Deliciam-se
os jacarés
Nos
rios de cadáveres amontoados
No
reino das chacinas
Já
não há flores
Na
terra dos cadáveres brota o sangue
Do
povo exangue
O
banco millennium na rua rei Katyavala
Apoia
o genocídio dos angolanos
Com
o seu gerador da morte
E
o seu fumo mortífero
É
preciso matar
Sem
isso não se pode trabalhar
Destruir
para facturar
É
a palavra de ordem, matar
E
as crianças quem as vai salvar
Da
chacina estrangeira a apoiar
O
meio mais fácil de enriquecer
É
o feiticeiro ir ver
Ministros
e outros governantes
Sonham
com palácios
E
muitas, muitas jovens virgens
Que
os salvam da SIDA
O
petróleo era a sua riqueza
Secou,
agora é a fonte da tristeza
Nos
prédios é raro ver uma flor
Quem
não ama plantas é um estupor
E
assim extinguem o amor
O
registo eleitoral faz-se marcial
E
as eleições um feito marginal
Sobe
o preço do combustível
Sobe,
sobe tudo no inconcebível
E
as leis não são para cumprir
Rasga-se
a Constituição a rir
O
poder não quer sair
Mas
forçosamente terá que fugir
E
quando se viola a Constituição
O
povo tem que dizer não!
Na
rua vejam a miséria que passa
Do
poder que nos trespassa
A
propaganda faz da miséria beleza
Neste
reino da realeza
Que
cairá, isso é uma certeza
Quanta
mais repressão
Mais
alento há na revolução
Quando
o poder se faz
Nos
galhos das árvores
O
circo da macacada ri
E
circula a momice por aí
O
rei e a sua corte saúdam
O
poder do circo atrai
Multidões
de fiéis
Da
Igreja do poder
Outro
Ruanda se está a ver
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