República das torturas, das milícias e das
demolições
Diário da cidade dos leilões de escravos
Ano 1 A.A.A. Ano do Apocalipse dos Angolanos.
Apelo aos nossos bispos para que orem
intensamente para que Deus nos liberte deste comunismo.
Quando Angola conseguir uma liderança como Simon
Bolívar, Emiliano Zapata, Fidel Castro, Che Guevara, etc., então será
verdadeiramente livre e independente. Até lá é pelo milagre aguardar, e falar,
falar, falar… e morrer de fome.
Muangolés! Cuidado! O ordens superiores
vigia-vos dia e noite.
Característica fundamental de um estado falhado:
Há cerca de vinte e poucos dias fiz uma recarga na Net da Unitel de 500Mb e só
me carregaram 250Mb. Quinze dias depois fiz outra recarga e aconteceu a mesma
coisa, só me carregaram 250Mb. Reclamei mas até agora nada, limparam-me 500Mb. Um
amigo disse-me que lhe limparam saldo. E um familiar que carregou o seu
telemóvel com 1.250.00 kwanzas com direito a bónus de cem por cento, mas era
mentira. Esse familiar garantiu-me que está toda a gente a fugir da Unitel. A
Unitel terá que mudar a sua publicidade para: Unitel, o saque mais próximo.
Quando falta a energia eléctrica, o banco
millennium-atlântico na rua Rei Katyavala, em Luanda, liga um gerador industrial
instalado nas traseiras e demonstra o que é um estado falhado, porque inunda as
traseiras de fumo e nos prédios têm que se fechar portas e janelas,
proibindo-nos de trabalhar, de viver. As crianças estão em perigo permanente de
morte. Apesar das inúmeras reclamações, nada, é o deixa andar, o que interessa
é eles trabalharem e abastecerem-se de dinheiro por cima dos nossos cadáveres,
porque estamos também numa república de cadáveres. Se isto não é incitamento à
violência e à revolta, então é o quê?! Caramba! Então na condição de escravos
em que nos encontramos, temos o direito à revolta porque sentimos a morte dos
que querem facturar, dos que querem nos matar. Somos condenados como hereges
porque ainda estamos no tempo da maldita Inquisição.
A energia eléctrica está outra vez de rastos, são
interrupções, pode-se dizer, todos os dias, que demoram várias horas ou vinte e
tal horas. Não se consegue planear seja o que for, destruindo as esperanças de
recuperação da miséria que aumenta drasticamente deixando-nos na escravidão
como outra vez no colonialismo, se é que alguma vez ele daqui saiu, muito pelo
contrário, vai de mal a pior. Apesar de ao longo de quarenta e um anos sempre
nos impingirem que a energia eléctrica se vai normalizar, coisa que já ninguém
acredita, começa o nosso cérebro a chamar-nos a atenção de que temos que fugir
daqui porque as nossas vidas acabarão tristemente. A água é sorte consegui-la,
e quando isso acontece tem que se pagar o transporte, o que implica duas despesas,
uma da Epal e outra dos que a carregam, levando-nos para a indigência.
Se só a corrupção funciona, então é mais um
estado falhado.
Se as manifestações estão devidamente consagradas e
autorizadas na CEA, Constituição dos Escravos de Angola, e depois se reprimem
com violência, prisão e perseguição estalinista sobre os manifestantes, isto é
uma prova mais que evidente de mais um estado falhado.
Parafraseando Galileu Galilei (1564-1642): a corrupção,
a miséria, a fome, e contudo elas se movem.
Os desalojados, zungueiras e mais
milhares, devem ser milhões, de vendedores ambulantes, desempregados, formando
um colossal exército de famintos, vão votar no M?, claro que não, e por aqui
facilmente se vê que o M perdeu as eleições. A não ser que, como o M é o
partido das igrejas, elas ameacem com o espectro da superstição, de que quem
não votar no M, Deus lhe queimará com as chamas do Inferno, isso fará com que milhões
de fanáticos religiosos votem, e isso não é difícil, é muito fácil.
Diariamente aprofunda-se o abismo da bancarrota de
Angola, onde já não há dinheiro para pagar a militares, como acontece em Luanda
com mais de quatrocentos militares do PCU, posto de comando avançado, que foram
sumariamente despedidos.
