sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Desde uma longínqua ilha sem nome




Desde uma longínqua ilha sem nome
Veio um coqueiro flutuando sobre as ondas
Deixando atrás as costas da ilha que chamas “lugar”
Como fazes que vagueias sobre as ondas?
Levantar o fruto solitário, pô-lo no meu peito
E compartilhar a sua solidão em silêncio,
Uma fraternal solidão de vagabundo
Quando vejo o sol poente sair tragado pelo mar.
As lágrimas fluem pela minha cara sem saber
Aonde mesmo eu poderei estar.

(Canção japonesa, do filme também japonês, A Batalha do Pacífico, 2011.)
Imagem: Beautiful Managaha Island. Managaha Island, in the Tanapag Lagoon due north ... leirentcar.com



terça-feira, 20 de novembro de 2012

Luanda. A inquisição queima um advogado em hasta pública




Paz e democracia sem pão é escravidão.
Não é o fim da democracia que se avista, mas sim o fim dos democratas.
Gostei da intervenção do Reginaldo Silva na Rádio Ecclesia, sobre a (péssima, inexistente política da habitação tresloucada levada a cabo pelo Minoritário), que na sua inescrupulosa especulação imobiliária porta-se como um vulgar hipotecário do povo. E senti a profundidade da análise sobre o William Tonet. Estás correctíssimo Reginaldo. Seja quem for o William Tonet com os seus defeitos e qualidades, ele é um ser humano, um cidadão, e não, como muito bem dissestes, mais uma vítima para julgamento em hasta pública. Aliás é o que acontecerá a quem faça oposição ao Minoritário num outro partido.
“A liberdade e a justiça estão coartadas por manobras obscuras de um poder judicial também protetor da criminalidade e da fraude
O País assiste a uma das maiores invasões estrangeiras, silenciosas e que muitas vezes são os sustentáculos das atividades de agressão e delinquência dos detentores
do poder. O País vive às escuras e sem água, enfim, o nosso País foi transformado numa autêntica tormenta contra os seus cidadãos.” In BD-Bloco Democrático, mensagem sobre o 11 de Novembro
“Os primeiros anos de vida de uma criança são cruciais. Quando recebem cuidados e são bem alimentadas neste período, as crianças têm melhores condições para sobreviver, crescer com saúde e desenvolver-se física, intelectual e afectivamente. Esta área, à qual a UNICEF dedica mais de metade dos seus recursos, inclui a vacinação, os cuidados de saúde materno-infantil, a nutrição, o acesso a água potável e saneamento básico.” In UNICEF
As mais expostas ao fumo mortal dos geradores são as crianças. E ninguém as defende? E o UNICEF não se mexe? Não se pronúncia? Também já naufraga nos lucros petrolíferos tal como as rameiras igrejas? Significa dizer que ninguém consegue demolir o Poder leninista?
Manos e manas! O nosso capataz dos escravos disse-nos que a raríssima energia eléctrica que nos fornece, constitui ainda mesmo assim um grande benefício que usufruímos e que nada mais temos a exigir ou a reclamar.
E é com inaudito prazer, sentir no mês de Novembro o sabor aromático do fumo do gasóleo dos geradores. O tónico da tóxica luta de libertação nacional do petróleo. Por isso mesmo o dia 11 de Novembro é o dia da independência nacional do petróleo. A gloriosa luta do encher os bolsos de um bando que não satisfeito com os biliões de dólares usurpados, ainda nos suga a energia eléctrica e a água.
De um ouvinte na Rádio Ecclesia, dia 09 de Novembro, 11.14 horas. “E acabo de passar por Talatona e vi o PR a inaugurar um fontenário. A assistência era da OMA e da JMPLA. Como é que se explica isto, se ele é o presidente de todos os angolanos?”
Laureano Paulo é vice-presidente da coordenação do conselho dos direitos humanos, esteve na Rádio Ecclesia, onde o ouvinte atrás citado interveio. Não lhe prestei atenção nenhuma, ao Laureano Paulo, porque não se percebia, ouvia o que ele dizia. E aqui cheguei a pensar cobras e lagartos sobre a Rádio Ecclesia, o Manuel Vieira que me desculpe, mas depois não deixei de sorrir quando dois ouvintes intervieram, e queixaram-se que não se percebia nada do que o convidado dizia, e que um activista dos direitos humanos devia ser mais dinâmico. E já quase no fim do “jogo” o Manuel Vieira sai-se com uma que me deixou surpreendido ao abordar o entrevistado: “É uma dicotomia com dois vectores”. Ó Manuel Vieira, quantos ouvintes entenderam essa tirada?
