sexta-feira, 16 de maio de 2014

07 A 18Abr14. República das torturas, das milícias e das demolições





Diário da cidade dos leilões de escravos

07 de Abril
É necessário declarar o estado de emergência nacional antes que nos despachem para os campos de trabalhos forçados da Coreia do Norte. Exemplo? A escravidão pelos nobres do petróleo, chineses e portugueses é um facto.
08 de Abril
Medidas do tempo ainda do comunismo ortodoxo. A partir de terça-feira, 07 de Abril, quem for encontrado(a) a vender nas ruas não poderá mais fazer o seu negócio. In Rádio Ecclesia. Questiono: e os chineses e portugueses que praticam ilegalidades monstruosas, até o trabalho escravo, esses continuarão a vender nas calmas, porque um governo neocolonial protege os neocolonialistas. 
09 de Abril
Para empregar os pobres coitados desempregados portugueses? “Angola-Telecom prepara despedimentos em massa.” Rádio Ecclesia.
E a comissão administrativa de Luanda, reiterou a perseguição implacável aos vendedores e vendedoras de rua, noticiou a Rádio Ecclesia. É que, digo eu, Angola não tem pobreza, só riqueza., o petróleo é uma beleza.
A informação em Angola tem conselheiros que opinam, aconselham, criticam, denunciam, uma espécie de igreja. É isto o que se chama jornalismo.
10 de Abril
E os chineses ligaram uma conduta à outra de Luanda e a água vai para a China. Em breve farão o mesmo com o petróleo.
11 de Abril
Fomos agradavelmente saudados com mais um corte de energia eléctrica das 07.16 até às 08.41. Logo depois outro, das 10.24 até às 12.22. Como se não bastasse, mais outro das 16.59 até às 17.35 horas.
E Angola conseguiu o seu feito mais notável: transformou o homem novo em homem chinês e português, preparando-o para que depois surja o tão esperado homem do petróleo.
12 de Abril
Eu só de pensar no consulado português em Luanda fico horrorizado. Com idiotas como o Passos!
Jornalista Salas Neto no Facebook: Só que estou a desconseguir o visto da Tuga, por onde sempre tenho de passar por causa da mamã Joaquina e da mana Creuza. Quem tem uma cunha no consulado português? Eh, aquilo está um congo (ou agora é uma angola?).
Que tristeza, que selva! São 01.43 horas da manhã. Um grupo de meia dúzia de jovens mwangolés conversam, não, não conversam, berram uns com os outros. Ao que esta porcaria chegou: então os jovens perderam a noção do que é conversar? Perderam, perdidos, a noção de tudo!
Miséria!!! Sempre PRESENTE! António Setas no Facebook. Isto que eu mostrei aqui, um panfleto coerente contra a bestialidade reinante. Mil vezes repetido, dez mil, cem mil vezes repetido! Gritar se for preciso!
13 de Abril
A divisa de Angola pode-se dizer, é: se eu não consigo fazer, então mais ninguém consegue. Vida de mwangolé é vida de macaco.
14 de Abril
Divisa da nossa governação: os problemas resolvem-se com mais problemas.
Angola tem todos os ingredientes necessários para fabricar uma bomba atómica social.
Está consumado, Angola é o país dos assaltos.
E que o sistema bancário de Angola tem debilidades. Não! Tem um sistema de imbecilidades!
Boa-noite náufragos do petróleo!
Para quê acreditar naquilo que os homens escreveram e escrevem sobre Deus, pois se os homens o escreveram não tem nenhuma utilidade. E desde quando é que qualquer homem escreve coisas sobre Deus? Esses homens são maldosos e não podem viver no nosso seio, porque o trabalho deles é destruir-nos num Deus inventado, só deles.
15 de Abril
Um banco para facturar precisa de matar crianças? Em Luanda sim! Este petróleo não tem compaixão de ninguém... se até mata crianças!
Viva Angola, ou viva o petróleo de Angola?
Para construírem as torres, os condomínios, os prédios, qualquer coisa dos lordes do petróleo, acabaram com as árvores na cidade de Luanda, e agora sem vegetação, e com as terras mexidas a esmo, sem regras, como é hábito da engenharia chinesa, com muros por todo o lado que serão facilmente desabados... tudo será desabado, porque construído de modo desordenado, a água da chuva avança porque se aniquilaram as protecções que antes existiam. O português entendido na matéria dizia para não mexerem nas terras, para deixarem-nas estar como estão, a chuva aí está em força, natural, sempre previsível como monção. Quem muito mal governa não merece perdão.
16 de Abril
E chamar para si todas as riquezas de uma nação, é fomentar revolta na população.
Onde abundam os escritores, poetas e comités de especialidade da cultura, onde há literatura do petróleo não há teatro, e por isso mesmo não pode haver cultura, apenas a destruição em nome das ideologias do barbarismo, como é o último caso de muitos já acontecidos. Agora chegou a vez do Elinga-Teatro, depois chegará a vez de nada, porque já não há mais nada para destruir. Estas coisas também contribuem para o ocaso das revoluções violentas., porque mais dia, menos dia os chefes bárbaros serão responsabilizados e condenados.
