O que é que funciona num
Estado sem fundamentos?
A tarde está limpa,
liberta, afastada de religião, e nela já vamos namorar, nos arrebatar, e o
poder do Universo cativar, arrastar. Desceremos no nosso deus, e nada nem
ninguém nos temerá. Uma nova estrada renascerá e o nosso amor nela caminhará. E
a glória do céu se abrirá e os ímpios dominará. Vamos cantar, e com os nossos
irmãos e filhos venerar. Chegou a hora, o amor vai despontar, vamos voar, namorar.
O mar sopra, canta nas
palmeiras, e as suas raízes agitam as folhas das promessas de amor que o vento
sussurrou na praia dos namorados.
Não, não era o orgasmo do
nosso amor, era a época do tempo quente que liquefazia a nossa pele, se molhasse,
e tudo se soltasse. E decidimos a roupa retirar, se, nos soltar. E rebolados, abandonados
ao impacto do vento latejante, sentimos as carícias dos primórdios do amor humano.
Só existia um lago, como se a tal providência divina o guardasse, mantivesse secreto
durante tantos milénios num esconderijo, agora descoberto.
E até as caídas,
esquecidas folhas secas se renderam, se ergueram perante o jogo violento do nosso
amor, adormecidas do invernal Outono, e deslizaram, abandonaram à pressão
atmosférica. Eis que chegámos e tudo queremos, não, transformámos. E a tua
Afrodite companhia os meus desejos despertam, e na minha memória não se arquivam.
Deleitas-me na tua cabeça engrinaldada, de jasmins contemplados, plantados. E o amor não
é para alguns, mas para todos os momentos, ele é o deus dos sentimentos. E a
tua dança para me cativares, faz-me, escravizam-me os teus olhares.
As tuas folhas secas não são
querer, são o amarelecer antes do teu verde florescer, desfalecer. Porque o
verde sempre docemente se amarelece. E o viver é uma dança, só que não nos
apercebemos disso, não sabemos, não apreendemos, não queremos, dançar. E tudo
no amor se acumula, e nas leis das suas prisões nos agrilhoamos, nos prendemos,
nos perdemos. É tão difícil assim dizer, segredar: amo-te? pois se esta é a
verdade suprema de todas as coisas. Para quê amarmos tantos deuses se só um
existe, o deus do amor, o único que faz milagres. E corro porque ouço o amor
gritar-me, que me espera, e que para o conseguir terei que percorrer uma eterna
estrada nas trevas abandonada. E pus-me a caminho, e quase há cem anos que a
percorro, ainda não o encontrei, mas não desisto, porque o encontrarei. Creio
que por ele já passei milhares de vezes, mas como sou um pobre amador do amor,
não consigo distingui-lo, decifrá-lo. É sempre assim: tudo o que nos é querido
está mesmo ao nosso lado, só que não conseguimos adivinhá-lo.
Estrangeiro, quando
chegares à cidade de Jingola verás uma enorme placa com os dizeres: SENÃO ÉS
CORRUPTO, NÃO ÉS BEM-VINDO. BEM-VINDO À CORRUPÇÃO
A aprovação da fraude
eleitoral apressada, tão declarada, tão forçada, revela o desespero dos últimos
suspiros dos Lordes. E votaram como sempre na especialidade, no fortalecimento
da também corrupção eleitoral. A lei da fraude eleitoral já está em campo. Há
uma concertação sobre a miséria local e global.
Dantes era o TPR –
Tribunal Popular Revolucionário, agora é o TPI – Tribunal Popular Internacional
Cuidado quando abrirem a
porta, não se admirem se for um dos tais destruidores dos nossos computadores.
Cuidado! Que ninguém ouse
dizer que aqui não há luz, mas no palácio do rei tem, ou de outro qualquer reinante,
porque vai parar na prisão por difamação. Já aconteceu com uma cidadã no condado
de Ejíu.
A segunda fraude eleitoral
também já é consumada. A não extensão do sinal da Rádio da Confiança Tchavola
por toda a Jingola. Eleições organizadas e controladas por corruptos, são
livres e justas?
Pagamos a água e a luz que
não nos fornecem. Agora querem que paguemos os serviços da recolha do lixo
deles. E o dinheiro do petróleo em poder dos corruptos?
Nas fazendas dos Gambos e
noutras áreas os vencimentos são de mil e quinhentos kwanzas com direito a água
esverdeada, podre. Quem está
por trás disto? Membros do governo e estrangeiros. O
padre Pio Wakussanga também denunciou que os donos das terras são surrados para
lhas roubarem. São membros do governo, e isto prova que Jingola está sem
governo, não existe, já caiu.
E um economista, ele sabe
lá o que isto é, bajulador disse que em Angola não existe pobreza.
E os bancos servem para
quê?! Comandam a espoliação e a corrupção no reino Jingola.
