Nas senzalas
“E contudo
elas não se movem”
Na república
dos famintos
Eu quero ser
deputado
À espera que
o preço do petróleo suba
Casa das leis
Um bom
espectáculo circense
Os imbecis
fazem dinheiro sem dinheiro
E fugir
daqueles que acreditam em deus
Defendem o
seu ganha-pão
Só se ouvia
O silêncio da
hipocrisia
Da totalidade
da classe política
E das suas
políticas
Angola faliu
Porque em
cérebros não se investiu
Sem formação
Os escravos
libertos estão
E de plantão
Na escravidão
Angola, o
país dos políticos e dos doutores
Na classe
política não dá para confiar
Só dá para
desconfiar
Os palhaços
políticos já estão aí
Hoje e todos
os dias há circo
Do lodo do
cais deste país
Levantar
ferro é preciso
E a fórmula
já está encontrada
Para o
desenvolvimento económico e social
Viver da
propaganda dos partidos políticos
Acaba-se com
a miséria e a fome
É só
palavras, palavras
Oh pobres
coitados
Os líderes
políticos abandonaram Angola
O lixo do
intelecto humano supera
Em muito o
das ruas
Quanta mais
religião mais escravidão
Para quê
acreditar
Em quem não
se pode confiar
São tantas
estruturas a desabar
Pesadas, não
se pode trabalhar
O horrível
disto
É que não há
nada de positivo
Tudo se
conserva negativo
No silêncio
deste sepulcro
Deus é uma
história para crianças
Destinada a
ludibriar adultos
Tantos
doutores pelos quais
Somos
constantemente violados
Pela alta
voltagem da hipocrisia
Nem sabem o
que é um técnico de contas
Só tem macacos
ainda não tem pessoas
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