sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

ANGOLA NÃO TEM CURA PORQUE NÃO TEM MÉDICOS



República das torturas, das milícias e das demolições
Diário da cidade dos leilões de escravos

Ano 1 A.A.A. Ano do Apocalipse dos Angolanos.

2017, mais um ano de exacerbada miséria nos espera, nos desespera.
2017, pelo que se vê também será o ano do fiasco dos partidos políticos da oposição, não têm liderança credível, e da grande fome.

Algumas divisas do governo de Angola: aposta, deverá, será, poderá, produzirá, empregará, desenvolverá, alimentará.
Amigo leitor, por quanto tempo um governo pode governar na corda bamba?
Esta Angola não é para todos, é a aposta de um projecto moribundo de alguns.
O comité de especialidade dos jovens alcoólicos está em constantes reuniões para debater a nossa famigerada cultura sob o lema: beber cerveja e uísque sem parar é um acto cultural, faz parte da nossa cultura. Beber é diversificar a nossa cultura. Festeja-se a nossa identidade cultural, porque beber é um acto de cultura. A nossa identidade cultural é beber até cair, ou nunca mais se levantar. Esta nação é obra de alcoólicos.
Impor a cultura do outro, de um país sobre o outro, a sua cultura, a isso chama-se colonizar, parece-me que estou certo, não é.
26 de Dezembro, 09.33 horas. Esta cidade parece um túmulo, pelo menos no local onde me encontro junto da Liga Africana, excepto o vento forte que sopra, não se ouve mais nenhum som.
27 de Dezembro, 10.00 horas. Com a manhã a anunciar chuva, o que parece indicar que o tempo chuvoso regressou. Na rua circulam poucos carros como se fosse um dia feriado. O dia 28, o dia 29 e seguintes assim continuarão inertes, de estrangeiros de férias no estrangeiro. Mais logo, à noite, alguns táxis hiaces passam em alta velocidade talvez devido aos seus motores especiais que alimentados pelo álcool fazem com que me sinta a rezar pelas vidas dos seus jovens motoristas que como único passatempo que nesta nação – ainda se chama nação? – lhes resta, é o álcool. Beber é viver, é sobreviver, mas não é isso que o cemitério deixa ver. Jovens a beberem altas doses de uísque, é para beber ou morrer? Decerto que para viver não é.
Entretanto, comentário de um jovem angolano que conseguiu arranjar dinheiro para pagar a passagem aérea e fugir de Portugal: “ Lá em Portugal não está bom, mas aqui em Angola está muito pior.”
A religião na cabeça de uma pessoa é como o abundante lixo numa casa, numa cidade, num país onde nunca se o limpa. Por isso mesmo a religião é uma grande fábrica de lixo. Os sacerdotes que se servem da corrupção para sobreviverem também padecem dos males que afectam a população, que na penúria não podem pagar os dízimos, e os sacerdotes tentam inutilmente convencer os carneiros de que é muito importante o dízimo, pois as quantias dizimadas vão directamente para o lugar seguro do céu, os cofres-fortes de Deus, rodeados e protegidos por um exército de anjos seguranças.
O mundo está como um circo romano, creio que sempre esteve e estará.
Esta gente, tanto quem está no poder como na oposição, creio que já não se distinguem, não se cansa de propaganda política, como se fossem concorrentes de um qualquer concurso. Sim, nesta Angola disputa-se o campeonato nacional do propagandista político. E a fome vencerá! E tamanha hipocrisia, falta de seriedade e com muito egoísmo, a fome vencerá. Defendem-se interesses pessoais, mórbido protagonismo político, enquanto as populações são chamadas a exercer o seu direito de voto. Votar em quê? Em quem? Votar noutra ditadura?
E com a crise os bosses estão a fugir das amantes.
Há sempre quem ganhe bem a vida escrevendo a fazer lavagens das ditaduras.
Um mais velho português disse-me que de noite não consegue dormir por causa dos mosquitos. Muito intrigado perguntei-lhe se usa a rede mosquiteira e respondeu-me que não, que não gosta de dormir com rede mosquiteira. Não lhe disse, mas pensei que ele gosta de morrer de paludismo.
O que está na moda é a demagogia. Demagogo é um lugar de futuro.
E manos e manas, não se esqueçam de todos os dias acompanhar a telenovela fabricada em Angola intitulada, Os Nossos Trapalhões. Recomendo-a porque é muito interessante.
De todos os lados se ouvem milhões de vozes de protesto contra a desgraça em que um grupo de corruptos nos mergulhou. Será que vão seleccionar métodos estalinistas para silenciar tão imenso exército de vozes?
E na África do futuro já não virá mais nenhum abutre debicar o seu bocado porque ela não terá nada para debicar, os abutres já debicaram tudo.
Os principais líderes da miséria e da fome são, a irresponsabilidade, a indisciplina e a corrupção. A miséria é a riqueza desta nação. E destruir uma nação é muito fácil, basta infestá-la de fanatismo religioso.
“Deste facto psicológico, que assinala as épocas de profunda decadência moral, deriva principalmente a hipocrisia; a hipocrisia, que é a anemia da alma. A altivez insolente do poder que se coloca acima do decente e do legítimo e que ri das invectivas da opinião indignada, como de um clamor sem sentido, tem o que quer que seja grandioso, como o raio de luz que serpeia ainda na fronte do anjo das trevas: … Cada conde ou governador de distrito, tendo necessariamente, em virtude do estado de guerra contínua, juntos em suas mãos todos os poderes militares, judiciais, administrativos, era quase um verdadeiro rei, e nada mais. … Onde falece o amor da pátria, onde os vícios mais hediondos vivem à luz do Sol, onde a todas as ambições é lícito pretender e esperar tudo, onde a lei, atirada para o charco das ruas pelo pé desdenhoso dos grandes, vai lá servir de joguete às multidões desenfreadas, onde a liberdade do homem, a majestade dos príncipes e as virtudes da família se converteram em três grandes mentiras, há aí uma nação que vai morrer.A ruína do país, aos olhos das pessoas prudentes, parecia inevitável, porque a decadência moral era extrema. Os homens de probidade e ciência viviam desprezados e esquecidos, e os que se apoderavam das magistraturas públicas ajuntavam à cobiça e ao orgulho completa incapacidade. No meio de guerras civis, feitas sem entusiasmo, sem glória e só por causas abjectas, ao passo que a agricultura se definhava e as artes esmoreciam, o povo deixava aos ambiciosos tratarem das armas, e os homens de guerra habituavam-se a combater mais com os enredos do que com o ferro.” (In História de Portugal I de Alexandre Herculano (1810-1878)

Amigo leitor, falta-me coragem para lhe desejar um feliz ano novo. Apetece-me desejar-lhe um feliz ano novo repleto de miséria, fome, sem água, sem energia eléctrica, etc. Mas enchendo-me de coragem oro para que lute por melhores dias, porque é isso que devemos fazer, lutarmos por melhores condições de vida porque senão a jangada em que navegamos sem dúvida alguma que naufragará e para os escolhos dos sem vida nos lançará. (in)FELIZ 2017.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

A FRAUDE DOS PARTIDOS POLÍTICOS DA OPOSIÇÃO



República das torturas, das milícias e das demolições
Diário da cidade dos leilões de escravos

Ano 1 A.A.A. Ano do Apocalipse dos Angolanos.

