República das
torturas, das milícias e das demolições
Diário da cidade
dos leilões de escravos
09 de Janeiro
Como
um arsenal gigantesco prestes a explodir? Luanda, numa empresa de informática:
Como é que isto é possível? Quem quer a revolta do mwangolé é o próprio
Governo? Dois portugueses e uma portuguesa – claro que mais virão – recebem os
seus chorudos salários regularmente transferidos para Portugal. E os angolanos
nessa empresa nem direito têm ao salário escravo? Quantos e quantos mais casos
existem por aí e porque não os denunciam?
Angola
tem Governo? É que o existente está completamente louco, fora de si? Então,
numa empresa de informática um português ganha 5.000 dólares, é director,
porque é gestor de contas, essa grotesca invenção portuguesa que transporta
para Angola a ruína profissional portuguesa, apenas para controlar o estoque no
armazém e o controlo de clientes? PORRA! Então, não há muitos angolanos que
fazem muito bem este trabalho? Pessoalmente conheço vários, até que formei
alguns. Então este Governo manda para aqui os portugueses para dominarem os
angolanos ao bom estilo colonial? É isso que pretende? Se não acabarem com
isto, isto acabará com o Governo! Esta cidade está podre! Muitos choros já se
pressentem! ISTO TEM QUE ACABAR!
Na
empresa de informática dos dois portugueses e da portuguesa – e porque não dos
dois brancos e da branca portugueses? - um já chegou, o outro – o que trata dos
pagamentos só vêm lá para depois do dia 23. Entretanto alguns trabalhadores
angolanos não comparecem ao serviço, pois se não lhes pagam, e por isso todos
se preparam para fugir do holocausto tuga. E assim se estabelece mais um
diabólico plano dos actuais governantes – a miséria tuga – de publicarem no “Jornal
da Angola em Chamas” que vários trabalhadores da empresa foram despedidos por
abandono de trabalho. E assim a máfia tuga entra mais uma vez em acção: mandar
vir o compadrio dos esmoleres. Para começar, isto só mesmo à chapada? A
gravidade da presente situação é um facto. Esperamos pelo pior?
Qual
é o som da miséria quando bate nas portas dos mwangolés?
2014, mais um
ano de miséria nos sustenta!
Informação
obtida há momentos diz que os tugas nas empresas deles não pagam aos mwangolés,
para os obrigarem a fugirem e para depois os portugueses mandarem vir as suas
famílias para aqui. Isto não é novidade pois esta epidemia está generalizada.
Uma mais velha, quando lhe disse que também já vêm como costureiras e criadas,
confidenciou a este diário que aqui virá o Apocalipse. E o habitual silêncio da
oposição indica que está conivente?
Comentário de Zaza Rodrigues no
Facebook: É a mais pura verdade e nas empresas lideradas por angolanos brancos
está a acontecer o mesmo.
Sabem o que é que estou a pensar? Isso
que acontece nas empresas, o tratamento dos mwangolés como animais num
zoológico, é racismo ou não?!
Querem ver que há um plano ultra-secreto
para que Angola regresse ao tempo colonial?
Que
o Governo angolano é que é o culpado disto tudo? Da desgraça estrangeira que
nos cai em cima dia e noite? Tal e qual como os nazis que diziam que a culpa
não era deles, era do Hitler? Haja diabólica paciência! Mas o cão quando está
com a raiva morde e infecta!
Na
tal empresa de informática: «Nenhum funcionário recebeu o mês de Dezembro!» E o
13º Mês? Perguntaram-lhe: «Qual décimo terceiro mês?! Os portugueses não nos
vão pagar. E o mais fodido é que dizem-se comunistas, apoiantes do MPLA!» Isto
é ser incendiário? Afinal, quem é que incendeia Angola?
Não
se deixem levar pelo espírito limitado de uma só porta. Sejam criativos! A
baterem sempre na mesma tecla tornam-se cansativos e acabam por prestar na
comunidade um péssimo serviço político, porque outra coisa é muito difícil.
Abram todas as portas, e sobretudo jamais esqueçam que a hipocrisia destrói os
nossos lares, e logo destrói Angola. Infelizmente há abundante gente que assim
pensa, e então esses são os potenciais incendiários. E se assim o querem, que
seja feita a vossa vontade. Assim não obteremos nenhum saldo, não iremos para
lado nenhum. Parece-me que vamos para um lado sim senhor, ao sectarismo, que é
o maior expoente da hipocrisia. Passem muito bem!
