Redactor do diário «A Província de Angola»;
Redactor e Chefe de Redacção da revista «Olá! Boa Noite»;
Colaborador do Rádio Clube do Huambo;
Colaborador da Emissora Comercial do Huambo;
Colaborador do bi-semanário «O Planalto».

OUTRAS
Autor dos livros:
«Algemas da Minha Traição» (1975),
«Açores - Realidades Vulcânicas» (1995)
«Ontem, Hoje... e Amanhã?» (1997).
«Memórias da Memória» (2001), Prefácio de Arlindo Cunha.
«Alto Hama - Crónicas (diz)traídas» (2006), Prefácio de Eugénio Costa Almeida.
«Cabinda – ontem protectorado, hoje colónia, amanhã Nação» (2011).
Sócio do Centro de Formação de Jornalistas; da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto e do  Clube de Jornalistas do Porto;
Vencedor do Prémio de Jornalismo Mobis 2000.
Co-autor dos 16 volumes da colecção “Guerra Colonial – A História na Primeira Pessoa”, distribuída em 2011 pelo “Jornal de Notícias” e “Diário de Notícias”.

LUANDA. O ENSINO DA MANGUIERA. DIÁRIO DOS HORRORES DO MARCOS NA ESCOLA PRIMÁRIA 1.120, sala 2





Luanda. Escola primária 1.120, sala 2, período da manhã, a poucos passos do Quinaxixi e quase encostada à empresa Tecnoserve.

O professorado está preparado para primeiros socorros? As escolas têm kits de primeiros socorros?

16abr18, a greve dos professores acabou e o Marcos regressou à escola.
18abr18, a escola tem sanita, ou tinha, mas muitas crianças mijam no chão porque lá onde moram decerto esse utensilio lá não existe. Para resolver a situação o professor arrancou a sanita e pôs umas chapas no chão.
19abr18, o meu neto não teve aulas, a professora Rosa não veio porque está doente e o professor que a substitui não veio. A diretora costuma aparecer ao meio-dia. Entretanto um aluno da sala 1 foi lutar com outro mais velho da sala 2. O aluno da sala 1 foi atirado ao chão e o da sala 2 dava-lhe bicos e pisava-o violentamente na barriga. Não estava ninguém para parar com a selvajaria.
20abr18, o meu neto não foi à escola porque chovia muito e em toda a cidade era muito difícil andar de automóvel porque as ruas estavam congestionadas, e quando está assim fica difícil ou impossível ir trabalhar. Aliás em vários locais nem dá para sair de casa porque se está cercado de água.
26abr18, crianças tão pequenas e já escravas da maldade. Uma criança rasgou o caderno escolar do meu neto porque não conseguindo fazer as tarefas escolares… vingou-se no caderno do meu neto porque ele fez todas as tarefas.
O meu neto queixa-se frequentemente de que lhe roubam o lápis, borracha, e outras coisas, incluindo a comida que leva de casa. Tão pequenos e já muito bem-educados na vil arte do roubo. Eis uma nação sem futuro.
27abr18, o meu neto não foi à escola porque está com febre.
11mai18, Marcos entrou de férias, até 18 ou 20 de Maio, disse ele.
21mai18, Marcos não foi na escola porque o Sérgio disse que no primeiro dia os professores não aparecem.
22mai18, Marcos foi para a escola.
04jun18, Marcos não foi para a escola porque o pai dele ainda não está em condições devido ao fumar muito, beber muito e duas noites perdidas.
06jun18, uma coordenadora adolescente bate a esmo com uma régua de madeira nas crianças. Por exemplo, ao bater nas costas é muito fácil partir uma clavícula. Esta escola parece um hospício, só lhe falta os choques elétricos e outras terapias similares. São escolas assim que formam bandidos. Não surpreende pois crianças fujam das escolas, porque em casa é surra, na escola também, claro que com tal tratamento de choque é impossível o aproveitamento escolar.
07jun18, as reguadas continuam, pobres crianças. Proibiram o Ezequiel de mijar, acabou por mijar nas calças.
08jun18, depois do recreio, às dez horas, as crianças ficaram abandonadas, desesperadas até à chegada dos familiares, que as fossem buscar.
15jun18, O Marcos não foi à escola porque disseram-lhe para vir só com trajado de africano, o Sérgio disse que não tem dinheiro para comprar e disseram-lhe para ir no mercado do S. Paulo que lá tem.
20jun18, dois alunos lutaram, um socou o outro e ficou a sangrar do nariz e da boca, como se fosse um acto muito banal. Sim, a violência está muito banalizada.
26jun18, os alunos ficaram na sala sem professora, o Marcos saiu para urinar, e como se fosse um acto premeditado, no regresso a directora apanha-o e lança-lhe raios e coriscos.

O ensino da mangueira
Depois da reforma do ensino produziu-se o ensino da mangueira
Mas estas torturas nas crianças não são suficientes para que a ministra da Educação e o secretário-geral do Simprof não se demitam ou sejam demitidos?
27jun18, o Marcos está de castigo numa carteira, isolado ao pé da porta de entrada. Com tantos terríveis que a escola tem, qual o motivo de apenas ele estar isolado? Receio que andem a perseguir a criança.
Dias antes a orelha do Nael foi puxada com tal violência que até sangue saiu.
27jul18, o Marcos está com a mão direita muito inchada devido a uma violenta mangueirada dada pela professora (?) Lisete, que já antes lhe tinha dado seis mangueiradas, não com tal violência. Perante tal tratamento e perseguição, inclino-me que haja discriminação racial por trás disto. O Nael, o mais terrível, faz as tropelias e faz com que o Marcos seja acusado. Quando confrontado, o Marcos nega as acusações, mas isso não lhe adianta nada.
Falei com a professora (?) Lisete, isto é, pouco faltou para ser vias de facto, e ela disse-me que foi sem querer, que lhe bateu devagar, o que é torpe mentira, porque pouco faltou para lhe esmagar a mão. Disse-lhe que isso são métodos selvagens, de assassinos e criminosos, pois é um acto desproporcional, ainda mais praticado sob uma indefesa criança. Disse-lhe também que devia estar na selva a dar aulas a selvagens, pois é lá o lugar indicado, e que isto não iria, não pode, de amaneira nenhuma ficar assim impune. Ela desfez-se em desculpas, como o assassino que depois de matar pede desculpas à vítima. O que se passa nesta escola, e noutras?, é a imposição de um império da selvajaria que muito pouco falta para lá chegar, o que já é um facto pois Angola já está minada por ela.
28jul18, apresentei o caso ao subdiretor pedagógico, que se identificou como Diamante, duvido que seja o nome dele, pois que fez evasivas, e garantiu-me que ia falar com as professoras, mas eu esclareci que o que deve ser feito é uma acção disciplinar. Vamos aguardar a ver se isto vai para a pasta dos habituais assuntos esquecidos da República de Angola.
02jul18, a professora (?) estagiária, Domingas, apesar do ocorrido, continua de arma em riste, isto é, com a mangueira na mão, o actual símbolo do ensino em Angola, a dar duas mangueiradas numa mão das crianças, satisfazendo os seus instintos sádicos. Assim, prenúncio que essa escola não vai acabar bem.
Professorado sem pedagogia é desastre no ensino.

Gil Gonçalves, avô do Marcos.