Hoje, 17 de Setembro, comemora-se mais
um aniversário do nascimento de Agostinho Neto. Foi o primeiro presidente de Angola
de 1975 a 1979. Nasceu em Kaxicane, Icolo-o-Bengo, Catete, em 1922. Era médico
de formação, formado pelas universidades de Lisboa e de Coimbra. Poeta, a sua
obra mais conhecida é, A Sagrada Esperança. Depois da sua morte na Rússia em 1979,
devido a uma operação a um cancro hepático, Angola entrou nas cavernas e nunca
mais delas saiu.
Juramos-te camarada Presidente, que
levantaremos cada vez mais alto o facho aceso do teu exemplo, da tua
determinação e perseverança lutando para merecer cada vez mais a honra de
pertencer ao destacamento de vanguarda da classe operária que tu tão fielmente
dirigiste.
15 De Setembro de 1979. Juramento do Comité Central do Mpla.
Em Angola vive-se um clima de mobilização geral. Os colonos estão armados e organizados em milícias como em 1961; o período de prestação de serviço militar foi prolongado para 4 anos e o orçamento português prevê 42% do seu total para as despesas com a guerra colonial: mais de 6.000 milhões de escudos!
O inimigo procura também desmobilizar o Povo com a corrupção e com algumas concessões às reivindicações do nosso Povo. Sem dúvida que a alguns sectores da nossa população foram concedidas melhores condições de vida, mas não se modificou certamente a base material em que vive a grande maioria.
Agostinho Neto. 1 De Janeiro de 1967. Mensagem de ano novo.
Em Portugal, aumenta o movimento de deserções dos soldados. Muitíssimos jovens preferem fugir do país ou correr o risco da prisão a participarem neste crime que é a guerra colonial.
O MPLA inclina-se perante estes heróicos e generosos combatentes, muitos dos quais se tornaram imortais pelo sangue que derramaram nos campos. A guerra de libertação nacional que o MPLA começou a dirigir com firmeza, exige orientação, clareza de objectivos, política de acção e honestidade. A luta não poderá desenvolver-se com incitamentos ao tribalismo, à divisão, com apelos à superstição e aos instintos primários e sem claros objectivos políticos.
Agostinho Neto. 1 De Janeiro de 1967. Mensagem de ano novo.
É também a expressão mais vasta do desejo comum do Homem sobre a terra, de se considerar livre, capaz de se desligar das amarras de uma sociedade em que estiola e morre, como ser humano.
Não pode haver outra tendência sobre a terra. O isolamento é impossível e é contrário à ideia de progresso técnico, cultural e político.
Para alcançar a liberdade e sem o qual o comportamento do homem será o de quem sai de uma forma de discriminação para cair numa outra forma tão negativa como a primeira, uma simples inversão dos factores intervenientes.
Agostinho Neto. 7 De Fevereiro de 1974. Discurso na Universidade de Dar-Es-Salam, Tanzânia.
Esta forma de colonização visível, clara, aberta, não impede que uma outra exista no nosso continente, outra forma de dominação mais subtil conhecida pelo nome do neocolonialismo, em que o explorador já não se identifica com o nome de colonizador, mas que actua da mesma maneira a vários níveis.
Se para uns, colonialismo significou e significa trabalho forçado, para outros é discriminação racial; para outros ainda, é a segregação económica e a impossibilidade de ascensão política. Mas o roubo das terras africanas pelos colonizadores, a escravização do trabalhador, o castigo corporal, ou a intensiva exploração dos bens que nos pertencem, são formas do mesmo colonialismo.
Agostinho Neto. 7 De Fevereiro de 1974. Discurso na Universidade de Dar-Es-Salam, Tanzânia
A Grã-bretanha, por exemplo, país que possui em Angola o maior volume de capitais investidos, ou os Estados Unidos da América com crescentes interesses na economia e ansiando dominar a posição estratégica do nosso país, assim como outros países da Europa, da América ou da Ásia, concorrem para a dominação do nosso Povo e a exploração dos bens que nos pertencem.
Muitas vezes se confunde o inimigo da África com o branco. A cor da pele ainda é um elemento que para muitos determina o inimigo.
Agostinho Neto. 7 De Fevereiro de 1974. Discurso na Universidade de Dar-Es-Salam, Tanzânia
15 De Setembro de 1979. Juramento do Comité Central do Mpla.
Em Angola vive-se um clima de mobilização geral. Os colonos estão armados e organizados em milícias como em 1961; o período de prestação de serviço militar foi prolongado para 4 anos e o orçamento português prevê 42% do seu total para as despesas com a guerra colonial: mais de 6.000 milhões de escudos!
O inimigo procura também desmobilizar o Povo com a corrupção e com algumas concessões às reivindicações do nosso Povo. Sem dúvida que a alguns sectores da nossa população foram concedidas melhores condições de vida, mas não se modificou certamente a base material em que vive a grande maioria.
Agostinho Neto. 1 De Janeiro de 1967. Mensagem de ano novo.
Em Portugal, aumenta o movimento de deserções dos soldados. Muitíssimos jovens preferem fugir do país ou correr o risco da prisão a participarem neste crime que é a guerra colonial.
O MPLA inclina-se perante estes heróicos e generosos combatentes, muitos dos quais se tornaram imortais pelo sangue que derramaram nos campos. A guerra de libertação nacional que o MPLA começou a dirigir com firmeza, exige orientação, clareza de objectivos, política de acção e honestidade. A luta não poderá desenvolver-se com incitamentos ao tribalismo, à divisão, com apelos à superstição e aos instintos primários e sem claros objectivos políticos.
Agostinho Neto. 1 De Janeiro de 1967. Mensagem de ano novo.
É também a expressão mais vasta do desejo comum do Homem sobre a terra, de se considerar livre, capaz de se desligar das amarras de uma sociedade em que estiola e morre, como ser humano.
Não pode haver outra tendência sobre a terra. O isolamento é impossível e é contrário à ideia de progresso técnico, cultural e político.
Para alcançar a liberdade e sem o qual o comportamento do homem será o de quem sai de uma forma de discriminação para cair numa outra forma tão negativa como a primeira, uma simples inversão dos factores intervenientes.
