Na
sua geografia
Ela
faz a sua poesia
Ela
passeava pela calçada
E
no andar se enlevava
E
no olhar enfeitiçava
Na
sua câmara fotografava
Possuída
de vida caminhava
Liberta
ninguém a amarrava
Sentia
que o destino a amava
E
sabia que um hino louvava
No
florístico atlântico guardava
A
geografia que muito estudava
Muito,
muito para além olhava
E
segredo nas conchas atirava
No
sol da areia pulava
E
solenemente atraída ficava
A
água vinha e ia lhe deixava
Uma
conspiração preparava
Sempre
alerta não se cansava
Para
além do infinito viajava
Na
selva humana se sentava
O
drama do paraíso cativava
Uma
forte onda brincava
No
seu corpo saltitava
A
espuma muda se aproximava
O
sol do fim do dia a esperava
A
serenava
A
água cor de cinza do sol amarelo
Entristecia,
não, bendizia o belo
A
vegetação da margem se escondia
Para
a maravilha de um novo dia
Como
uma câmara o sol fotografava
As
ondas que se espelhavam
No
céu se amontoavam
A
natureza divina pintavam
Como
criar um sonho e nele viver
Numa
palmeira uma onda bater
E
na sua casa do mar se recolher
E
deixar a areia a escorrer
No
amanhecer de um novo dia
Esquecendo
a anterior nostalgia
Uma
profunda esperança a invadia
Oh!
Como é difícil sentir alegria
Na
sua geografia
Ela
faz a sua poesia
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