República das
torturas, das milícias e das demolições
Diário da cidade
dos leilões de escravos
21 de Outubro
Angola é um
acampamento de índios sob constantes ataques dos caras-pálidas.
22 de Outubro
Outra vez mais
um apagão das 16.06 às 16.52 horas.
23 de Outubro
Foi dito no
programa, Elas e o Mundo, da LAC-Luanda Antena Comercial, que na segunda e
terça-feira no Namibe não há peixe, porque depois de beberem muito no
fim-de-semana, os homens da faina marítima estão de ressaca. Foi também dito
que algures alguém afirmou que não havia sal porque Angola não tem
matéria-prima. O mais alarmante foi a denúncia da escravidão infantil no
Lubango e o seu comércio de órgãos, e que por este andar ficaríamos como
Moçambique.
Mas que grande merda que isto está. Com
a invasão chinesa e portuguesa, ninguém deles denúncia estas coisas? Dos
chineses nada há a esperar, Angola é para eles outra república popular de
escravos, onde gozam total impunidade e pretendem impor-nos um estilo de vida
medieval. Dos portugueses que estão em todo o lado – tal como os chineses – é
espantoso – ou não será, claro, porque o que conta é apenas a procura do lucro
fácil antes que surja outra vez mais uma revolução. Assim como as coisas estão
– cada vez mais horríveis, insustentáveis - não vejo como Angola será o futuro
para tão vasto exército de escravocratas. A conivência e o oportunismo são
demasiado evidentes, até porque os portugueses têm no Facebook, o seu,
Portugueses em Angola, do qual segue um texto muito elucidativo: “Gabriel Costa,
Acabaram de eliminar, sem qualquer explicação um post que coloquei há minutos
sobre a questão Angola-Portugal. É uma opinião que pelos vistos deve ter
ofendido algum dos Srs administradores. Se é para ser assim, passem bem.”
Também em, Elas e o Mundo, foi dito que
um administrador de uma área do Uíje lamentou-se que não tem verbas para a
manutenção do cemitério que está ao abandono. Logo de seguida ele diz que vai
resolver esse problema com a contratação de uma empresa para efectuar os
trabalhos da manutenção do cemitério.
Cerca das 12.30 horas na Rua das
Sirenes. A Polícia está numa operação stop, manda parar as motas e carros, vê a
documentação e revista os seus interiores.
Mais um apagão, das 16.19 às 17.04
horas.
24
de Outubro
E o que se pretende é fazer de Angola
outra África, outro Darfur, como bem demonstrado por Moçambique, ao qual Angola
lhe segue os passos. E ainda dizem – os tais analistas super inteligentes que
os opositores não têm apoios como antes tinham – santo Deus, mas eles não são
mais os opositores de ontem, eles são partidos políticos de hoje com larga
maioria da população a seu favor, como acontece em Angola. Ao se tentar
eliminá-los apenas para que as riquezas adormeçam nos leitos dos eleitos, isso
é guerra civil, porque ao tentar destruir a Renamo ou a Unita, é lutar contra a
maioria da população que os apoiam. Angola e Moçambique perdem-se, os seus governos
desaparecem, devoram-se noutra guerra. É que qualquer um ao serviço de um
general continua com ordem para nos espoliar, nos reduzir à condição de sem
pátria, nos ameaçar, de que, nós vamos te matar. Paz?! Como é isso possível se
até agora continuamos em guerra? Quem está no Poder não respeita ninguém, não
respeita leis, apenas uma coisa respeita: a lei da força, da violência. Angola
é África. Ai de quem ousar enfrentar, criticar os chefes que nos governam, pois
os seus dias serão curtos. Dormir em paz? Estamos proibidos. Circular na rua a
partir das vinte e três horas ou menos? É assaltado. Nós vivemos em estado de
sítio não declarado. Quando um general constrói um prédio e ameaça os vizinhos
dos outros prédios de que: «Vocês têm os dias contados!» Quer dizer: ele vai
mandá-los para a rua, vai-lhes fazer, faz-lhes, a vida num inferno sob a
protecção do mais alto magistrado da Nação? E por isso mesmo, Moçambique e
Angola são fábricas do incentivo ao banditismo, do terrorismo.