Os Tsin não têm contractos
com Jingola, é com o Almoxarifado militar do reino. Isto é: estão ilegais,
porque o almoxarife não é o Estado Jingola. Os Lordes não gostam de pagar a
ninguém. Meses, anos de vencimentos em atraso, claro, não pagos. Mas os
rendimentos do petróleo nunca falham, caiem sempre nas suas contas bancárias a
tempo e a horas. Deveriam de imediato responder num tribunal especial, porque o
deles não funciona, só julga a seu favor. Não está mais que na hora de lhes
congelarmos os vencimentos ilegais? E mais tudo o que lhes pertence
ilegalmente? Em Jingola os Tsin têm ordens para matarem, porque a
polícia não consegue capturá-los. Isto é suspeito, pudera, eles são
funcionários do Almoxarifado Militar. Todos dependemos uns dos outros, mas os
Lordes não, dependem das riquezas milionárias do petróleo. Todas as
fortunas de Jingola são ilícitas.
Quando há a possibilidade
significa que não há a certeza. E quando é um político que o afirma, a nossa
vida vai ficar miserável. É sempre a população que paga pelos
erros políticos. Só não se compreende, e é injustificável que esses políticos
saiam ou permaneçam no governo e nenhum é preso. Vivem felizes das pensões
mensais instituídas, e o povo para conseguir comprar um pão, sobem-lhe o preço
justificando que são necessários ajustes económicos para combater a crise
deles.
Falam da necessidade da
imposição de testes psicológicos na admissão de empregados bancários. E para os
governantes não é necessário? Podem os miseráveis jingolas fazer poupanças
bancárias? Quando a população não confia nos bancos é porque o governo não é
confiável.
A Constituição garante-nos
muitos direitos, mas na prática somos apenas presenteados com um: a repressão.
Porque é que muitas
empresas em Jingola não mencionam o seu email? Ainda usam o fax. São
empresas piratas ou vulgar sacanagem que não se querem expor, isto é: a
corrupção do sigilo absoluto?
A situação continua a
deteriorar-se. Há a intenção clara de silenciar qualquer de nós que
critique seja o que for do regime que se quer eterno. Os
Lordes preparam-se para intervir na rede social Facebook, onde se denunciam
todos os actos praticados no seu reinado de corrupção. É evidente que isto
será possível quando o Facebook for uma ditadura. Mas,
quando é que as contas bancárias dos nossos corruptos são congeladas? Mas os
esfomeados de Adnibak ao Enenuk revêem-se na Constituição unipessoal dos Lordes?
Se os Lordes continuarem muito tempo no poder, Jingola ficará na instabilidade
permanente. E
vamos sempre colocar a pessoa certa no lugar errado. Os
Lordes não são um partido político, são uma companhia petrolífera.
A seara do Senhor é
grande, mas a miséria em Jingola é vastíssima.
Manos e manas!
Acautelem-se com as seitas e as falsas igrejas. São como os Lordes
que nos prometem a cura dos nossos males. Tudo afinal é mentira, vigarice. Os
Lordes noticiam nas rádios e televisões deles que a luta contra a pobreza tem resultados
positivos. Será que já venderam tudo aos Tsin e ninguém sabe?
Como é possível uma
sociedade suportar tanta vigarice, tanta corrupção? Este governo é como uma
instalação eléctrica sem fusíveis. Todas as decisões, todo um reino, todo um
povo, tudo a depender da vontade e dos caprichos de uma só pessoa, o Rei. Por este
andar ainda vamos fluir no Sudão.
Imaginem que estão num
campo de concentração, o que no nosso caso é um facto consumado, internacionalmente
aprovado e certificado, e que desejam fazer uma manifestação de protesto contra
as condições desumanas dos Lordes. Acham que o comandante do campo de
concentração lhes vai autorizar? E os Lordes libertaram todos
os demónios do inferno sem excepção, não ficou lá nenhum, e os soltou em Jingola.
É
por isso que a nossa vida está demais, está demoníaca. Estado
do Mal, que se sente felicíssimo no arrastar da nossa miséria.
Derrame de petróleo faz
peixe escassear no condado de Adnibak.
O mais importante é o
petróleo e a sua poluição, e a repressão sob a população.
E contudo ela, a
verdade da miséria move-se. Até o acto de ser cidadão jingola já é
um crime contra a segurança do Estado.
Jingola é o
estaleiro/oficina dos Tsin?
Receio que no futuro o jingola
esteja confinado numa espécie de jardim zoológico como atracção futurista. O governo a
trabalhar/espoliar e Jingola a desmaiar. A implantação da democracia é um
processo difícil, de longa duração. Pelo contrário, a ditadura
implanta-se facilmente, sem problemas de maior, é o sistema político ideal de
governação e com magníficos santuários/prisões para as peregrinações das
multidões. E
se a oposição não promove manifestações é porque apoia os interesses das
potências estrangeiras, existirá melhor explicação que esta?
Jingola é uma cidade onde à
noite as pessoas parecem que se transformam em cães. E a nova Constituição de
Jingola garante-nos um tecto, uma habitação condigna … numa tenda.
Sem comentários:
Enviar um comentário