República
das torturas, das milícias e das demolições
Diário
da cidade dos leilões de escravos
Ano
1 A.A.A. Ano do Apocalipse dos Angolanos.
Apelo
aos nossos bispos para que orem intensamente para que Deus nos liberte deste
comunismo.
«Quem é?
donde vem? para onde vai?» “É o poeta Bocage/ Vem de casa do Nicola, / E vai
para o outro mundo/ Se lhe dispara a pistola.” Este fecho eloquente, em
Portugal abria as portas do Santo Ofício por conter uma impiedade. Infelizmente
o tribunal do fanatismo estava mais suave do que a Polícia do cesarismo; foi
fácil ao intendente Manique obter dos inimigos literários de Bocage qualquer
denúncia, e papel qualificado de sedicioso
e incendiário, Bocage não tinha casa, e se vivera algum
tempo com o padre Macedo, ou com Bersane Leite, agora achava-se em convivência
doméstica com um poeta insulano e morgado, que comungava como ele as mesmas
ideias liberais. O intendente lançou-lhe a rede dos seus esbirros; vejamos por
este documento inédito o que arrastou: «Consta nesta Intendência
que Manuel Maria
Barbosa de Bocage é o autor de alguns papéis ímpios, sediciosos e críticos, que
nestes últimos tempos se têm espalhado por esta corte e Reino; que é
desordenado nos costumes, que não conhece as obrigações da Religião (In Bocage
(1765-1805) sua vida e época
literária. Teófilo Braga.)
O incrível acontece porque há quem governe durante dezenas de
anos com sucessivos fracassos, e considere que isto é que é boa governação. O
aberrante é a mixórdia da imprensa subserviente ao serviço dos fracassos,
noticiar, transformar esses fracassos em vitórias e evidenciar a loucura de que
se constrói um paraíso, onde infindáveis batalhões do exército de famintos são
usados como prova de que se atingiu os objectivos do milénio. Ainda por
incrível que possa parecer, um retrocesso para o tempo do extermínio das
populações perante o silêncio da comunidade internacional, que já ninguém sabe
o que isso é. A desilusão nesta civilização é intensa porque creio que nunca
tantos tubarões dizimaram tanto peixe miúdo como nestes tempos de indiferença.
A incerteza apodera-se do poder e está tudo certo. Crianças abandonadas à
morte, aos apetites sádicos de quem as queira matar, e gente não falta, é o que
há demais, porque isso faz parte do concerto das nações. Mentes diabólicas
tecem planos para forçar populações a viverem ao relento como apátridas sem
direitos à terra onde nasceram e que lhes pertence, mas na nova desordem
internacional as quadrilhas que assaltam o Estado e contratam estrangeiros para
o gerir oferecendo-lhes como espólio benesses pelos serviços prestados,
enquanto os donos da terra já nem mendigar conseguem porque nos campos de
concentração perecem pela fome comandada pelo ressuscitado Estaline. Antes,
jovens, e agora também adultas, mais que adultas, quase avós, para conseguirem
um miserável sustento, entregam-se patrioticamente à prostituição como uma
maravilhosa conquista da independência. E atrozmente classificam de democracia
e de plena liberdade a miséria e a fome. Um outro exército de corruptos
acotovela-se no constante saque das verbas públicas sob os aplausos da
imundície dos focinhos dos porcos estrangeiros que na chafurdice criada dizem
que isto é a economia que cresce. Contemplados com o saque regressam com os
seus opulentos quinhões da corrupção. Quer dizer, nos seus países são
democratas, aqui são corruptos, mas não são investigados porque democracia é
isso mesmo. Sugar Angola e afirmar que, “estamos a apoiar o desenvolvimento dos
angolanos e de Angola, esse portentoso país que tem um grande futuro pela
frente, e que sem nós portugueses, Angola não tem hipótese nenhuma, pois nós
somos imprescindíveis.” Sim, futuro para eles e para nós, sempre a incerteza, o
infuturo. E estes portugueses são defensores intransigentes da corrupção. É que
um violento terramoto de corrupção sacode Angola. É a isto que hipocritamente
se chama independência. É inacreditável que perante uma crise de corrupção
financeira, os estrangeiros ocupam lugares de chefia para a voraz rapina e nós
já praticamente nada temos para nos movermos. Esses estrangeiros como lacais
aplaudem as forças do desastre económico e social, não se importando com o que
acontece com a população. Incentivando a escravidão apostam no desaire final
que já nos cerca. Violentas tempestades deste Elnino se formam no horizonte,
sem abrigos não há escapatória. Quando a fome avança, as serpentes movem-se
como no documentário Planeta Terra, na perseguição da iguana acabada de nascer.
