República das torturas, das milícias e das
demolições
Diário da cidade dos leilões de escravos
Ano 1 A.A.A. Ano do Apocalipse dos Angolanos.
Angola só tem reservas líquidas para 198 dias de
importação.
Do Novo Jornal: INAC-Instituto Nacional da
Criança deve vinte e três milhões de Kwanzas, vai ficar sem seguranças.
Há cerca de dois meses que nas traseiras
da Pomobel, localizada na rua Rei Katyavala em Luanda, está difícil, impossível
dormir devido à louca algazarra e som de música de partir paredes numa
improvisada discoteca no hotel Katyavala do general Ledi. Nos dois primeiros
dias e noites até se temia que os edifícios desabassem tal era o ribombar. São algumas centenas de
moradores que estão a ser torturados, inclusive um hotel que dizem ser da mana
Isabel, com funcionários das companhias petrolíferas. Algumas vezes fomos
surpreendidos ao acordarmos às 04.30 horas devido ao som que mais parecia tiros
de canhão. As chamas do inferno de Luanda alastram-se porque já não nos é
permitido dormir. Aos poucos todos os direitos são-nos ultrajados até cairmos
na condição de escravos, aliás, já caímos. Mas como o Governo da província de
Luanda emitiu um comunicado a dizer que as festas passam a transgressões
administrativas quando não autorizadas e que os fiscais estão-lhes com os olhos
em cima, a ver vamos.
É domingo, são 04.30 horas da manhã, acordo como
se um tremor de terra sacudisse a cama, é outra vez o barulho infernal da
música que patrocinada pelo álcool mostra o inferno a que chegámos. E as portas
do inferno abrem-se. Angola nele entrou, Angola dele gostou, e dele não mais
quer sair. Angola está no local indicado. É mais uma aposta de Angola para
diversificar o inferno. Cada povo merece o que tem, o povo angolano tem o
inferno. E a classe política maravilha-se com o estado de coisas do inferno. E
acordou-se que para os políticos da deserção as portas do inferno sempre se escancararão.
E há quem apresente sugestões para que a designação oficial de Angola passe para,
república do inferno de Angola, e um comité de especialidade para festas
anárquicas será criado. E a anarquia está instituída e os seus forçados
aderentes serão identificados com um ferro em brasa com as iniciais do seu
partido. E uma nova centralidade se construiu no inferno, e logo de seguida se
constituiu o necessário comité de especialidade do inferno. E Angola aposta na
sua destruição, e quem quiser um pedaço que o apanhe para recordação. Inferno é
o que Angola chama. Sem cérebros, porque se os houvesse Angola não se abismaria
no caos económico e social, o inferno está garantido, e mais um mandato será
cumprido. O inferno de Angola é único no mundo, é exclusivo. E o inferno de Angola
exporta-se para toda a África, e os dividendos em divisas são imensos, e Angola
explora com sucesso tamanho filão. E a vida deste inferno enche-se de sorrisos
da mais doce e terna felicidade. E já mais santuários se edificam para
glorificar o seu nome: santuários do deus do inferno. À miséria e fome
chegarás, do inferno de Angola não escaparás.
Eugénio Costa Almeida e o dinheiro chinês:
“Venezuela parece que já nem a China “dá” dinheiro a Maduro. Pelo
que se pode verificar no artigo anexo os chineses estão a fechar a torneira
financeira ao Governo Bolivariano de Nicolas Maduro concebendo a ideia que
o Governo de Maduro já não aguenta nem tem capacidade financeira para se
sustentar e pagar aos credores. Não esquecer que os chineses pautam a sua
política externa e económica por nunca se imiscuírem nos assuntos internos dos
outros países na linha do que exigem para si mesmo. Ora, quando eles,
publicamente, fazem este aviso e exigem o pagamento dos empréstimos vencidos e
não liquidados sob pena de nada mais emprestarem - nem mesmo, pelos vistos, com
o habitual recurso do petróleo como garantia (e isto é um aviso sério para
outros países) - é porque Beijing reconhece que o Governo de Maduro já perdeu
capacidade política, financeira e social para se sustentar e sobreviver”.
Alerta para com os militantes do PCP-partido comunista português, que andam por aí a vender desestabilização, explico: quando se publica algo, especialmente no tocante à carência de divisas em que Angola muito dificilmente sobreviverá porque não tem produção interna e não pode contar com o petróleo, e por isso Angola endivida-se, afunda-se no abismo das dívidas, saltam logo esses militantes com acusações de que isso é alarmar e desestabilizar. Ma como se pode desestabilizar o que já está desestabilizado? Claro que pensar com uma sanita atestada de trampa na cabeça não dá. É como essa do aumento da recarga de telemóvel de novecentos para mil duzentos e cinquenta kwanzas. As pobres almas não sabem, claro que não pois se o soubessem não estariam aí na delapidação, que se baixassem o preço para setecentos kwanzas o consumo aumentaria, e que assim nos mil e duzentos e cinquenta kwanzas o consumo vai estagnar fortemente. Pois é, administrar e governar são ciências, não são penicos.
