sábado, 18 de julho de 2015

O Hino de São Paulo SP (01)




Na sua geografia
Ela faz a sua poesia

Ela passeava pela calçada
E no andar se enlevava
E no olhar enfeitiçava
Na sua câmara fotografava

Possuída de vida caminhava
Liberta ninguém a amarrava
Sentia que o destino a amava
E sabia que um hino louvava

No florístico atlântico guardava
A geografia que muito estudava
Muito, muito para além olhava
E segredo nas conchas atirava

No sol da areia pulava
E solenemente atraída ficava
A água vinha e ia lhe deixava
Uma conspiração preparava

Sempre alerta não se cansava
Para além do infinito viajava
Na selva humana se sentava
O drama do paraíso cativava

Uma forte onda brincava
No seu corpo saltitava
A espuma muda se aproximava
O sol do fim do dia a esperava
A serenava

A água cor de cinza do sol amarelo
Entristecia, não, bendizia o belo
A vegetação da margem se escondia
Para a maravilha de um novo dia

Como uma câmara o sol fotografava
As ondas que se espelhavam
No céu se amontoavam
A natureza divina pintavam

Como criar um sonho e nele viver
Numa palmeira uma onda bater
E na sua casa do mar se recolher
E deixar a areia a escorrer

No amanhecer de um novo dia
Esquecendo a anterior nostalgia
Uma profunda esperança a invadia
Oh! Como é difícil sentir alegria

Na sua geografia
Ela faz a sua poesia



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