2017, será o ano da construção de milhares de jangadas.

Sem oposição estamos com as calças na mão. Esta democracia é uma grande porcaria. Oposição descontrolada é a debandada da manada, é a vitória da carneirada.
Atingiu-se o inimaginável, a classe política, a do poder e a da oposição já não os escuto, estou como se diz por aí na gíria, de costas viradas, fujo deles como se fossem animais com peçonha. Entretanto, os contactos com pessoas também estão a ficar impossíveis porque esta gente está, creio, demente, porque a resposta recebida é quase sempre, “estou numa actividade”. Estão como que carregados de esclerose, estão danificados sem hipótese de reparação.
Por incrível que pareça não há liderança, o que leva Angola a atingir o cume da mediocridade humana. E para fazer alguma coisa é de facto impossível, porque em tal sociedade tão primitiva não há incentivos porque ainda não se sabe o que isso é. Angola já nem tábua de salvação tem. Atirada ao abandono, desapareceu. O líder de Angola chama-se analfabetismo. Cercado de analfabetos, às foices da morte não lhes falta trabalho. Angola, o campo de escravos eleito pela comunidade local. Os muangolés gostam de viver na miséria e na fome. A hipocrisia vencerá as eleições.
O que eu esperava de Angola era justiça e uma vida livre de colonialismo e escravidão, mas infelizmente enganei-me. Lixei-me e agora sofro, sofremos tamanha desilusão. Há a falsidade hipócrita, há a falsidade selvagem, canibal.
As pessoas super ocupadas, da oposição em geral, são inacessíveis, e em Luanda é o que mais se vê. Os da oposição como sempre super ocupados estão, quando se lhes pede solidariedade não nos ligam porque estão sempre… super ocupados, não têm tempo para nada. É alarmante, muito decepcionante que os problemas políticos da África Negra ainda sejam resolvidos por estrangeiros.
Quem não muda o seu destino deixa-se arrastar, deixa-se matar.
Produzir não é preciso, miséria e fome é preciso.
E devido à não-aceitação da alternância do poder, é demasiado fácil ver que a África Negra será definitivamente votada ao abandono, outra vez presa fácil de mais colonização. Depois das independências, a África Negra é uma grande desilusão.
Para quê acreditar no que se vai extinguir. Quem só sabe destruir acaba muito mal.
O mais velho foi ver o saldo bancário da sua conta. Viu com espanto que não tinha nada, foi transformado em zero. Não lhe deu muito trabalho para descobrir que o seu filho rapinou-lhe todo o dinheiro. O mais velho dominado pelas forças do mal resolveu a questão, encontrou a solução. Ingeriu veneno e saldou a sua vida não devendo nada à morte.
Como se a poluição religiosa e a poluição da propaganda política decidissem a cura desta nação incurável. A desgraça habita a todo o instante nas nossas portas.
Não percam tempo a dizer às pessoas o que devem fazer, demonstrar-lhes o quanto estão erradas, pelo contrário, apresentem-lhes soluções, mostrem-lhes o caminho da solução dos seus problemas. Por exemplo, dizer que o povo angolano está abandonado à sua sorte, isso não se diz, não resolve nada. A demagogia atrofia as mentes, faz com que as pessoas acreditem na filosofia da hipocrisia. Em tempo de ambulante miséria e fome, os demagogos também abundam, porque tais duas desgraças se fabricam em série.
E a hipocrisia é grande destruidora de amizades e de nações. Para quando o nascimento da maturidade? Pelos vistos, jamais!
A conversa da enfadonha oposição não é solução, é destruição, é evasão.
O império do petróleo caiu, finge-se que não mas tudo ruiu, o investimento fugiu, tudo faliu.
Quando um império da corrupção cai, entregam-se envelopes e despedem-se angolanos para estrangeiros empregar.
Quem menos trabalha ou não trabalha é quem mais ganha.
E continuo na batalha da estupefacção porque nem em contabilidade se consegue trabalhar, porque quando a anarquia e a corrupção reinam, a contabilidade é desnecessária, é um alvo a abater, torna-se um instrumento de trabalho dos charlatães. E nação assim é presa fácil da extorsão, no rumo da África, do continente berço da humanidade da miséria e da fome.
E o M afunda-se, afunda-se, mal se lhe vê o vulto, já não se sente, já não se vê.
No supermercado Descontão, um gerente português recém-chegado não deixa os trabalhadores fazerem compras por imaginar que eles vão roubar. Viva Angola!
Na Frescangol, mais de quinhentos trabalhadores ficam no desemprego porque a empresa estatal declarou falência.
Amigo leitor, este filme, The Thinning, de 2016, dá uma visão aterradora do que nos pode acontecer no futuro. É que os ditadores estão sempre à espreita para nos desferir o seu habitual golpe fatal, que é a nossa total escravidão para que eles se mantenham eternamente no poder, e com isso as nossas vidas não têm nenhum valor, passam a meros jogos, a um sorteio que no dia-a-dia não se sabe quem vai morrer. Eis a sinopse da Net: “The Thinning, de 2016, nos coloca num futuro pós apocalíptico onde o controlo da população é ditado por um teste de aptidão do ensino médio. Quando dois estudantes (Logan Paul e Peyton List) descobrem que o teste é falso e secretamente monitorizado escondendo uma grande conspiração. Eles precisam lutar contra o sistema para expô-lo e derrubá-lo”. 
“Esse quadro, no qual poderemos resumir em breve espaço multiplicados horrores, dar-nos-á uma ideia perfeita do estado moral daquela época, e do que é a aliança do fanatismo e do poder absoluto, ambos livres para exercerem acção ilimitada. A realidade dos factos era que o País se achava reduzido a tais termos, que se podia dizer quase exausto de forças. O rei, (D. João III) além de estar pobríssimo, com uma enorme dívida pública dentro e fora do Reino, e de ser obrigado a pagar avultadíssimos juros, era detestado pelo povo e ainda mais pela nobreza; não porque fosse de má índole, mas em razão dos conselhos que lhe davam e das obras que faziam os que o rodeavam. Um dos males que mais afligiam o Reino era a excessiva multidão de sacerdotes. Tal era o estado económico desse mesmo país, que expulsava do seu seio ou assassinava judicialmente os cidadãos mais activos, mais industriosos. Há épocas de tal corrupção, que, durante elas, talvez só o excesso do fanatismo possa, no meio da imoralidade triunfante, servir de escudo à nobreza e à dignidade das almas rijamente temperadas. Um carácter impetuoso, ardente, inflexível e absoluto nas suas opiniões. Que a uma índole destas se associem profundos sentimentos religiosos, e ter-se-á um fanático. A Inquisição, na plenitude do seu terrível poder, ia enfim apresentar-se rodeada dos instrumentos de martírio sobre um trono de cadáveres. Apontavam na súplica as principais tiranias que suportavam: prendiam-nos sem indícios suficientes, retinham-nos nos cárceres anos e anos sem processo, e continuavam a queimá-los sem piedade, apesar de expirarem nas fogueiras como verdadeiros cristãos, invocando o nome de Jesus”. (História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal III de Alexandre Herculano (1810-1878)
Amigo leitor, perante tamanha miséria moral, social, económica, política, e sobretudo a hipocrisia, a fraude dos partidos políticos da oposição, por mais que queira não me é possível desejar-lhe um Feliz Natal.

