A escravidão é um facto consumado
E o angolano é um homem revoltado
De 1975 nunca sairemos
Em 1975 sempre jazeremos
O dinheiro do petróleo nunca verás
Tantos desmandos que ele faz
É o que a ditadura petrolífera nos traz
Sem alternância o poder já jaz
De valas comuns abertas por tractores
Jazem centenas de cristãos
Não são detidos os seus autores
É muito fácil matar os nossos irmãos
Que este mundo é dos espertos
Pois já não existem os despertos
Neste rio de cadáveres a flutuar
Ainda há muitos mais para matar
O banco millennium também chacina
O fumo do seu gerador nos fulmina
É a vulgar actividade assassina
À facturação cadavérica se destina
A morte está por todo o lado
Como se a população fosse gado
Gado sem prado
Desterrado
Continua a psicose das demolições
Arrasam-se casas aos montões
Não tem direitos a população
Vive ao relento sem habitação
Que escandaloso registo eleitoral
Como nos outros anos igual
Não há necessidade de votar
Se já se sabe quem vai ganhar
No caos está mais um país africano
Angola para lá caminha de ano a ano
O saque é impressionante
Orientado pelo seu comandante
Viver no desespero não é solução
Sempre no receio de ir para a prisão
O futuro está perdido
E o amor proibido
Vê-se pelo caminhar
Como isto vai acabar
Dos eixos vai saltar
Nada mais há a esperar
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