Quando
somos maravilhosos, os dias também o são. Perante tanta imperfeição humana,
resta o amor, que nos une até à eternidade. Não compreendo como nós humanos
vivemos tão ausentes, tão desconsolados, como se perdidos num deserto. Mas,
resta-nos sempre um rosto feminino angelical que nos convida, nos impulsiona,
nos revive o doce amor.
Perseguimos
a perfeição, isto é, o amor. É por isso que tentamos ser felizes, mas
frequentemente esquecemo-nos dos anseios da Natureza, isso sim, é onde reside a
vida, o nosso destino e o amor. Sim, alguém sincero é como a Natureza de uma
mulher que se ama, como o pulsar de um profundo sentimento correspondido.
Ó
princesas acasteladas nas montanhas das nuvens das vossas ameias. Libertem-me
desta ditadura, deste dragão que me usurpou o trono principesco. Ah! Como
desfaleço nesta jangada desfeiteada há quase quarenta e dois anos não renovada,
à deriva. O meu olhar perde-se neste lugar. Mas, eis que desperto, ávido de
forças, sinto finalmente o Sul arrastar o vento deste Norte sem liberdade.
Raramente
vejo passar a brisa diária que me rodeia, e a marítima adivinho-a ao longe, mas
sinto-as nos teus olhos perdidos, no vaguear longínquo das estrelas-do-mar. De
andar cambaleante mas não ferido, e ainda não perdido. Não, não! Os pecados não
se apagam no inferno, a terra testemunha-os. Não conseguimos sair dos anos 70…
os relógios não deixam, de asfixiados no tempo das folhas poeirentas, deitadas
ao vento. Mas o seu verde memoriza-nos. A estação aguardava o comboio e ele não
parou, admirou-se da beleza da paisagem. É um comboio humano. Quando os
momentos de alegria se perdem, ganha-se uma lágrima de tristeza.
A
questão que se coloca é: será que o chefe dos Lordes vai impor continuamente a
repressão feroz ao seu povo, o qual o elegeu, com o apoio dos países neocolonialistas
que nos invadem como ratos, e que até das traseiras dos prédios, numa
destruição inédita, e numa desordem combinada, fazem estaleiros e oficinas.
Este poder está demasiado destrutivo. Se assim persistir, o poder do chefe dos
Lordes vai-lhe fugir.
Para
os de preconceito racial:
Se
os negros não existissem, também o continente africano não existiria, e o mundo
também não.
Pelos
discursos que se perdem no ar, o chefe dos Lordes está muito deslocado, ele não
está em Jingola, está algures perdido num país imaginário, que de parecenças
com Jingola não tem absolutamente nada. A paranóia é o principal sintoma de um
ditador antes do seu deitar final.
Porque
é que o ditador escolhe, prefere sempre o diálogo das balas, do metralhar dos
seus canhões contra manifestações pacíficas de populações indefesas, como
morticínio, como o único meio de comunicação? A resposta é muito simples: o
ditador é surdo, mas, escuta sempre a conversa da morte.
Porque
será que em Jingola se instituiu um regime de terror, de tal modo que se prende
qualquer pessoa pelo motivo mais fútil, por exemplo: uma mamã esfomeada que
tenta vender cigarros para que os seus filhos não morram de fome, e não se
prende nenhum corrupto, muito pelo contrário, ainda se dizem empresários de
sucesso?
Quando
se fala de manifestações, ouve-se publicitar amiúde pelos donos da riqueza
petrolífera, que Jingola não é a Tunísia, o Egipto ou a Líbia. Mas omitem
intencionalmente que Jingola também não é a China, a Coreia do Norte ou a Guiné
Equatorial.
Os
bancos são muito confiáveis e prestáveis. Têm sempre um caixão depositado… à
nossa espera. E onde há um banco, também há corrupção. O banco é sempre o chefe
da família da corrupção. E onde há muita corrupção também há muitos lucros
bancários.
Parafraseando:
Ai
meu petróleo, meu petróleo
não
há cor igual à tua
ai
meu petróleo, meu petróleo
que
dás miséria a milhões de jingolanos
não
há cor igual à tua
há
sim! A cor da tua ditadura
Para
onde olho só vejo criminosos. Eles conseguiram acabar com a justiça. Aguardamos
pela chegada de um xerife que imponha a lei e a ordem. Enquanto tal não
acontece, cada um faz justiça pelas próprias mãos.
Sim!
Não se faz tudo num dia, mas os corruptos em alguns minutos resolvem tudo e
mais alguma coisa.
E
um regime eleito democraticamente condena jornalistas por denunciarem os
corruptos. Mudam-se os tempos muda-se a democracia. Até os bancos são
democráticos e financiam as eleições das democracias corruptas. A ditadura
bancária é a nossa desgraça.
Quando
um presidente da república se move no seu país protegido por pelotões de
guerreiros como que à espera de inimigos invisíveis, lembrando uma qualquer
invasão que pára a vida da cidade há dezenas de anos sitiada. E os seus
subordinados imitam-no até ao exagero, pois estas coisas conduzem os extremos
da crueldade, então, gradeamo-nos na democracia do estado de sítio. E para dele
nos libertarmos, do estado de sítio, a História da Infâmia sintoniza-nos no
tempo, porque o espaço já é desnecessário.
