segunda-feira, 17 de julho de 2017

DESTRUIR TAMBÉM É UMA ARTE



República das torturas, das milícias e das demolições

Diário da cidade dos leilões de escravos

 

Sim, destruir também é uma nobre arte. Assim o afirmam os destruidores de tudo, incluindo as nossas vidas. Convém notar que também se destaca muito bem a actividade de destruir o outro, tornando-se assim o elemento chave da destruição física ou não. O jogo da intolerância encaixa-se muito bem nisto porque quando o diálogo não funciona devido à fraqueza do intelecto, a intolerância salta para fora com força em cima do outro. Pois, ser intolerante é a disciplina principal que nos causa muito mal. Tal uso sistemático de destruir é o principal pilar que sustenta a desgraça, a escravidão, a miséria e a fome que são os filhos da destruição.

Povo abandonado é povo renegado. 

Sonhei que estava preso. Na prisão declarava a todo o momento que fui preso por engano mas ninguém me dava atenção. Insistentemente perguntava qual era a acusação, mas também ninguém me respondia. Parecia que eram todos surdos e mudos. Mais tarde alguém foi ter comigo e disse-me que fui preso por engano. Que seria imediatamente solto o que aconteceu. Foi-me apresentado um pedido de desculpas. Ainda no sonho, declarei em gritaria que, Angola para mim acabou!!!, não quero mais ouvir esse nome. Amigo leitor, não é difícil de imaginar quando acordei com tal pesadelo bem fresco ainda a pesar-me na mente. O chato é que se parece com uma coisa tão real que é passível de nos acontecer.

Ao que chegámos! Por incrível que pareça, os “governos” democraticamente eleitos são os garantes da instabilidade política, económica e social. É que os ardilosos conseguiram o disfarce da frágil capa da democracia.
Sobretudo, seja um indivíduo culto, esforce-se, pois sem isso o futuro é-lhe muito incerto, leia o Jornal de Angola.
E os aventureiros das guerras vão deixando, vão semeando cadáveres pelos campos. É isto que agora se chama agricultura.
E a literatura do petróleo está bem servida, guarnecida pelos génios escritores, poetas e outros campos de prospecção petrolífera/literária, pois, sem petróleo jamais existiria tal imensidão de génios ligados às artes.
Há homens que fundam a democracia, outros afundam-na.
Não será nada mau se em Angola existirem dois ou três democratas.
Por mais que se tente evitar a escalada da desgraça angolana, Angola não é igual nem melhor que os outros países africanos mergulhados na debandada dos seus povos como errantes, como farrapos humanos.

Há mais de quarenta anos que o governo está em testes, e até agora não passou em nenhum, e parece que nunca vai passar, porque comete sempre os mesmos erros. Quem no erro reincide nada decide e sempre na mesma aposta apostar é delirar.

Não dá mesmo viver com um povo prisioneiro da feitiçaria. Não, não é possível.

Implementar a corrupção é a chave para a diversificação/desertificação da economia.

Aqui nunca há descanso porque todos os dias são o inferno.

Há constituições que são como uma casa muito bonita por dentro, mas por fora cai aos pedaços, vai desabando.

Aqui vive-se como se estivesse numa sessão de tortura numa prisão.

Uma coisa notável que tenho visto é a fuga generalizada do pessoal à responsabilidade. Assumem os compromissos mas muito raramente os cumprem. Sempre de cabeças no ar, os únicos compromissos que assumem são os da feitiçaria. Povo na feitiçaria é epidemia, é razia. Assim não dá para se safarem, e como já é demasiado tarde para o fazer, é óbito que vamos ter.

Seguindo o exemplo de África, Angola também aposta na produção da fome: Cerca de 38% das crianças angolanas apresentam malnutrição crónica.” Mas acredito que seja o dobro.

… coincidiu com a recepção de um email onde nos era apresentada publicidade de um casting, imaginem os nossos leitores, um casting para a escolha de candidatas e candidatos que participem na "1ª edição do concurso Miss e Mister Literatura Angola"... !!! Inqualificável? Absurdo? Inacreditável? Não. Entre nós, tudo é possível... Como escrevemos atrás, há fronteiras que têm de ser urgentemente delimitadas. Há urgência em pôr um travão em desmandos como o atrás contado. Angola não é esta gente nem pertence a estes espécimes, cuja actividade cerebral não é certamente igual à da esmagadora maioria da nossa população. (Editorial, In Novo Jornal 07/07/17)
Entretanto Angola, África, ardem. Por incrível que possa parecer a África só serve para saquear, não serve para mais nada, e as elites políticas são um desastre. Isto não é nada de novo, toda a gente sabe, mas nunca é demais lembrar, a desgraça anunciar.
Quando as igrejas se intrometem na política como entidades privilegiadas, e Angola tem muito disso como se fosse tradição. O país retrocede mostrando as nuvens brumosas do passado da corrupção inquisitorial.
E o mais preocupante que pode acontecer a um país, é as igrejas servindo-se do nome de Deus e de Jesus, manobrarem os políticos para conseguirem algo em troca. Isto é o que se pode chamar de divina corrupção. Pois, é a diversificação/desertificação da economia angolana. 
Oh! Oh! Oh! Como é assustador ver os jovens fugirem de África, mas é bom confessar que não fogem de África, fogem do inferno sem esperança sem liderança, fogem do continente do presente sem futuro, do agigantar dos problemas sem solução. Os tagarelas não resolvem, não decidem nada, incitam à desordem, criam a violência no enxame africano, como se fosse uma milenar maldição.
Então a África vive e vai vivendo de doações como se fosse lei aprovada por um parlamento. Ah! África sempre de celeiros vazios. E não se avista algo que ponha fim a isto. Portanto, em África nada melhora, tudo piora.
Esclarecimento: fome também é guerra, por isso não adianta falar que estamos em paz, que a guerra acabou, etc.
Quando se mistura política com comércio… estamos em Angola.
Mas cavam-se tantas sepulturas para quê?, para quem? Não se preocupem porque em breve verão satisfeitas as suas preocupações.
“Nos Camarões, damos alguns exemplos, e na Nigéria recordam certas mulheres que dirigiram migrações, fundaram e conquistaram reinos. Ainda permanecem na galeria dos heróis nacionais. No antigo Ruanda, a mãe do Mwami, a «Umu-Gabe-Kasi», era corresponsável no governo. São famosas as rainhas Jinga de Angola, Anima dos Haussas, Aura Pokú de Bule, Lovedu na África do Sul, a rainha viúva de Baganda e as celebradas amazonas do Benim, temíveis guerreiras que se lançaram em guerras de conquista e resistência, apesar de os monarcas do país costumarem exercer tiranias extremas. A «Mafo» dos Bamiliké era considerada mulher-chefe. Entre os Bemba, a «Caudamukulo», parente uterina mais velha do rei, gozava de grande poder político; fazia parte do conselho dos anciãos e regia numerosas aldeias. No reino Ngoyo, Cabinda, as princesas gozavam de estatuto especial. Eram livres na escolha do marido, que não podia recusar, pois passava à condição de semiescravo; saía sempre guardado à rua. Em Angola, como em outros países bantus, encontram-se mulheres-chefes. Assim as Sobasmmaholo e as Muangana luenas; também aparecem com frequência entre lundas e ksokwes. Os cuanhamas recordam as rainhas Nekoto e Hanyanha.” (Cultura Tradicional Bantu. Pe. Raul Ruiz de Asúa Altuna. Edições Paulinas.)


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