sábado, 27 de dezembro de 2014

No amor da minha princesa sem mar






Há muito tempo que espero por ti
Foste tu que sempre escolhi
Apesar de que nunca te conheci
Mas continuo à tua espera aqui

E no rio da água do sol dominado
Na vegetação do verde dourado
Na margem do rochedo esverdeado
As nuvens pairam no céu algodoado

Nos baixios azuis brancas espumas
Desafiam promontórios cinzentos
Nas solitárias palmeiras as brumas
Nascem nos rochedos truculentos

Nas mansas águas dorme a vegetação
Nas margens sonolentas a mansidão
A água agita-se e depois descansa
Como o navegar da milenar dança

E a força do vento dobra as palmeiras
E a água azul clara e escura dá saltos
E os seus troncos descem, esteiras
No refúgio da ditadura dos assaltos

E a água persegue o poder da areia
Na constante luta entre terra e mar
Esta sempre será a sublime epopeia
Até o nosso amor querem dizimar

Ramos libertam-se e acariciam a areia
E aprisionam a sombra convidativa
E tu sabes que não há mais lua cheia
Pois neste mar de petróleo és cativa

E nesta ilha deserta do petróleo jaz
Outra ilha aos nativos espoliada
Proibidos de amar não haverá paz
A minha princesa foi expropriada

E dos nossos tesouros afastados
Das ilhas do petróleo proscritos
Eu e a minha princesa decapitados
Nos interiores dos castelos bonitos

E a luta do nosso amor é irresistível
Nas águas dos rios ainda impolutas
O nosso amor continua incorruptível
Há 40 anos nas maiorias absolutas

E uma palmeira olha o infinito mar
Ó minha princesa já te vou salvar
Já nada mais há para privatizar
E do nosso amor nascerá o revoltar













Sem comentários:

Enviar um comentário