INTRODUÇÃO
Esta é a idade moderna dos submarinos dos países
da submersão, que mergulham os seus povos na exclusão, na permanente subversão.
Antes foi a idade dos séculos dos reis, agora ainda não se sabe que tempos são
estes.
Como uma pessoa que abalou, como uma pessoa que
diz adeus a tudo em que acreditou.
Paulatinamente a temperatura baixa, a humidade
eleva-se, o frio aperta, desperta as mantas da cama e o vestuário armazenado,
não utilizado no tempo do calor. Muda-se o clima mas o submarino Angola permanece
estável, imperturbável perante as fossas abissais da nossa miséria e da sempre vitoriosa
fome, da morte de um povo que prossegue, que se deseja, que se quer, dos eleitos
pelo enriquecimento de mais uma nação que só existe no pedaço de papel africano.
Depois não se saberá como se chamará, talvez Áfricadogenocídio. Antes eram os
safaris – ainda são - da matança da fauna africana. Agora são os safaris das
matanças das suas populações. África cheira a pólvora, a sangue, a epidemias, a
morte.
As populações perderam a esperança, morrem à
fome, mas a Igreja sempre caridosa diz que isso é a vontade de Deus.
Quando o vice-presidente do submarino Angola
viaja num avião particular, desses dos tais jet stream, para o Uganda em
representação do presidente da república, algo está mal, muita coisa está muito
mal porque não é possível perante a anunciada crise petrolífera, sem
medicamentos nos hospitais para salvar crianças, as principais vítimas porque
indefesas, as pobres coitadas não se sabem defender - que morrem como moscas atacadas
por insecticida, o vice-presidente vá esbanjar, a riqueza evidenciar num avião
de alto luxo. Crise para nós, opulência para eles. Ó santo Deus! Diabólico Deus
que não passas de uma grande merda, pois permites, incentivas tais desprezos
pela vida humana. E sendo assim, só o demónio nos salvará.
Depender única e exclusivamente do preço do
petróleo, assim como creio que o mais indicado é não perder tempo com essa
coisa que dá pelo nome de oposição – os chamados partidos políticos da oposição
– porque já nos bastam as desgraças que temos. Oh, como é tudo incipiente!
As nossas vidas dependem dos submarinos
políticos, sociais, económicos, da corrupção e nos últimos tempos, dos
desastres naturais da política do deixa andar.
Por mais que se tente combater essas tragédias
naturais e as outras humanas também naturais, - é tudo tão natural - os
submarinos das nossas vidas mergulham-nos no mais profundo abismo das nossas
almas. E por todo o lado se escutam os sacerdotes do falso Deus – sim, essa
coisa de Deus é a mais atroz falsidade que uma seita de seres humanos, os profetas
da malvadez inventaram e que apesar de já quase todos sabermos que isso é a
negociata criminosa que abastece a associação de malfeitores da Igreja, ela mantêm-se
hipocritamente como a defensora da verdade de Deus, quando na verdade é a grande
impostora. O submarino da Igreja é o nosso pior abismo porque ela é a origem
dos abismos. Porque morrer em nome de Deus em vão, todos perecerão.
As igrejas do submarino de Angola tentam por
todos os meios arrastar o submarino de Angola para o abismo religioso, e creio
que já o conseguiram, porque seguem escrupulosamente as estratégias do Ruanda
de, quantos mais genocídios melhor. De padres não tem nada e de Bispos é o submarino
do abismo da Igreja que se anuncia.
Dominar um povo? É muito fácil. Basta o
submarino corrupto de Angola e vacinas diárias da corrupta religião. E com uma
dúbia oposição política, o casamento é mais que perfeito, é eterno. Tal e qual
como a arca da aliança, o cristianismo é o maior inventor de mentiras. A
religião é o submarino político da repressão. Como a hipocrisia dos adultos que
fingem esquecer que já foram crianças, que já foram filhos, e tratam os seus
filhos como seres de outro mundo.
