Para
a Lúcia
Com
muito amor
É
quase meia-noite
O
vento sopra com força
As
folhas secas das árvores voam
Da
chuva miudinha
O
vento continua a soprar as folhas
Que
perdidas se espalham
Nas
crateras das ruas
É
a crise que faz isso
Não
ter valores não é da crise
É
a mediocridade que o determina
Só
os desfiles de armas têm valor
Os
da paz não
A
ética e a moral baixam-se
A
perversidade eleva-se
Com
valores tão baixos
A
baixeza ergue-se
Perturba-se
o silêncio da noite
É
uma voz alcoólica
Que
jura não beber mais
E
também se ouve forte tossir
De
alguém que jura não fumar mais
Mas
tudo cai no vazio
Porque
nos dias que correm
Ninguém
respeita a honra
Parece
que ninguém se lembra
De
que lugar de palhaço é no circo
O
som de um tiro
Fere
o silêncio da noite
Tudo
tão habitual, tão anormal
A
mediocridade vê-se avançar
Sem
que ninguém a ouse enfrentar
Parar
Os
decretos-lei são para queimar
Ainda
se ditam ordens
Mais
desordens
Desde
que dê para saquear algum dinheiro
É
sempre porreiro
Serve
bem ao aventureiro, justiceiro
Viver
é enfrentar as injustiças
Dos
abundantes esgotos
Onde
nascem democratas putrefactos
Tantos
revolucionários que vi
E
nada senti
Deles
fugi
Me
afligi
São
perigosos
Os
presunçosos
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