República das torturas, das milícias e das
demolições
Diário da cidade dos leilões de escravos
Sim, destruir também é uma nobre
arte. Assim o afirmam os destruidores de tudo, incluindo as nossas vidas.
Convém notar que também se destaca muito bem a actividade de destruir o outro,
tornando-se assim o elemento chave da destruição física ou não. O jogo da
intolerância encaixa-se muito bem nisto porque quando o diálogo não funciona
devido à fraqueza do intelecto, a intolerância salta para fora com força em
cima do outro. Pois, ser intolerante é a disciplina principal que nos causa
muito mal. Tal uso sistemático de destruir é o principal pilar que sustenta a
desgraça, a escravidão, a miséria e a fome que são os filhos da destruição.
Povo abandonado é povo
renegado.
Sonhei que estava preso. Na
prisão declarava a todo o momento que fui preso por engano mas ninguém me dava
atenção. Insistentemente perguntava qual era a acusação, mas também ninguém me
respondia. Parecia que eram todos surdos e mudos. Mais tarde alguém foi ter
comigo e disse-me que fui preso por engano. Que seria imediatamente solto o que
aconteceu. Foi-me apresentado um pedido de desculpas. Ainda no sonho, declarei
em gritaria que, Angola para mim acabou!!!, não quero mais ouvir esse nome.
Amigo leitor, não é difícil de imaginar quando acordei com tal pesadelo bem
fresco ainda a pesar-me na mente. O chato é que se parece com uma coisa tão
real que é passível de nos acontecer.
Ao que chegámos! Por incrível que pareça, os
“governos” democraticamente eleitos são os garantes da instabilidade política,
económica e social. É que os ardilosos conseguiram o disfarce da frágil capa da
democracia.
Sobretudo, seja um indivíduo culto, esforce-se,
pois sem isso o futuro é-lhe muito incerto, leia o Jornal de Angola.
E os aventureiros das guerras vão deixando, vão
semeando cadáveres pelos campos. É isto que agora se chama agricultura.
E a literatura do petróleo está bem servida,
guarnecida pelos génios escritores, poetas e outros campos de prospecção
petrolífera/literária, pois, sem petróleo jamais existiria tal imensidão de
génios ligados às artes.
Há homens que fundam a democracia, outros
afundam-na.
Não será nada mau se em Angola existirem dois ou
três democratas.
Por mais que se tente evitar a escalada da
desgraça angolana, Angola não é igual nem melhor que os outros países africanos
mergulhados na debandada dos seus povos como errantes, como farrapos humanos.
Há mais de quarenta anos que o
governo está em testes, e até agora não passou em nenhum, e parece que nunca
vai passar, porque comete sempre os mesmos erros. Quem no erro reincide nada
decide e sempre na mesma aposta apostar é delirar.
Não dá mesmo viver com um povo
prisioneiro da feitiçaria. Não, não é possível.
Implementar a corrupção é a chave
para a diversificação/desertificação da economia.
Aqui nunca há descanso porque
todos os dias são o inferno.
Há constituições que são como uma casa muito
bonita por dentro, mas por fora cai aos pedaços, vai desabando.
Aqui vive-se como se estivesse numa sessão de
tortura numa prisão.
Uma coisa notável que tenho visto
é a fuga generalizada do pessoal à responsabilidade. Assumem os compromissos
mas muito raramente os cumprem. Sempre de cabeças no ar, os únicos compromissos
que assumem são os da feitiçaria. Povo na feitiçaria é epidemia, é razia. Assim
não dá para se safarem, e como já é demasiado tarde para o fazer, é óbito que
vamos ter.
Seguindo o exemplo de África, Angola também
aposta na produção da fome: Cerca de 38% das crianças angolanas apresentam
malnutrição crónica.” Mas acredito que seja o dobro.