Imagem: autor desconhecido


segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

TERRÍVEIS SINAIS



República das torturas, das milícias e das demolições
Diário da cidade dos leilões de escravos

Ano 1 A.A.A. Ano do Apocalipse dos Angolanos.
Apelo aos nossos bispos para que orem intensamente para que Deus nos liberte deste comunismo.

Creio que é necessário fazer uma manifestação contra a inépcia dos partidos políticos da oposição.
“São frequentes na história os exemplos de estados onde os governos pretendem iludir-se a si próprios sobre a ruína que os ameaça encobrindo-a debaixo de vãs e pomposas aparências. O desenfreamento da soldadesca, um dos piores males de qualquer país onde o poder é constrangido a afrouxar o rigor da disciplina para ter a seu favor a milícia”. (In História de Portugal I de Alexandre Herculano (1810-1878)
No púlpito da isolada governação: Que a miséria esteja convosco! E contigo também!
Devido aos preços proibitivos, utilizar o telefone ou a Internet por motivos profissionais, tais meios de comunicação são alto luxo. Apenas para uso exclusivo de uma minoria. Aliás como tudo nesta Angola, é só para uso exclusivo de uma minoria que nos governa em estilo medieval. Sem comunicações resta ao povo os sistemas primitivos da Idade da Pedra.
Ainda e sempre no rumo do desconhecido porque “nós prometemos um milhão de casas, mas não como prometemos, mas como as iremos fazer”.
Filomeno Vieira Lopes mostra o abismo económico com números, “já estamos com uma inflação de cinquenta por cento”.
A crise que atormenta Angola, que os clérigos dizem ser um castigo de Deus, porque eles não sabem dizer mais nada, é a revelação de que o que está em crise são os cérebros tomados pela ferrugem e a crise de Angola se lhes deve. Cérebros em crise, país paralisado.
Angola, o refúgio, o paraíso dos traficantes de divisas e de armas. O último é um português de nome, Taveira, denunciou o EL Mundo.
Os políticos da oposição discursam como grandes democratas, grandes justiceiros, mas a miséria e a fome aumentam, e que estas – todas – desgraças acabarão quando a oposição ganhar as eleições e Angola verá de imediato o paraíso bíblico.   
No jornal Expansão: “BNA segura bancos em dificuldades com empréstimos de mais de 2 mil milhões USD”.
Disse uma vendedora num mercado do Cazenga em Luanda: “Estamos a trabalhar para estrangeiros”.
A poluição religiosa e a poluição da propaganda política confundem-se numa só. Ai de quem deixar minar a sua mente, pois ficará como um farrapo intelectual, um atrasado mental.
Quando aprenderem que a chefia não se impõe, que nasce naturalmente, a democracia será um facto. Até lá deixem-se narcotizar e hipnotizar pela TPA.
 A desventura que nos conduz na insustentável amargura de quarenta e um anos, creio que não, devem ser muitos mais, perdidos na selva da corrupção, da miséria, fome, de promessas nunca cumpridas, de terror constante para que ninguém ouse levantar a voz. Flagrante nepotismo como se estivéssemos na Idade Média. Fazer de Angola refém de uma família. Perseguição sistemática a quem ouse enfrentar a corrupção para reivindicar os seus mais elementares direitos. Fingir que existe uma Constituição e muito, muito mais, tudo isto obriga à preocupação da feitura de manifestações, como a imensa preocupação da incerteza eleitoral.
É que chegámos ao ponto em que a repressão é total e completa. E os escravos não têm o direito de se manifestarem, isso leva sempre a que por isso mesmo resignados acabem revoltados. E isto está consagrado na CEA, Constituição dos Escravos de Angola. Onde não há instituições que funcionem, nada funciona, fica como castelos de senhores feudais.
E os senhores do petróleo abandonam as suas amantes, são tantas que o dinheiro do petróleo já não dá para as sustentar.
Dos noticiários: a situação financeira da Sonangol é muito pior do que se pensava. Branco americano mata jovem afro-americano de quinze anos alegando que é um bocado de lixo.
Mas que partidos políticos da oposição são estes que não movem um dedo, não exagero pois não?, de devida oposição sobre as conjuras das demolições que continuam a alimentar os cambalacheiros das negociatas? Com tal postura não vejo como é possível lutar contra a corrupção. Isto não é oposição é rendição. A hipocrisia política ganhou foros de legalidade. Sem credível oposição o pleito eleitoral será engolido pela corrupção.
E criminosos de Luanda unidos jamais serão vencidos.
“Os jornalistas têm salários miseráveis”. (Teixeira Cândido, secretário-geral do sindicato dos jornalistas angolanos.)
Estamos a partir as vossas casas porque vocês votaram no MPLA. Se vocês estão a apoiar o MPLA então têm que estar no sofrimento. Comentário de um militar durante nova onda, intermináveis, de partir casas no zango 3 em Viana, arredores de Luanda, seguida de pilhagens.
O amigo leitor sabe quem é o realizador e produtor do filme de terror, Eleições de 2017?
Declaração de guerra no estilo inconfundível da Guiné-Bissau? “Interviremos sempre que os nossos interesses estejam ameaçados”. Ameaça do generalato da casa civil do PR sobre a sua saída do poder.
Na actual conjuntura é absolutamente natural que o nosso terno e eterno governo nos deseje um Natal muito infeliz e um novo ano cheio de desgraças. 2017, o segundo ano do apocalipse dos angolanos.
“Nas monarquias absolutas, quando uma ideia fixa ou uma paixão violenta preponderam no ânimo do chefe do Estado, é quase impossível que, mais tarde ou mais cedo, essa ideia ou essa paixão não venham a traduzir-se em factos. Os cavaleiros sabendo que tinham triunfado sem combaterem, (cruzada contra os albigenses) perguntaram ao abade de Cister como haviam de distinguir os católicos dos hereges, ao que ele respondeu com aquelas célebres palavras: Matai-os todos: o Senhor distinguirá quais são os seus. O abade de Cister, como envergonhado de tal horrível matança, diz numa carta ao papa que apenas tinham morrido quinze mil pessoas mas a opinião comum é que morreram sessenta mil. (In História da Origem e Estabelecimento da Inquisição em Portugal 1 de Alexandre Herculano (1810-1877)
Um banco satânico, o millennium-atlântico na rua rei Katyavala em Luanda: Os criminosos chegaram, chegam, e dizem que, “ Satã enviou-nos para aqui para vos matar, esta cidade é dos demónios. Acredito que a justiça está a chegar, sempre mais dia, menos dia ela vai voltar e quem é criminoso não lhe vai escapar, como soe dizer-se, têm os dias a contar, e os canibais vai condenar, durante muitíssimos anos os vai enjaular, porque os seus crimes têm de pagar. Agora estão impunes, mas depois muito vão chorar. E com satanizes o M jamais ganhará eleições, até porque ainda continua com demolições, são os terríveis sinais. Além de pilhar o terreno, há vários anos que este banco lança muito fumo do seu gerador industrial instalado nas traseiras por mercenários portugueses canibais matando lentamente os moradores de três prédios. A gerente muangolé já recebeu inúmeras queixas sobre o impossível que é viver e a morte que provoca, muito especialmente nas crianças, mas como nesta cidade satânica só criminosos têm o futuro assegurado e quem não o é mata-se. O crime a rodos comanda esta cidade maldita. O clamor de vozes de revolta ergue-se dia após dia. Os canibais atacam-nos por todos os lados sob o comando da voz sempre presente que grita, “ nós canibais, daqui não arredamos pé”. Estamos aqui para facturar nesta população que é para matar”. Ó malditos criminosos, canibais e vampiros, do Inferno não escaparão!


sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

ANGOLA MORIBUNDA


Angola moribunda
Pelo poder que a inunda
E a faz imunda

A moribunda vida a arder
População eliminada pelo poder
Que confirma que é a sua missão
Reforçar a satânica corrupção

A corrupção
É o lampião
A chama do caldeirão
Que incendeia esta nação
Quanta mais violenta a repressão
Mais violenta é a revolução

Angola vai falir (já faliu)
O Estado vai ruir (já ruiu)
Os estrangeiros estão a fugir
E os angolanos na jangada querem ir

Nesta nação naufragada
Pela corrupção abalroada
Com a população enjaulada
Rebenta com as prisões, revoltada

Cada dia que passa
Mais se arrasta a nossa desgraça

Estando na miséria extrema
E tendo que suportar
A entidade suprema
Ó Angola que na Idade da Pedra cais
Mas o que é isso de fazer revolução
Com tal gente inapta de ocasião

Gemem as sirenes do poder
Fora disso nada vamos ter
Vida de muangolé é beber
Para a pátria esquecer

E da miséria se faz futuro
Já se pode colher o fruto maduro
Quando o poder se diz imprescindível
A nossa vida será mais horrível

E contra um poder terrível
Jaz a indolente oposição sofrível
Quando o poder exila intelectuais
Aprisiona jornais

Decreta leis que são vendavais
E condena em falsos tribunais
A democracia decapita-se nas leis capitais




sexta-feira, 25 de novembro de 2016

CRÓNICA DE MAIS UM ESTADO FALHADO



República das torturas, das milícias e das demolições
Diário da cidade dos leilões de escravos

Ano 1 A.A.A. Ano do Apocalipse dos Angolanos.
Apelo aos nossos bispos para que orem intensamente para que Deus nos liberte deste comunismo.

Quando Angola conseguir uma liderança como Simon Bolívar, Emiliano Zapata, Fidel Castro, Che Guevara, etc., então será verdadeiramente livre e independente. Até lá é pelo milagre aguardar, e falar, falar, falar… e morrer de fome.
Muangolés! Cuidado! O ordens superiores vigia-vos dia e noite.
Característica fundamental de um estado falhado: Há cerca de vinte e poucos dias fiz uma recarga na Net da Unitel de 500Mb e só me carregaram 250Mb. Quinze dias depois fiz outra recarga e aconteceu a mesma coisa, só me carregaram 250Mb. Reclamei mas até agora nada, limparam-me 500Mb. Um amigo disse-me que lhe limparam saldo. E um familiar que carregou o seu telemóvel com 1.250.00 kwanzas com direito a bónus de cem por cento, mas era mentira. Esse familiar garantiu-me que está toda a gente a fugir da Unitel. A Unitel terá que mudar a sua publicidade para: Unitel, o saque mais próximo.
Quando falta a energia eléctrica, o banco millennium-atlântico na rua Rei Katyavala, em Luanda, liga um gerador industrial instalado nas traseiras e demonstra o que é um estado falhado, porque inunda as traseiras de fumo e nos prédios têm que se fechar portas e janelas, proibindo-nos de trabalhar, de viver. As crianças estão em perigo permanente de morte. Apesar das inúmeras reclamações, nada, é o deixa andar, o que interessa é eles trabalharem e abastecerem-se de dinheiro por cima dos nossos cadáveres, porque estamos também numa república de cadáveres. Se isto não é incitamento à violência e à revolta, então é o quê?! Caramba! Então na condição de escravos em que nos encontramos, temos o direito à revolta porque sentimos a morte dos que querem facturar, dos que querem nos matar. Somos condenados como hereges porque ainda estamos no tempo da maldita Inquisição.
A energia eléctrica está outra vez de rastos, são interrupções, pode-se dizer, todos os dias, que demoram várias horas ou vinte e tal horas. Não se consegue planear seja o que for, destruindo as esperanças de recuperação da miséria que aumenta drasticamente deixando-nos na escravidão como outra vez no colonialismo, se é que alguma vez ele daqui saiu, muito pelo contrário, vai de mal a pior. Apesar de ao longo de quarenta e um anos sempre nos impingirem que a energia eléctrica se vai normalizar, coisa que já ninguém acredita, começa o nosso cérebro a chamar-nos a atenção de que temos que fugir daqui porque as nossas vidas acabarão tristemente. A água é sorte consegui-la, e quando isso acontece tem que se pagar o transporte, o que implica duas despesas, uma da Epal e outra dos que a carregam, levando-nos para a indigência.
Se só a corrupção funciona, então é mais um estado falhado.
Se as manifestações estão devidamente consagradas e autorizadas na CEA, Constituição dos Escravos de Angola, e depois se reprimem com violência, prisão e perseguição estalinista sobre os manifestantes, isto é uma prova mais que evidente de mais um estado falhado.
Parafraseando Galileu Galilei (1564-1642): a corrupção, a miséria, a fome, e contudo elas se movem.
Diariamente aprofunda-se o abismo da bancarrota de Angola, onde já não há dinheiro para pagar a militares, como acontece em Luanda com mais de quatrocentos militares do PCU, posto de comando avançado, que foram sumariamente despedidos.
Em presença de imbecis e loucos, há somente um caminho para mostrarmos nossa inteligência: não falar com eles. (Schopenhauer, 1788-1860)
Quem não está do lado dos manifestantes, com certeza está do lado dos corruptos. (Autor desconhecido)
Ao empurrarem para os chineses a solução dos seus problemas, os muangolés provam a sua notória incapacidade, até ser um provérbio, ou melhor, já é proverbial.
Fiquem atentos, isso mesmo, mantenham-se vigilantes, ditadores africanos, fujam, que Donald Trump está a chegar, preparem os sacos do que resta do erário público, está na hora de bazar.
E a miséria e a fome ganharam o estatuto de utilidade, e como tal instituíram-se como forte instituição de utilidade pública.
Uma coisa é certa, o muangolé já da escravidão não consegue sair.
Comemorou-se mais um ano de independência, o 41º, de esperança perdida, de miséria extrema sempre renascida, o próximo aniversário será comemorado por ossadas humanas que não resistiram à fome, mas quem é que resiste à fome?
Oito horas da manhã de céu a prever chuva, assim falam as nuvens, não é que um carro da poluição sonora religiosa de mais uma seita satânica, a propósito, vale lembrar que estas seitas são o suporte da corrupção. Com um altifalante montado no tejadilho do carro, dele saem poderosos berros para os famintos se acalmarem, não desesperarem porque o fim da fome está próximo, aliás Deus já tem as covas preparadas, e são tantas, tantas que ninguém as consegue contar porque esse é um trabalho que compete a Deus controlar, mas Ele está tão ocupadíssimo a contar a mortandade de Angola que como Omnipotente não o consegue fazer, tal é a grandiosidade da tarefa que O ultrapassa. O altifalante berra, berra e os famintos param como se daí viesse a sua salvação, “a vida é curta, cuidado com a feitiçaria.” Quando a falsa religião, qual é a verdadeira? prega que o dia do juízo final está próximo, e que se preparem que Deus está a chegar, mas porque cargas de água Ele não chega, porquê?!, pois entreguem tudo o que têm para Ele e da morte se salvarão.  A África negra é a desgraça das religiões porque qualquer uma se impõe e se legaliza. È caso para dizer que qualquer seita religiosa governa a África negra.
Um mais velho branco está na esplanada de um café. Sentado, admira a paisagem dos famintos que não pára de crescer conforme o enunciado mais elementar da lei da corrupção. Enquanto aguarda que o sirvam, encostam-se duas lascivas trintonas, uma, chocolate escuro, e outra de café com leite que quase lhe segredam: “Ó senhor!, dá-nos o número do teu telefone.” E ele deu.
E aqueles que se entregaram de corpo e alma pela causa da independência, mais tarde ela abandonou-os. Mas que independência sacana, malvada, sem carácter. Uma independência que só olha para corruptos, e que ainda se defendem dizendo que isso são calúnias.
M, o grandioso líder dos famintos, o promotor do desemprego e da fome.
Entretanto, um ou outro porta-estandarte dos partidos políticos da oposição vai-nos dando alguns salpicos de democracia. É melhor que nada.
A tirania gera a iniquidade.
Na Rádio Despertar, no programa Angola e o mundo em sete dias: Elas procuram trabalho nos condomínios e também se oferecem para, “se o chefe também quiser uma rapidinha também aceito.” São esposas e mães que os maridos e filhos desesperados aguardam em casa que elas tragam algo para comer.
Esta selva tem muitos papagaios políticos.

