Há
muito tempo que espero por ti
Foste
tu que sempre escolhi
Apesar
de que nunca te conheci
Mas
continuo à tua espera aqui
E
no rio da água do sol dominado
Na
vegetação do verde dourado
Na
margem do rochedo esverdeado
As
nuvens pairam no céu algodoado
Nos
baixios azuis brancas espumas
Desafiam
promontórios cinzentos
Nas
solitárias palmeiras as brumas
Nascem
nos rochedos truculentos
Nas
mansas águas dorme a vegetação
Nas
margens sonolentas a mansidão
A
água agita-se e depois descansa
Como
o navegar da milenar dança
E
a força do vento dobra as palmeiras
E
a água azul clara e escura dá saltos
E
os seus troncos descem, esteiras
No
refúgio da ditadura dos assaltos
E
a água persegue o poder da areia
Na
constante luta entre terra e mar
Esta
sempre será a sublime epopeia
Até
o nosso amor querem dizimar
Ramos
libertam-se e acariciam a areia
E
aprisionam a sombra convidativa
E
tu sabes que não há mais lua cheia
Pois
neste mar de petróleo és cativa
E
nesta ilha deserta do petróleo jaz
Outra
ilha aos nativos espoliada
Proibidos
de amar não haverá paz
A
minha princesa foi expropriada
E
dos nossos tesouros afastados
Das
ilhas do petróleo proscritos
Eu
e a minha princesa decapitados
Nos
interiores dos castelos bonitos
E
a luta do nosso amor é irresistível
Nas
águas dos rios ainda impolutas
O
nosso amor continua incorruptível
Há
40 anos nas maiorias absolutas
E
uma palmeira olha o infinito mar
Ó
minha princesa já te vou salvar
Já
nada mais há para privatizar
E
do nosso amor nascerá o revoltar
Imagem:
comquemsera.com
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