E quando tocam na minha família lembro-me sempre do falecido beto Gourgel: “E quando me tocam na família… viro bicho-do-mato”. Um meu familiar que trabalha numa empresa de informática, zona da Sagrada Família, contou-me que um português há poucos meses chegado a Luanda e logo com a categoria de chefe ditador, só fazem trampa, disse-lhe para ir fazer um trabalho na Mutamba. Ele pediu-lhe as chaves do carro, pois tem motorista, e o português, incrível: «Estou farto desta merda!» O meu familiar recusou ir a pé fazer o serviço, o tuga deu-lhe as chaves do carro e repetiu: «Estou farto desta merda!» O grave é que o carro não é dele, está ao serviço da empresa. Manos e manas! Isto é racismo primitivo incentivado pelo Minoritário colonialista. Os tugas chegam, vindos da miséria, ganham bwé e ainda tratam os mwangolés assim? O mwangolé nunca mais desperta, porquê? Tratam-nos como animais, como seres inferiores e isto não pode continuar assim. O Minoritário cava a sua imensa sepultura. Nós não somos lixo nem sobras do petróleo.
De salientar que o valdevinos português já ameaçou os mwangolés de despedimento sumário, para que outros tugas escapem da miséria, venham para Luanda, roubem os nossos empregos, até que finalmente não consigamos trabalho, que aliás já acontece. Isto está tão podre que o cheiro tresanda por todo o lado.
É pá, isto não está nada bom, está muito f….., já sinto a flagelação colonial na carne. Encontramo-nos numa situação idêntica, como antes da independência. Os colonos governam-nos, colonizam-nos, estão aí outra vez, e com eles os mais abomináveis males: colonialismo e racismo. Os colonos racistas e colonialistas voltaram e pregam a supremacia racial. De modos que voltamos ao início, ao ponto de partida da luta de libertação nacional.
Quero, exijo uma explicação: porque é que o PR JES nos entrega de bandeja aos colonos chineses, portugueses e outros? Em troca do apoio à manutenção da ditadura da corrupção? Vamos ter muitos problemas. Não podemos permitir que Angola volte ao estado primitivo do colonialismo.
Uma minha vizinha acaba de me informar que na China, onde foi fazer compras para aqui revender, quando num banco chinês entregou o seu bilhete de identidade e passaporte angolanos, estes documentos desapareceram para sempre sem deixarem rasto. Tá-se mesmo a ver tá-se, tá-se. Mais dois documentos falsificados vão entrar em Angola, mais dois, chineses, quatro, oito, etc.
Cerca das quinze horas até cerca da meia-noite do dia 10 de Novembro, tal como a energia eléctrica e a água, também a Internet se apagou, e como ninguém habitualmente explica porquê, para os leninistas só existe o Politburo e o seu Jornal do Povo como órgãos de informação, então aqui vão as possíveis causas:
O PR ausentou-se para dentro ou para fora de Luanda, e por motivos de segurança desliga-se o acesso à Net.
Bloquear o acesso dos reaccionários da democracia leninista no Facebook.
A Angola Telecom ficou sem dinheiro para pagar o combustível do gerador.
Os trabalhadores da Angola Telecom, em retaliação às suas reivindicações grevistas, pois foram atacados por cães e outras forças policiais, decidiram cortar o sinal de acesso à Internet.
Um português, com a habitualíssima naturalidade, aproveitou para experimentar o seu software, em Portugal ia logo para o olho da rua sumariamente despedido, deu cabo do sistema e nas calmas conseguiu com a ajuda de um veterano angolano, desses que ganha quase mil dólares mensais e o português dez mil, e lá o mwangolé conseguiu repor o sistema. E o português em gesto de agradecimento disse-lhe: «Estou farto desta merda!»
Os chineses roubaram o cabo de fibra óptica, enviaram-no muito rápido para a China, foram denunciados às nossas autoridades competentes, mas por falta de intérprete serão julgados na China, isto é na Metrópole, porque Luanda já é um cantão chinês.
Os portugueses foram para a praia e instruíram os escravos angolanos para mais uma manutenção de fim-de-semana?
Sem a energia eléctrica, EE, uma nação revela a fortaleza da escravidão da sua população. No leninismo, como não pode deixar de ser, o fornecimento de EE e água fazem-se por meios revolucionários, por geradores e água em camiões cisternas das empresas leninistas, e dos mais esclavagistas meios para carregar água. Há barragens que são construídas, não para nos abastecerem, produzirem EE, mas apenas para garantir a propaganda reaccionária da nossa escuridão. São barragens da maiuia, de fingir, de brinquedo. São barragens fantasmas.
Ninguém decide nada, excepto a comédia habitual dos comunicados daqui e dali, que não adianta comentar. Genuína pasmaceira africana, que preferem a fuga da escravidão em improvisados barcos para a Europa, onde diariamente em média perecem cinco vitimas por naufrágio. Tudo isto é uma completa e bizarra inutilidade? O mwangolé nasceu para a escravidão, para a lamentação e para a conversa até à exaustão? Não existe solução para esta escravidão?