Que
tétrico é notar que, quanto mais os preços do petróleo sobem, também o
investimento na prospecção dos caixotes do lixo lhe é proporcional. Como são
abundantes os ratos humanos que extraem lixo para se alimentarem da produção
onshore. Quanta mais abastança mais miséria se promove. Então, quem alimenta a
fogueira das revoluções?!
Receio
que sigamos os caminhos do inferno. E com a experiência bélica que temos, que
leva ao desprezo pela vida, acredito que o ensaio do purgatório já cá mora.
Quando a paranóia da ditadura se instala, ressuscita o rei Leónidas e os seus
311 espartanos.
Não
sei como conseguem despojar mais os espoliados que já nada têm. Mas obtêm
rendimentos, são os inventores da excelência da maldade. E todos têm que
obedecer à sua vontade. Afinal a história dos tempos é a história das
ditaduras. E à sua passagem até as plantas mirram, secam. Sai-lhes do olhar
tanta perigosidade que nada à sua volta lhes resiste. E depois, que desplante,
laçam-nos com discursos que foram eles que nos cederam, nos implantaram a
democracia. Ainda há por aí quem não acredite no demónio?
Esporeei
a minha montada furiosamente porque no castelo dos vultos sombrios, estava lá a
minha amada, não sei se acorrentada, ou já violada. O ditador do dia e da noite
raptou-a, e encastelou-a. E pavoneia-se pelos campos que nada têm de verde, que
a minha donzela lhe foi prometida para saldar uma antiga dívida de escravidão.
Ele, como não sabe, nunca saberá, que a democracia já acabou (?) com tal
vexame, compôs uma trova maldita de glorificação aos ditadores. E ameaça que
quem ousar atacar, com o meu amor vai acabar. Oh! Mas estes tempos ainda não
acabaram?
Para
toda a doença existe uma terapia, e onde isso não acontecer, há que não
desfalecer. A terapia da alma é uma maravilhosa alternativa. Sim, o alternar é
a chave da ditadura do amar. E nos silêncios das nossas almas irrompem jasmins
com imortais, gloriosos perfumes. Um jasmim é sempre a melhor terapia. Os
ditadores são incansáveis no apetite de jasmins de sangue. É por isso que se
dizem amiúde imprescindíveis e que os povos debaixo dos seus exércitos são os
mais felizes do mundo.
Só
espero que não maltratem, que não odeiem os jasmins. Mas que estranha, bizarra
sensibilidade. Oh! Agora a culpa é dos jasmins. Nunca uma planta tão perfumada
foi tão odiada. Já há quem pretenda inventar, ou parece que já inventou, uma
arma de raios laser para queimar, arrasar os jasmins para sempre. Há quem
também não durma, se aterrorize com pesadelos nocturnos e diurnos.
Especialmente acordar com uma manifestação de toneladas de jasmins na cama. Os
ditadores já andam de casa em casa, de porta em porta, na caça implacável dos
que teimam no cultivo de jasmins. Então não sabem que as ditaduras, ainda como
algumas bactérias resistentes aos antibióticos, decretaram o Fahrenheit dos
jasmins? Dizem que esta ideia genial veio de um cónego petrolífero, também
grande adepto das proibições de manifestações.
Passei
ao acaso e vi a clínica Natureza. Acerquei-me para a cumprimentar, mas parecia
dolente, doente. Não entendia o torpor clínico, tão sem natural, anormal. Até o
esverdeado tolhia, mas afinal que acontecia? Próximo, um pequeno grupo de
crianças que dançavam ao som de uma orquestra celestial, que como a água de um
rio nascia nas suas pequenas cabeças. E então compreendi o desalento da clínica
Natureza: é que as crianças nunca mais adoeceram, e assim deixaram de
frequentar a clínica, e ela sentia-se muito só, triste, muito abandonada, como
as pessoas idosas.
Será
que outro mausoléu se erigirá? Desta vez em honra do guia imortal Assad?
Sim,
presentemente as nossas vidas são parecidas com túmulos. Todos os nossos
esforços têm sido em vão no evitar da queda triste das folhas das árvores que
nos rodeiam. A Primavera saúda-nos, o Verão abrasa-nos, o Outono murcha-nos e o
Inverno arrefece-nos. Se existisse uma só estação no ano, os nossos sentimentos
cairiam, tal como as folhas murchas que dizem adeus às suas mães árvores.
Perante o gelar do tempo, porém, o amor aquece-nos.
Imagem:
super.abril.com.br
Quando somos maravilhosos, os dias também o são. Perante tanta imperfeição humana, resta o amor, que nos une até à eternidade. Não compreendo como nós humanos vivemos tão ausentes, tão desconsolados, como se perdidos num deserto. Mas, resta-nos sempre um rosto feminino angelical que nos convida, nos impulsiona, nos revive o doce amor.
ResponderEliminarPerseguimos a perfeição, isto é, o amor. ADORÁVEL.MAGNÍFICOS, TUA SENSIBILIDADE E VERDADES AQUI EXPRESSAS SÃO SIMPLESMENTE SUBLIMES. OBRIGADA POR PARTILHA-LOS COMIGO