República das torturas, das milícias e das
demolições
Diário da cidade dos leilões de escravos
Ano 1 A.A.A. Ano do Apocalipse dos Angolanos.
Angola só tem reservas líquidas para 182 dias de
importação.
Se ninguém tem ideias ninguém se entende.
Onde há muita cobardia a opressão faz razia.
Há governantes que são hábeis criadores de
abismos, e neles se extasiam quando para lá atiram as populações.
E aquele idoso a pensar que quando deu a sua
juventude em defesa da pátria, trabalhou imenso, sábados, domingos e feriados,
estudou imenso para se formar bem profissionalmente, dedicou-se inteiramente à
sua profissão com zelo e muita dedicação, e agora chegado na velhice é
abandonado por aqueles que juraram que a miséria e a fome nunca mais, que a
liberdade e a democracia seriam efectivas e exemplares. Isto dá para lançar uma
espécie de maldição: que todo o mal que fizeram, as vossas vidas muito pior
acabem. Que nunca tenham paz, ámen!
Gestor
do gestor: mais uma profissão que não se sabe quem a inventou. Dizem que é obra
portuguesa, talvez seja, talvez não. Onde só a corrupção funciona, o crime
abunda. E claro, as leis servem os corruptos.
Na notícia a que o comunicado da Sonangol
enviado ao Novo Jornal Online alude, o Expresso adianta que bancos chineses
"fecharam a torneira à Sonangol", tendo isso acontecido numa viagem
que a PCA da petrolífera, Isabel dos Santos, fez a Pequim. "A viagem foi
um rotundo fracasso", conta ainda o Expresso, citando uma
fonte da Sonangol, adiantando que, depois de ter
aberto uma linha de crédito de 15 mil milhões de dólares, o CDB-China
Development Bank recusou-se a proporcionar um novo empréstimo. O semanário
português diz ainda que o mesmo tinha acontecido com bancos norte-americanos.
O Governo de Angola nas suas inúmeras
apostas, faz mais uma no ressurgimento em força da cólera porque a EPAL ainda
conserva o modo mais primitivo de soluções para com os seus clientes devedores
- ladrão que rouba a ladrão, dizem alguns clientes - que é serrar os tubos de
água para que não haja acesso a ela. E com esta medida não se revolve nada,
muito se complica, pois a cólera será mais um grave problema para resolver e os
custos serão mais gravosos. Será que há pessoas que não sabem o que é pensar?
Será do funji impróprio para consumo?
Disse alguém ligado ao governo na Rádio
Ecclesia, não consegui saber quem, que não é possível realizar eleições
autárquicas porque isso custa muito dinheiro e o Governo não o tem.
Interrogo-me: e antes não foi possível porque havia dinheiro a mais?
Um técnico muito competente, trabalhador,
honesto, muito dedicado ao trabalho, em Angola não consegue emprego. Se for um
malfeitor, aventureiro, desonesto e incompetente, em Angola facilmente consegue
trabalho. E por isso mesmo não admira que Angola está como está.
Na má política o que é necessário é apresentar
falsas promessas para depender de falsas ilusões para criar falsas
expectativas. O que interessa é apoiar para saquear.
Dizem os amigos da nomenclatura angolana, muito
em especial o português Paulo Portas que, “os problemas de Angola competem aos
angolanos resolver.” Claro que aprendeu com os chineses, só pode. E eu
acrescento que, “ o saque de Angola não compete aos angolanos resolver.”
Finalmente já consegui decifrar a frase do
Apocalipse bíblico, de que o fim está próximo. Na realidade significa que o fim
de Angola está muito próximo.
E o executivo mesmo em período eleitoral
continua com a sua façanha de demolir casas e outras demolições como as
económicas e financeiras, criando feroz descontentamento nas populações. Mas o
executivo está muito tranquilo porque sabe de antemão, quem não sabe?, que as
eleições estão antecipadamente ganhas pela folgada margem dos quase cem por
cento de votos. Viva o M! Viva!
