República das torturas, das milícias e das
demolições
Diário da cidade dos leilões de escravos
Como é que um povo desempregado, a afogar-se
na constante subida dos preços da comida, a principal aposta do governo é a
miséria e a fome, vai pagar a taxa do lixo se já nem dinheiro para comer tem? Quando
começa o julgamento dos corruptos? Quando?!
Este é um governo das apostas, porque aposta em
tudo. Mas como é mau apostador perde sempre.
O bom empresário é aquele que consegue fugir
sistematicamente ao fisco, que no lugar de lucros apresenta prejuízos, ou
apresenta um lucro irrisório para ludibriar o fisco, sócios ou accionistas.
Sobe os preços a bel-prazer, faz grandes negócios com o poder, despede
anarquicamente trabalhadores, seduz empregadas as quais se não forem para a
cama com ele não serão admitidas. Um bom empresário tem que ser necessariamente
corrupto. Um bom empresário é aquele que enriquece facilmente sem trabalhar. Um
bom empresário é aquele que vive exclusivamente de importações, no seu grupo
empresarial a palavra exportação não existe. Um óptimo empresário é aquele que
diz para quem o quiser ouvir que para alavancar a economia basta
diversificá-la. Isto é, investir forte na agricultura, a chave da saída de
qualquer crise.
Uma ouvinte apelou na Rádio Despertar para não
deitarem os restos de comida no lixo. Para guardarem para ela e os seus filhos
comerem. Citando Fidel Castro “ frequentemente falamos muito dos direitos
humanos, mas nosso objectivo deveria falar muito sobre os direitos da
humanidade. Porque algumas pessoas têm de andar descalçadas, para que outras
possam andar em automóveis de luxo? Porque algumas pessoas têm de viver trinta
anos, para que outras pessoas possam viver setenta anos? Porque algumas pessoas
têm de ser tão miseravelmente pobres, para que outras pessoas possam ser
excessivamente ricas? Eu falo em nome das crianças do mundo que não têm um
pedaço de pão.” Resta-me acrescentar o seguinte: o espectro da fome
generaliza-se, urge que os detentores do poder o larguem, dele desapareçam para
sempre antes que todos morramos à fome. Basta! É demais!
“O
grande conhecimento só vem das origens mais humildes.” (do filme The Man Who
Knew Infinity de 2015, que se pode traduzir assim: O Homem Que Sabia Do
Infinito. Retrata a vida do genial matemático indiano Srinivasa Ramanujan Alyangar, 1887-1919.)
Sinceramente,
estou muito cansado. Parem com isso da oposição que continuamente nos
bombardeia que, o Mpla é isto, que o Mpla é aquilo, aqueloutro. Mudem de
música, despertem a imaginação para outras formas de luta. Se não se desmontar
a corrupção, tudo será em vão, é o colapso, será que ainda existe nação? Bem
vejo que não.
Todos a
destruir Angola e ninguém a construir.
É muito
bonito ter na nossa casa democracia, mas fora dela, nas outras casas, apoiam-se
ditaduras.
Quando no
tempo do calor que já nos acena, nem dinheiro se tem para beber uma cerveja,
significa que esta trampa desabou de vez. Nada mais há aqui a fazer.
Nunca vi
um patriotismo tão corrupto.
Estamos
como que numa ilha cercados de pelotões de fuzilamento por todos os lados.
23
de Agosto de 2016. Mais de dois mil trabalhadores do Porto do Lobito entraram em
greve porque há quatro meses que não recebem os seus salários. Alega-se, sempre
a mesma desculpa, que devido à crise não há dinheiro para lhes pagar.
Entretanto o director-geral disse que está a tentar junto da banca conseguir
dinheiro para lhes pagar um mês de ordenado. In Rádio Despertar. De salientar
que o movimento de navios caiu para metade, e o Porto de Luanda segue o mesmo
destino.