Só andando é que se conhece o caminho.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Ditadores africanos, fujam, Donald Trump está a chegar



República das torturas, das milícias e das demolições
Diário da cidade dos leilões de escravos

Ano 1 A.A.A. Ano do Apocalipse dos Angolanos.
Apelo aos nossos bispos para que orem intensamente para que Deus nos liberte deste comunismo.

«Quem é? donde vem? para onde vai?» “É o poeta Bocage/ Vem de casa do Nicola, / E vai para o outro mundo/ Se lhe dispara a pistola.” Este fecho eloquente, em Portugal abria as portas do Santo Ofício por conter uma impiedade. Infelizmente o tribunal do fanatismo estava mais suave do que a Polícia do cesarismo; foi fácil ao intendente Manique obter dos inimigos literários de Bocage qualquer denúncia, e papel qualificado de sedicioso e incendiário, Bocage não tinha casa, e se vivera algum tempo com o padre Macedo, ou com Bersane Leite, agora achava-se em convivência doméstica com um poeta insulano e morgado, que comungava como ele as mesmas ideias liberais. O intendente lançou-lhe a rede dos seus esbirros; vejamos por este documento inédito o que arrastou: «Consta nesta Intendência que Manuel Maria Barbosa de Bocage é o autor de alguns papéis ímpios, sediciosos e críticos, que nestes últimos tempos se têm espalhado por esta corte e Reino; que é desordenado nos costumes, que não conhece as obrigações da Religião (In Bocage (1765-1805) sua vida e época literária. Teófilo Braga.)
O incrível acontece porque há quem governe durante dezenas de anos com sucessivos fracassos, e considere que isto é que é boa governação. O aberrante é a mixórdia da imprensa subserviente ao serviço dos fracassos, noticiar, transformar esses fracassos em vitórias e evidenciar a loucura de que se constrói um paraíso, onde infindáveis batalhões do exército de famintos são usados como prova de que se atingiu os objectivos do milénio. Ainda por incrível que possa parecer, um retrocesso para o tempo do extermínio das populações perante o silêncio da comunidade internacional, que já ninguém sabe o que isso é. A desilusão nesta civilização é intensa porque creio que nunca tantos tubarões dizimaram tanto peixe miúdo como nestes tempos de indiferença. A incerteza apodera-se do poder e está tudo certo. Crianças abandonadas à morte, aos apetites sádicos de quem as queira matar, e gente não falta, é o que há demais, porque isso faz parte do concerto das nações. Mentes diabólicas tecem planos para forçar populações a viverem ao relento como apátridas sem direitos à terra onde nasceram e que lhes pertence, mas na nova desordem internacional as quadrilhas que assaltam o Estado e contratam estrangeiros para o gerir oferecendo-lhes como espólio benesses pelos serviços prestados, enquanto os donos da terra já nem mendigar conseguem porque nos campos de concentração perecem pela fome comandada pelo ressuscitado Estaline. Antes, jovens, e agora também adultas, mais que adultas, quase avós, para conseguirem um miserável sustento, entregam-se patrioticamente à prostituição como uma maravilhosa conquista da independência. E atrozmente classificam de democracia e de plena liberdade a miséria e a fome. Um outro exército de corruptos acotovela-se no constante saque das verbas públicas sob os aplausos da imundície dos focinhos dos porcos estrangeiros que na chafurdice criada dizem que isto é a economia que cresce. Contemplados com o saque regressam com os seus opulentos quinhões da corrupção. Quer dizer, nos seus países são democratas, aqui são corruptos, mas não são investigados porque democracia é isso mesmo. Sugar Angola e afirmar que, “estamos a apoiar o desenvolvimento dos angolanos e de Angola, esse portentoso país que tem um grande futuro pela frente, e que sem nós portugueses, Angola não tem hipótese nenhuma, pois nós somos imprescindíveis.” Sim, futuro para eles e para nós, sempre a incerteza, o infuturo. E estes portugueses são defensores intransigentes da corrupção. É que um violento terramoto de corrupção sacode Angola. É a isto que hipocritamente se chama independência. É inacreditável que perante uma crise de corrupção financeira, os estrangeiros ocupam lugares de chefia para a voraz rapina e nós já praticamente nada temos para nos movermos. Esses estrangeiros como lacais aplaudem as forças do desastre económico e social, não se importando com o que acontece com a população. Incentivando a escravidão apostam no desaire final que já nos cerca. Violentas tempestades deste Elnino se formam no horizonte, sem abrigos não há escapatória. Quando a fome avança, as serpentes movem-se como no documentário Planeta Terra, na perseguição da iguana acabada de nascer. Assim, nós somos essa iguana e as serpentes são a governação e os seus asseclas estrangeiros. Claro que nem todos, a questão é descobri-los. Não creio que isto dure muito tempo. Quem procura acha, é que diariamente a violência recrudesce e facilmente se pressente o que daí virá. Está-se a sentir que o pior está para vir, de tal modo que até já se tornou um lugar-comum. Quando num país os aventureiros se instalam significa que o naufrágio está iminente, a fuga dos ratos presente, no caos bem assente. Esta aventura é o meio mais eficaz que leva à desventura. É o transporte mais eficaz que carrega a desventura.
Caramba! É que não existe nada que não esteja corrompido. Às crianças só lhes ensinam o “vou-te bater, vou-te matar!” O colapso é total, mas as forças do mal não o admitem. Q     uem semeia analfabetismo colhe o quê?, claro, colhe searas de desgraça.
Cegos, surdos e mudos, a receita que cura a idiotice. A orquestra dos políticos demagogos, tanto no poder como na oposição, ainda não conseguiu afinar-se, e pelo modo de actuação dificilmente o conseguirá. Sem ensino não há educação, há ladrão. Sem cabeça e sem pernas não se pensa, não se move uma nação. Nesta sociedade de serpentes e de seitas satânicas não surpreende que haja um elevado número de jovens que optam pela solução do enforcamento, pois o demónio da corrupção persegue-os implacável. Isto não é um país, parece um bando atípico de abutres. Ditadores africanos, fujam, que Donald Trump está a chegar, e vai prendê-los pessoalmente.  
Com muito gosto, à Idade Média regressaremos e de lá jamais sairemos. E entristece-me muito o facto de muitos mercenários incentivarem a nossa escravidão para garantirem nos seus países o seu ganha-pão. É extremamente vergonhoso, pois mesmo que isso lhes perigue a vida, pois, viver rodeado por um exército de famintos, tudo o que é desgraça é muito fácil acontecer. No final colherão a ira das populações que ajudaram a escravizar.
Luanda, o paraíso dos fora-da-lei. Creio que o mais notável exemplo da intolerância política é a publicidade. Por exemplo, na Rádio Despertar e no Folha 8, as empresas não publicitam porque são partidárias, isto é primitivismo político.
Demagogia, mais uma epidemia. Angola é e será por vontade própria, trincheira firme da desgraça, da miséria e da fome, da corrupção, e por isso mesmo Angola é uma fraude. A vitória da destruição é certa.
Devido aos preços proibitivos, a telefonia móvel e a Internet são meios de comunicação de alto luxo, apenas para uso exclusivo de uma minoria. Sem comunicações, resta ao povo os sistemas alternativos da Idade da Pedra, ou os modernos do envio de pombos-correios e dos sinais de fumo, sistemas muito acessíveis, os chamados sistemas de comunicação avançados das massas populares.
“Nós prometemos um milhão de casas, mas não como prometemos, como as iríamos fazer.”
“Já estamos com uma inflação de cinquenta por cento.” (Filomeno Vieira Lopes na Rádio Despertar)
Os cérebros de Angola estão em crise, tomados de ferrugem fazem a crise de Angola. Cérebros em crise, país paralisado.
Angola, o refúgio, o paraíso dos traficantes de armas. O último é um português de nome, Taveira, denúncia o Elmundo.
“Estou a trabalhar para estrangeiros.” Disse uma jovem vendedora de um mercado do bairro do Cazenga, aquando da visita de Isaías Samakuva.
O maior erro do M é o de entregar Angola aos estrangeiros.
Nesta banda a política está a ficar uma coisa sórdida, de não acreditar, em ninguém confiar, assim como se estivéssemos a fugir de prostitutas.


terça-feira, 8 de novembro de 2016

OS PRIMITIVOS



República das torturas, das milícias e das demolições
Diário da cidade dos leilões de escravos

Ano 1 A.A.A. Ano do Apocalipse dos Angolanos.

