«Tudo é uma simples exibição e uma abominável hipocrisia, de todos
os partidos, em
todas as épocas, com
todos os governos;
quando estão fora,
lutam por entrar;
quando dentro,
lutam por não
ser postos
fora...» In Daniel Defoe (1660-1731)
Ainda existem reinos que por vontade própria regressam, vivem, revivem,
convivem voluntariosos na política da Idade Média.
CAPÍTULO IX
ARQUITECTURA
«No conjunto, a realidade é que a maior parte das terras
agrícolas do país
é utilizada como reserva
de valor, por
grandes proprietários
que preferem imobilizar
grandes áreas
e esperar que
se valorizem por efeito
de investimentos públicos
e privados de terceiros,
do que desenvolver
actividades produtivas. Esta situação é em geral mal disfarçada pelo que se tem chamado pudicamente
de "pecuária extensiva".»
Epok barafustava-se, falava, monologava: Iletrados, incultos é o que
são. Não conseguem fazer
nada que
se aproveite. Mas estão sempre a reivindicar.
Dizemos para trabalharem, respondem que não há trabalho. Nos
vice-reinos há muito trabalho.
Dizem que não
há condições. Se calhar
querem um palácio com
piscina como
condições.
Epok travou o monólogo, porque lhe veio mesmo de propósito à lembrança
um documento que
o marquês dos Analfabetos
lhe enviara referente
a um estudo
feito por
futuras arquitectas. O marquês alertara-lhe:
- Epok! Vê isto… estamos a formar analfabetos. Este reino está
desgraçado, é obra de analfabetos.
Abanaram as cabeças desgostosamente. O texto
dizia o seguinte:
(Caro leitor, este texto é verídico. Ilustra bem como vai o nosso
ensino.)
INTRODUÇÃO
«A partir de 1975, de semana
a semana, dia
a dia, a capital
Luanda vai e nascer, de modo
avassalador, o número
de utentes das suas, hoje, devassadas corroídas infras – estruturas. Montadas para servir pouco mais de 400 mil
pessoas. Hoje
positivamente a rebentar
pelas custaras, a cidade de Luanda é
vitima de todas as erosões possíveis.
Quando começarem a manifestarem – se, na pele
da grande cidade
Africana, as primeiras feridas preocupantes. Já
passaram, pois muitos
anos, os quais
Luanda não cessou de e nascer
e de receber gente,
gente, mais
gente, sempre
mais gente.
Um fenómeno visceral de guerra. Depois
das eleições de 1992, nova onda de
Deslocados, Refugiados, Mutilados homens
e mulheres, com
as suas crianças,
Camponesas, Operários, funcionários, Militares
tresmalhados do Norte,
Centro e Sul
do País.
DESENVOLVIMENTO
Urbanização é o acto ou efeito do terror
urbano ou
citadino, isto
é de transformar em cidades. A palavra
« Urbanização » designa especificamente da área
que ocupam, quem
no seu número,
quer na quantidade
de pessoas que
consagram.
Luanda é uma cidade apesar de tudo,
estóica, lutadora, perseverante. As suas
infras – estruturas estripadas, são ainda as
mesmas de 1974 quando a cidade acolhia cerca
de 400 mil almas.
As mesmas! E os novos musseques, nas
imediatas periferias são, agora, de betão! Construções
ao Deus Dora, numa impressionante
sequência de sofreguidões improvisas e
clandestinidades com clandestinidade humana. Há edifícios
de apartamentos cuja
infra – estrutura comporta,
na totalidade, fossas
sépticas! Edifícios com
uma média de 7 apartamentos
por cada
andar. Os rebentamentos em
canalizações agudizam, no quotidiano de
Luanda, o problema da rede de esgotos,
talvez o mais
sério de todas.
A deterioração dos edifícios
comercias e residências do centro de Luanda e não
só, rapidamente invadida por gentes dos
musseques periféricos até mesmo de outros pontos
do país. Aos poucos,
este cenário
altera – se porém, edifícios
como o velho
Hotel e outras estão irreconhecíveis. Outros
imóveis, entretanto,
conheceram cuidados de manutenção ou
foram beneficiados.
Luanda-SUL
Luanda vai crescer para
sul, com os nossos bairros,
mais casas
para habitação.
A empresa provincial
de projectos em conjunto
com uma multinacional,
será o embrião de uma empresa
mista ( dotada de regime
especial aduaneira
fiscal e cambial ) que
deverá acompanhar outras iniciativas
da “Revitalização” urbana de Luanda.
No entanto a nova
urbanização “Luanda Sul” uma inovação
se desenha na construção
das casas sociais
vão participar
( mão de obra
) as culturas utentes das novas urbanizações. Muitos
jovens poderão iniciar
– se deste modo os operários
ou artifícios
no ramo da construção
civil.
No que toca
as “casas e económicas” com base no programa distribuímos o talhão entregamos. Projecto e
o usufrutuário passa
imediatamente à construção
da casa.
Por onde se estende essa nova
urbanização?»