Agostinho Neto. 7 De Fevereiro de 1974. Discurso na Universidade de Dar-Es-Salam, Tanzânia.
Esta forma de colonização visível, clara, aberta, não impede que uma outra exista no nosso continente, outra forma de dominação mais subtil conhecida pelo nome do neocolonialismo, em que o explorador já não se identifica com o nome de colonizador, mas que actua da mesma maneira a vários níveis.
Se para uns, colonialismo significou e significa trabalho forçado, para outros é discriminação racial; para outros ainda, é a segregação económica e a impossibilidade de ascensão política. Mas o roubo das terras africanas pelos colonizadores, a escravização do trabalhador, o castigo corporal, ou a intensiva exploração dos bens que nos pertencem, são formas do mesmo colonialismo.
Agostinho Neto. 7 De Fevereiro de 1974. Discurso na Universidade de Dar-Es-Salam, Tanzânia
A Grã-bretanha, por exemplo, país que possui em Angola o maior volume de capitais investidos, ou os Estados Unidos da América com crescentes interesses na economia e ansiando dominar a posição estratégica do nosso país, assim como outros países da Europa, da América ou da Ásia, concorrem para a dominação do nosso Povo e a exploração dos bens que nos pertencem.
Muitas vezes se confunde o inimigo da África com o branco. A cor da pele ainda é um elemento que para muitos determina o inimigo.
Agostinho Neto. 7 De Fevereiro de 1974. Discurso na Universidade de Dar-Es-Salam, Tanzânia
A sociedade criada pelos colonialistas,
criou vários mecanismos de defesa racial, postos ao serviço do colonialismo. O
mesmo camponês pobre, miserável, oprimido e explorado na sua terra, é alvo de
atenção especial quando se fixa numa das suas colónias. Ele não é só imbuído de
mitos patrioteiros, como também começa a gozar de privilégios económicos e
sociais de que nunca pôde dispor antes. Assim, entra no sistema. O colonialismo
começa a servir-lhe o apetite e passa a ser o cão de guarda dos interesses da
oligarquia fascista.
Agostinho Neto. 7 De Fevereiro de 1974. Discurso na Universidade de Dar-Es-Salam, Tanzânia
Em Dezembro de 1956, no manifesto da sua fundação, o MPLA vincava já a sua determinação de luta por todos os meios para a independência completa de Angola afirmando – o colonialismo não cairá sem luta.
A luta que ainda travamos contra os lacaios do imperialismo que nesta ocasião se não nomeiam para não denegrir este momento singular da nossa história, integra-se no objectivo de expulsar os invasores estrangeiros que pretendem a neocolonização da nossa terra.
Constitui deste modo preocupação fundamental do novo Estado libertar totalmente o nosso País e todo o nosso Povo da opressão estrangeira.
Agostinho Neto. 11 De Novembro de 1975. Proclamação da independência
Os órgãos do Estado da República Popular de Angola guiar-se-ão pelas directrizes superiores do MPLA mantendo-se assegurada a primazia das estruturas do Movimento sobre as do Estado.
Angola é um País subdesenvolvido. Devemos ter profunda consciência do significado deste facto.
Os índices tradicionalmente usados para definir o subdesenvolvimento são plenamente confirmados em Angola. Eles dão a imagem da profunda miséria do Povo angolano.
Agostinho Neto. 11 De Novembro de 1975. Proclamação da independência.
Pondo ponto final ao colonialismo e barrando decididamente o caminho ao neocolonialismo, o MPLA afirma, neste momento solene, o seu propósito firme de mudar radicalmente as actuais estruturas, definindo desde já que o objectivo da reconstrução económica será a satisfação das necessidades do Povo.
No entanto, tendo em conta o facto de Angola ser um País em que a maioria da população é camponesa, o MPLA decide considerar a agricultura como a base, e a indústria como factor decisivo do nosso progresso.
O Estado angolano terá assim a capacidade de resolver com justiça o grave problema das terras.
É evidente que numa primeira fase a nossa economia se ressentirá com a falta de quadros. Para responder a esta carência será elaborado um plano expedito de formação de quadros nacionais, ao mesmo tempo que se apelará para a cooperação internacional nesse domínio. As nossas escolas, a todos os níveis, deverão sofrer uma remodelação radical para que possam de facto servir o Povo e a reconstrução económica. O imperialismo não desarma. Vencido o colonialismo, pretende agora impor-nos novo regime de exploração e opressão utilizando os seus lacaios internos, na vã tentativa de destruir as conquistas já alcançadas pelo Povo.
Agostinho Neto. 11 De Novembro de 1975. Proclamação da independência
Agostinho Neto. 7 De Fevereiro de 1974. Discurso na Universidade de Dar-Es-Salam, Tanzânia
Em Dezembro de 1956, no manifesto da sua fundação, o MPLA vincava já a sua determinação de luta por todos os meios para a independência completa de Angola afirmando – o colonialismo não cairá sem luta.
A luta que ainda travamos contra os lacaios do imperialismo que nesta ocasião se não nomeiam para não denegrir este momento singular da nossa história, integra-se no objectivo de expulsar os invasores estrangeiros que pretendem a neocolonização da nossa terra.
Constitui deste modo preocupação fundamental do novo Estado libertar totalmente o nosso País e todo o nosso Povo da opressão estrangeira.
Agostinho Neto. 11 De Novembro de 1975. Proclamação da independência
Os órgãos do Estado da República Popular de Angola guiar-se-ão pelas directrizes superiores do MPLA mantendo-se assegurada a primazia das estruturas do Movimento sobre as do Estado.
Angola é um País subdesenvolvido. Devemos ter profunda consciência do significado deste facto.
Os índices tradicionalmente usados para definir o subdesenvolvimento são plenamente confirmados em Angola. Eles dão a imagem da profunda miséria do Povo angolano.
Agostinho Neto. 11 De Novembro de 1975. Proclamação da independência.
