Ano da
diversificação da economia da corrupção.
República
das torturas, das milícias e das demolições
Diário
da cidade dos leilões de escravos
De Março até 13 de Abril de 2017 já lá vão 250
horas de cortes no fornecimento de energia eléctrica. A desumana governação não
se impressiona, creio que não tem noção do que isso é. Já há vários dias que
abandonei o meu frigorífico pois não tem nenhum préstimo. Sem energia eléctrica
e com o calor que faz não se podem comprar frescos pois não há onde os
conservar. Entretanto os minimercados estão às moscas. Empresas domésticas eram
uma vez. No fundo isto é um acto criminoso, mas como isto é Africa, é o deixa
andar como se não existisse país. As únicas duas coisas que funcionam, MISÉRIA
E FOME.
E o maquinista da obsoleta e desgraçada locomotiva
leva a população à procura de folhas das árvores e sementes para comerem. A
fome vencerá.
“O
ritmo do dia-M era mantido nas cidades subterrâneas de Minerva pelo simples
obscurecimento da iluminação das ruas e avenidas e outros lugares públicos das
Cinco Cidades. A maioria dos minervanos observava as convenções de noite e dia
por razões óbvias, e práticas. Mas, independentemente da necessidade de
trabalho por turnos, ou do sistema de vigilância dos geradores atómicos, das
centrais de reciclagem, das centrais hidropónicas, do vasto sistema de
ar-condicionado e outras unidades de apoio de vida que tinham de ser operados
continuamente, havia alguns minervanos que preferiam inverter o condicionamento
natural e viviam de noite. Eram na maior parte poetas, artistas, descontentes
sociais – como Idris descobriu. Na Terra, em determinada altura,
chamar-lhes-iam marginais”. (O Décimo Planeta, de, Edmund Cooper, 1973. In
Colecção Argonauta 28.)
Do
dicionário Houaiss: Psicopatia, distúrbio mental grave em que o enfermo
apresenta comportamentos antissociais e amorais sem demonstração de
arrependimento ou remorso, incapacidade para amar e se relacionar com outras
pessoas com laços afetivos profundos, egocentrismo extremo e incapacidade de
aprender com a experiência.
Não resisti quando vi uma caixa de
fósforos fabricada em Moçambique, e perguntei-me porque não se vê fósforos
fabricados em Angola? E copei para aqui o que estava escrito na caixa de
fósforos do Índico: 40 Fósforos. PALA PALA. (Com imagem de uma palanca.)
Fosforeira de Moçambique Lda. Parcela 201, Matola.
Novo
Jornal 11/04/2017 O jornalista Carlos Alberto, da rádio Luanda Antena Comercial
(LAC), acusa o director de informação da emissora, José Rodrigues, de o ter
despedido sem justa causa, como retaliação pelo facto de se ter recusado a
"censurar" matérias e a cumprir orientações partidárias: "Tinha
de falar bem do MPLA".
O
BD-Bloco Democrático, é um partido pequeno, mas creio que é o único partido
sério e honesto que existe em Angola, isso faz dele um partido muito Grande.
“É
lógico que os partidos da oposição credível sabem que, serão prejudicados pela
actuação fraudulenta do partido da situação, se unam nessa batalha com todas as
suas forças para evitar que as eleições se transformem num espetáculo ridículo,
promotor de pseudodemocracia. Os sinais devem ser dados desde já e em
associação com todos os cidadãos que já perceberam que as eleições são o
momento da sua soberania e os partidos políticos, seus meros intermediários.
Dizer que as eleições estão ganhas pelo partido da situação por fraude é atirar
a toalha ao tapete”.
(Filomeno Vieira Lopes. Membro da Comissão
Política do Bloco Democrático e Coordenador do Gabinete Eleitoral)
E o sonho/pesadelo que tive, que ia a acompanhar
um doente com destino ao hospital Américo Boavida: A entrada está ladeada de
capim e o solo está abandonado, como se há muito tempo não fosse cuidado. Tem
as vigas e pilares mais nada. Viramos à direita e entramos num pátio nas mesmas
condições. O estado de abandono manifesta-se. Quando o doente sai da ambulância
de uma maca em perfeitas condições, é deitado noutra que parece retirada do
lixo. Tem alguns buracos remendados e outros com ferrugem. A degradação do
ambiente parece um filme daqueles de um hospital do terror, onde os doentes
entram e saem de lá mortos, nenhum escapa. Claro que fiquei confuso por ter um
sonho/pesadelo assim.