… coincidiu com a recepção de um email onde nos
era apresentada publicidade de um casting, imaginem os nossos leitores, um
casting para a escolha de candidatas e candidatos que participem na "1ª
edição do concurso Miss e Mister Literatura Angola"... !!! Inqualificável?
Absurdo? Inacreditável? Não. Entre nós, tudo é possível... Como escrevemos
atrás, há fronteiras que têm de ser urgentemente delimitadas. Há urgência em
pôr um travão em desmandos como o atrás contado. Angola não é esta gente nem
pertence a estes espécimes, cuja actividade cerebral não é certamente igual à
da esmagadora maioria da nossa população. (Editorial, In Novo Jornal 07/07/17)
Entretanto Angola, África, ardem. Por incrível
que possa parecer a África só serve para saquear, não serve para mais nada, e
as elites políticas são um desastre. Isto não é nada de novo, toda a gente
sabe, mas nunca é demais lembrar, a desgraça anunciar.
Quando as igrejas se intrometem na política como
entidades privilegiadas, e Angola tem muito disso como se fosse tradição. O
país retrocede mostrando as nuvens brumosas do passado da corrupção
inquisitorial.
E o mais preocupante que pode acontecer a um
país, é as igrejas servindo-se do nome de Deus e de Jesus, manobrarem os
políticos para conseguirem algo em troca. Isto é o que se pode chamar de divina
corrupção. Pois, é a diversificação/desertificação da economia angolana.
Oh! Oh! Oh! Como é
assustador ver os jovens fugirem de África, mas é bom confessar que não fogem
de África, fogem do inferno sem esperança sem liderança, fogem do continente do
presente sem futuro, do agigantar dos problemas sem solução. Os tagarelas não
resolvem, não decidem nada, incitam à desordem, criam a violência no enxame africano,
como se fosse uma milenar maldição.
Então a África vive e
vai vivendo de doações como se fosse lei aprovada por um parlamento. Ah! África
sempre de celeiros vazios. E não se avista algo que ponha fim a isto. Portanto,
em África nada melhora, tudo piora.
Esclarecimento: fome
também é guerra, por isso não adianta falar que estamos em paz, que a guerra
acabou, etc.
Quando se mistura
política com comércio… estamos em Angola.
Mas cavam-se tantas
sepulturas para quê?, para quem? Não se preocupem porque em breve verão
satisfeitas as suas preocupações.
“Nos Camarões ,
damos alguns exemplos ,
e na Nigéria recordam certas mulheres que
dirigiram migrações, fundaram e conquistaram reinos .
Ainda permanecem na galeria
dos heróis nacionais .
No antigo Ruanda, a mãe
do Mwami, a «Umu-Gabe-Kasi», era
corresponsável no governo . São famosas as rainhas
Jinga de Angola , Anima dos Haussas, Aura Pokú de Bule ,
Lovedu na África do Sul , a rainha
viúva de Baganda e as celebradas amazonas do Benim, temíveis guerreiras que se lançaram em
guerras de conquista
e resistência , apesar
de os monarcas do país
costumarem exercer tiranias
extremas. A «Mafo» dos Bamiliké era considerada mulher-chefe. Entre
os Bemba, a «Caudamukulo», parente uterina mais
velha do rei ,
gozava de grande poder
político ; fazia parte
do conselho dos anciãos
e regia numerosas aldeias . No reino Ngoyo, Cabinda ,
as princesas gozavam de estatuto especial . Eram livres
na escolha do marido ,
que não
podia recusar , pois
passava à condição de semiescravo; saía sempre guardado à rua .
Em Angola , como
em outros
países bantus, encontram-se
mulheres-chefes. Assim as Sobasmmaholo e as Muangana luenas; também
aparecem com frequência entre lundas e ksokwes. Os cuanhamas recordam as rainhas Nekoto e Hanyanha.” (Cultura Tradicional Bantu. Pe. Raul Ruiz de Asúa Altuna. Edições
Paulinas.)
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