Pondo ponto final ao colonialismo e barrando decididamente o caminho ao neocolonialismo, o MPLA afirma, neste momento solene, o seu propósito firme de mudar radicalmente as actuais estruturas, definindo desde já que o objectivo da reconstrução económica será a satisfação das necessidades do Povo.
No entanto, tendo em conta o facto de Angola ser um País em que a maioria da população é camponesa, o MPLA decide considerar a agricultura como a base, e a indústria como factor decisivo do nosso progresso.
O Estado angolano terá assim a capacidade de resolver com justiça o grave problema das terras.
É evidente que numa primeira fase a nossa economia se ressentirá com a falta de quadros. Para responder a esta carência será elaborado um plano expedito de formação de quadros nacionais, ao mesmo tempo que se apelará para a cooperação internacional nesse domínio. As nossas escolas, a todos os níveis, deverão sofrer uma remodelação radical para que possam de facto servir o Povo e a reconstrução económica. O imperialismo não desarma. Vencido o colonialismo, pretende agora impor-nos novo regime de exploração e opressão utilizando os seus lacaios internos, na vã tentativa de destruir as conquistas já alcançadas pelo Povo.
Agostinho Neto. 11 De Novembro de 1975. Proclamação da independência
A República Popular de Angola propõe-se
dinamizar e apoiar a instauração do Poder Popular à escala nacional.
A República Popular de Angola considera como um dever patriótico inalienável e de honra a assistência privilegiada e a protecção especial aos órfãos de guerra, aos diminuídos e mutilados de guerra pelos sacrifícios consentidos na luta de libertação nacional.
Envidará ainda todos os esforços, no sentido da reintegração completa na sociedade de todas as vítimas da guerra de libertação nacional.
Preocupação dominante do novo Estado será também a abolição de todas as discriminações de sexo, idade, origem étnica ou racial e religiosa, e a instituição rigorosa do justo princípio – «a trabalho igual, salário igual».
A República Popular de Angola, sob orientação justa do MPLA, estimulará o processo da emancipação da mulher angolana.
A República Popular de Angola afirma-se um Estado laico com separação completa da Igreja do Estado, respeitando todas as religiões e protegendo as igrejas, lugares e objectos de culto e instituições legalmente reconhecidas.
A bandeira que hoje flutua é o símbolo da liberdade.
Agostinho Neto.11 De Novembro de 1975. Proclamação da independência
Mais, os colonialistas introduziram e intensificaram o sistema capitalista de opressão que a pouco e pouco foi cedendo o seu lugar às formas multinacionais da exploração.
O factor fundamental para a transformação da sociedade, é a produção, são as relações de produção, é a maneira como na sociedade são distribuídos os meios de produção.
É preciso que os meios técnicos modernos e as condições oferecidas pela natureza, estejam ao serviço do Povo.
Agostinho Neto. 23 De Maio de 1976. Discurso no encerramento do 1º curso de activistas do MPLA.
O processo de produção, segundo nós o concebemos, deve ser feito em proveito de todo o Povo.
Os camponeses devem deter nas suas mãos a terra que cultivam.
E do mesmo modo que ninguém tem direito nem pode vender o ar que respira, também, na nossa Angola popular, a terra deve estar ao dispor daquele que a utiliza.
A terra não pode mais ser a propriedade de alguns homens para que outros a façam produzir em seu proveito.
Assim, tudo o que existe debaixo da terra ou sob o mar ou o ar, tudo o que é natureza, pertence ao Povo.
Entendem que devem destruir os bens do Povo. Esses são ainda os que estão impregnados duma mentalidade de escravo.
Agostinho Neto. 23 De Maio de 1976. Discurso no encerramento do 1º curso de activistas do MPLA.
Pensa-se ainda que o confisco de bens dos colonialistas não é senão a transferência de bens do patrão para as mãos de um outro patrão.
Quem dirige um país, dirige um Povo.
Não podemos, não devemos travar guerra entre nós. É preciso preservar a unidade nacional.
Nós somos um Povo que desde há séculos tem uma maioria de pretos, mas também milhares de mestiços e brancos.
O que importa é neutralizar qualquer pretensão de grupos raciais que desejam manter uma supremacia económica ou social no País.
Agostinho Neto. 23 De Maio de 1976. Discurso no encerramento do 1º curso de activistas do MPLA.
Fomos limitados pelo tempo, pelo problema dos transportes e por outras circunstâncias particulares desses municípios.
Um dos pontos a debater será a criação do partido Marxista-Leninista dirigente do nosso País. Estas são decisões que têm grande importância para o desenvolvimento político do Povo angolano.
Havia proprietários portugueses que detinham os meios de produção (que tinham as fábricas, as terras, as ferramentas) e operários assalariados angolanos a quem pagavam salários de fome.
Hoje, uma parte, uma boa parte dos meios de produção já não pertencem a indivíduos e raramente pertencem a portugueses: são bens que pertencem ao povo angolano.
Agostinho Neto. 5 De Fevereiro de 1977. Discurso na assembleia de militantes em Ndalatando
O convívio entre brancos, pretos e mestiços, hoje, é muito melhor do que foi no passado, embora ainda tenhamos alguns problemas.
Não encontramos mais a violência por causa da raça, não encontramos a discriminação por causa da raça.
Esses detinham grandes somas de dinheiro. Alguns deles, certamente, não entregaram o dinheiro ao Banco, não fizeram a troca. Preferiram escondê-lo do que revelar-se. Porque eles nunca depositavam o seu dinheiro no Banco, faziam assim com que as autoridades não conhecessem realmente o que cada um detinha. Mas foram detectados alguns.
Nós temos uma grande riqueza mineral, temos uma grande riqueza agrícola, temos fontes de energia imensas, temos um País extenso.
Agostinho Neto. 5 De Fevereiro de 1977. Discurso na assembleia de militantes em Ndalatando.
Nós encontramos a cada passo militantes do MPLA… Desde que nós vencemos a guerra, toda a gente é do MPLA… mas alguns só dizem que são militantes do MPLA.
Toda a gente se lembra da época das demarcações: quando aparecia um comerciante qualquer, ia demarcar a lavra de um cidadão angolano e depois, no dia seguinte, vinha o Administrador e dizia: «Sim, senhor. Tirem daí as suas casas, porque o terreno pertence agora a este senhor que está aqui».
