Neste momento em que caminhas não podes afirmar que o fazes com plena
liberdade. Pelo contrário, moves-te com extrema cautela, porque os inimigos do
amor perseguem-te, e descuras as tuas defesas. Nunca imaginaste ver descomunal
gente a vender amor em todas as esquinas perdidas da vida? Que banalidade
apresentar o amor como uma mercadoria. E nós tão cobardes que o consentimos. É,
que coisa horrível ver o amor alastrar-se nas ruas da perdição. E a única coisa
que nos resta: Será que conseguiremos reviver os ternos enlaces deste
passageiro amor?
E depois do festival Wikileaks, resta-nos a certeza que as relações
internacionais não passam de uma monumental palhaçada. O cepticismo é geral e
uma revolução global é certa. O mundo jamais será o mesmo porque já treme como
um forte terramoto.
No acordar (?) de todas as manhãs, ouço sempre a vozearia incompreensível
de um salmo chinês. De fugas de água dos reservatórios improvisados que
destroem inexoravelmente o que os portugueses construíram e que ainda resistem
bravamente. E a fumaceira de geradores que aprovam o nosso crescimento
económico, que incentiva os empregos dos milhares de jovens vendedores nas
ruas. É um gigantesco projecto governamental que está em carteira: fomentar
empregos nas ruas. O preço do petróleo sobe, o fornecimento da energia
eléctrica e da água desce. Estes democratas são como um rombo fatal num casco
de um navio, por onde se escoa a democracia. De facto é uma democracia
arrombada e remendada. Uma juventude inútil, é o que esta vinha do nosso senhor
Lorde produz. É notável o silêncio sepulcral sobre a ignomínia perversa do
terrífico poder que nos abate as mentes e a miséria de vida que nos
instituíram. Até rir já não é o nosso melhor remédio, porque a desgraça
impõe-nos a tristeza e cola-nos as bocas. Por enquanto apenas se escutam
sonoras gargalhadas nos cofres petrolíferos.
E depois de dezenas de anos, Jingola ascendeu finalmente à destruição total
e completa. E pelo navegar da jangada parece que nem para sobras dá. Pintar um
prédio, reparar um passeio, chamam-se os chineses. Decididamente, o mwangolé
serve para quê então?! Para embelezar, como elemento da fauna jingolana. A peça
principal do nosso jardim zoológico. E a água já foi, já era, vamos matar a
sede, como é então vocês? Não nos dão nenhuma explicação, porque nos tratam
como porcos no curral para abate.
E quando a estação das eleições se aproximar, a população eleitora ora para
que tal não aconteça. Porque significa mais guerra, mortes, miséria e fome. Um
pesadelo, outro inferno. Uma nação sem água, um deserto. A procura de água
continua incessante no planeta Jingola. É um planeta muito engraçado, não tem
água, só tem petróleo, não tem mais nada. E sai de vez em quando no que ainda
se chamam torneiras, um deserto partidário. O partido LORDE é bom, o que não
presta é o seu Politburo. E com o tempo tudo se altera.
Dantes, não tendo mais nada para fazer, os cristãos caçavam crentes islamitas.
Agora é ao contrário: os seguidores do Islão caçam sem dó nem piedade os seus
milenares perseguidores, os cristãos.
E o gatuno tchavola defendia-se da sua condição, tal como um nobre: «Eu não
sou gatuno, apenas mudei de ramo de actividade. Sim, roubei muito, tenho muitos
bens, muita riqueza. Só não entendo porque é que têm muita inveja de mim.»
Entretanto a polícia reafirma que não dorme, os bandidos insistem que
também não. O nosso governo apenas garante energia eléctrica no Natal e ano
novo. Água, os da ralé que se safem como puderem.
Tudo escurece, desaparece. Ainda existem governos que acreditam que o
melhor método de governação, é excluir a água e a luz da população. No mar
deprimente que é Jingola, cada momento de incerteza é um episódio de humor
negro. O poder tem mais uma irresponsabilidade acrescida. Não fornecer energia
eléctrica. Um país governado com extrema maldade e em consequência a população
segue-lhe os passos. Tudo perecerá tragicamente porque não se pode viver
permanentemente na ciência da psicopatologia. Em Jingola, a tirania tem todas
as condições exigidas pelo TPI, Tribunal Penal Internacional. Então, porque é
que o TPI não emite mandatos de captura?
As lutas de libertação em África foram, como que a continuidade, o clima do
colonialismo, desgraçaram, acabaram também com a África? A luta de libertação é
terminar uma escravidão e recomeçar outra. Só o roubo, a espoliação e a
corrupção nos libertam.
Não ande inseguro, segure-se numa empresa de segurança.
São 02.35, hora do chinês de pegar no telemóvel e fala, não, berra para a
China e para nós.
Qualquer conceituado psiquiatra garantirá que são sintomas dos psicopatas.
Este poder é incansável na produção de fábricas da fome. E dizem-se inocentes,
que não roubaram nada. Mas todos temos a certeza que biliões de dólares
desapareceram, e diariamente milhões sempre se esfumam.
Como governo, a nossa maior preocupação é matar a população à fome. E os
resultados desta nossa política são bem visíveis, saltam à vista, mesmo
daqueles mais desprevenidos. Pois então, exterminar a população à fome é a
nossa grandiosa solução final. Há governos que nos iluminam, há outros que nos
entrevam.
O crescimento económico de Jingola sobe, a miséria também. Ser jornalista,
é enfrentar o pelotão de fuzilamento e a guilhotina da ditadura. Petróleo para
alguns e a desolação da fome para milhões. Nesta Jingola do petróleo há democracia?
Não! Há petrocracia. Quase há cinquenta anos que não recebemos nada. Como é
meus! Aguardamos muito impacientes pela distribuição dos lucros do petróleo que
nos pertencem. É muito dinheiro, caramba!
Há governos que não sabem o que é emprego. Por isso têm as suas populações
no desemprego constante. E assim, hoje, mais uma onda assaltos nos espera. Mais
um dia, o sol nasce, mais um dia em que o sol não é para todos. A governação
cometeu mais um erro gravíssimo: transferiu a energia eléctrica e a água para
as suas contas bancárias num paraíso fiscal, só pode ser desses das Bahamas.
Não! Nós vamos tomar medidas! De qualquer modo nós temos a situação sob
descontrolo. E os Lordes cumpriram as promessas de liberdade e do fim da nossa
submissão. Contratou, e contrata, milhares de estrangeiros para nos escravizarem.
Afinal, a luta pela independência foram os estrangeiros que só lutaram, foi o
maior logro, a maior burla de todos os tempos, da nossa história, e o fim da
nossa civilização.
Doravante será necessário um exame psiquiátrico a estrangeiros. É que ingola
está a ser invadida por psicopatas. O grande problema é que as pessoas só
entendem de futebol. E o povo jingolano continua perdido. Exausto, desistiu de
procurar as pegadas da sua jingolanidade. E estrangula-se na invasão dos
batuques das modas importadas. É batucada de festas infindáveis. Completamente
alienado soçobra numa ponte destroçada, como um pêndulo oscilante sob um abismo,
e sem retorno quem nele lá mergulhar.
Imagem: noshirtsnoservice.blogspot.com
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