Já
está na hora do não acreditar.
“O que
a África necessita é de instituições fortes, e não de homens fortes.”
“Houston,
temos um problema.”
E o
nosso submarino Angola lá vai, cai, desgovernado se esvai, ai, ai!
Este
nosso submarino não tem escapatória, nem ninguém que lhe abone uma promissória.
Este nosso submarino é a nossa nota vexatória.
O submarino
Angola sem rumo vai para onde? Vai mergulhando, se afundando, nos abandonando,
de presos políticos se enfardando.
O
submarino Angola foi construído para preservar a paz, a reconciliação nacional,
a democracia, o bem-estar das populações, o fim da mortandade das crianças, o
fim da miséria e da fome. O submarino Angola é a esperança dos dias melhores
que já surgem no horizonte do nosso oásis bíblico. O submarino Angola foi
abençoado por Deus, o nosso Deus, nada mais dele tendo a exigir ou
reclamar.
Aqui,
algures na Ingombota, há trinta dias que estamos sem interrupções de energia
eléctrica. A água não falta, apesar de amarelada, isso deve-se às intensas
chuvas, mas isso não significa que seja imprópria para consumo. Que Deus
abençoe o ministro da energia e águas, João Baptista Borges.
E
nesta república do tudo tão efémero, depois do reforço da cooperação com a
China, há seis dias que estamos sem água na zona da Igreja Adventista do Sétimo
Dia, na Rua rei Katyavala, em Luanda, e que se estenderá por outras zonas, não
existindo informação que o confirme. Não se sabe o que aconteceu, ninguém diz
nada, como parece ser a agora reforçada normalização da praxis da instituição
da imposição do comunismo chinês. Sim, os chineses estão a orientar os
trabalhos da água mas ela desapareceu, que pelos vistos foi desviada para a
China. Cada vez pior, sem soluções porque creio que já não temos massa
cinzenta, - será que alguma vez a tivemos?, - está muito bolorenta. Do partido
no poder é só sofrer e da oposição é o ficar sem solução. Angola acabou.
“Não
podemos aceitar que uma ditadura seja substituída por outra.” David Mendes, na
Rádio Despertar, referindo-se à Unita. E mais disse que “os deputados são todos
arrogantes.” E mais ainda que “ o MPLA vai ganhar as eleições.”
Patriotismo
é libertar os presos políticos e nos seus lugares colocar os corruptos.
Enquanto um corrupto não for preso, os argumentos da governação nada valerão. E
as leis da Igreja se incendiarão.
O mais
importante é saquear. Vamos saquear Angola.
O que é
a África? É um gigantesco campo de refugiados, de esfomeados. A África é o
continente onde cada ditador faz a sua chacina.
O
grande erro de Samakuva na entrevista à TPA – Televisão do “Partido” de Angola:
Depois de vinte anos, Samakuva, como uma aparição do além, invadiu os nossos
ecrãs, quase todo o tempo de uma hora de programa a falar de eleições. Acontece
que nem um momento se referiu sobre os presos políticos. E isto é grave,
muitíssimo grave. Torna-se muito difícil aceitar uma Unita assim, que se
esquece dos presos políticos. Creio que apenas quer a todo o custo substituir
uma ditadura por outra, não dá. Mas que estranha democracia.
Quanto
mais o poder exagerar na intolerância política, excluir, perseguir tudo o que é
oposição, mais ela se fortalece. Aconteceu assim com o Cristianismo e com o
Islão.
Continuar com o
persistente abandono de África, é como abandonar uma potente bomba até que ela
acabe por explodir.
Entre dois vizinhos:
“Isto parece que está a ficar descontrolado, a qualquer momento rebenta para aí
tiroteio por todo o lado.” O outro vizinho: “ Oh, descontrolado já está!”
Há uma comissão de
reestruturação do banco BPC-Banco de Poupança e Crédito. Isso significa que o
BPC faliu. Então a bolha bancária vai rebentar nos outros bancos. É isso que
costuma acontecer, não é?!
Sem informação credível
e sem contabilidade não é possível viver, não há país que consiga sobreviver,
nem o FMI lhe pode valer.
Da voraz perseguição às
quinguilas, elas são no momento o bode expiatório, as culpadas da crise, mas em
vez das suas detenções e confiscos arbitrários dos seus bens que tantos
sacrifícios lhes custaram, a alternativa salutar é apoiá-las para que criem o
seu banco, por exemplo, Banco das Quinguilas, com apoio do governo, porque
neste momento enviar para a miséria e fome como se fosse mais uma caterva de
angolanos para os inexistentes serviços socais da fome não resulta, porque este
faroeste está de mais, já não suporta mais assaltos. Entretanto, neste regime
prisional, - para quê condenar a mais seis meses de prisão as desgraçadas
presas da prisão de Viana apenas por esconderem os seus telemóveis nas suas vaginas?,
com tanto corrupto que por aí anda! Isto não é justiça é explosão social - as
quinguilas disseram que são dois meses de prisão e cento e tal mil kwanzas de
multa. Mas, há uma coisa que tem que ficar bem clara: o dinheiro apreendido às
quinguilas deve ser lavrado num auto de apreensão com cópia entregue à pobre
coitada e a quantia depositada numa conta bancária em nome da beneficiária,
porque senão estamos em presença de espoliação de bens, essa prática comum da
nossa desumana e insensível existência.
Samakuva e ainda os
presos políticos: quando Samakuva respondeu na TPA- Televisão do “Partido” de
Angola, na entrevista respondendo a uma pergunta disse que “andam a dormir”.
Poderia e deveria muito bem responder: “Andam a dormir, tal e qual como no caso
dos presos políticos.” Mas como isso não fazia parte da sua agenda…
Tudo o que sou devo-o ao
meu pai e à minha mãe, pois foram eles que me geraram.
E as crianças muangolés brincam com os seus
carros. E as crianças gritam que os carros dos bandidos são muitos e os da
polícia apenas três.
Uma receita terrorista? Um libanês de uma
pisaria junto à Igreja Adventista do Sétimo Dia, na rua rei Kayavala, levanta
pelo pescoço uma criança muangolé de quatro anos, deixa-a numa cadeira e depois
exclama triunfal: “Isto faz com que o menino fique forte.” Os pais juraram que
nunca mais ali irão com os seus filhos.
Os efeitos da crise: no minimercado Pomobel na
rua Rei Katyavala: a batata rena e a banana vendem-se com baratas. As batatas e
as bananas estão inundadas de baratas. Prenúncio do horrível futuro que aí vem.
As baratas vencerão.
Entretanto oiço o som triste de um piano. E
penso no que aqui faz uma pessoa ficar alegre. Nada, absolutamente nada.
Esta expectativa é como o início de uma batalha,
onde se faz por adivinhar a estratégia do adversário.
E o submarino Angola lá vai sem rumo. O seu
casco tem inúmeros contactos com as superfícies montanhosas, rombos na
superfície económica que de tantos já não dão para reparar. Vai metendo água,
tudo se improvisa, se resolve durante alguns dias, meses, mas as soldaduras dos
rombos regressam como as obras descartáveis. No submarino Angola repara-se aqui
e depois surge outro rombo ali. O submarino Angola é como o asfalto das
estradas, hoje está muito operacional, amanhã está na evaporação total.
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