As pessoas com muita teimosia são como as ditaduras, só nos trazem desgraças.
O que é que a Rússia de Putin faz? Experimentou, avançou sobre a Crimeia e não houve oposição Ocidental. Agora, tendo como base a fraca oposição Ocidental, avança facilmente sobre o Este da Ucrânia proferindo ameaças tal como Hitler. E como a Europa também se limita à condição do protesto formal, à negociação política, tal como no tempo de Neville Chamberlain, 1869-1940, e depois Putin/Hitler avançará para outras conquistas. À conquista da Europa mantendo-a refém até que finalmente a Europa desperte e se mobilize, como sempre demasiado tarde!
17 de Abril
O chinês é tão rápido, tão rápido a executar obras – são muito combativos, dizem – que antes de estarem terminadas já começam fissuradas, e para não perderem tempo não executam os escoamentos das águas. Verdade seja dita que os chineses projectam obras para submarinistas.
18 de Abril
Cerca das dez horas da manhã na Rua rei Katyavala, proximidades da Pomobel, dois jovens mwangolés armados com pistolas assaltaram um senhor, roubaram-lhe a pasta. O senhor perseguiu-os mas em vão. Os assaltantes vinham a pé. Se nesta zona isto já anda assim, isto está muito fodido! Descamba no já várias vezes anunciado. Viver no terror permanente do petróleo é a solução. Este paraíso muito desejado por estrangeiros está no inferno.
E tem funcionários dos bancos em Portugal que são transferidos para os bancos de Luanda
Trágica realidade! E como os empregos estão em poder dos estrangeiros e da nomenclatura, só nos restam os assaltos! Pouco falta para que os estrangeiros invadam as ruas para zungarem.
Na obra, em todas as obras, três mwangolés trabalham (?) com os chineses que lhes obrigam também a trabalhar nos sábados, domingos e feriados, coisa absolutamente normal num Estado esclavagista, porque com isto os estrangeiros enchem-se de dinheiro fácil que também facilmente transferem para os seus países de origem para depois lá aposentados gozarem o seu paraíso branco, lembrando as histórias da relação de como é fácil explorar mwangolés burros e de um Governo que ordena aos estrangeiros que chicoteiem os mwangolés, porque trabalho para eles isso é uma miragem. E os chineses acordam os jovens mwangolés pela manhã, como se estivessem num curso de comandos, logo que as gaivotas alçam voo da tal marginal de Luanda paradisíaca - como os faraós que mandavam nos escravos ao som de mais quinhentos anos de solidão colonialista – do canto do chicote chinês que se parece com o som do trovão: «LEVANTEM-SE, VÃO TRABALHAR!» Mas os jovens mwangolés perderam o medo e refilam-lhes: «Vocês já aprenderam a fazer como os portugueses, só sabem é dar ordens, não gostam de trabalhar! Porra! Não trabalhamos mais!» Claro que os chineses e os seus irmãos de sangue portugueses da escravatura ficam contentíssimos, porque a fórmula já está lançada: conseguiram que mais mwangolés vão para os assaltos e assim poderem importar mais mão-de-obra desqualificada, burra, caríssima, sem formação, porque Angola apostou nos governos chinês e português que só existe uma condição para desenvolver Angola: Nós do petróleo que governamos Angola enviamos todos os dias para os vossos países as nossas malas rebentadas com milhões de dólares, que lá chegadas devido aos acordos da corrupção existentes entre o nosso país e Portugal e China, estão autorizados a enviarem os milhares, milhões de chineses e portugueses para a grande invasão de Angola. Podem vir à vontade, porque a nossa guarda presidencial elimina qualquer opositor que ofereça guerrilha aos portugueses e chineses. O pior é os assaltos que ninguém sabe como os conter. E quantas vidas inocentes se perderão? Muitas! Muitas! E depois os portugueses e chineses regressarão numa ponte aérea, situação aliás normalíssima. Pensem nisso!
Nem tudo está mal. Água e luz aqui na buala não faltam, e pela primeira vez a luz não foi desligada, como era hábito em todos os quarenta anos quando desabava uma chuvada. Isso prova, apesar de tudo, que o actual ministro, Batista Borges, trabalha de verdade. Oxalá fosse assim em toda a Luanda e Angola. Mas acredito que dentro de pouco tempo seja possível. E para isso acontecer teremos que acabar com a corrupção!
E no leito da morte, a mãe já sem vida, os seus filhos crianças rezavam: «Senhor, devolve-nos a nossa mãe, porque necessitamos mais dela do que tu!»

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