sábado, 17 de novembro de 2012

As Aventuras de Akalesela (01). O Mistério do Prédio Enfeitiçado




O verdadeiro mistério do mundo está no que é visível, e não no que é invisível. Oscar Wilde (1854-1900)
Não sei, não vi, não creio em bruxas, “pero, que las hay, las hay”. Sebastião Coelho (1931-2002)

Eis o famoso detective angolano, Akalesela, acompanhado pela sua deslumbrante, esbelta e sensual colaboradora, Kakulu-Ka-Humbi, que investigam e desvendam feitiços.

Rua dos apagões e das escoltas, Luanda, Angola.

- Kakulu-Ka-Humbi, (águia) onde está o nosso Jornal do Povo dos anúncios?
- Ei-lo.
- E o nosso anúncio… saiu?
- Sim.
- Deixa ver... e nos jornais privados?
- Não, o dinheiro não chegou.
Akalesela, (pesquisam) lamenta-se do arcaísmo da nossa economia:
- Quarenta anos ultrajados… nos outros países pede-se um serviço e paga-se trinta dias depois ou mais. Sem esta norma nenhuma empresa sobrevive.
Kakulu-Ka-Humbi reforça-o:
- Exceptuando as dos tubarões de sangue azul.
- Tudo para eles… têm horror à concorrência. É um estado do sítio.  
Os dois jovens detetives analisam o anúncio do teimoso, ó tempo volta pa trás, do saudoso Prava.

Akalesela e Kakulu-Ka-Humbi
Detectives de feitiços
Investigamos e acabamos com os feitiços
Rua das Escoltas 909, Luanda, Angola
Telefones: 429 00 69 30 e 469 69 69 69

Akalesela acreditava que o negócio de detective de feitiços seria muito fácil. Tal e qual como as igrejas aqui implantadas, perante um universo apocaliptico de gente desgovernada, têm o terreno ceifado para a crendice. E assim faturarem com a divina espoliação a população que já não acredita em mada nem em ninguém. Um terreno propicio para encher os bolsos e trasnsferir para as contas estrangeiras, deixando algum para os protetores da banda. De qualquer modo, o país alava-se completamente enfeitiçado. Todos os dias atiravam-se crianças nuas para as ruas. Antes, sofriam o suplício do fogo sob o libelo acusatório de serem feiticeiras. Faz um reparo:
- Gostas de provocar.
- Ai é?! Não sei porquê!
- Preveni-te para mudares a pornografia numérica do telemóvel.
- O teu também sofre da mesma depravação.
- Só um.
- Precisamente. Sou mais actuante, mais participativa. Os números revelam a nossa personalidade.
- Acho que os brincalhões não faltarão com as perseguições.
- Não te preocupes. Quando morder um, os outros temerão e não nos incomodarão mais.
Kakulu-Ka-Humbi, no aconchego do lar projectava o mínimo de vestuário. Um sutiã e uma tanga. Dengosa raspou-se:
- Estou transpirada, vou tomar um duche.
O rumor da água pressentia-se, desaguava, sorria sobre o seu exótico corpo, enquanto cantava:

