A
liberdade e a democracia não se promulgam por decretos.
Conquistam-se
com suor e lágrimas.
E
Angola foi cubanisada
E
russianisada
Depois
foi achinesada
Aportuguesada
Asiatisada
Estrangeirada
E
por muitas igrejas
Adorada
Mas
continua enfeitiçada
e
prostituiu-se
prostituíram-na
na
pauta aduaneira tem uma nova rubrica:
importações
de meretrizes para diversões
em
sexuais aviões
carne
fresca para glutões
dos
haréns dos petrolíferos sultões
de
profundas vaginais perfurações
de
cópulas dos dólares aos milhões
com
cadastro na Interpol
com
mandatos de prisões
este
petróleo é dos patrões
não
é das populações
que
quando exige distribuições
apodrece
nas prisões
quatro
mil dólares de renda mensal
pagam
os estrangeiros nesta orgia natural
para
eles tudo, e nós sem um quintal
quando
morrermos onde seremos enterrados?
Pois
todos os terrenos nos foram espoliados
O calor a
aumentar
E a luz a bazar
Para quê andar a
projectar
Se sem luz vão
falhar
Para quê tanta
cooperação
Se continuamos
na escuridão
Nunca a luz vamos
ver
Enquanto eles
estiverem no Poder
A cada um o seu
gerador
Na república de
um só senhor
Por aqui nesta
nova vida incerta
Só a miséria é
certa
Muito obrigado
senhor dos angolanos
Pela miséria destes
infindáveis anos
As empresas
morrem com tanto apagão
Porque ainda
vigoram as leis da revolução
Lá continua a
desgraça
E não há ninguém
que a desfaça
É a imposição da
vigarice
Nunca mais acaba
a macaquice
No petróleo a
luz nunca falta lá
Não se consegue
trabalhar com este Mpla
Era e é o
petróleo do Mpla partido do trabalho
Da vanguarda do
grande paspalho
Neste milénio de
combate à pobreza
Onde os ricos
aumentam a sua riqueza
Luanda a capital
mundial dos apagões
Em
desenvolvimento, garantem os aldrabões
Sem luz a
miséria é garantida
Neste projecto
novo, desprezível, sem vida
Dizem os
prelados: é a vontade de Deus!
Neste mundo de
ateus
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