República das torturas, das milícias e das
demolições
Diário da cidade dos leilões de escravos
As
eleições em Angola estão como fazer compras numa cantina. Angola é de facto e
de jure uma cantina eleitoral. Quer dizer, o eterno partido cantineiro vai à
sua cantina e compra uma votação de maioria qualificada.
O que actualmente se passa em Angola com as
eleições é um retrocesso a 1975.
“Temendo
tanto as críticas científicas quanto as religiosas, Darwin (1809-1982) passou
décadas desenvolvendo as suas teorias evolutivas quase sempre em segredo.
(Wikipédia)”
Angola, o mergulho no inferno. Ó pobres coitados
que engrossais o exército de irresponsáveis, como nos metem dó.
Atenção! Aqui faz-se justiça por mãos próprias.
Depois do dia 23/08/17, Angola despede-se do clube das nações porque vai numa
viagem sem regresso para o inferno do desconcerto das nações.
Bom, está mais que claro que água que a oposição
venceu as eleições. Mas como a situação o exige aqui se renova a minha “profecia”
da qual suplico ao meu deus que não a ponha em prática. Mas como, sinceramente
desculpem-me, como as eleições na África negra são como… são atípicas, um
atentado à tribo dos partidos no poder que dele não querem descer, e é muito
claro que: E depois das eleições com uma vitória arrasadora dos partidos
políticos da oposição, o Mpla proclama vitória por maioria qualificada, relativa
ou simples, sempre de encomenda (a que reúne um número de votos superior àquele
dos outros concorrentes, mas inferior à maioria absoluta). A oposição contraria
e mostra provas concludentes, convincentes, sem lugar a dúvidas. Porém, o circo
romano do tempo dos césares e dos augustos do Mpla desarma argumentando que a
sua vitória é por demais evidente e que não oferece dúvidas. E mais esclarece
que os resultados eleitorais da oposição são uma pura invenção, mais uma
fraude, pois o Mpla nunca perdeu, nunca defraudou as expectativas do
martirizado, sofredor povo angolano, nem jamais perderá um pleito eleitoral,
pois a esmagadora maioria da população angolana confia e segue cegamente o Mpla
desde e antes dos gloriosos tempos da independência. E mais adianta que a
oposição tem que se habituar a contentar-se com as suas derrotas e com a sua
vulgar e reles insignificância. E a oposição em bloco contesta e diz que vai
levar o pleito para o Tribunal Constitucional. E assim fez. Entretanto o Mpla
esfrega as mãos de contente, pois que tal tribunal parcial há muito que é um
órgão partidário e foi instituído para sempre julgar a seu favor. A oposição
(mais uma vez, muitas vezes) viu contrariados os seus desejos. Depois de
infindáveis dias, uma eternidade, tecnicamente falando viu o seu pedido
rejeitado, mais tecnicamente viu o seu pedido indeferido. Confesse-se que nada
aconteceu de anormal pois tal veredicto já era de contar, normal. Vai daí, a
oposição recorre à instância máxima da Lei, o TS, Tribunal Supremo. Muito
confiante aguarda que se faça justiça, pois tudo está a seu favor. De facto
está mais que provado e a nação inteira sabe que a oposição derrubou o célebre
contendor Mpla, pois tudo e todos estavam já demasiado fartos (isto é favor, o
correto é dizer-se demasiado fartíssimos) de o aturar. Mas, para quê espantar?,
o TS declarou perenptoriamente da sua suprema justiça, a injustiça de que o
Mpla é de facto e de jure o aclamado, o proclamado vencedor das eleições de 23
de Agosto. Logo de seguida e perante tão flagrante injustiça, a oposição ameaça
sair às ruas numa grandiosa chuva de manifestações. O Mpla aconselha que não,
pois a oposição tem que felicitar o vencedor e não fazer marchas tumultuosas. A
oposição tem que aceitar, se contentar com a sua derrota. O Mpla faz sair um
comunicado onde nele realça que se a oposição quer fazer confusão, então o seu
devido lugar é na prisão. Mas a oposição não desarma, forte, poderosa, nunca
desarmou, como a isso sempre nos habituou, que fará uma surpresa, que vai mesmo
sair para as ruas, porque o poder sempre esteve, lá mora. O Mpla replica que
não tolerará nenhuma agressão interna e externa e invoca que um governo
devidamente constituído tem o supremo direito de se defender, a si e às
populações que democraticamente o elegeram. As coisas sobem de tom pois outra
coisa não seria de esperar. O Mpla convoca todos os seus instrumentos de defesa
e segurança e envia-os para prenderem os insurrectos e preferencialmente
eliminá-los para sempre sob o escudo da acusação de células terroristas
devidamente implantadas e organizadas. Mas a oposição não se deixa intimidar,
porque batalhadora como nunca, pois contra qualquer injustiça sempre lutou.