Em presença de imbecis e loucos, há somente um
caminho para mostrarmos nossa inteligência: não falar com eles. (Schopenhauer,
1788-1860)
Quem não está do lado dos manifestantes, com certeza
está do lado dos corruptos. (Autor desconhecido)
“O poder que o ouro dá é como todos os poderes:
tende sempre a abusar e abusa, quando as resistências são ténues ou nulas…
Quando, porém, os governos, desprezando os conselhos da razão e desatendendo à
conveniência pública, se deixam levar dos ímpetos das paixões do vulgo ou das
próprias paixões, as resistências morais ou materiais, maiores ou menores, que
nesse caso sempre encontram, impelem-nos de precipício em precipício, até que
os fazem, por via de regra, chegar aos desvarios mais absurdos.” (In História da Origem e Estabelecimento da Inquisição
em Portugal 1. de Alexandre Herculano (1810-1877.)
Ao empurrarem para os chineses
a solução dos seus problemas, os muangolés provam a sua notória incapacidade,
até ser um provérbio, ou melhor, já é proverbial.
Fiquem atentos, isso mesmo, mantenham-se
vigilantes, ditadores africanos, fujam, que Donald Trump está a chegar,
preparem os sacos do que resta do erário público, está na hora de bazar.
E a miséria e a fome ganharam o
estatuto de utilidade, e como tal instituíram-se como forte instituição de
utilidade pública.
Uma coisa é certa, o muangolé
já da escravidão não consegue sair.
Comemorou-se mais um ano de
independência, o 41º, de esperança perdida, de miséria extrema sempre
renascida, o próximo aniversário será comemorado por ossadas humanas que não
resistiram à fome, mas quem é que resiste à fome?
Oito horas da manhã de céu a
prever chuva, assim falam as nuvens, não é que um carro da poluição sonora religiosa
de mais uma seita satânica, a propósito, vale lembrar que estas seitas são o
suporte da corrupção. Com um altifalante montado no tejadilho do carro, dele
saem poderosos berros para os famintos se acalmarem, não desesperarem porque o
fim da fome está próximo, aliás Deus já tem as covas preparadas, e são tantas,
tantas que ninguém as consegue contar porque esse é um trabalho que compete a
Deus controlar, mas Ele está tão ocupadíssimo a contar a mortandade de Angola
que como Omnipotente não o consegue fazer, tal é a grandiosidade da tarefa que
O ultrapassa. O altifalante berra, berra e os famintos param como se daí viesse
a sua salvação, “a vida é curta, cuidado com a feitiçaria.” Quando a falsa
religião, qual é a verdadeira? prega que o dia do juízo final está próximo, e
que se preparem que Deus está a chegar, mas porque cargas de água Ele não
chega, porquê?!, pois entreguem tudo o que têm para Ele e da morte se
salvarão. A África negra é a desgraça
das religiões porque qualquer uma se impõe e se legaliza. È caso para dizer que
qualquer seita religiosa governa a África negra.
Um mais velho branco está na
esplanada de um café. Sentado, admira a paisagem dos famintos que não pára de
crescer conforme o enunciado mais elementar da lei da corrupção. Enquanto
aguarda que o sirvam, encostam-se duas lascivas trintonas, uma, chocolate
escuro, e outra de café com leite que quase lhe segredam: “Ó senhor!, dá-nos o número do teu telefone.” E
ele deu.
E aqueles que se entregaram de corpo e alma pela
causa da independência, mais tarde ela abandonou-os. Mas que independência
sacana, malvada, sem carácter. Uma independência que só olha para corruptos, e
que ainda se defendem dizendo que isso são calúnias.
M, o grandioso líder dos famintos, o promotor do
desemprego e da fome.
Entretanto, um ou outro porta-estandarte dos
partidos políticos da oposição vai-nos dando alguns salpicos de democracia. É
melhor que nada.
A tirania gera a iniquidade.
Na Rádio Despertar, no programa Angola e o mundo em
sete dias: Elas procuram trabalho nos condomínios e também se oferecem para,
“se o chefe também quiser uma rapidinha também aceito.” São esposas e mães que
os maridos e filhos desesperados aguardam em casa que elas tragam algo para
comer.
Esta selva tem muitos papagaios políticos.
Só andando é que se conhece o caminho.