segunda-feira, 26 de outubro de 2015

O REI DO PETRÓLEO (13)



RCE - República dos Comités de Especialidade, algures no Golfo da Guiné.

Corrupção institucionalizada é golpe de estado e ninguém é preso. Por isso mesmo, LIBERTEM OS PRESOS POLÍTICOS!
E o espírito Fapla ainda paira sob a RCE.
A psicose dos golpes de estado continua. A seguir até as pobres vendedoras de rua serão presas sob a acusação da preparação de mais um golpe de estado. E finalmente chegará o próximo dia em que a população será encarcerada em Calomboloca sob a acusação da preparação de mais um golpe de estado.
O terror está declarado, brevemente da RCE só restará um bocado de papel amarrotado a rebolar por entre caixotes do lixo. Quatro crianças estão a ser torturadas na prisão. A uma delas já lhe rebentaram as costas pela pancadaria recebida e não lhe prestam assistência médica. Isto foi denunciado por Rafael Marques de Morais.
Depois das vinte e duas horas no zango, em Viana, foi decretado o recolher obrigatório. Um técnico de som depois de sair da Rádio Despertar foi espancado por tropas das FAA-Forças Armadas Angolanas, que depois o atiraram para debaixo dos assentos de um carro onde já lá se encontravam mais jovens na mesma condição. O director da Rádio Despertar disse que se declararam o estado de sítio o devem informar e não espancar quem sai do seu trabalho para sua casa sob alegação de que a área está sob jurisdição do recolher obrigatório.
A chacina do Monte Sume na Cadeia de Viana? Segundo a Rádio Despertar, uma reclusa da cadeia de Viana foi espancada e depois morta por electrocussão pelos guardas prisionais, porque foi apanhada com um telemóvel. Uma reclusa que denunciou a morte sob anonimato disse que já houve mais três casos idênticos, e que isso considera-se como normal.
O preço do petróleo baixou, afundou perigosamente para a barreira dos quarenta dólares. Com este preço só dá para pagar os milhares de tropas da guarda presidencial, generais e pouco mais. Já se anuncia que nos bancos está difícil levantar kwanzas, a moeda local. A bancarrota acena, estrebucha, mas para o PRVP-Partido Revolucionário da Vanguarda do Petróleo, estava tudo bem há quarenta anos a nadar no paraíso das maravilhas. O fim do sistema comunista da aniquilação, da chacina de tudo cavalgava sob a sela do Rocinante de D. Quixote. Ninguém do PRVP sabia que quando o preço do petróleo baixa perigosamente, os dólares desaparecem dos cofres do PRVP. Não havendo dólares não há importações, pois na RCE ninguém trabalha. Como uma óptima república das bananas tudo, absolutamente tudo vinha do estrangeiro. As empresas estão directa ou indirectamente ligadas ao PRVP. Então sem dinheiro não há vendas, sem vendas há falências. A RCE faliu! Empresários que vivem exclusivamente das vendas do petróleo não são empresários, são parasitas. A população morrerá à fome e devido a isto a convulsão social se agigantará e o PRPV sucumbirá, porque governar com canhões, com extrema violência significa o fim à vista.
Se na RCE até o jindungo é importado.
A RCE continuava, mantinha outra chacina – república de alcoólicos – a do álcool. Estava inundada de alcoólicos, como se isso fosse decretado, quem sabe se não o foi. Os bêbados multiplicavam-se como moscas fazendo naufragar a frágil embarcação da RCE que se afogava num mar de álcool.
“Nos termos do artigo 25, uma pessoa será culpada de crime de guerra se essa pessoa facilitar a execução de tal crime ou auxiliar, concordar ou assistir na sua execução.” “Quase todos os países do mundo reconhecem o TPI.” “A América não.” “Quem mais?” “Iraque, China, Coreia do Norte, Indonésia, Israel.” “Têm alguns países na África…” In filme The Ghost Writer, 2010. (O Escritor Fantasma)
Depois de muito lutarem para conseguirem os seus direitos mais elementares, as populações conseguiram ganhar e fazer aprovar no Parlamento o Estatuto do, Como Viver Como Porcos em Currais. Sim! A RCE transformou-se num chiqueiro para onde as populações são atiradas, abandonadas.
O comunismo destrói as nossas mentes e as nossas famílias, e é um feroz perseguidor da religião cristã.
Na RCE há duas igrejas, a dos brancos e a dos negros. A Igreja da RCE como igreja dos negros não tem nenhum valor porque evangeliza a corrupção. A Igreja da RCE está num mundo que não existe.
Ao que isto chegou, mas esperam-se dias muito, muito piores. É domingo, são vinte e três horas e na zona da Liga Africana há intenso barulho que se espalha num raio de dois quilómetros, ou mais, tal é a intensidade do bombardeio musical. Eles estão à vontade, pois só quem está ligado ao glorioso PRVP, está autorizado a fazer tais arruaças. Por incrível que pareça o som aumentou, para lembrar que a selvajaria é um facto consumado, que a miséria continua até à derrota final. É impressionante, aterrador o que as milícias do PRVP fazem. Até pouco depois da meia-noite o crime impune parou, talvez por imposição ou denúncia de alguém que precisava de dormir para depois se levantar em condições de ir trabalhar. Porque trabalho, os agentes do PRVP não sabem o seu significado, pois a palavra de ordem é enriquecer de um dia para o outro sem nenhum esforço, de acordo com as consagradas leis da corrupção.
E os mesmos métodos de 1975 continuam para impor, viver no caos, pois quem nele vive, o honesto muito dificilmente sobrevive. A solução final da pancadaria, do tiro, da tortura, do assassinato, tudo feito vulgaridade para que a lei do terror vença e o poder alcance os seus objectivos da governação das fardas da maldição. Só que os tempos já não são os mesmos daqueles da independência. A fome avança e isso é o sintoma da grande mudança.
Só se deve pensar a RCE como uma república anormal.
A maldade, a mãe da selvajaria, instituiu-se definitivamente na RCE. Todos os sinais que anunciam o fim de um regime ditatorial são bem visíveis.
E o chinês serra, martela, despedaça a RCE. Acaba com esta merda de vez.
Há quarenta anos que a RCE está em crise. Agrupados em intermináveis reuniões, falam muito, muito, mas nunca resolvem nada. Enquanto a Polícia não efectuar operações de limpeza contra a corrupção, de pouco adianta combater os marginais, porque a origem deles está na corrupção.
As brigadas do combate à pólio vacinavam as crianças apresentando um crachá em substituição das habituais camisolas, porque já não há dinheiro para comprá-las.
A Igreja vive, sobrevive da invenção dos santos e de santuários. As ditaduras vivem da destruição da democracia e dos democratas.

Os sacos com um milhão de dólares cada saíam como se fossem caça furtiva. No aeroporto internacional 4 de Fevereiro em Luanda alguém deixou esquecido um deles com um milhão de dólares. Há quem avance a proposta de que tal quantia provenha da lavagem de dinheiro para financiamento do terrorismo internacional. Realmente é muito difícil atribuir o abandono desse saco debaixo de um assento do avião, à nomenclatura que habitualmente usa esse meio para traficar dinheiro para Portugal e outros países da Europa. É de crer que esse dinheiro também seja proveniente do comércio da droga. 

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