República
das torturas, das milícias e das demolições
Diário
da cidade dos leilões de escravos
Ano
1 A.A.A. Ano do Apocalipse de Angola
Estes
têm poder para fechar o céu, para que não chova, nos dias da sua profecia; e
têm poder sobre as águas, para convertê-las em sangue, e para ferir a terra com
toda a sorte de pragas, todas quantas vezes quiserem. Apocalipse 11, 12 6
Domingo,
31 de Julho de 2016. Seguranças bancários acabam de informar que muita gente
está a vir de Viana levantar dinheiro nos bancos de Luanda. Em Viana os bancos
estão sem dinheiro, há bichas e não se consegue levantá-lo, e em Luanda também
está assim. Na segunda e terça-feira a situação mantinha-se sob a célebre
alegação do “estamos sem sistema.” Mas depois já havia dinheiro.
Oposição que muito se lamenta, a opressão não
enfrenta.
Antoninus (Cómodo 161-192). Como a maioria dos
governantes débeis, temia ser assassinado, e pensava que quem mais provavelmente
conspiraria contra ele eram os senadores. Isto supôs o fim do largo período em
que os senadores actuaram em cooperação com os imperadores. Novamente se impôs
um reinado do terror, no qual a informação sobre una palavra descuidada ou a
repentina suspeita irracional bastavam para dar lugar ao exílio ou à execução. (Historia
universal de Asimov. Isaac Asimov: El Imperio Romano)
Hoje ouvi pela primeira vez em dezenas de
anos a vizinha, que até tem um estabelecimento comercial, uma espécie de
minimercado, a exclamar para o marido que “hoje não matabichei, e não tenho
dinheiro!”
Angola, o paraíso do saque da IURD - igreja
universal do reino de Deus, e de todas as outras confrarias do mal. Milhões de
dólares são transportados de carro para a África do Sul e depois transportados
no avião particular do bispo Edir Macedo para Portugal e Brasil. Tudo em Angola
se compõe de saque.
Angola é o fala muito e não se faz nada.
Decididamente, Angola é um caso perdido. Sem cérebros nada há a fazer.
Totalmente dependente do exterior, sem oposição, também nada há a fazer. Angola
diverte-se com a fome. Angola vive na hipocrisia e na maldade. Basta ver a
falta de farinha que faz disparar o preço do pão, e totalmente dependente dos
estrangeiros, continua a colónia do saque, não havendo o mínimo interesse em
criar alternativas. Os oradores da oposição – muito fraca – repetem-se nos
discursos como se fossem uma só pessoa. A oposição é mesmo para fazer oposição,
não é para fazer submissão. Como alternativa Angola tem muitas igrejas, e povo
muito religioso é povo muito burro. Todos em Angola vivem da corrupção directa
ou indirectamente. O deserto de cérebros faz Angola inviável. Não dá para
perder tempo. Deus, corrupção, medíocre oposição, destruíram Angola. Passem
bem! Não alinho, não contem comigo a adorar falsidades. Entretanto, a fome e as
igrejas avançam endémicas. Angola chegou ao fim, acabou. O Apocalipse de Angola
está em festa. Angola fabrica iletrados, nunca se produziu tanto analfabetismo
como nos dias de hoje. Juventude analfabeta é um exército de famintos, de
assaltantes e de bandidagem. Angola, o império da fome. Angola será na
totalidade propriedade saqueada, rapinada pela corrupção. Angola será, é
governada pelo faz de conta. Angola, mais um país de projecto falhado. Angola
não dá para confiar, só dá para desconfiar. Angola, mais um país africano de
povo mendigo a estender as mãos à caridade internacional, que de tão cansada,
saturada, exausta, de um continente moribundo pela fome, já não liga, deixa
andar. A fome é pois a solução final. O mais grave disso tudo é que ninguém tem
soluções para salvar Angola do apocalipse. Ó oposição não enganes, não engulas
a população. Esta oposição está dominada pelo tubarão. Esta oposição tem que
mudar de perfume. A única coisa que funciona é a morte fácil. A justiça
funciona só por mãos próprias. Angola já não é um país, é um descalabro, um
apocalipse.