Em vez de termos exploradores colonialistas, como havia antigamente, teremos exploradores angolanos. Porque os maus sentimentos não existem numa só raça.
E portanto, não é com bons sentimentos que se resolvem os problemas políticos. É preciso impor regras que sejam rigorosamente seguidas: se vamos esperar que cada um tenha bons sentimentos, não vamos resolver os nossos problemas…
Agostinho Neto. 5 De Fevereiro de 1977. Discurso na assembleia de militantes em Ndalatando.
A República Popular de Angola considera como um dever patriótico inalienável e de honra a assistência privilegiada e a protecção especial aos órfãos de guerra, aos diminuídos e mutilados de guerra pelos sacrifícios consentidos na luta de libertação nacional.
Envidará ainda todos os esforços, no sentido da reintegração completa na sociedade de todas as vítimas da guerra de libertação nacional.
Preocupação dominante do novo Estado será também a abolição de todas as discriminações de sexo, idade, origem étnica ou racial e religiosa, e a instituição rigorosa do justo princípio – «a trabalho igual, salário igual».
A República Popular de Angola, sob orientação justa do MPLA, estimulará o processo da emancipação da mulher angolana.
A República Popular de Angola afirma-se um Estado laico com separação completa da Igreja do Estado, respeitando todas as religiões e protegendo as igrejas, lugares e objectos de culto e instituições legalmente reconhecidas.
A bandeira que hoje flutua é o símbolo da liberdade.
Agostinho Neto.11 De Novembro de 1975. Proclamação da independência
Mais, os colonialistas introduziram e intensificaram o sistema capitalista de opressão que a pouco e pouco foi cedendo o seu lugar às formas multinacionais da exploração.
O factor fundamental para a transformação da sociedade, é a produção, são as relações de produção, é a maneira como na sociedade são distribuídos os meios de produção.
É preciso que os meios técnicos modernos e as condições oferecidas pela natureza, estejam ao serviço do Povo.
Agostinho Neto. 23 De Maio de 1976. Discurso no encerramento do 1º curso de activistas do MPLA.
O processo de produção, segundo nós o concebemos, deve ser feito em proveito de todo o Povo.
Os camponeses devem deter nas suas mãos a terra que cultivam.
E do mesmo modo que ninguém tem direito nem pode vender o ar que respira, também, na nossa Angola popular, a terra deve estar ao dispor daquele que a utiliza.
A terra não pode mais ser a propriedade de alguns homens para que outros a façam produzir em seu proveito.
Assim, tudo o que existe debaixo da terra ou sob o mar ou o ar, tudo o que é natureza, pertence ao Povo.
Entendem que devem destruir os bens do Povo. Esses são ainda os que estão impregnados duma mentalidade de escravo.
Agostinho Neto. 23 De Maio de 1976. Discurso no encerramento do 1º curso de activistas do MPLA.
Pensa-se ainda que o confisco de bens dos colonialistas não é senão a transferência de bens do patrão para as mãos de um outro patrão.
Quem dirige um país, dirige um Povo.
Não podemos, não devemos travar guerra entre nós. É preciso preservar a unidade nacional.
Nós somos um Povo que desde há séculos tem uma maioria de pretos, mas também milhares de mestiços e brancos.
O que importa é neutralizar qualquer pretensão de grupos raciais que desejam manter uma supremacia económica ou social no País.
Agostinho Neto. 23 De Maio de 1976. Discurso no encerramento do 1º curso de activistas do MPLA.
Fomos limitados pelo tempo, pelo problema dos transportes e por outras circunstâncias particulares desses municípios.
Um dos pontos a debater será a criação do partido Marxista-Leninista dirigente do nosso País. Estas são decisões que têm grande importância para o desenvolvimento político do Povo angolano.
Havia proprietários portugueses que detinham os meios de produção (que tinham as fábricas, as terras, as ferramentas) e operários assalariados angolanos a quem pagavam salários de fome.
Hoje, uma parte, uma boa parte dos meios de produção já não pertencem a indivíduos e raramente pertencem a portugueses: são bens que pertencem ao povo angolano.
Agostinho Neto. 5 De Fevereiro de 1977. Discurso na assembleia de militantes em Ndalatando
O convívio entre brancos, pretos e mestiços, hoje, é muito melhor do que foi no passado, embora ainda tenhamos alguns problemas.
Não encontramos mais a violência por causa da raça, não encontramos a discriminação por causa da raça.
Esses detinham grandes somas de dinheiro. Alguns deles, certamente, não entregaram o dinheiro ao Banco, não fizeram a troca. Preferiram escondê-lo do que revelar-se. Porque eles nunca depositavam o seu dinheiro no Banco, faziam assim com que as autoridades não conhecessem realmente o que cada um detinha. Mas foram detectados alguns.
Nós temos uma grande riqueza mineral, temos uma grande riqueza agrícola, temos fontes de energia imensas, temos um País extenso.
Agostinho Neto. 5 De Fevereiro de 1977. Discurso na assembleia de militantes em Ndalatando.
Nós encontramos a cada passo militantes do MPLA… Desde que nós vencemos a guerra, toda a gente é do MPLA… mas alguns só dizem que são militantes do MPLA.
Toda a gente se lembra da época das demarcações: quando aparecia um comerciante qualquer, ia demarcar a lavra de um cidadão angolano e depois, no dia seguinte, vinha o Administrador e dizia: «Sim, senhor. Tirem daí as suas casas, porque o terreno pertence agora a este senhor que está aqui».
Em vez de termos exploradores colonialistas, como havia antigamente, teremos exploradores angolanos. Porque os maus sentimentos não existem numa só raça.
E portanto, não é com bons sentimentos que se resolvem os problemas políticos. É preciso impor regras que sejam rigorosamente seguidas: se vamos esperar que cada um tenha bons sentimentos, não vamos resolver os nossos problemas…
Agostinho Neto. 5 De Fevereiro de 1977. Discurso na assembleia de militantes em Ndalatando.