Começam os tumultos com barricadas nas ruas, com muitas nuvens de fumo
provenientes de pneus e outras tralhas a arder. São milhões de manifestantes
que não aceitam, dizem, mais o jugo do comunismo. O Mpla decide-se pela sua vitória
certa, final, ordenando a todas as forças de ar, mar e terra que disparem a
esmo, sem dó nem compaixão contra tudo que se mova. Sente-se no ar a pólvora e
o cheiro acre dos corpos queimados pela fornalha de tão colossal metralha. Os
nossos santos Bispos declaram que Angola optou pela solução da RDC, nada mais
tendo a declarar ou reclamar. Como sabido, de lei, a diplomacia internacional é
a arte da hipocrisia internacional. A comunidade internacional volta, faz o seu
papel, diz que as eleições foram livres, justas e transparentes, quer dizer,
atirou com uma montanha de achas para a fogueira de Angola, retira-se, abandona
Angola e embarca nos aviões rumo ao idílio do dever cumprido, das janelas do
avião olha de soslaio, finge tomar conta da situação. Mostrando-se impotente
deixa andar, sim é o deixa-andar, deixa-disso universal, excepto um não
perenptório quando lhe interessa, quando os seus poderes e interesses
geoestratégicos estão directamente ameaçados, retira-se sub-repticiamente e é o
nascimento de mais um estado africano que cai, que se entrega à barbárie, à
mais elementar crueldade onde as crianças ficam, são aos milhões, biliões?,
aguardando pelos comunicados do… sem UNICEF.
“A pobreza e a miséria formam o artista.”
(Dostoiévski (1821-1881)
Na Natureza nada é feito ao acaso.
Angola, onde em cada esquina um maldoso nos
espera. Por isso mesmo, Angola é também a república das esquinas da maldade. E
quando não houver mais nada para roubar, vão fazer o quê?
De alguém na RNA-Rádio Nacional de Angola, que
apanhei de fugida, 21/08/17, “Angola é muito rica e as suas potencialidades não
estão a ser aproveitadas.”
O Bernardo, lavador de carros, um tarefeiro,
disse que o seu amigo residente em Luanda, mandaram-lhe votar em Benguela.
Quantos e quantos mais não estão na mesmice situação?
No noticiário da hora do almoço da TPA-Televisão
Pública de Angola do dia 21/.08/17, no rodapé só se viu propaganda do Mpla. Dos
outros partidos nada, é como se não existissem.
Quem não lê ou não gosta de ler, facilmente é
dominado. Basta ver o exemplo de Angola, é muito elucidativo não é?
Onde há intensa miséria e fome as epidemias não
faltam, e há quem lhes chame deficiências do meio ambiente.
Depender do outro é manter-se na escravidão.
Partido político e mais quem estiver ultrapassado
fica na prateleira bem armazenado, definitivamente chumbado.
É necessário ter muito cuidado porque infelizmente
este povo está refém do vírus da selvajaria em todos os domínios. O objectivo para
atingir o caminho certo da selvajaria é o deficiente, inexistente ensino, a
irresponsabilidade que conduz à selvajaria. E quem está, adquiriu a selvajaria extingue-se.
“Neste
momento de crise financeira e económica exige-se decoro e comprometimento com o
povo cuja maioria vive em condições-sub-humanas … mas também os outros Partidos
Políticos que podem ser Governo, a estas matérias dizem nada … com excepção dos
500 USD de salário mínimo nacional prometidos pela UNITA e que, do meu ponto de
vista, e já o escrevi, não tem nenhuma viabilidade económica”. (Alves da Rocha,
In Expansão, 12/08/17)
PR aprova crédito adicional de 43,7 milhões USD
para Casa de Segurança e Polícia Nacional (Novo Jornal Online 08/08/17)
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