Fugi do país onde um só exerce todos os poderes: é um país de escravos. Todos os povos do mundo que lutaram pela liberdade exterminaram no final a seus tiranos. (Simón Bolívar (1783-1830)
Angola está mesmo acabada, primitiva, porque lhe resta um palácio, uma bandeira, um hino e uma guarda presidencial.
Os primitivos da primitiva discoteca nas traseiras do hotel Katyavala, junto ao largo Zé Pirão, continuam com a infernal algazarra. Não se consegue descansar, dormir, não se consegue estar em paz. Há meses que este inferno nos golpeia como presos inocentes numa prisão torturados. Mais uma vez com som de partir vidros das janelas, começaram às vinte horas e acabaram pelas dez horas da manhã. O Governo da Província de Luanda num comunicado disse que ia acabar com isso, mas são as habituais balelas. E os bêbados saem da discoteca e vêm mijar à vista dos moradores dos prédios. Na selva de Luanda eles gostam de viver assim. Eles são a lei… da selva. Por aqui se vê o que será Luanda nos próximos dias. Sempre a subir para as altas escarpas do abismo para depois nele, felizes, se lançarem. E que assim é que está bom, é assim que gostamos. Já não há nenhuma esperança que salve isto, excepto o apregoado primitivismo das falsas igrejas que a esperança é a última coisa a morrer. Mas como, se ela já há muito que se foi. Sim, a esperança é a invenção que permite dominar os escravos numa coisa que não existe, porque basta qualquer energúmeno religioso ou dos partidos políticos da oposição falar em Deus, que ele é a esperança, e os pobres diabos vão para o matadouro cantando hinos de louvor como faziam no holocausto das arenas romanas, agora angolanas. Sim, esta cidade tem muitos matadouros. Sim, está certo, lugar dos primitivos é nas cavernas.
E com tal primitivismo os muangolés não conseguem fazer nada. Mas são hábeis mestres em apresentar números e apostas imaginárias próprias de um reino da fantasia que inventaram. Angola parece mesmo como aquelas coisas das misteriosas cidades do oiro e das ilhas encantadas. Vende-se Angola aos chineses e pronto, os problemas dos muangolés estão resolvidos, porque eles têm uma varinha mágica, é o paraíso muangolé. Antes ludibriados que seriam livres da escravidão que afinal há quarenta e um anos que estão subjugados por outra, e a seguir com a venda de Angola a prestações aos chineses, outra severa, feroz escravidão lhes desaba como uma forte tempestade ciclónica. Sem liderança, os partidos políticos da oposição empurram a carroça da miséria e da fome. A desorientação é total, a desordem também.
O receio era mesmo esse, mais uma epidemia que já está na moda, a dos adultos violentarem crianças. E fazem-no de tal modo que os anjos, as indefesas criancinhas vão parar nos hospitais devido ao matadouro sexual em que esta cidade de Luanda dos leilões de escravos recebeu foros, sim, violentar crianças é moda. Nesta cidade maldita, os satânicos ditam ordens. Creio que a feitiçaria comanda mais este regresso às trevas. Violentar crianças ganhou também foros de desporto nacional, e tudo o mais que se diz nos órgãos de informação da cegueira nacional de que as crianças têm os direitos garantidos e que vamos criar legislação para acabar com essa actividade de liquidar o futuro de Angola, que isso tem os dias contados. Depois vem um número de telefone que não funciona e rapidamente nesta república amnésica tudo se esquece. As leis não são para se cumprir é para nos distrair. É a cidade das seis leis: roubar, violentar crianças, feitiçaria, alcoolismo, festas e corrupção.
Angola está governada por generais porque conforme os seus planos militares a população é um exército de soldados, e como está sob lei marcial pode-se matar quem bem se entender ou apetecer.
Sem líderes não há revolução, resistência e sacrifícios, há miséria e fome. Está na História. E a História é a história da hipocrisia humana. E como a África negra não quer sair da idade Média, então deixem-na ficar. 
Ainda que fosse apenas a fraude eleitoral, mas não. É uma fraude geral em que todos sem excepção participam, senão vejamos o esclarecedor advento de um amigo, “ a fraude eleitoral é já uma tradição entre nós para a vergonha das democracias africanas, infelizmente.” Uma ouvinte denunciou na Rádio Despertar que nas igrejas estão a fazer registo eleitoral ou a recolher os cartões.
É notório que na promessa de construir um milhão de casas, partiu-se um milhão de casas. Mas que satânica promessa.
Não há lei, há sim senhor, a lei faz-se a tiro.
Declaração: para os devidos e legais efeitos se declara que este declarante está devidamente abrangido pela lei da miséria e da fome em vigor, nada mais tendo a exigir ou a reclamar.
Afinal a independência foi para fazer grandes negociatas. As demolições para fins inconfessos são o exemplo mais flagrante. A independência foi uma negociata para a venda de Angola a prestações.
Quando num país enviamos mensagens por todos os meios de informação possíveis a várias personagens dos mais variados extractos sociais sobre os mais variados assuntos e ninguém nos responde, significa que é tempo de fugir desse país porque a nossa existência está em perigo. Não adianta nada pensar em futuro porque ele já não existe, porque aqueles que assim procedem não são pessoas, são genuínas monstruosidades.
Se Angola tem recursos inesgotáveis – não é isso que toda agente diz, especialmente estrangeiros, como arrombar uma porta aberta – então porque é que as populações já vivem na extrema miséria, e as portas da fome abrem-se de par em par.
Mas que interessa pagar a água e ter as contas em dia, se os vândalos da Epal chegam e cortam-na, e quando chamados à razão ficam a rir. Então não interessa pagar porque a água nos vão cortar. É de pasmar quando fico a pensar que o M ultrapassou os extremos da matumbice. Para quando o fim das tácticas estalinistas? Talvez que um dia a tal dita oposição acorde da sua hilariante hibernação. Angola é e será por vontade própria trincheira firme do estalinismo em África.
“Embaixador de Angola no Quénia acusado de "viver à grande" enquanto funcionários permanecem sem salário há cinco meses.” (In Novo Jornal, citando o jornal queniano Daily Nation.)
Carlos Rosado de Carvalho no Expansão: “seria bom que os vendedores de ilusões deste País caíssem na real e ganhassem consciência que, no curto prazo, não será possível diminuir a grande dependência do País em relação ao petróleo.”
Só no que diz respeito à Sonangol, a Rolls-Royce terá conseguido, em escassos cinco anos, cerca de 110 milhões de dólares em contratos que, agora, estão sob suspeita de terem sido conseguidos graças a esquemas de corrupção. In Novo Jornal, citando The Guardian)


quinta-feira, 3 de novembro de 2016

AS ÁGUAS TURVAS DA LAGOA DOS CACUSSOS



República das torturas, das milícias e das demolições
Diário da cidade dos leilões de escravos

Ano 1 A.A.A. Ano do Apocalipse dos Angolanos.