Porque uma vez que o Povo, o Povo
angolano, tenha nas suas mãos os meios de produção, este povo pode distribuir,
de uma maneira equitativa o rendimento nacional.
O operário trabalha durante anos e anos, e quando já não tiver força para trabalhar não tem mais nada.
Mas, para utilizar essas máquinas, é preciso conhecer, é preciso saber, é preciso estudar.
É porque o país, para poder avançar, precisa de ter quadros que sejam capazes de aprender a utilizar as ferramentas que temos no País.
A produção só aumenta se as máquinas forem boas e se os operários forem bons. Nós hoje podemos pôr tractores em cada cooperativa, será que cada cooperativa tem um condutor de tractores? Será que tem um mecânico? Não, ainda não. Chegamos a um momento em que não podemos avançar sem que haja qualificação dos quadros.
Quem não estuda é um inútil, fica estagnado, da categoria não passa.
Agostinho Neto. 5 De Fevereiro de 1977. Discurso na assembleia de militantes em Ndalatando
Se nós não temos um contabilista numa empresa, vamos encontrar um contabilista. E não digamos primeiramente, que ele é burguês ou que é pequeno-burguês. Nós queremos é as contas. Em primeiro lugar queremos as contas – e desde que ele as faça honestamente não há razão nenhuma para ele ficar afastado.
Houve a certo momento em 1962 um fraccionismo, que foi conduzido por Viriato da cruz, nome que não é desconhecido dos camaradas, mas que produziu a divisão do Movimento, por não querer submeter-se a essas regras de centralismo democrático. Quando se discutia um problema, no Comité Director, ele assumia, sempre uma atitude contra a maioria.
Mais recentemente, (1965/66) um outro grande fraccionismo, que se baseou na tribo, que é o Chipenda. Era membro dirigente do MPLA, estava connosco no Comité Director e, certa altura, foi mobilizar a gente da sua tribo – ele é natural do lobito. Pensava ele que poderia ser o chefe dos umbundos
«Revolta Activa», chefiado por Gentil Viana. Da mesma maneira, dentro do movimento, formou um grupo para combater a Direcção do movimento. Claro que hoje está preso.
Nós temos de combater, sempre e com firmeza, qualquer tentativa de fraccionismo. Isto não pode ser admitido numa organização democrática como a nossa em que há democracia, da base ao topo.
Se esse grupo não se convencer com a crítica, é necessário neutralizá-lo imediatamente.
Agostinho Neto. 5 De Fevereiro de 1977. Discurso na assembleia de militantes em Ndalatando.
Mas teremos de nos esforçar para ver quem é que, no seio do MPLA, pode de facto ter essa honra de pertencer ao Partido. Quem é que terá essa capacidade revolucionária, capacidade política, para poder pertencer ao partido.
Mas será que estamos, de facto, a utilizar toda a nossa inteligência, toda a nossa capacidade de análise para resolver este problema? Eu creio que não.
Será que nós podemos fazer aquilo que queremos? Ou não podemos?
E se a nossa capacidade é pequena o que é que vamos fazer para resolver?
Por vezes, os problemas «acabam» com um telegrama, que se envia à capital e depois fica-se à espera, quando nós próprios sabemos que a capital também não pode resolver esse problema.
Só o poder político não chega, porque fica-se sempre dependente doutrem.
Há inúmeros camiões, automóveis, avariados. Será que nós não podemos cuidar melhor dos carros?
Agostinho Neto. 5 De Fevereiro de 1977. Discurso na assembleia de militantes em Ndalatando.
No MPLA, nós somos um e temos regras para a vida da Organização. Não somos diversos. Somos um ou devemos ser um.
Portanto, quando nós dizemos fraccionismo, significa que alguém dentro da Organização, dentro do país, quis formar grupos que fossem diferentes do MPLA. Ora neste país, o único Movimento que existe é o MPLA e quem defender outro Movimento qualquer, não pode ser tolerado.
Devo dizer aos camaradas – agora já o posso dizer – que alguns deles, alguns que andam fugidos – ou os que estão sob investigação – chegavam às reuniões e, em vez de discutir os problemas que eram inscritos na ordem de trabalho, pegavam num livro e punham-se a ler à socapa. Muitas vezes, tinham sono, dormiam, talvez porque tivessem reuniões de mais.
Primeiramente foi o grupo que se chamava «Comités Henda». Foi eliminado. Depois eram os «Comités Amílcar Cabral». Foram eliminados. Apareceram depois alguns deles, indivíduos que pertenciam a esses dois grupos apareceram numa outra organização chamada «Oca – Organização Comunista de Angola» e também foram eliminados.
Agostinho Neto. 12 De Junho de 1977. Discurso sobre o fraccionismo.
O operário trabalha durante anos e anos, e quando já não tiver força para trabalhar não tem mais nada.
Mas, para utilizar essas máquinas, é preciso conhecer, é preciso saber, é preciso estudar.
É porque o país, para poder avançar, precisa de ter quadros que sejam capazes de aprender a utilizar as ferramentas que temos no País.
A produção só aumenta se as máquinas forem boas e se os operários forem bons. Nós hoje podemos pôr tractores em cada cooperativa, será que cada cooperativa tem um condutor de tractores? Será que tem um mecânico? Não, ainda não. Chegamos a um momento em que não podemos avançar sem que haja qualificação dos quadros.
Quem não estuda é um inútil, fica estagnado, da categoria não passa.
Agostinho Neto. 5 De Fevereiro de 1977. Discurso na assembleia de militantes em Ndalatando
Se nós não temos um contabilista numa empresa, vamos encontrar um contabilista. E não digamos primeiramente, que ele é burguês ou que é pequeno-burguês. Nós queremos é as contas. Em primeiro lugar queremos as contas – e desde que ele as faça honestamente não há razão nenhuma para ele ficar afastado.
Houve a certo momento em 1962 um fraccionismo, que foi conduzido por Viriato da cruz, nome que não é desconhecido dos camaradas, mas que produziu a divisão do Movimento, por não querer submeter-se a essas regras de centralismo democrático. Quando se discutia um problema, no Comité Director, ele assumia, sempre uma atitude contra a maioria.
