quarta-feira, 25 de junho de 2014

31Mai-06Jun14. República das torturas, das milícias e das demolições





Diário da cidade dos leilões de escravos

31 de Maio
E esta hem! Ricardo Marques da Silva. “bom dia! Quero aqui deixar uma mensagem de apreço, a todos os rapazes e raparigas, que nestas ultimas semanas conseguiram por em prática o CENSO 2014! Por toda a simpatia e respeito demonstrados, esta geração vai fazer a diferença daqui a poucos anos! Deus queria, que o nosso mais velho, se aguente mais uns aninhos, para poder dar condições a estes jovens, para que tenham a possibilidade de se formarem com qualidade… Excelentíssimo Senhor Eng.º José Carvalho da Rocha, Ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, Excelentíssimo Senhor Dr. Camilo Ceita, Director-geral do INE, e a todos os outros da comissão técnica e subcomissões, um bem haja por todas as sinergias cridas, para um Censo histórico de elevado conhecimento e experiência! Administração da página do facebook, Portugueses em Angola.”
01 de Junho
ÚLTIMA HORA! Humor. O PR vai vender o seu palácio presidencial que será demolido – afinal estamos numa república de demolições, até o Governo será demolido - para no seu lugar erguer um condomínio de alto luxo só para milionários.
02 de Junho
Actividade bancária em Luanda. Multicaixas sem dinheiro. In Rádio Kairós.
Das 09.51 até às 10.27 fomos assaltados com mais um corte de energia eléctrica.
03 de Junho
As casas sociais construídas nos cento e trinta municípios de Angola custarão quarenta ml dólares. In Rádio Kairós.
Stefan Amaral. “Domingo (01 de Junho, às 17 na ponte molhada duas jovens foram assaltadas e baleadas sendo depois largadas no meio do lixo, uma está a recuperar a outra está em coma.” Portugueses em Angola
A jovem mwangolé, vinte e três anos de idade, há três anos que trabalha numa empresa de consultoria de um português. Devido a estar demasiado tempo sentada a trabalhar no computador queixou-se da coluna vertebral. À tarde faltou, chegou em casa com dores nas costas que não lhe permitiam locomover-se. Naturalmente que nos dois dias seguintes faltou ao trabalho. Mas logo a seguir apanhou katolotolo, mais três dias sem trabalhar. Apresentou-se ao trabalho na empresa com o devido justificativo médico. Chegada a hora do pagamento do salário mensal, os dias em que esteve doente, o português descontou-lhos. A escravidão geral está muito bem encaminhada. Dias de angústia e de desespero se esperam para os neocolonialistas.
04 de Junho
Aposto que os tugas que estão na TVCABO andam já há alguns dias a reforçar os filtros de vigilância da Net. É que parece que não, mas nota-se quando entramos nos sites porque estão a ser rastreados, porque não tem justificação o tempo de carga?
“Li” agora no jornal das sirenes: banco Millennium, em Viana, assaltado na segunda-feira, 02 de Junho. Os assaltantes carregaram com todo o dinheiro e feriram a tiro o segurança e o gerente.
Luanda. Sessenta trabalhadores da empresa ANGASES de propriedade e gestão portuguesa estão em greve, porque há três meses que não recebem. Além disso, há cerca de dois anos que os portugueses lhes retiraram o seguro de saúde e outras regalias. De notar que o manuseamento de gases é extremamente perigoso e os trabalhadores não têm nenhuma garantia de sobrevivência em caso de doença, como é o caso presente de uma trabalhadora que está com o fígado danificado e os portugueses não se interessam pelo seu estado de saúde. In Rádio Ecclesia.
O Serviço de Protecção Civil e Bombeiros de Angola informa que se evite frequentar as praias durante quinze dias, porque na costa angolana as ondas do mar chegam a três metros de altura.
05 de Junho