Aguardo com muita impaciência que surja a voz a anunciar que, Angola está libertada!
Os corruptos enriquecem, os honestos empobrecem.
Creio que o estafado espírito patriótico é para quem apoia a corrupção. Quem não o faz é cognominado de falta de ética e antipatriota.
A fraude eleitoral da água: “Um homem pode ser destruído mas não derrotado.” (Hernest Hemingway 1899-1961).
O M está completamente corrompido, desorganizado, derrotado. M, o paraíso do vandalismo. Ham, ham, a vizinhança… é buerere porque a Epal anda a serrar os canos da água – porquê só agora ao fim de 41 anos e porque não no início, porque não montam o pré-pago como fizeram na energia eléctrica? Porque da Idade da Pedra não querem sair e quem não estiver que se mude. Angola há muito que tem apenas um dono, o M – deixando muita gente, centenas, milhares, milhões (?) de eleitores sem água. Quem tem as contas em dia não escapa do satanismo, também lhes cortam a água, e quem faz isto não vai preso?, ah! ah! ah! ah! E tão vasto número de eleitores para dar mais raiva, agora privados de água, juram que vão votar na UNITA. Porra!, qu’esta merda não está nada boa, cada vez pior, ah, ah!, ah!
Também os restantes veículos políticos, esses pobres coitados da oposição, são incipientes e de intelectos vale sempre lembrar que só temos a família Andrade, o que sobra é uma medíocre equipa de demagogos. Mas quem é que quer este M?, ninguém, claro! Não é por acaso que M é a primeira letra da palavra miséria. É incrível como ainda há gente que vive num mundo tão incrivelmente primitivo, e tudo fazem para dele não sair. Será que estamos em presença de um mundo perdido do período mesozóico dos dinossauros? É muito bem possível. Numa terra de analfabetos, quem sabe das coisas, quem sabe trabalhar e não tem mácula, é excluído, considerado um inimigo perigoso. O detentor do conhecimento da sabedoria é um alvo a abater e para garantir a sua sobrevivência tem que exilar-se num país acolhedor. Entretanto lá vai mais um, Jacob Zuma, o presidente sul-africano vai ser ruado por corrupção.
Nos últimos dias, devido à estação das chuvas, que forte, fortemente como nunca fazia, abastecia a lagoa que estava bem gorda, bem viva, movimentada de água. No céu, nuvens escuras queriam dizer que mais água viria. Mas isso não impedia que à volta da lagoa a vida continuasse. Cada um vivia ou improvisava como podia. E os clientes da lagoa iam chegando, não em número habitual porque a chuva prejudicava os investimentos e muitos não se podiam deslocar devido à intransitabilidade das ruas que lá iam dar. No entanto, pode-se dizer que, no resto, estava tudo estabilizado. Ouvia-se (quer dizer, não se pode dizer taxativamente que se ouvia) a terrível barulheira de uma aparelhagem musical comandada por jovens que a abasteciam com a música mais horrivelmente estridente possível. De tal modo que até para falarmos tínhamos de aproximar a boca aos ouvidos uns dos outros, aos gritos, é claro. Quase deixávamos de ser pessoas, assemelhando-nos mais a animais numa selva aterradora. Falar com os jovens para que baixassem o som não adiantava. Eles ainda o aumentariam mais. Será que é isto o que resta da identidade cultural do muangolé? Até nos hábitos alimentares as coisas mudaram bastante: agora comem-se sandes com muita mostarda e muita maionese. Poucos saberão, por exemplo, os estragos que a mostarda provoca no nosso estômago. Mas isso se vê facilmente: pegamos numa moeda bem usada, daquelas que quase não se consegue ver nada das inscrições; despejamos-lhe um bocado de mostarda nas duas faces e depois enrolamo-la num papel de guardanapo e deixamo-la descansar durante uns dois minutos; depois retiramos o guardanapo e a moeda surge como que acabada de sair da cunhagem; tudo nela desaparece. Em face disso, já se pode imaginar os estragos que a mostarda faz no nosso estômago. Quando ainda jovem, depois de ver essa demonstração, nunca mais comi nada com esse condimento. Voltando à conversa dos cacussos, dizer que, com o arrastar do lixo da água das chuvadas, a lagoa também ficava afectada, turva, sem oxigenação, o que resultava na diminuição do pescado bom para se comer, uma vez que os peixes morriam antes de caírem nas armadilhas. Então, as receitas não compensavam o esforço dos pescadores como se fosse tempo de defeso. De repente ouve-se um grito estridente de uma criança: o homem olha na direcção do som e vê os seus dois