Mais recentemente, (1965/66) um outro grande fraccionismo, que se baseou na tribo, que é o Chipenda. Era membro dirigente do MPLA, estava connosco no Comité Director e, certa altura, foi mobilizar a gente da sua tribo – ele é natural do lobito. Pensava ele que poderia ser o chefe dos umbundos
«Revolta Activa», chefiado por Gentil Viana. Da mesma maneira, dentro do movimento, formou um grupo para combater a Direcção do movimento. Claro que hoje está preso.
Nós temos de combater, sempre e com firmeza, qualquer tentativa de fraccionismo. Isto não pode ser admitido numa organização democrática como a nossa em que há democracia, da base ao topo.
Se esse grupo não se convencer com a crítica, é necessário neutralizá-lo imediatamente.
Agostinho Neto. 5 De Fevereiro de 1977. Discurso na assembleia de militantes em Ndalatando.
Mas teremos de nos esforçar para ver quem é que, no seio do MPLA, pode de facto ter essa honra de pertencer ao Partido. Quem é que terá essa capacidade revolucionária, capacidade política, para poder pertencer ao partido.
Mas será que estamos, de facto, a utilizar toda a nossa inteligência, toda a nossa capacidade de análise para resolver este problema? Eu creio que não.
Será que nós podemos fazer aquilo que queremos? Ou não podemos?
E se a nossa capacidade é pequena o que é que vamos fazer para resolver?
Por vezes, os problemas «acabam» com um telegrama, que se envia à capital e depois fica-se à espera, quando nós próprios sabemos que a capital também não pode resolver esse problema.
Só o poder político não chega, porque fica-se sempre dependente doutrem.
Há inúmeros camiões, automóveis, avariados. Será que nós não podemos cuidar melhor dos carros?
Agostinho Neto. 5 De Fevereiro de 1977. Discurso na assembleia de militantes em Ndalatando.
No MPLA, nós somos um e temos regras para a vida da Organização. Não somos diversos. Somos um ou devemos ser um.
Portanto, quando nós dizemos fraccionismo, significa que alguém dentro da Organização, dentro do país, quis formar grupos que fossem diferentes do MPLA. Ora neste país, o único Movimento que existe é o MPLA e quem defender outro Movimento qualquer, não pode ser tolerado.
Devo dizer aos camaradas – agora já o posso dizer – que alguns deles, alguns que andam fugidos – ou os que estão sob investigação – chegavam às reuniões e, em vez de discutir os problemas que eram inscritos na ordem de trabalho, pegavam num livro e punham-se a ler à socapa. Muitas vezes, tinham sono, dormiam, talvez porque tivessem reuniões de mais.
Primeiramente foi o grupo que se chamava «Comités Henda». Foi eliminado. Depois eram os «Comités Amílcar Cabral». Foram eliminados. Apareceram depois alguns deles, indivíduos que pertenciam a esses dois grupos apareceram numa outra organização chamada «Oca – Organização Comunista de Angola» e também foram eliminados.
Agostinho Neto. 12 De Junho de 1977. Discurso sobre o fraccionismo.
Nós vimos como em vários serviços, em
várias repartições públicas havia atitudes que coincidiam perfeitamente com as
atitudes dos fracçcionistas.
Nós vimos que foi utilizada uma determinada estratégia e que eram determinadas tácticas. Indivíduos que evidentemente se mostravam muito amigos do Movimento, muito militantes dentro do Movimento, no fundo faziam trabalho contra o MPLA.
E os estrangeiros que não foram capazes de fazer a Revolução na terra deles, vêm fazer a revolução em Angola.
É fácil, aproveitar o descontentamento, o difícil é revolver os problemas. É fácil criar obstáculos, o difícil é dirigir um processo revolucionário.
Não podemos por exemplo, ter numa empresa, grupos de acção que não tenham autoridade política junto das comissões sindicais. Isto não pode ser, e se acontece, a única coisa que nós podemos fazer é dissolver as comissões sindicais. A orientação tem de ser do MPLA. E vamos seguir esta linha firmemente. Que não haja organizações paralelas dentro do País. Quem comanda aqui em Angola é o MPLA
Todos tem o direito de reunir, desde que os objectivos sejam justos, e desde que estejam completamente controlados por qualquer organismo do MPLA.
Agostinho Neto. 12 De Junho de 1977. Discurso sobre o fraccionismo
No Zimbabué há exploração, há dominação e abuso de um determinado grupo social sobre o povo do Zimbabué. Esse povo não pode suportar mais a escravidão.
Sobretudo, pensam em instalar o neocolonialismo em cada país africano. Felizmente, Angola não poderia entrar, não entrou, no seu esquema.
Agostinho Neto. 14 De Junho de 1977. Discurso na abertura da reunião do
Comité de libertação da OUA realizada em Luanda.
Trabalharam noite e dia. Não descansaram. Trabalharam arduamente para conseguirmos os resultados que hoje são a glória deste Congresso, são a glória do MPLA-Partido do Trabalho, são a glória do Povo angolano.
Agostinho Neto. 10 De Dezembro de 1977. Discurso no encerramento do 1º Congresso do MPLA.
Uma das consequências da falta de liberdade é o subdesenvolvimento económico, científico, técnico e cultural.
Os países explorados tornaram-se economicamente débeis e em muitos casos, lançados numa situação caótica que os obriga a retomar ou a continuar a sua dependência dos outros países mais desenvolvidos.
Libertar é transformar pela violência uma ordem social estabelecida por minorias.
E por isso mesmo libertar uma sociedade, é fazer a revolução.
É preciso libertar o Homem não só do esclavagismo colonial, mas ainda de qualquer forma de dominação social no interior de cada país. Nenhuma classe deve poder explorar outra.
Agostinho Neto. 20 De Janeiro de 1978. Discurso na Universidade de Ibadan, Nigéria.
Em Angola, por exemplo, 85% da população vive no campo e é camponesa. Se desprezássemos esta realidade, cometeríamos um grave erro.
Põe-se agora o problema de saber, para garantir o triunfo da Revolução e após a libertação política, quem deverá dirigir o País, para extinguir para sempre a exploração do homem pelo homem.
