terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Outro 4 de Fevereiro se inaugura





Antes de ti era o colonialismo
Depois de ti foi o neocolonialismo
Depois de ti é o endocolonialismo
Depois do petróleo é o cataclismo

Ruas sem esgotos à chinês
Neocolonialismo desta vez
É só fendas o que o chinês fez
E tudo se fodeu, se desfez

Porque teimam no chinês a construir
Se tudo o que fazem é destruir
Como é bom ver Luanda a ruir
E os lordes do petróleo fartos de rir

Da praça política nada há a esperar
Triste oposição é só falar, afundar
Na Igreja reside o nosso desabar
Os prelados dizem que devemos orar
Imundos de petróleo a rebentar
As crianças na cruz da fome a chorar
Os preços do petróleo vão melhorar
Como uma doença que não dá curar
Na corrupção não se pode trabalhar
Só funciona o Estado do roubar
No outro Estado lúmpen a assaltar
Todos os santos dias a nos ameaçar
Que o exército nos vai comandar
E as forças civis se irão aquartelar
O estado de sítio se vai implantar
E mais 25 mil famílias se irão desalojar
E para os pântanos dos zangos chorar
Cada empréstimo chinês é para saquear
O mwangolé não tem mais onde morar
A terra dele e o petróleo é para roubar

As democracias fingem-se nossas amigas
Quando na realidade são nossas inimigas
Ah! Marasmo, corja a quanto nos obrigas
Estado de sítio que as nossas vidas perigas

O petróleo está sempre a descer
A vida deles não sofre alteração
A nossa é a imposição do morrer
Como tanta fome, miséria, revolução

Quarenta anos na política do canhão
Sempre a nos garantir a nossa salvação
Voltar ao comunismo de 1975 sem pão
Sempre sob a batuta do partido aldrabão

Os heróis do 4 de Fevereiro aldrabados
Os verdadeiros patriotas foram liquidados
Estamos proibidos de pensar, dá prisão
Este deus nos manda fuzilar, no paredão  






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