segunda-feira, 12 de maio de 2014

Ruas sem esgotos






Modernas ruas sem esgotos à chinês
Medievalmente neocolonizadas desta vez
Obras de fendas, ruínas o que chinês fez
Batem-se palmas e louvores à estupidez

Porque teimam no chinês a construir
Se são exímios artífices na arte do destruir
Constroem, pouco depois é lixo a ruir
Claro que isto dá muita vontade de rir

Que Deus nos livre da poluição religiosa
Tão nacional, tão epidémica, tão ardilosa
Como os tambores do inferno tão ruidosa
Dos pastores da pregação tão ruinosa

Os hipócritas açambarcaram o poder
E os da oposição também o querem ter
Enquanto milhões de frustrados no sofrer
Quem conseguirá a revolta social conter

O governo amarrou-se não pode trabalhar
Está muito inundado de água está-se a afogar
Rosários de obras descartáveis a nos ludibriar
Só corruptos e bajuladores lhe vão confiar

E neste lodaçal humano é tudo para estragar
Onde viver é a condição de nos humilhar
Onde os estudantes na escola fingem estudar
É o governo da informação para nos manipular

E este governo move-se para nos roubar
Que faremos para ele não nos molhar
É o governo da chuva que está a circular
Felizmente temos muitas igrejas para rezar

Que acontecerá aos bairros de Luanda
Se já a epidemia da cólera neles tresanda
Os rebanhos sem pastores na demanda
Caminham amaldiçoados sem mucanda

É nacional, eu gosto, é chinês e português
Juntos estão para nos aniquilar outra vez
E com brasileiros farão um grupo de três
São distintos na sua índole de má rês

São sim como feras não domesticadas
Que se matam entre si esquartejadas
Estão assim as marés angolanas liquidadas
A curto prazo na fome muito revoltadas



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