Aqui não estou
Contente
Quero estar na rua
Com a minha gente

Não se demorou muito. Reapareceu a secar a água do seu corpo de ébano com uma toalha de banho. Akalesela lembra-lhe:
- Estás nua, o Injandanda (aranhas) pode aparecer.
- Sim. Verá este musgo viçoso e estas uvas pretas pontudas…
- … Fruta fresca.
- Akalesela, isso lembra-me o ar condicionado da sala que não funciona.
- Foi o teu amigo português que o instalou. Garantiu-nos que dava para toda a casa. É muito potente e a instalação eléctrica não aguenta.
- O sacana aldrabou-me. Parecia muito meu amigo. O gajo queria namorar comigo. Acha que isto por aqui é tudo à borla... mandei-o para o espaço.
- São todos assim.
Ela acabou a limpeza. Voltou ao sutiã e à tanga. Rondava os trinta anos. Pele castanha clara devida à mestiçagem bantu. Alta e magra, seios robustos, tarados de sensuais. Rosto quase recto e olhos profundos. Lábios polposos. Nas curvas íntimas e celestiais do seu corpo pressentia-se a avidez da contemplação de quem a fitasse. O seu passatempo é a cozinha, o cabeleireiro, especializar-se… olhar-se no espelho e fazer compras. Pratica judo e carate eficientemente. Conseguiu licenciar-se em sociologia, mas não consegue emprego. Disparatou:
- Queres-me comer com os olhos?!
- Estou à espera que a maldade, a balda acabe.
Akalesela gostava muito de gambas com um molho que patrocinou. Coentros, limão, alho e sal moídos, e muito jindungo. Foi para a cozinha acecipar. De lá quase gritou:
- Kakulu-Ka-Humbi, temos outra vez inundação, está a cair água do tecto!
- Já falei com eles quanto baste! Eles, esses que moram por cima dizem sempre que de lá não é! Estão mas é a destruir-nos a casa!
- Mas se por cima deles não tem mais ninguém, deve ser um feitiço do céu!
- Akalesela, com esta gente não dá para viver!
- Certo! Quando começarmos a facturar vendemos isto e vamos para outro lado, é o que toda a gente faz.
Kakulu-Ka-Humbi, quando se enerva frasea kimbundu:
- Ene abu o ima ioso. (Eles saquearam as coisa todas)
Akalesela jurisdicionou-lhe:
- Um governo da Idade Média que permite e apoia a destruição das habitações e casas-casebres. Porque o vizinho de cima destrói a casa do debaixo. Como isto se considera normal, então regressámos à obtusidade. Porque nessa dimensão histórica era o lixo, a água imunda e demais porcarias que lançavam das janelas para as ruas. O cortejo de ratos agradecia-lhes e surgiu a Peste Negra.
- Tenhamos esperança e aguardemos que o eterno poder do movimento para limpar almas saia, para enfim arrumarmos definitivamente os nossos lares e darmos rumo à nossa vida. – Sonhou Kakulu-Ka-Humbi.
