Os libertadores da
imprensa
Saem jocosos como qualquer
Com um padre e um
sociólogo
Mais duas bocas de
aluguer
Avançada imprensa
partidária
E que até a malária
se extinguiu
Vê-se nos hospitais
cheios de crianças
Como coisa que nunca
se viu
A imprensa
partidária é única
Só ela informa com
a verdade
E a Nação
desenvolve-se
Isso não faz parte
da criminalidade?
Não é permitida
habitação!
Apenas campos de
desalojados
Sem água, luz,
apenas capim
Como sardinhas em
lata, enlatados
Não têm direito a
elas
As casas que foram
pagas
Estamos no tempo do
Egipto?
Lançaram-nos as dez
pragas?
Que panorama
acolhedor
Onze anos de paz,
plena liberdade
Em Luanda já não dá
para viver
Onze anos de terror,
de criminalidade
No país mais
desenvolvido do mundo
Atingimos o cume da
felicidade
Sem água, luz e
miséria garantida
Premiados com o
estatuto da infelicidade
Os dinheiros do
petróleo jorram
Nas catedrais das
obras góticas
No carnaval da
prostituição
Das nossas beldades
exóticas
Há quarenta anos sem
empregos
Há iguais tempos
que os aguardamos
São só para os
donos estrangeiros
E escravidão para
os nossos amos
O vulcão do
petróleo está em erupção
A calamidade
nacional está muito tensa
Querem extinguir a
imprensa privada
E estatizar a
liberdade de imprensa
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