E agora com as Forças Armadas Angolanas, com a Polícia de Intervenção Rápida, com os Serviços Secretos e com as Brigadas Populares de Vigilância, Luanda estará finalmente a salvo da epidemia dos assaltos. Claro que isto é sol de pouca dura, porque estas forças não conseguirão os seus intentos, pelo contrário, a situação agravar-se-á porque esta intervenção não é para assegurar as vidas dos cidadãos, mas sim para proteger os interesses estrangeiros e da nomenclatura que se vê ameaçada e insegura pelo descalabro da desordem governamental. É apenas mais um prenúncio de uma espécie de guerra civil já tantas vezes anunciada. Governar é militarizar? Contra milhões de espoliados ninguém combate! Espoliar empregos é criar assaltos, ódio e morte! E o maior erro das ditaduras é este mesmo, lançar os militares nas ruas para se enfrentarem com familiares, amigos e parentes. É também o pretexto fundamental para aniquilar de vez com os notáveis opositores dos partidos políticos da oposição.
Depois não querem que os assaltos aumentem e se tornem violentos. Mas, porque é que o dono ou gestor de uma empresa – em Luanda são muitas – vai para Portugal de férias e não paga aos seus trabalhadores deixando-os a morrerem de fome? Neste caso trata-se de um jovem empresário (?) mwangolé filho de general.
Coque Mukuta, no Facebook. “A Polícia Nacional nega dar qualquer explicação sobre o alegado envolvimento de seis indivíduos à paisana, identificados como efectivos do Grupo Operativo da 32ª Esquadra da Polícia Nacional, do distrito do Kilamba Kiaxi que, nesta quarta-feira, assassinaram a tiros jovens indefesos que se encontravam no interior de uma viatura estacionada no Bairro do Golf II, em Luanda. Não é a primeira vez que a polícia é acusada de atingir mortalmente cidadãos indefesos na capital angolana.”
06 de Junho
Há por aí muita gente que se preocupa muito com a análise da informação sobre questões internacionais. E as nacionais não existem, está sempre tudo bem no país das maravilhas.
Pânico financeiro a bordo? Na empresa do filho do general, o jovem empresário sem vocação transfere o dinheiro da empresa para Portugal, e os salários dos trabalhadores não há, pois a escravatura está aí em força. Alguns trabalhadores já abandonaram o trabalho, navegando para novos mares, alegando que, «Este gajo quer matar-nos à fome!» O que chateia é a discriminação, porque os portugueses e portuguesas que lá furam, os salários caem-lhes regularmente. Que grande merda não é?! E assim se engrossam as fileiras do efectivo do exército nacional dos assaltantes. O pânico financeiro instalou-se a bordo das embarcações piratas?
Amilcar De Armando Dacena, no Facebook. “Na zunga o dóllar já disparou a 12 000 kz, para 100 usd.”
Como é possível um só homem estar em tudo e em todas as situações?
Portugueses, brasileiros e chineses por trás de mais um hediondo crime. Trezentas residências foram demolidas no bairro cinco filhos, próximo da centralidade do Kilamba. Os desgraçados dos residentes que tiveram o azar de nascer angolanos, foram abandonados na rua à nazi, sem tecto, sem nada para se resguardarem do frio que já aperta com força. Esta noite quase foram atingidos os vinte e dois graus. Imaginem as crianças que vão morrer de frio. Onde estás UNICEF? Rendido ao jorrar dos dólares dos barris de petróleo? O repórter da Rádio Ecclesia tentou saber a origem de quem ordenou o criminoso acto, mas todos se escudaram, governador da província de Luanda, administrador do Kilamba, acabando por “descobrir” que a ordem veio da presidência da República. Mais um monte de assaltos e mortes nos espreitam, mais ódio mortal se multiplica. Depois lamentam-se da criminalidade que originam. Esta porcaria já está putrefacta e com mais estes actos bestiais dificilmente escaparemos da mortandade que se prepara. Texto baseado no noticiário das 12.30 horas da Rádio Ecclesia.
Sobre a subida abrupta do dólar, uma nota de cem dólares vale 12.000.00 kwanzas, quando há pouco se cotava a 10.000.00 kwanzas, tudo indica que Angola está a ser vítima de especuladores financeiros internacionais e locais. As máfias chinesas e portuguesas estão aí em grande plano.

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