José
Eduardo Agualusa Alves da Cunha (Huambo, Angola, 13 de Dezembro de 1960) é um jornalista,
escritor e editor angolano de
ascendência portuguesa e brasileira.
Neto
materno de Joaquim Fernandes
Agualusa, Oficial da Ordem Civil do Mérito
Agrícola e Industrial Classe Industrial a 13 de Maio de 1960.[2]
Estudou
agronomia
e silvicultura
no Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa.
Colaborou com o jornal português Público desde a sua fundação; na revista de
domingo desse diário (Pública) assinava uma crónica quinzenal. Escreve
crónicas para a revista portuguesa LER,
para o jornal brasileiro O Globo e para o portal Rede Angola. Na RDP
África foi realizador do programa A Hora das Cigarras, sobre música
e poesia africana
Origem:
Wikipédia, a enciclopédia livre.
Em
2006 lançou, juntamente com Conceição Lopes e Fatima Otero, a editora
brasileira Língua Geral, dedicada apenas a autores de língua portuguesa. Numa
entrevista, o escritor responde a pergunta, "Quem é o Eduardo Agualusa?
"Quem eu sou não ocupa muitas palavras: angolano em viagem, quase sem
raça. Gosto do mar, de um céu em fogo ao fim da tarde. Nasci nas terras altas.
Quero morrer em Benguela, como alternativa pode ser Olinda, no Nordeste do
Brasil." Perguntado se se diverte escrevendo, Agualusa explica:
"Escrever me diverte, e escrevo também, porque quero saber como termina o
poema, o conto ou o romance. E ainda porque a escrita transforma o mundo.
Ninguém acredita nisto e no entanto é verdade."
Obras
A Conjura (romance, 1989) -
Prémio Revelação Sonangol (1989
O coração dos Bosques (poesia, 1991)
A feira dos assombrados (novela, 1992)
Estação das Chuvas (romance, 1996)
Nação Crioula: correspondência secreta de Fradique Mendes (romance, 1997)
Fronteiras
Perdidas, contos para viajar (contos, 1999)
Um Estranho em Goa (romance, 2000)
Estranhões e Bizarrocos (literatura infantil,
2000)
A Substância
do Amor e Outras Crónicas (crónicas, 2000)
O Homem que Parecia
um Domingo
(contos, 2002)
O Ano em que Zumbi
Tomou o Rio
(romance, 2001)
Catálogo de Sombras (contos, 2003)
O Vendedor de Passados (romance, 2004)
Manual Prático de
Levitação
(contos, 2005)
A girafa que comia
estrelas
(novela, 2005)
Passageiros em Trânsito (contos, 2006)
O filho do vento (novela, 2006)
As Mulheres do Meu Pai (romance, 2007)
Na rota das especiarias (guia, 2008)
Barroco Tropical (romance, 2009)
Milagrário Pessoal (romance, 2010)
Nweti
e o mar: exercícios para sonhar sereias (infantil, 2011)
Teoria geral do
Esquecimento
(romance, 2012)
A educação
sentimental dos pássaros (romance, 2012)
A vida no céu (romance, 2013)
A Rainha Ginga (romance, 2014)
O
Livro dos Camaleões
(contos, 2015)
A
Sociedade dos Sonhadores Involuntários (romance, 2017)
Outros:
• Geração W (peça de teatro montada
em Portugal em 2004) • Chovem amores na
Rua do Matador (peça de teatro escrita juntamente com Mia Couto,
estreada em Portugal em 2007) • Aquela Mulher (texto para
monólogo teatral estrelado por Marília Gabriela e direcção de Antônio Fagundes, montado em São Paulo,
Brasil, em 2008 e Rio de Janeiro, Brasil, em 2009) • Lisboa Africana
(reportagem, 1993—com o jornalista Fernando Semedo e a fotógrafa Elza Rocha)
Prémios
O
seu primeiro romance - A Conjura - recebeu o Prémio de Revelação
Sonangol. Com Nação Crioula foi distinguido com o Grande Prémio Literário
RTP. Fronteiras Perdidas
obteve o Grande Prémio de Conto
Camilo Castelo Branco da Associação Portuguesa de Escritores,
enquanto Estranhões e Bizarrocos
obteve o Grande
Prémio Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens, em 2002
Em
2007 recebeu o prestigioso "Prémio Independente de Ficção Estrangeira",
promovido pelo diário britânico The
Independent em colaboração com o Conselho das Artes do Reino
Unido, pelo livro O Vendedor de Passados. Foi o primeiro
escritor africano a receber tal distinção.
Beneficiou
de três bolsas de criação literária: a primeira, concedida pelo Centro Nacional
de Cultura em 1997 para escrever Nação Crioula; a segunda em 2000, concedida pela Fundação Oriente, que lhe permitiu visitar Goa, Índia, durante
três meses e na sequência da qual escreveu Um Estranho em Goa; a
terceira em 2001, concedida pela instituição alemã Deutscher Akademischer
Austauschdienst. Graças a esta bolsa viveu um ano em Berlim, e foi lá
que escreveu O Ano em que Zumbi
Tomou o Rio. Em 2009, foi convidado pela fundação holandesa Fonds voor
de Letteren a passar dois meses em Amesterdão,
onde escreveu Barroco Tropical.
Em
2017, ganhou o Prêmio Literário
Internacional IMPAC de Dublin pela obra Teoria Geral do Esquecimento.
Recepção crítica
Pires
Laranjeira descreve o autor assim: "Agualusa alia à sua capacidade de
fundamentação histórica a facilidade de fluência da enunciação, cauterizadas
com episódios burlescos, sentimentais e maravilhosos.”
Estudos
sobre a obra de Agualusa
Karimi, Kian-Harald:
"Sempre em viagem: nações deslizantes como formas do pensamento no romance
‘Nação Crioula’ de José Eduardo Agualusa." Identidades em Movimento.
Construções identitárias na África de língua portuguesa e reflexos no Brasil e
em Portugal (Hrsg. Doris Wieser, Enrique Rodrigues-Moura). Frankfurt/Main,
TFM (Biblioteca luso-brasileira), 2015, pp. 141-172. ISBN
978-3-939455-12-7
Salgado,
Maria Teresa. "José Eduardo Agualusa: Uma ponte entre Angola e o
mundo." África & Brasil: letras em laços. Ed. Maria do Carmo
Sepúlveda. Rio de Janeiro: Atlântica, 2000. pp. 175–196.
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