filhos pequenos agitados. O mais velho, de uns seis anos, vem em sua direcção e grita: «Pai, ele me mordeu!» «Pois, tu passas a vida a fazer-lhe judiarias e o coitado enerva-se e morde-te», ralha o pai. E gritando na direcção do mais pequenino de dois anitos berra: «Ó seu bebé piranha, não mordas mais o teu irmão! Anda, vai p’ro pé da tua mãe!». Mas, como diz a sabedoria popular que um mal nunca vem só, passados alguns minutos, eis que novamente se faz ouvir a voz do filho mais velho. Todavia, desta vez, o grito é bem diferente: «Pai!!! Pai!!!». «O que é, porra?!», indaga o homem bem chateado. «Pai, são os chineses! Eles estão aí com os camiões deles para despejarem lixo na lagoa», explica o pequeno. «Oh, oh, mas que merda esta! Vai p’ra casa e fica lá com a tua mãe e o teu irmão, anda!», grita para o filho. Pouco depois, convoca uma reunião de emergência de um denominado, alto comité da buala para análise de situações. Entretanto, preparados para o pior, as mamãs, os petizes e os jovens já armazenavam pedras e outras tralhas para repelirem os invasores chineses. A reunião de emergência do alto comité decide-se pelo envio de uma comitiva para estabelecer conversações com os invasores inimigos da Natureza. A delegação chefiada pelo pai, marcha ao encontro dos chineses, que logo viram que a numerosa comitiva não estava para festejar a sua chegada. Os chineses já estavam a preparar-se com o maior à-vontade que lhes é consagrado na Constituição, para poluir a lagoa com escombros das obras de construção civil. O pai faz então o discurso de apresentação: «Quem são, de onde vêm e para onde vão?». Um chinês usa então a artimanha dos prevaricadores da Lei, que consiste em afirmar que a desconhecem e assim praticar todo o tipo de ilícitos a bel-prazer. E tenta safar-se: «Chinês não saber falar português.» Mas o pai não se deixa desarmar: «Estes chineses são o máximo. Além de fazerem da China o país mais poluído do mundo, querem fazer de Angola o país mais poluído de África». E faz um sinal com as mãos de que pode haver problemas sérios se eles não se forem embora. No entanto, o que parece ser o chefe dos chineses não desiste. Entrega um telemóvel ao pai para falar sabe-se lá com quem. O pai nega e volta a assinalar que é melhor que eles partam. Os invasores acatam o conselho, pegam nos seus camiões que desta vez eram apenas três, e bazam. Claro que foram despejar os seus detritos poluentes num outro lugar qualquer, à socapa. E é assim: num lado se constrói e noutro se destrói.

Chegou a hora do almoço. Além do pai, a esposa e os dois filhos, não estava mais ninguém à mesa. Isto sem contar com os três cães e quatro gatos que habitualmente montavam guarda quando a piroga voltava da faina da lagoa, pelo menos pareciam saudáveis. Aliás, o segredo da longevidade da gataria é comer peixe fresco. Quanto aos vira-latas qualquer coisa lhes serve, mas também estavam bué fixes. Era esta reduzida família que se abastecia à mesa porque normalmente ninguém mais aparecia, porque pobre é assim, ninguém o visita. O pai que tencionava fazer uma oração de graças ao Senhor pela comida concedida acaba por discursar contra a invasão aos seus domínios: «Pois é, andam práqui estrangeiros a dizer que querem fazer da nossa lagoa uma estância de turismo, dando-me como compensação dois barcos a motor, combustível e salários para quem neles trabalhar. Mas, se saio daqui, vou mais trabalhar aonde? E a manutenção dos motores? Não, isso não é aposta segura para nós». No íntimo, decide-se então a resistir até aonde for possível ao assédio dos estrangeiros para deixar o seu torrão. E pergunta à mãe: «Já mandaste comprar gasóleo para o gerador? Possas, sabes quando é que vamos ter energia eléctrica da rede pública?». Claro que ela diz que não, que revolução à africana é assim, e que nem sabia sequer o que era isso de rede. O pai lembra-se então que faltava algo para completar o almoço. Chama o filho e ordena: «Ó menino vai à cantina do ‘sênê’ e lhe diz que o pai pediu dois litros de vinho. Mas, lhe diz que é para pôr no kilapi. Vai, faz rápido, que a comida vai esfriar!». E enquanto esperava pelo tintol, foi chegando à amarga conclusão de que Angola, por esse andar, sem liderança, outros colonizadores se instalam para substituir os anteriores. São assim de facto e de jure as independências africanas porque os seus políticos são formados nas melhores universidades da demagogia.