O supermercado Pomobel exerce a sua
actividade em Luanda na Rua Rei Katiavala, em frente à delegação provincial de
Luanda do Ministério da Juventude e Desportos, muito próximo da rua da Liga
Africana. A partir de ontem o proprietário do supermercado tomou a decisão de
colocar o seu contentor do lixo a cem metros do supermercado em frente de um
prédio. Quer dizer: o supermercado, toda a lixeira que produz lança-a para a
frente do prédio, como se o lixo fosse autoria dos seus moradores. Estes já
apresentaram os seus protestos, mas em vão, para quê? Pois se isto é tudo
deles. Com tal Poder assim exercido, Luanda já não é mais cidade porque é
pertença dos pistoleiros do Texas, do Faroeste, onde a brutalidade é que
comanda e a gangue do petróleo desmanda. Pergunto: como serão os próximos dias
no Faroeste de Luanda?
25
de Outubro
Luanda. 02.00
horas da manhã. Um amigo telefona-me e diz-me que na obra do general ledi,
traseiras da Pomobel, Zé Pirão, todos os dias e noites serram ferros e outras
selvajarias, não deixando ninguém dormir. Está horrível viver nesta cidade
porque está em poder de gangues, de ratos do esgoto. Quem governa (?) perdeu
toda a credibilidade. Não nos podemos queixar a ninguém porque eles são a lei e
a ordem. Têm ordens para nos silenciarem e não lhes acontece nada. Outro
Moçambique emerge.
Um Estado
totalmente dominado pela corrupção, não é um Estado mais que falhado?
Um exército pode ser muito poderoso, mas
um só general – o azar é que é mais do que um – arruína-o.
26
de Outubro
Bom-dia bajuladores, lavadores de dinheiro
e passageiros de aviões pornográficos.
A África é uma gigantesca jangada à
deriva no imenso árido, abandonado mar africano, de espoliados, de escravos no
rumo da liberdade de Lampeduza.
27
de Outubro
E como não podia deixar de ser, as
coisas seguem a teoria da evolução natural, sempre tudo mais complicado até que
chega o momento em que tudo se torna insustentável, porque contra um exército
de ratos ninguém o consegue vencer. Caminhando nessa senda, agora a moda em
Luanda é nas praças roubarem as compras. Apenas um elementar exemplo: um sênê –
senegalês – foi a uma praça para abastecer a sua cantina. Um bando de miúdos de
rua cercou-o e conseguiram nas calmas roubar-lhe mil e quinhentos dólares. Logo
deu pela falta dos dólares e foi em perseguição dos miúdos, mas não conseguiu,
desistiu, fez marcha atrás antes que ficasse sem vida. Para nós isto não está
bom, será que está bom para estrangeiros? Duvido muito. Portanto, insistindo:
agora a moda é quem vai à praça fica sem as compras, o cerco da fome aperta.
28
de Outubro
O líder da
União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, oposição), Isaías
Samakuva, anunciou hoje depois de votar que o seu partido vai impugnar as
eleições angolanas devido às "muitas irregularidades" do processo
eleitoral. In Expresso, sexta-feira, 31 de Agosto de
2012
Almirante "Miau" da CASA-CE: "Nem mortos iríamos aceitar
essas eleições" VOA 12.09.2012
A UNITA anunciou ontem, a realização de
uma manifestação geral, a 25 de Agosto, para protestar contra o que reputa
serem graves violações da Lei Orgânica sobre as Eleições gerais por parte da
Comissão Nacional Eleitoral. Maka Angola - 17 de Agosto, 2012
Os responsáveis de algumas formações
políticas concorrentes às eleições gerais de 31 de Agosto mostraram-se contra
qualquer tipo de manifestação que podem manchar o processo eleitoral. O
director de campanha da CASA-CE, André Mendes de Carvalho, “Miau” disse que
Angola está a dar um exemplo de afirmação da democracia, com o processo
eleitoral a caminhar com êxito.
André Mendes de Carvalho disse também que o seu partido não apoia a realização de manifestações como forma de soluções de eventuais inquietações ligadas ao processo eleitoral. RNA 24-08-2012
André Mendes de Carvalho disse também que o seu partido não apoia a realização de manifestações como forma de soluções de eventuais inquietações ligadas ao processo eleitoral. RNA 24-08-2012
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