Alerta para com os militantes do PCP-partido comunista português, que andam por aí a vender desestabilização, explico: quando se publica algo, especialmente no tocante à carência de divisas em que Angola muito dificilmente sobreviverá porque não tem produção interna e não pode contar com o petróleo, e por isso Angola endivida-se, afunda-se no abismo das dívidas, saltam logo esses militantes com acusações de que isso é alarmar e desestabilizar. Ma como se pode desestabilizar o que já está desestabilizado? Claro que pensar com uma sanita atestada de trampa na cabeça não dá. É como essa do aumento da recarga de telemóvel de novecentos para mil duzentos e cinquenta kwanzas. As pobres almas não sabem, claro que não pois se o soubessem não estariam aí na delapidação, que se baixassem o preço para setecentos kwanzas o consumo aumentaria, e que assim nos mil e duzentos e cinquenta kwanzas o consumo vai estagnar fortemente. Pois é, administrar e governar são ciências, não são penicos.
Quando um partido político se enche de
fanáticos, isso não é, não pode ser, nada tem de partido político, é mais uma
seita religiosa.
Estou rodeado, assediado por trapaceiros de
todas as latitudes. Não vejo possibilidade de sobreviver numa teia dessas. O
futuro está muito ardiloso, há que procurar outras aragens, perecer nesta selva
não. Há que salvar a família e conduzi-la para porto seguro. Como é que isto
vai melhorar se a cada dia está a piorar.
Para o doutoramento em hipocrisia, sem dúvida
alguma que a Igreja é a melhor universidade, pois nesta matéria os seus
professores são competentíssimos.
E assim esta desgraça vai andando, com a miséria
e a fome aumentando. E em todas as áreas de actuação, os governantes dizem que,
“ o nosso trabalho é sempre positivo.”
Será que Angola está como está, na miséria e na
fome por ter demasiados doutores?
E pouco mais falta para que isto fique como os
guardas da revolução do Irão.
Que fazer destes povos que passam a vida a
lamentar-se, à espera de alguém… de algo que resolva os seus problemas, como
por exemplo o de atirar lixo acompanhado de água de diversas lavagens com
restos de comida onde as moscas pastam à vontade em completa liberdade livres
da repressão governamental, criando vectores epidémicos. Por mais que se lhes
explique as regras de higiene e limpeza e as mais elementares mornas de conduta
social, não ligam, riem-se, não querem saber de nada. São muito teimosos a
pender para o lado negativo, claro que viver assim faz a vida efémera, depois
sempre os mesmos lamentos, “isto é feitiço que me fizeram.” Depois vem a barulheira
infernal da música, não se pode conseguir o que é muito importante, dormir,
logo vem a tortura do não se poder pensar, e sem isso não há futuro, mas quem
pensa nisso se os sinos dobram amiúde a finados.
Quando o repórter da Rádio Despertar, no
bairro do fortim, na localidade da Funda, no Cacuaco, perguntou à menina de
onze anos se ela ainda não comeu nada, se está com fome, ela respondeu que “ o
meu pai não trabalha, a mãe está doente, demoliram-nos a casa” e o repórter
pergunta-lhe se ela ainda não comeu, se não tem nada para comer, e ela começa a
chorar, naquele choro sincero de criança que não entende o porquê dos homens
maus abandonarem as crianças à morte, sim, como são indefesas, a monstruosidade
humana está sempre presente, como num festim de feras.
No bairro do fortim foram muitas casas demolidas
e hoje, 23 de Setembro de 2016, chuva fraca caiu na zona de mais sequestrados
de Angola… são aos milhares, em breve serão, ou já são?!, aos milhões. Outro morador vítima da demolição confessou
que os militares não deixam retirar nada das casas que são demolidas mesmo
assim com tudo lá dentro e que as pessoas são torturadas.
Angola está assim numa crise que diariamente se
acentua, Angola está no ano do apocalipse dos angolanos. E a crise vai piorar,
muito, muito porque nada se faz para a debelar. Como se a economia de um pais
se resolvesse com discursos, com palavras em que já ninguém acredita em falsas
promessas. E as crianças sempre as principais vitimas, viverão abandonadas
porque não há nada nem ninguém com o menor interesse em as salvar do apocalipse
angolano.
Imagem: www.extraterrestreonline.com.br
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