Pensamos que não necessitamos de passar pelo capitalismo nacional.
Não pretendemos refazer, em Angola, uma classe exploradora qualquer, nacional ou estrangeira
Porque, qualquer explorador é explorador, esta é a sua característica principal. Não importa a cor, ou a sua nacionalidade.
A nossa Revolução é dirigida ao bem-estar da pessoa humana.
Agostinho Neto. 20 De Janeiro de 1978. Discurso na Universidade de Ibadan, Nigéria.
Uma delas, a mais importante neste momento, é a económica, é base material que une os homens, enquanto que a área idealista divide os homens e as nações.
O nosso colega e amigo, Camarada Presidente Sekou Touré exprimiu, muito concretamente, a ideia da organização do nosso Mercado Comum Africano. Aplaudo a ideia. Estou absolutamente de acordo com ele.
Agostinho Neto. 18 De Julho de 1978. Cimeira da OUA, Kartum
Nós vimos que foi utilizada uma determinada estratégia e que eram determinadas tácticas. Indivíduos que evidentemente se mostravam muito amigos do Movimento, muito militantes dentro do Movimento, no fundo faziam trabalho contra o MPLA.
E os estrangeiros que não foram capazes de fazer a Revolução na terra deles, vêm fazer a revolução em Angola.
É fácil, aproveitar o descontentamento, o difícil é revolver os problemas. É fácil criar obstáculos, o difícil é dirigir um processo revolucionário.
Não podemos por exemplo, ter numa empresa, grupos de acção que não tenham autoridade política junto das comissões sindicais. Isto não pode ser, e se acontece, a única coisa que nós podemos fazer é dissolver as comissões sindicais. A orientação tem de ser do MPLA. E vamos seguir esta linha firmemente. Que não haja organizações paralelas dentro do País. Quem comanda aqui em Angola é o MPLA
Todos tem o direito de reunir, desde que os objectivos sejam justos, e desde que estejam completamente controlados por qualquer organismo do MPLA.
Agostinho Neto. 12 De Junho de 1977. Discurso sobre o fraccionismo
No Zimbabué há exploração, há dominação e abuso de um determinado grupo social sobre o povo do Zimbabué. Esse povo não pode suportar mais a escravidão.
Sobretudo, pensam em instalar o neocolonialismo em cada país africano. Felizmente, Angola não poderia entrar, não entrou, no seu esquema.
Agostinho Neto. 14 De Junho de 1977. Discurso na abertura da reunião do
Comité de libertação da OUA realizada em Luanda.
Trabalharam noite e dia. Não descansaram. Trabalharam arduamente para conseguirmos os resultados que hoje são a glória deste Congresso, são a glória do MPLA-Partido do Trabalho, são a glória do Povo angolano.
Agostinho Neto. 10 De Dezembro de 1977. Discurso no encerramento do 1º Congresso do MPLA.
Uma das consequências da falta de liberdade é o subdesenvolvimento económico, científico, técnico e cultural.
Os países explorados tornaram-se economicamente débeis e em muitos casos, lançados numa situação caótica que os obriga a retomar ou a continuar a sua dependência dos outros países mais desenvolvidos.
Libertar é transformar pela violência uma ordem social estabelecida por minorias.
E por isso mesmo libertar uma sociedade, é fazer a revolução.
É preciso libertar o Homem não só do esclavagismo colonial, mas ainda de qualquer forma de dominação social no interior de cada país. Nenhuma classe deve poder explorar outra.
Agostinho Neto. 20 De Janeiro de 1978. Discurso na Universidade de Ibadan, Nigéria.
Em Angola, por exemplo, 85% da população vive no campo e é camponesa. Se desprezássemos esta realidade, cometeríamos um grave erro.
Põe-se agora o problema de saber, para garantir o triunfo da Revolução e após a libertação política, quem deverá dirigir o País, para extinguir para sempre a exploração do homem pelo homem.
Pensamos que não necessitamos de passar pelo capitalismo nacional.
Não pretendemos refazer, em Angola, uma classe exploradora qualquer, nacional ou estrangeira
Porque, qualquer explorador é explorador, esta é a sua característica principal. Não importa a cor, ou a sua nacionalidade.
A nossa Revolução é dirigida ao bem-estar da pessoa humana.
Agostinho Neto. 20 De Janeiro de 1978. Discurso na Universidade de Ibadan, Nigéria.
Uma delas, a mais importante neste momento, é a económica, é base material que une os homens, enquanto que a área idealista divide os homens e as nações.
O nosso colega e amigo, Camarada Presidente Sekou Touré exprimiu, muito concretamente, a ideia da organização do nosso Mercado Comum Africano. Aplaudo a ideia. Estou absolutamente de acordo com ele.
Agostinho Neto. 18 De Julho de 1978. Cimeira da OUA, Kartum
Discursos Políticos (FIM). Agostinho
Neto
Eu não fiquei contente, por exemplo, que
nós estivéssemos a discutir problemas dos funcionários da OUA. Eu não gosto dos
funcionários. Gosto mais dos combatentes. Mas o que é certo é que estivemos a
discutir problemas dos funcionários. E isto foi um desprazer para muita gente,
para muitos chefes de Estado.
Se nós continuarmos a consentir que o nosso Partido, o nosso Governo, tenha uma predominância de elementos da pequena burguesia, ou influenciados pela pequena burguesia, o que vai acontecer daqui a dois ou três anos? O que vai acontecer é que nós vamos mudar de orientação com as mesmas palavras de ordem, não cumprir aquilo que foi determinado pelo nosso Congresso e nós voltaremos a uma fase de capitalismo não confessado.
Nós não temos em Angola uma burguesia com poderes. Não temos, mas podemos ter no futuro, se não tomarmos cuidado.
Agostinho Neto. 27 De Julho de 1979. Discurso na cidade do Lubango.
Será que o Socialismo será manter populações sem habitação condigna, sem serem alfabetizadas, sem ter os liceus, os estádios, sem ter a possibilidade de desenvolvimento para as crianças, sem ter a necessária condição para a mulher poder trabalhar e criar os seus filhos?