Estende – se para sul
da cidade Luanda. O programa
este dividido em
3 partes, 3 segmentos
onde novos
bairros serão
implantados:
1. É a plataforma que sai do Bom
Jesus o bairro de Viana e vai por Benfica, até
a zona do Golf. Será a vertente
das casas de renda
alta. Para gente com recursos. Venderão os terrenos,
ai! em direito
de superfície.
Varre – se qualquer possibilidade
de especulação imobiliária…
(E Epok enraiveceu-se com a interminável senda analfabética… há estudantes do quarto ano de
medicina que não sabem definir o que é a SIDA.)
De forma absoluta.
Com o dinheiro
que irão arrecadar
( na venda dos direitos
de superfície ) criarão imfras – estruturas nessa vertente (
casas de renda
alta ) e também
nas zonas destinadas aos Bairros sociais.
Respectivamente na zona
frontal ao Golf na vertente
Camama e na zona de Viana 2.
O LIXO
Tudo não passa
de uma grande lixeira.
Uma lixeira de palavras
prometendo acabar com
o lixo numa cidade
cheia de lixo.
Foram precisos muitos
anos para finalmente compreender e passar a respeitar o lixo. É tudo
uma lixeira numa cidade
que já
foi tida como a pérola
da África. Pelo menos
é o que dizem algumas pessoas.
O lixo reina
em Luanda, a Capital
do lixo.
Dever – se – á criar um
contexto apropriado
para que se
atinja a vitória: criar –
se condições para
que as pessoas
se citam motivadas a desencher a capital e como
consequência produzir – se menos
lixo, reformar
– se a rede dos esgotos
para que depois das chuvas
não haja águas
acumuladas. Arranjar
– se formas de diminuir
o excesso de areia
que transformam – se em lama sempre que
chove.
Também envolver – se mais
as Comunas e os Municípios
de Luanda nesta tarefa? Uma tarefa pesada quando divide por
muitos torna
– se leve, quando
estes muitos
têm meios e o conhecimento
de como fazem a tarefa
o resultado só
pode ser bom.
Nos mercados tem chovido, para além das pequenas varri delas feitas
pelas vendedoras, campanhas de limpeza, com vista a conterem – se as monumentais
quantidades de lixo
existentes dentro e arredores
dos mercados. Cada
vendedor é que
tem de limpar o seu
sitio todos as manhas,
antes de montar
as barracas na sua
área de trabalho.
As quantidades de lixo aumentam, as vendedoras continuam sem saber aonde depositar a imundice que produzem, principalmente
as proprietárias de barracas de comidas e bebidas
( latas e garrafas
).
Para que haja uma nova urbanização é necessário
que
haja uma analise baseada na
simbiótico ( conjunto de ideias e emoções – representações
– utilizadas na comunicação entre os seres
e na exposição de ideias.
Os aviões saídos
de vários países
pausam no aeroporto “ 4 de Fevereiro”, em
Luanda, despejam constantemente médias e pequenos
comerciantes em
busca de negócios
rápidos.
Em Luanda, hoje praticamente,
pode comercializar-se um pouco de tudo,
de muitíssimas coisas. E como a necessidade,
em qualquer
parte, aguça o engenho,
não há “negócios”
que em
Luanda não se façam. Mesmo assim, o
tradicional comércio geral, com pequenas lojas,
outrora espalhados pela
cidade, está longe
de um progresso
em
força. Lojas
de vestuários algumas, sim. De porta aberta no coração
de Luanda. Abundam, isso sim, as panelazitas. E os pequenos
restaurantes. Como
quem que
seja, há uma grande distância
ética entre
as que fogem negócio
a pensar, também,
no que é importante
a nutrição e a saúde
das pessoas, e os que
simplesmente chegam a Luanda dispostas a
sacudir a “arvore das patacas”
da nova era.
Sem claro
estar, olharem a meios.
Deste aspecto Luanda é um
verdadeiro lodaçal.
CONCLUSÃO
«Luanda – Sul é um
programa de desenvolvimento
urbanístico que visa
descongestionar o caso
Urano da Província.
Programa de novos
bairros residências.
Luanda está hoje prensada por uma grande rede de musseques de balão:
não houve, nestes anos
todos. A passibilidade de acompanhar
de uma forma a construção
de moradias. O resultado
é este: musseques de betão! Quando,
noutras partes do mundo
são Bairros
de lata – chaparias, entabuados e outros matérias,
facilmente remov´veis. Mas, se dizermos
as contas, concluiremos que a construção clandestina, em
betão, fica tão
onerosa como se a obra
surgisse em terrenos
urbanizados a rigor. Com
o programa Luanda – Sul
vamos, pois, começar a fazer as casas de uma
forma ordenada.
Vamos meter na ordem
a construção, isto
é fundamental numa metrópole
com 3 milhões
de almas.
Ih! Ih!
Ih! Que
grandes mussequeiras. Ah! Não tenho nada que ver com isto. São assuntos do
rei. Ele
prefere estes futuros
quadros à sua
volta. Afinal
para bem reinar,
é necessário que
ninguém tenha acesso
à informação. Isso
é perigoso. Abrem os olhos depois é
o fim. Desdenhou
Epok.
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