10 de Janeiro
Reginalda
Almeida. Facebook
“Eu
tenho a dupla nacionalidade e com todos os direitos, sou de 4ª geração. Mais do
que aqueles que nunca puseram cá os pés e pagaram para ter a nacionalidade
10.000USD, e são Angolanos, com que direito? O direito da gasosa??? Podem
apagar o comentário à vontade, mas estou farta de algumas pessoas pensarem que
são mais Angolanas que outras.”
Um
cidadão sul-africano reagindo à falta de emprego no seu país: “se não tenho
emprego passo fome e por isso sou obrigado a roubar!”
Os
da oposição – grandes democratas, ferozes opositores – e que não conseguem
lutar, acabar com a corrupção… também são corruptos?!
Angola
é um zoo, onde os mwangolés são os animais enjaulados para estudo e para
visitas turísticas, e os brancos rindo muito, atiram-lhes com qualquer coisa
para comerem, e os mwangolés sentem-se muito contentes.
A
criança mais velha toma conta da sua tenra irmã, que chora, chora, protesta que
quer brincar com uma faca, e a criança mais velha ameaça-a: «Olha, cala-te,
cala-te, jacaré já está aí! morde, morde!» E a tenra criança cala-se. Afinal
para uma criança se calar basta ameaçá-la com um jacaré?
A
Lwena, minha esposa, quando criança: «Quando era Natal nós víamos as crianças
brancas a brincarem com os brinquedos que receberam da prenda de Natal, e nós
sem nada, ficávamos muito tristes.»
11 de Janeiro
A
Lwena foi assaltada ontem. Cerca das vinte e duas horas, estava com a vizinha à
porta do prédio a conversar quando deu pela falta da pasta que estava poisada
em cima de um saco. Uma piranha conseguiu roubar a pasta sem elas se darem
conta, pois quando a conversa está animada tudo fica esquecido, bem distraído.
Tinha uns miseráveis trezentos kwanzas, as chaves de casa e documentos
pessoais. Quantos mais estrangeiros chegarem, mais piranhas nascerão para nos
assaltarem. Vivemos numa cidade em permanente estado de guerra, no terror do
assalto a qualquer momento. E isto não é viver, é perecer. Quanto mais tempo
esta cidade resistirá aos ataques desordenados dos infindáveis bandos de
piranhas? As piranhas arrasarão esta cidade.
Esta
Angola está cheia de insubstituíveis. E onde os há, é a desgraça que nos dá. No
lugar de prepararem jovens para os substituírem, não, ficam nos cargos até
acabarem em esqueletos. Depois morrem, deixando atrás de si o rasto viral da
divisão, da confusão, da fragmentação, da destruição.
O
jovem vizinho conseguiu um apartamento na cidade do Kilamba. Mudou-se, comprou
um carro novo, e lá, já lho roubaram.
Contaram-me
que o banco Millennium no bairro do Golfe – falta a confirmação - em Luanda,
foi ontem assaltado. Dois seguranças foram mortos. Não consegui ainda saber se
levaram valores.
Mas
que babacas. Então não é que querem faorçar Angola, e particularmente Luanda,
um país europeu, uma cidade europeia?
Em
Angola, quando alguém faz uma petição quase ninguém a assina, porquê? E,
lembro-me, a UNITA não usa este meio muito importante de pressão, porquê?
A
África é um continente ou um jardim zoológico?
12
de Janeiro
Bom-dia
cidade dos assaltos!
Em
Angola, a hipocrisia atingiu o cume do seu imundo desenvolvimento, porque há
portugueses que nas empresas deles, ou dos novos-ricos angolanos, até agora não
pagaram o mês de Dezembro e o seu décimo terceiro mês aos angolanos. E há uma
torpe conivência dos que se dizem defensores férreos da democracia, porque até
agora não vi ninguém denunciar tais calamitosas coisas. Cuidai-vos hipócritas,
porque de democratas nada tendes, apenas sois os tais agentes internos do
neocolonialismo. É que povo desempregado é povo muito revoltado!
Manos
e manas! Corruptos podem dirigir um país?
A
lei da hipocrisia no seu enunciado diz: que a hipocrisia é o eu só pensar em
mim, e os outros que se fodam. Ora, esta lei aplica-se perfeitamente em Angola,
já que ninguém quer saber de ninguém, apesar dos discursos deste ou daquele que
dão a entender o contrário?
Este
- o direito abusivo de qualquer merda religiosa - é o nosso perigo, o inimigo
número um: o uso de Deus para destruir o que já são os fardamentos, fragmentos
desta Nação!