- Um povo que destrói a réstia do que lhe resta… e a beber e dançar. Um povo que vive com a esperança da sua impotência. – Ripostou, Akalesela a olhar para o tecto.
- A nossa teimosia vencerá. Não queremos desenvolvimento. Queremos as nossas tradições primitivas. Duas políticas, uma tradicionalista, outra a copiar a vida ocidental. Com um bom feitiço conseguir um jipe. Estudar dá muito trabalho. Beber é mais fácil. Esperamos as ofertas, como por exemplo os retrovirais que foram doados à Nigéria e depois vendidos. – Rematou Kakulu-Ka-Humbi.
São vinte e três horas de um sábado. Akalesela sugere:
- Vamos divertir-nos um pouco numa discoteca.
- Aprecio esse convite. Gosto muito de dançar e mostrar o meu corpo. Preparo-me num instante.
- Deixamos os telemóveis para não atrairem indesejáveis.
O dono da discoteca era amigo de Akalesela. Uma mesa com duas cadeiras foram-lhes recepcionadas. Já acomodados, acostou-se uma empregada de bruta mini-saia e baby-doll que não conseguia, fingia cobrir os seios. Deixou-lhes duas cervejas e retirou-se. O tempo escoava e as cervejas também, já individualmente nadavam na quarta. Os frequentadores masculinos não desmagnetizavam os olhos de Kakulu-Ka-Humbi, que aparentemente fingia ignorá-los. Levantou-se e foi para a pista de dança. Agitava de tal modo o seu corpo que um jovem dançarino, já com os efeitos do álcool não resistiu ao feitiço. Entretanto, Akalesela apreciava as jovens seminuas que iam chegando. Na pista o jovem atracou o corpo dele a Kakulu-Ka-Humbi. Ela enervou-se:
- Nguamiami! (não quero)
O jovem apertou-a ainda mais. Ela sentiu a fortaleza do que parecia um aríete pronto para derrubar a sua muralha não fortificada. Lembrou-se do filme Indiana Jones e os Salteadores da Arca Perdida, onde um vilão com uma cimitarra dá vários golpes no ar para amedrontar o herói. Indiana Jones pega na pistola e dá-lhe um tiro. Ela colocou um joelho no chão fingindo que lhe doía. O galã aproximou-se indeciso. Então, Kakulu-Ka-Humbi num movimento rápido, crava-lhe os dentes nos testículos. Enquanto ele geme de dor com as mãos colocadas na zona inoperante, um grandalhão vem com a mão no ar em auxílio do seu amigo. Ela baixa-se de repente, levanta um joelho e assesta-lhe uma joelhada no sexo. Ele retrocede até ao encosto da parede e lá fica a urrar. Ela grita:
- Alenga, alenga! (fugir, fugir)
Correm na direcção do seu jipe curto, um Pajero. Já movimentados, ela alerta:
- Vejo um carro ligeiro que nos persegue, muda a matrícula.
Akalesela carregou numa tecla e a matrícula alterou-se para: PR PALÁCIO PRESIDENCIAL. Mas, a perseguição continuava. Kakulu-Ka-Humbi opina:
- Vai pela rua dos buracos, depois pela rua das crateras. Eles não vão aguentar.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