Assim, nós somos essa iguana e as serpentes são a governação e os seus asseclas
estrangeiros. Claro que nem todos, a questão é descobri-los. Não creio que isto
dure muito tempo. Quem procura acha, é que diariamente a violência recrudesce e
facilmente se pressente o que daí virá. Está-se a sentir que o pior está para
vir, de tal modo que até já se tornou um lugar-comum. Quando num país os
aventureiros se instalam significa que o naufrágio está iminente, a fuga dos
ratos presente, no caos bem assente. Esta aventura é o meio mais eficaz que
leva à desventura. É o transporte mais eficaz que carrega a desventura.
Caramba! É
que não existe nada que não esteja corrompido. Às crianças só lhes ensinam o
“vou-te bater, vou-te matar!” O colapso é total, mas as forças do mal não o
admitem. Q uem semeia analfabetismo
colhe o quê?, claro, colhe searas de desgraça.
Cegos, surdos
e mudos, a receita que cura a idiotice. A orquestra dos políticos demagogos,
tanto no poder como na oposição, ainda não conseguiu afinar-se, e pelo modo de
actuação dificilmente o conseguirá. Sem ensino não há educação, há ladrão. Sem
cabeça e sem pernas não se pensa, não se move uma nação. Nesta sociedade de
serpentes e de seitas satânicas não surpreende que haja um elevado número de
jovens que optam pela solução do enforcamento, pois o demónio da corrupção
persegue-os implacável. Isto não é um país, parece um bando atípico de abutres.
Ditadores africanos, fujam, que Donald Trump está a chegar, e vai prendê-los pessoalmente.
Com muito
gosto, à Idade Média regressaremos e de lá jamais sairemos. E entristece-me
muito o facto de muitos mercenários incentivarem a nossa escravidão para
garantirem nos seus países o seu ganha-pão. É extremamente vergonhoso, pois
mesmo que isso lhes perigue a vida, pois, viver rodeado por um exército de
famintos, tudo o que é desgraça é muito fácil acontecer. No final colherão a
ira das populações que ajudaram a escravizar.
Luanda, o
paraíso dos fora-da-lei. Creio que o mais notável exemplo da intolerância
política é a publicidade. Por exemplo, na Rádio Despertar e no Folha 8, as
empresas não publicitam porque são partidárias, isto é primitivismo político.
Demagogia,
mais uma epidemia. Angola é e será por vontade própria, trincheira firme da
desgraça, da miséria e da fome, da corrupção, e por isso mesmo Angola é uma
fraude. A vitória da destruição é certa.
Devido aos
preços proibitivos, a telefonia móvel e a Internet são meios de comunicação de
alto luxo, apenas para uso exclusivo de uma minoria. Sem comunicações, resta ao
povo os sistemas alternativos da Idade da Pedra, ou os modernos do envio de
pombos-correios e dos sinais de fumo, sistemas muito acessíveis, os chamados
sistemas de comunicação avançados das massas populares.
“Nós prometemos um milhão de casas, mas não como
prometemos, como as iríamos fazer.”
“Já estamos com uma inflação de cinquenta por
cento.” (Filomeno Vieira Lopes na Rádio Despertar)
Os cérebros de Angola estão em crise, tomados de
ferrugem fazem a crise de Angola. Cérebros em crise, país paralisado.
Angola, o refúgio, o paraíso dos traficantes de
armas. O último é um português de nome, Taveira, denúncia o Elmundo.
“Estou a trabalhar para estrangeiros.” Disse uma
jovem vendedora de um mercado do bairro do Cazenga, aquando da visita de Isaías
Samakuva.
O maior erro do M é o de entregar Angola aos
estrangeiros.
Nesta banda a política está a ficar uma coisa
sórdida, de não acreditar, em ninguém confiar, assim como se estivéssemos a
fugir de prostitutas.
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