Um
trabalhador muangolé agora desempregado, esta é a pátria do desemprego, disse
na Rádio Despertar que trabalhou em duas barragens. Na do Gove, na província do
Huambo e na de Cambambe, e que os trabalhadores estrangeiros beneficiavam do
subsídio de risco e os angolanos não tinham esse direito.
O soba militante do Mpla, presidente da
comissão de moradores no zango 4 em Viana, disse à Rádio Despertar que quem
está a ordenar a destruição das residências, seiscentas famílias sem direito ao
que está consagrado, ou demonizado?!, na nossa Constituição, vivem a penúria, a
desgraça de nascerem angolanos, seiscentas famílias completamente abandonadas
pelos defensores dos ideais do bem-estar dos angolanos, e que foi o PR José
Eduardo dos Santos quem ordenou as ordens superiores dessa missão à sua guarda
presidencial.
Intelectual
é aquele que luta pela liberdade, justiça, democracia e pelo bem-estar das
populações. E quem isso não faz, apesar de falsamente o querer demonstrar, não
passa de um charlatão. E a nossa praça está infestada deles, como uma praga.
Até alguns se conseguiram infiltrar na oposição.
“Queres
viver ou morrer?” divisa dos militares antes de demolirem as casas das
populações nos zangos de Viana.
À
tarde, uma vizinha e duas amigas foram fazer compras num dos mercados de Luanda
para fazerem negócio. Uma, gastou quarenta mil kwanzas, até comprou um bom
bocado de carne para o jantar. Uma amiga gastou trinta mil e a outra vinte e
cinco mil. Apanharam um táxi, pouco depois o taxista parou e disse-lhes para
saírem porque ia abastecer combustível. Elas assim fizeram e logo de seguida o
táxi arrancou com as suas compras. Quando chegou em casa, a vizinha não parava
de chorar porque era o único dinheiro que tinha e agora a fome vai atacar com
força. E ninguém vai conseguir aqui viver porque a fome e os bandidos são quem
mais ordena.
Isto
está tudo ao contrário porque os que trabalham não recebem salários, e os que
fingem que trabalham recebem regularmente os seus salários.
Alguns
partidos políticos da oposição hibernam durante alguns anos, e depois quando
chega a época das eleições acordam.
Há
dois anos que não tinha notícias do Manuel, um jovem que vendia chourição,
fiambre e mortadela, mas depois conseguiu emprego numa marcenaria. Ele continua
a viver no Cacuaco. Um colega dele que ganha a vida também no chourição, no
fiambre e na mortadela, disse que o Manuel às vinte e uma horas quando
regressava do trabalho foi surpreendido por quatro bandidos emboscados numa
vala. Assaltaram-no e picaram-lhe com uma faca três vezes nas costas, e
enfiaram-lhe um punhal no músculo do braço direito furando-o de um lado a
outro. Agora, o Manuel está em casa sem conseguir ir para o trabalho. Força aí
Manuel, espero que te consigas restabelecer rápido antes que a fome te domine
por completo.
Se
continuarmos a viver debaixo daqueles que nos premiaram de miséria, eles sem
dúvida que dar-nos-ão a sorte grande da fome.
Enquanto
não se acabar com a miséria e a fome, de nada adianta o envolvimento em outras
actividades. Não faz sentido porque a miséria e a fome paralisam o país.
Actualmente pelo que se vê, se sugere que a Igreja, igrejas e militares dirigem
Angola.
Angola que
funciona apenas com um cérebro, do qual amiúde se diz que ele é imprescindível,
porque em Angola houve uma epidemia, um vírus das forças do mal que danificou
os cérebros, e só um para nos atormentar escapou, ficou imune porque era muito
especial. Milhões de cérebros ficaram idiotas e apenas um considerado
inteligente que sozinho governa e tudo depende dele. E Angola considera-se
muito feliz por ter milhões de cérebros danificados que são escravos de um
cérebro e de milhares de estrangeiros que felizes os escravizam.
Com
milhões de cérebros profanados fácil é governar porque com cérebros burros não
há oposição, tudo corre de feição.
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