A energia
eléctrica continua no caos
A
beleza da mulher não é exterior
A
beleza está no seu interior
E
quase nada lhe é acolhedor
Porque
desaparece na réstia do amor
A
crise veio para ficar
No
cemitério da miséria nos enterrar
Da
oposição nada há a esperar
A
não ser o constante lamuriar
Os
seus presidentes não sabem olhar
Tanta
gente a orar
E
Deus a nos abandonar
Como
é possível austeridade
Sem
contabilidade
Há
tempo para viver
Há
tempo para matar
Há
tempo para sofrer
Há
tempo para chacinar
E
quando a miséria nos aliena
Isso
é a coisa mais obscena
Na
terra do quem mais ordena
Onde
a chacina nos acena
Não
há dólares para os miseráveis
Só
para aviões presidenciais
Para
fugir das coisas incontroláveis
No
beco sem saída lá vamos
No
colapso económico estamos
O
povo kioco/kalupeteca também
De
modos que não sobra mais ninguém
Se
não há dinheiro para comprar
As
empresas não vão facturar
As
portas vão fechar
E
os trabalhadores desempregar
O
colapso social vai estoirar
Está
tudo bem, diz ele
Para
a família e amigos dele
Não
se consegue trabalhar
Isto
só dá para roubar
E
trespassados pela fome acabar
Nada
mais há para assinalar
Está
na hora desta merda zarpar
Os
corruptos financiam a revolta
O
fim está próximo!
Foto:
Ermelinda Freitas
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