Diário da cidade dos leilões de escravos
07 de Abril
É necessário
declarar o estado de emergência nacional antes que nos despachem para os campos
de trabalhos forçados da Coreia do Norte. Exemplo? A escravidão pelos nobres do
petróleo, chineses e portugueses é um facto.
08 de Abril
Medidas do tempo
ainda do comunismo ortodoxo. A partir de terça-feira, 07 de Abril, quem for
encontrado(a) a vender nas ruas não poderá mais fazer o seu negócio. In Rádio
Ecclesia. Questiono: e os chineses e portugueses que praticam ilegalidades
monstruosas, até o trabalho escravo, esses continuarão a vender nas calmas,
porque um governo neocolonial protege os neocolonialistas.
09 de Abril
Para empregar os
pobres coitados desempregados portugueses? “Angola-Telecom prepara
despedimentos em massa.” Rádio Ecclesia.
E a comissão
administrativa de Luanda, reiterou a perseguição implacável aos vendedores e
vendedoras de rua, noticiou a Rádio Ecclesia. É que, digo eu, Angola não tem
pobreza, só riqueza., o petróleo é uma beleza.
A informação em
Angola tem conselheiros que opinam, aconselham, criticam, denunciam, uma
espécie de igreja. É isto o que se chama jornalismo.
10 de Abril
E os chineses
ligaram uma conduta à outra de Luanda e a água vai para a China. Em breve farão
o mesmo com o petróleo.
11 de Abril
Fomos
agradavelmente saudados com mais um corte de energia eléctrica das 07.16 até às
08.41. Logo depois outro, das 10.24 até às 12.22. Como se não bastasse, mais
outro das 16.59 até às 17.35 horas.
E Angola
conseguiu o seu feito mais notável: transformou o homem novo em homem chinês e
português, preparando-o para que depois surja o tão esperado homem do petróleo.
12 de Abril
Eu só de pensar
no consulado português em Luanda fico horrorizado. Com idiotas como o Passos!
Jornalista Salas
Neto no Facebook: Só que estou a desconseguir o visto da Tuga, por onde sempre
tenho de passar por causa da mamã Joaquina e da mana Creuza. Quem tem uma cunha
no consulado português? Eh, aquilo está um congo (ou agora é uma angola?).
Que tristeza,
que selva! São 01.43 horas da manhã. Um grupo de meia dúzia de jovens mwangolés
conversam, não, não conversam, berram uns com os outros. Ao que esta porcaria
chegou: então os jovens perderam a noção do que é conversar? Perderam,
perdidos, a noção de tudo!
Miséria!!!
Sempre PRESENTE! António Setas no
Facebook. Isto que eu mostrei aqui, um panfleto coerente contra a bestialidade
reinante. Mil vezes repetido, dez mil, cem mil vezes repetido! Gritar se for
preciso!
13 de Abril
A divisa de
Angola pode-se dizer, é: se eu não consigo fazer, então mais ninguém consegue.
Vida de mwangolé é vida de macaco.
14 de Abril
Divisa da nossa
governação: os problemas resolvem-se com mais problemas.
Angola tem todos
os ingredientes necessários para fabricar uma bomba atómica social.
Está consumado,
Angola é o país dos assaltos.
E que o sistema
bancário de Angola tem debilidades. Não! Tem um sistema de imbecilidades!
Boa-noite
náufragos do petróleo!
Para quê
acreditar naquilo que os homens escreveram e escrevem sobre Deus, pois se os
homens o escreveram não tem nenhuma utilidade. E desde quando é que qualquer
homem escreve coisas sobre Deus? Esses homens são maldosos e não podem viver no
nosso seio, porque o trabalho deles é destruir-nos num Deus inventado, só
deles.
15 de Abril
Um banco para
facturar precisa de matar crianças? Em Luanda sim! Este petróleo não tem
compaixão de ninguém... se até mata crianças!
Viva Angola, ou
viva o petróleo de Angola?
Para construírem
as torres, os condomínios, os prédios, qualquer coisa dos lordes do petróleo,
acabaram com as árvores na cidade de Luanda, e agora sem vegetação, e com as
terras mexidas a esmo, sem regras, como é hábito da engenharia chinesa, com
muros por todo o lado que serão facilmente desabados... tudo será desabado,
porque construído de modo desordenado, a água da chuva avança porque se
aniquilaram as protecções que antes existiam. O português entendido na matéria
dizia para não mexerem nas terras, para deixarem-nas estar como estão, a chuva
aí está em força, natural, sempre previsível como monção. Quem muito mal
governa não merece perdão.
16 de Abril
E chamar para si
todas as riquezas de uma nação, é fomentar revolta na população.
Onde abundam os
escritores, poetas e comités de especialidade da cultura, onde há literatura do
petróleo não há teatro, e por isso mesmo não pode haver cultura, apenas a
destruição em nome das ideologias do barbarismo, como é o último caso de muitos
já acontecidos. Agora chegou a vez do Elinga-Teatro, depois chegará a vez de
nada, porque já não há mais nada para destruir. Estas coisas também contribuem
para o ocaso das revoluções violentas., porque mais dia, menos dia os chefes
bárbaros serão responsabilizados e condenados.