Senghor e Nelson Mandela, os únicos cérebros que
até agora a África produziu. Com o analfabetismo vigente, e como não se investe
na educação, vem a desolação, a miséria, a fome, a bênção da religião e da
corrupção. Angola é um exército de famintos que facilmente conduz a mais uma
fábrica de terroristas.
E como na Assembleia Nacional os jornalistas são
proibidos de entrar, noticiar, é fácil presumir que a AN seja mais um comité de
especialidade. Ah, Angola e África, o continente do abismo. Onde está a
oposição?! Desapareceu, ninguém a consegue encontrar. Está a se perfumar, para
mau cheiro exalar. Angola encharcada em álcool. Povo alcoólico é povo náufrago.
Adeus Angola!
A Igreja ao longo da sua história de
destruições, destruiu tudo para que ninguém soubesse que ela copiou tudo de
outros povos. Aniquilava tudo para não deixar rastos para ficar sozinha na sua
doutrina, quando tudo o que faz é cópias de outros povos, de outras culturas.
Ó vós que nos matais à fome e mantendes um
silêncio hipócrita.
Em Capenda Camulemba, na Lunda Norte, o primeiro
secretário do Mpla escapou da morte por apedrejamento dos seus militantes. Ele
estava a organizar um comício de apoio à reeleição de José Eduardo dos Santos
para presidente do Mpla. Mas os militantes disseram-lhe que já apoiaram o Mpla,
e que agora já não porque não queremos mais ser enganados. A Polícia chegou com
poucos efectivos, era muita gente, os polícias fugiram com medo da população.
(Rádio Despertar)
Um português alugou um apartamento aqui
na banda, o que é absolutamente normal. Passados poucos dias foi para Portugal,
não demorou muito e regressou. Novamente passados dias foi outra vez para Portugal
e passado pouco tempo estava de regresso. Não foi difícil para a vizinhança
perceber que ele transporta dólares para Portugal com muita frequência e com
muita facilidade. A questão que se coloca é: como é que ele os consegue? Claro
que tem máfia por trás, só pode.
O Apocalipse de Angola começou quando os
partidos políticos da oposição aceitaram a fraude eleitoral e a Igreja e as
igrejas deram apoio incondicional à corrupção. E tudo acabou, nem ruínas
restam, até a poeira do tempo desapareceu.
A mana Antónia saiu de noite aí pelas vinte
horas para comprar batata-doce no mercado Tunga Ngo, no bairro do Caputo em
Luanda. Pouco depois de lá chegar, aparece um carro da Polícia. Polícias dele
saem e começam a correr com as vendedoras para lhes apanharem os bens, “eles
passam fome, é por isso que nos vêm aqui roubar-nos a comida.” Lamentou uma
vendedora. Nesse mercado e noutros as manas vendem até à meia-noite à luz de
candeeiro, na correria para fugir dos polícias uma mana tropeçou num buraco e
partiu uma perna. Mas mesmo assim os polícias voltam à carga com cassetetes nos
corpos das desgraçadas vítimas do apocalipse governativo, e a mana da perna
partida voltou a parti-la noutro local, quer dizer, partiu a perna duas vezes.
De repente as esfomeadas fazem um contra-ataque onde até fogareiros voaram para
cima dos polícias. Era já uma multidão que queria linchar os polícias que dali
fugiram vencidos e convencidos, abandonando a viatura no terreno como despojo
de guerra. Entretanto, na correria frangos e outras carnes caíram no esgoto, as
manas lavaram tudo muito bem e voltaram para o negócio.
Já tive família, um dia ela desapareceu e nunca
mais a vi. Enquanto governos destruírem famílias jamais haverá paz.
O grande apocalipse da fome avançava para o
palácio presidencial como nunca antes nada igual se viu, mas era muito natural.
Pela melhor oferta, vende-se Angola por motivo
de falência.
Os agentes do mal já andam por aí a espalhar nos
crédulos cidadãos que “a crise já vai ser superada.”
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