Eu penso que ainda estamos muito longe do Socialismo. Socialismo para nós é uma intenção não é ainda uma realidade.
Quando não houver classes que se estejam a explorar umas às outras; quando não tivermos dentro do País um grupo ou vários grupos de pessoas a quererem ter mais vantagens do que os outros.
Nós diremos que estaremos a construir o Socialismo quando tivermos a paz. Quando for possível termos a paz.
E houve uma promessa de toda a população no sentido de acabar com o analfabetismo dentro do prazo o mais curto possível.
Isso é importante para a aquisição de ideias, para aprender as ciências, para aprender no futuro a governar o nosso País.
Nós não queremos cópias de outros países. Temos que organizar o nosso próprio País de acordo com as condições que aqui existem. Não queremos cópias, porque não podemos viver de cópias. Vamos, sim, aprender tudo aquilo que existe no Mundo e que seja útil para o nosso Povo. Vamos aprender todos os dias; pedir conselhos. Mas não copiar mecanicamente porque isso seria contraproducente.
Agostinho Neto. 18 De Agosto de 1979. Discurso em Malanje.
E a situação financeira depende de quê? Depende da nossa produção. Nós não podemos viver de importações, estar a importar sempre, pagando àqueles que nos vendem; precisamos nós de realizar os bens necessários para o nosso Povo.
Ainda temos problemas com a burocracia, com a burocracia que existe no nosso País e que se preocupa muito com os papéis – muitos papéis, muitos relatórios, muitas palavras e poucas obras. Temos de fazer com que o Partido corrija essa situação em cada província, em cada área do nosso País. Não podemos viver somente da burocracia, não podemos viver de papéis, de palavras, temos de viver dos actos!
E por não terem servido, eles foram afastados e o que acontece nessas situações é o seguinte: cada um que se sente afastado, pensa sempre na sua vingançazinha, pensa que é o homem ou a mulher mais importante do país e portanto pensa na sua vingançazinha.
A Revolução vai continuando, a revolução vai triunfar. Alguns de nós podem desaparecer. Alguns de nós podem ser liquidados na primeira esquina., mas a revolução vai continuar.
Agostinho Neto. 19 De Agosto de 1979. Discurso em Malanje.
Não se pode pensar na organização do País sem o Partido.
É evidente que nem todos podem pertencer ao Partido, nem todos têm a capacidade, nem a vontade e não é necessário obrigar cada um a pertencer ao Partido.
Agostinho Neto. 22 De Agosto de 1979. Discurso na cidade do Uíge
Se nós continuarmos a consentir que o nosso Partido, o nosso Governo, tenha uma predominância de elementos da pequena burguesia, ou influenciados pela pequena burguesia, o que vai acontecer daqui a dois ou três anos? O que vai acontecer é que nós vamos mudar de orientação com as mesmas palavras de ordem, não cumprir aquilo que foi determinado pelo nosso Congresso e nós voltaremos a uma fase de capitalismo não confessado.
Nós não temos em Angola uma burguesia com poderes. Não temos, mas podemos ter no futuro, se não tomarmos cuidado.
Agostinho Neto. 27 De Julho de 1979. Discurso na cidade do Lubango.
Será que o Socialismo será manter populações sem habitação condigna, sem serem alfabetizadas, sem ter os liceus, os estádios, sem ter a possibilidade de desenvolvimento para as crianças, sem ter a necessária condição para a mulher poder trabalhar e criar os seus filhos?
Eu penso que ainda estamos muito longe do Socialismo. Socialismo para nós é uma intenção não é ainda uma realidade.
Quando não houver classes que se estejam a explorar umas às outras; quando não tivermos dentro do País um grupo ou vários grupos de pessoas a quererem ter mais vantagens do que os outros.
Nós diremos que estaremos a construir o Socialismo quando tivermos a paz. Quando for possível termos a paz.
E houve uma promessa de toda a população no sentido de acabar com o analfabetismo dentro do prazo o mais curto possível.
Isso é importante para a aquisição de ideias, para aprender as ciências, para aprender no futuro a governar o nosso País.
Nós não queremos cópias de outros países. Temos que organizar o nosso próprio País de acordo com as condições que aqui existem. Não queremos cópias, porque não podemos viver de cópias. Vamos, sim, aprender tudo aquilo que existe no Mundo e que seja útil para o nosso Povo. Vamos aprender todos os dias; pedir conselhos. Mas não copiar mecanicamente porque isso seria contraproducente.
Agostinho Neto. 18 De Agosto de 1979. Discurso em Malanje.
E a situação financeira depende de quê? Depende da nossa produção. Nós não podemos viver de importações, estar a importar sempre, pagando àqueles que nos vendem; precisamos nós de realizar os bens necessários para o nosso Povo.
Ainda temos problemas com a burocracia, com a burocracia que existe no nosso País e que se preocupa muito com os papéis – muitos papéis, muitos relatórios, muitas palavras e poucas obras. Temos de fazer com que o Partido corrija essa situação em cada província, em cada área do nosso País. Não podemos viver somente da burocracia, não podemos viver de papéis, de palavras, temos de viver dos actos!
E por não terem servido, eles foram afastados e o que acontece nessas situações é o seguinte: cada um que se sente afastado, pensa sempre na sua vingançazinha, pensa que é o homem ou a mulher mais importante do país e portanto pensa na sua vingançazinha.
A Revolução vai continuando, a revolução vai triunfar. Alguns de nós podem desaparecer. Alguns de nós podem ser liquidados na primeira esquina., mas a revolução vai continuar.
Agostinho Neto. 19 De Agosto de 1979. Discurso em Malanje.
Não se pode pensar na organização do País sem o Partido.
É evidente que nem todos podem pertencer ao Partido, nem todos têm a capacidade, nem a vontade e não é necessário obrigar cada um a pertencer ao Partido.
Agostinho Neto. 22 De Agosto de 1979. Discurso na cidade do Uíge
In Agostinho Neto. Textos Políticos Escolhidos.
Edições DIP- Departamento de Informação e Propaganda. 1985
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