As pessoas com
muita teimosia são como as ditaduras, só nos trazem desgraças.
O que é que a
Rússia de Putin faz? Experimentou, avançou sobre a Crimeia e não houve oposição
Ocidental. Agora, tendo como base a fraca oposição Ocidental, avança facilmente
sobre o Este da Ucrânia proferindo ameaças tal como Hitler. E como a Europa
também se limita à condição do protesto formal, à negociação política, tal como
no tempo de Neville Chamberlain, 1869-1940, e depois Putin/Hitler avançará para
outras conquistas. À conquista da Europa mantendo-a refém até que finalmente a
Europa desperte e se mobilize, como sempre demasiado tarde!
17 de Abril
O chinês é tão
rápido, tão rápido a executar obras – são muito combativos, dizem – que antes
de estarem terminadas já começam fissuradas, e para não perderem tempo não
executam os escoamentos das águas. Verdade seja dita que os chineses projectam
obras para submarinistas.
18 de Abril
Cerca das dez
horas da manhã na Rua rei Katyavala, proximidades da Pomobel, dois jovens
mwangolés armados com pistolas assaltaram um senhor, roubaram-lhe a pasta. O
senhor perseguiu-os mas em vão. Os assaltantes vinham a pé. Se nesta zona isto
já anda assim, isto está muito fodido! Descamba no já várias vezes anunciado.
Viver no terror permanente do petróleo é a solução. Este paraíso muito desejado
por estrangeiros está no inferno.
E tem
funcionários dos bancos em Portugal que são transferidos para os bancos de
Luanda
Trágica
realidade! E como os empregos estão em poder dos estrangeiros e da
nomenclatura, só nos restam os assaltos! Pouco falta para que os estrangeiros
invadam as ruas para zungarem.
Na obra, em
todas as obras, três mwangolés trabalham (?) com os chineses que lhes obrigam
também a trabalhar nos sábados, domingos e feriados, coisa absolutamente normal
num Estado esclavagista, porque com isto os estrangeiros enchem-se de dinheiro
fácil que também facilmente transferem para os seus países de origem para
depois lá aposentados gozarem o seu paraíso branco, lembrando as histórias da
relação de como é fácil explorar mwangolés burros e de um Governo que ordena
aos estrangeiros que chicoteiem os mwangolés, porque trabalho para eles isso é
uma miragem. E os chineses acordam os jovens mwangolés pela manhã, como se
estivessem num curso de comandos, logo que as gaivotas alçam voo da tal
marginal de Luanda paradisíaca - como os faraós que mandavam nos escravos ao
som de mais quinhentos anos de solidão colonialista – do canto do chicote
chinês que se parece com o som do trovão: «LEVANTEM-SE, VÃO TRABALHAR!» Mas os
jovens mwangolés perderam o medo e refilam-lhes: «Vocês já aprenderam a fazer
como os portugueses, só sabem é dar ordens, não gostam de trabalhar! Porra! Não
trabalhamos mais!» Claro que os chineses e os seus irmãos de sangue portugueses
da escravatura ficam contentíssimos, porque a fórmula já está lançada:
conseguiram que mais mwangolés vão para os assaltos e assim poderem importar
mais mão-de-obra desqualificada, burra, caríssima, sem formação, porque Angola
apostou nos governos chinês e português que só existe uma condição para
desenvolver Angola: Nós do petróleo que governamos Angola enviamos todos os
dias para os vossos países as nossas malas rebentadas com milhões de dólares,
que lá chegadas devido aos acordos da corrupção existentes entre o nosso país e
Portugal e China, estão autorizados a enviarem os milhares, milhões de chineses
e portugueses para a grande invasão de Angola. Podem vir à vontade, porque a
nossa guarda presidencial elimina qualquer opositor que ofereça guerrilha aos
portugueses e chineses. O pior é os assaltos que ninguém sabe como os conter. E
quantas vidas inocentes se perderão? Muitas! Muitas! E depois os portugueses e
chineses regressarão numa ponte aérea, situação aliás normalíssima. Pensem
nisso!
Nem tudo está
mal. Água e luz aqui na buala não faltam, e pela primeira vez a luz não foi
desligada, como era hábito em todos os quarenta anos quando desabava uma
chuvada. Isso prova, apesar de tudo, que o actual ministro, Batista Borges,
trabalha de verdade. Oxalá fosse assim em toda a Luanda e Angola. Mas acredito
que dentro de pouco tempo seja possível. E para isso acontecer teremos que
acabar com a corrupção!
E no leito da
morte, a mãe já sem vida, os seus filhos crianças rezavam: «Senhor, devolve-nos
a nossa mãe, porque necessitamos mais dela do que tu!»
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