Mas não é tudo porque também tive outro
sonho/pesadelo com a ENDE, a tal empresa nacional de destruição de
eletricidade. Sonhei que a albufeira da barragem de Lauca encheu, encheu até
transbordar, tudo alagar. Os trabalhadores morreram afogados, mas os fantasmas
ou os espíritos deles continuam a trabalhar, isto é, ligam e desligam os
circuitos de abastecimento, é por isso que estamos constantemente com cortes
anárquicos a qualquer hora do dia e da noite.
O multicaixa do banco Millennium-Atlântico na zona
da sede da Angop em Luanda esteve mais de uma semana sem dinheiro, alegando que
estava sem sistema. Mas em vários multicaixas também não havia dinheiro. Quando
não há dinheiro aparece o esquema do sem sistema. Alguém comentou que o
governador do BNA ordenou a redução da massa monetária em circulação para fazer
baixar o câmbio das divisas nas ruas. Pessoalmente creio que é uma invenção
porque a verdade é que não há dinheiro. Há-o sim senhor mas sempre nas mãos dos
mesmos.
O actual M conduz Angola para o famigerado beco
sem saída, para o também famigerado conflito que espero não seja de grandes
proporções. A verdade é que o M ao abandonar a população e com o envolvimento
dúbio da Igreja e das igrejas, uma espécie do reviver Ruanda muito parece
inevitável porque a Igreja e as igrejas intrometem-se demasiado nas eleições e
isso nunca acaba bem, tem acabado sempre muito mal.
Entreguei o meu curriculum vitae (CV) a uma
vizinha que me garantiu que sabia de alguns colégios que estavam aflitíssimos
com a sua contabilidade. No texto mencionei a minha actividade profissional por
ordem cronológica. Mas o marido dela viu-o, leu-o e disse-lhe para ela que, “
não é assim que se escreve um CV, vou-lhe ensinar como se escreve.” Mais um de
um comité de especialidade do M, pensei. Estava para lhe escrever a resposta
mas escusei-me, pois não devemos escutar gente idiota e temos que fingir que
não os vemos. Mas quando dois dias depois me encontrei com a sua esposa
narrei-lhe o acontecido com um amigo meu no tempo, salvo erro, do general
Venâncio Deslandes, governador-geral de Angola. O meu amigo estava indicado
para chefe de gabinete do general, mas a perfídia rondava-o no grupo dos que
queriam apanhar-lhe o lugar a qualquer custo, não se importando com o fabrico
traiçoeiro de injúrias que faziam chegar ao general tais como, “ele não tem
habilitações literárias suficientes, ele é incompetente, não sabe trabalhar,
não sabe escrever um CV.” Então, o general cansado de os ouvir chamou-os ao seu
gabinete e começou por perguntar-lhes: “ Esse homem tem habilitações literárias
suficientes para o cargo ou não?” E eles responderam, “Tem sim meu general.” E
o general continua, “ ele é competente e sabe trabalhar?” Ao que eles
responderam, “sim, meu general, ele é competente e sabe trabalhar.” Então o
general dá-lhes o pontapé de despedida, “então nomeiem-me esse homem, porque o
que eu preciso é de homens competentes, que trabalhem e que saibam trabalhar!”
Creio que é de homens assim que faltam em Angola. Talvez um dia eles apareçam.
Não há crise económica devido à baixa do preço do
petróleo, o que há é crise da corrupção, pois onde ela existe em força não é
possível falar de economia. A governação não conseguiu adaptar-se aos tempos
modernos. Refugiando-se no marxismo-leninismo e corrompendo a Igreja e as
igrejas afastando-se da população, coisa que alguém inventou pois isso há
dezenas de anos que não existe, ou finge-se que existe. Mas há duas coisas que
provam a sua existência, a miséria e a fome. Os portões do castelo da
governação tombarão pela força das circunstâncias.
Sim, a miséria e a fome são os alimentos das
almas.
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