Há pois, são sempre os mesmos a falar da mesma
coisa.
Digam-me como é possível num país totalmente
dominado pela corrupção ter eleições livres e justas. E não há ninguém que
explique isso aos “pitosgas pataratas” da oposição?
E a tal propalada crise devido à baixa do preço
do petróleo, isso não é verdade porque a crise deve-se à corrupção. Existindo
corrupção existirá sempre crise.
Como é possível um país ter apenas um herói
nacional. Em Angola é possível.
Nos mercados, os fiscais partem as bancadas de
venda das mulheres, porque ávidos de dinheiro, sitiados pela fome ela aperta o
cerco sem dó nem piedade, é a vingança contra quem não lhes pode dar dinheiro,
devido à crise que há quarenta anos persiste, e ninguém sabe quando e como
acabará. É a vida de festas, mulheres, álcool, querer ser chefe, feitiçaria e
corrupção. Perante tal cenário o angolano isola-se cada vez mais do
investimento estrangeiro, deita-se nas mãos do dinheiro chinês que não tem
problema nenhum, quer também carregar o espólio colonial muito rápido antes que
venha a tal revolução da libertação. E o angolano irremediavelmente só
prepara-se para a morte, a única garantia de vida que lhe resta.
Com rádios, televisões e jornais de falsas
propagandas não admira que a população seja analfabeta. Mas é assim mesmo que
se pretende, quanto mais burros melhor, para governação pior. Parece que não,
mas ainda se vive sob a bandeira ideológica do comunismo, porque o partido faz
o que quer, não dá cavaco a ninguém. O povo não existe, e quem o tenta
despertar é-lhe dada ordem para o caçar.
Na realidade estamos sob o chumbo de três
poderes: um partido dos homens que não largam o poder, o poder da Igreja e das
igrejas e o poder dos estrangeiros, e isto é escravidão a mais.
Creio que parece uma loucura total e completa,
não faz sentido, é totalmente incompreensível, sem produção interna, nem um
botão se produz, agora é a recarga do telefone de 900, passou para 1.250.00
kwanzas. Aumentar os preços de tudo com taxas disto e daquilo. Sem produção
interna é impossível, só dá para uma minoria, sempre a mesma. Os despedimentos
continuam porque as empresas estão na falência. Quem ainda consegue trabalhar
para receber o seu salário é um problema. E quando o salário chega já não dá
para pagar as dívidas. Depois deste caos económico vem a ruína de algo que se
chamava Angola.
No cemitério o morto foi enterrado, e os
acompanhantes da sua última morada saíam dando a última despedida. Restaram
apenas dois senhores e uma senhora que não arredava pé. Intrigados os dois
senhores perguntaram porque ela não saía, porque não se ia embora, ao que ela
respondeu que, “ estou aqui à espera que vão todos embora para eu apanhar ossos
do cadáver, moê-los e juntá-los na minha fuba para que ande, se venda bem.
Convém também lembrar que a mandioca amarga, a
kaluenda, pode levar à morte.
Onde há muitos sacerdotes, há muita miséria
espiritual, moral e social, e sobretudo muita fome, porque os sacerdotes a isso
incentivam porque é o melhor caminho que lhes permite sobreviver. Melhor
dizendo, sem essa miséria que eles fabricam não sobrevivem. E pregando o nome
de Deus aos carneiros, qualquer patife disfarçado de sacerdote enche o seu
estômago e o da sua casa.
A melhor aposta da independência de Angola foi o
apostar na miséria humana. Mantêm-se a indiferença pelas banalidades das carnificinas
que depois da guerra do Vietname, a extinção dos africanos, etc., não, não há
indiferença, há é uma abismal falta de liderança. Os cérebros das pessoas não
funcionam, estão comandados, hipnotizados por controlo remoto.
Diversificar a economia é diversificar o saque
de Angola. Corrupção e saque comandam Angola.
Economista Alves da Rocha no Lubango: “ não há
diversificação da economia.”
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