Disse o Bispo do Uíje, citado por Sediangani
Mbimbi: “ o cristianismo veio para África nas costas do Diabo.”
E na sua imensa podridão, de presos políticos
vive uma nação, é esta a sua angolanização, a sua condição, é também esta –
como não podia deixar de ser - a sua (C)constituição.
Hoje, 13 de Maio de 2016, os preços da comida
subiram outra vez. Rápida e seguramente, quer se queira, quer não, não haverá
salvação. Sem dúvida alguma que neste momento, e nos próximos, Angola está com
desmesurada força desestruturada e descontrolada, porque hoje – e amanhã - os
preços da comida voltaram – voltarão - a subir, o que significa que Angola está
na bancarrota. Como disse um amigo meu, Angola acabou!
E o submarino dos portugueses, que navega ao
deus-dará, muito confiado no submarino de Angola, vive os seus derradeiros
dias: “Daniel Rosário. Boa tarde a todos, infelizmente, devido a actual
situação do país o meu cunhado viu-se obrigado a comprar euros na rua, mais
propriamente na zona da marginal de Luanda junto á Ensa, neste momento está
metido numa carga de trabalhos em Portugal, porque metade dos euros eram
FALSOS, cuidado pessoal.”
Durante quatro dias o mwangolé chegou
tarde ao serviço e descontaram-lhe quatro dias no salário, já não descontam
horas. Mas que neocolonialismo, – “o neocolonialismo é pior” - mas que
escravidão horrível. É muito importante acabar com isto, repor a legalidade e a
liberdade. Estas coisas até já pouco favorecem o poder instituído porque na
prática já está tudo falido. Estas coisas favorecem o saque estrangeiro chinês
e português. Delenda Cartago.
No fundo quer queiramos quer não vivemos como
Robinson Crusoe. Angola é a nossa ilha dos náufragos. Como o sempre viver da
expectativa da oposição política e da sua incipiente democracia.
O PIB de Angola vai crescer 10%, dez por
cento, e o PIF, o pib da fome, vai crescer 90%, noventa por cento.
Na boca da população: enquanto eles não saírem
do poder, a miséria e a fome continuarão, e os preços mais subirão.
Para quê esperar mais que o preço do petróleo suba,
para quê perder tempo com isso.
Pela noite já avançada vai uma jovem deficiente
física de uma perna, bem cedo vitimada pela poliomielite. Dizem que tem vinte
anos. É a miséria total, completa que a faz encostar nos seguranças que vigiam
o desespero dos seus clientes dos assaltantes que esfomeados tentam por todos
os meios sobreviver. A jovem aleijada manobra para um pequeno grupo de
seguranças tentando vender o seu corpo em troca de cem kwanzas – ao que o valor
do corpo chegou, ao zero – e logo os seguranças fazem fila. Despachou um grupo
deles. Mesmo aleijada consegue facturar, a cupidez saciar. Os seguranças depois
de se fartarem do seu corpo prometeram-lhe que dentro de dois dias lhe
pagariam. E ela veio para lhes cobrar os serviços prestados e eles pagaram-lhe…
com pancadaria, surraram a desgraçada. E ameaçaram-lhe que “queres mais, não te
chega?!”.
Ao que chegámos, em que cada país é um submarino
onde as suas populações se sentem inseguras porque não sabem se é hoje que
chegou a sua hora. Nos dias de hoje é tão facilmente morrer. Quer dizer, saímos
de casa e não sabemos se voltaremos para junto dos nossos filhos, se os
veremos, porque estamos à mercê, reféns do que se chama civilização. Dum lado a
opulência e do outro a subserviência. Dum lado a democracia e do outro a
cleptocracia e a democracia que apoia a tirania. A democracia que abandona a
África à sua sorte.
E o submarino Angola vai mergulhando, nas
profundezas se afundado.
Ao longe ouve-se o cantar de uma música “estamos
a sofrer, tenham pena de nós.”
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