QUEM NÃO É DO MINORITÁRIO, PROÍBE-SE O EXERCÍCIO DA ADVOCACIA/DEMOCRACIA.




Também não sei se hoje terei água, energia eléctrica e Internet. Ou se os advogados independentes estão em vias de extinção.
Esta Angola dos navios/petroleiros/ e dos corruptos sempre/ hospitaleiros/ é porto seguro dos navios/ negreiros/ e das fraudes eleitorais sem/ ficheiros/ e dos envelopes com muitos/ dinheiros
No palácio dos corruptos/ festeja-se por todos os cantos/ o fim da liberdade de expressão/ do silêncio de Aguiar dos Santos.

A marcha militar das granadas
Eu vou morrer em Luanda/ sem água, sem luz e sem pão/ o fumo dos geradores/
será o meu caixão/ A corrupção é um dever patriótico/ um acto nobre, de heroísmo/ numa nação genialmente governada/ por soberano tão eivado de altruísmo
Tantos bancos a mais/ na lavagem do santo dinheiro/ todos cansados, resignados/
todos dominados pelo engenheiro
As igrejas coristas abençoam/ os lençóis petrolíferos/ e toda a congénere imundície/ dos retalhados humanos auríferos.
A caminho de um Estado injusto, vamos.
E esta que apanhei no site, anedotas.numsitedejeito.com: Qual é a diferença entre um advogado bom e um advogado muito bom? O advogado bom conhece a lei; o advogado muito bom conhece o juiz.
Tudo o que a estiagem governativa exerce é legal, e tudo o que não está de acordo com a sua bandeira, o vermelho do homem novo e o preto da escuridão, sem luz do mal a habituação é legal. Convém acrescentar que pessoalmente perante tão vastos campos lavrados de ignomínia, desconheço o que é legal e ilegal. Legal já pouco ou nada sei, de ilegal tudo sei, porque a todo momento confronto-me pela inundação da ilegalidade. E quando se ousa denegrir, afastar um advogado por motivos fúteis, um estágio, estamos perante mais um caso de intolerância política. Ó pobres almas angolanas! Então não sabem que o Poder depois do jogo da sueca viciada eleitoral, vos desflorará?!
Isto não é eleições, são confrontações de advocacia, e por isso mesmo compete aos advogados declarar as eleições nulas.
Utilizando insecticida no que resta das flores, o Minoritário declara-se vencedor floral deste jardim eleitoral, logo perfumado pelos amigos da trincheira firme da evolução em África, incluindo um ocidental pequeno país fascista amador, sempre de braços e cofres abertos. Como é que um governo agourento se aguentará diariamente durante cinco anos a lutar contra milhões de oposicionistas? Os milhões de eleitores das flores defraudados quando se manifestarem nas ruas, jardins humanos renascerão. Mas para já estão previstas, anunciadas grandes batalhas contra os jardineiros, ou mentores da fraude floral/eleitoral? É que o molde em que a fraude das flores foi montada não parece coisa deste mundo, é que qualquer plantador ao deparar-se com tamanha farsa até dá para se divertir. É tanta futilidade, tanta insensatez que todo o processo eleitoral mais parece um maratona. Pretender governar com aleivosia, impor o insustentável pela via eleitoral é uma loucura que trará danos irreparáveis. Quer dizer, o povo absteve-se de votar para o Minoritário ganhar. E onde houver um Minoritário no poder, há sempre um povo para sofrer.
E o navio da corrupção continua com o mesmo leme da espoliação.
Há comandantes tão péssimos, tão péssimos que nem sabem ver que o seu navio se está a afundar. Prova-o o comandante do navio Costa Concordia.
Podemos considerar 2012 como o ano do grande desastre de Angola?
Venha a nós o nosso petróleo, e para as populações… mas quem disse que em Angola existe povo?
Com a Constituição superiormente dirigida e aprovada, nela não consta que exista povo? A nossa Constituição é para servir os senhores do petróleo e a sua incessante luta contra as revoltas dos escravos.
Este Poder alucina, distorce a realidade de quem nele está.
A fraude das fraudes é permanecer dezenas de anos no poder e tentar por todos os meios passá-lo como sucessão para um familiar, multiplicando o cortejo de miséria, e declarar em conluio com os países amigos de que o povo angolano vive uma vida maravilhosa, pois a liderança não se poupa a esforços para que Angola tudo faça para proporcionar o carinho e amor que as populações beneficiam. Se não fossem as falsas igrejas que obrigam o povo a temer Deus e o Poder, e a fraude eleitoral abençoada e planeada por Ele, este povo seria muito infeliz. Afinal os prelados conseguiram transformar as suas igrejas em partidos políticos, e das capelas, milagre de louvar a Deus, jorra petróleo em abundância. E como Deus gosta muito do petróleo de Angola, pegou nas suas imbambas e fez de Angola a sua morada. E onde há muito petróleo há muitas igrejas e uma invasão de prelados, de maus pastores que conduzem os rebanhos para os precipícios petrolíferos. E enquanto o petróleo e os diamantes estiverem sempre com o mesmo Poder e das igrejas, haverá muita desgraça, e milhões de chineses. A propósito: porque é que os chineses que correntemente e abundantemente violam as leis que existem, para não se cumprirem, por exemplo, às seis da manhã, ou antes, incluindo sábados e domingos, os chineses não deixam ninguém descansar, então porque é que não os expulsam?
Não se esqueçam que se antes não havia lei nem ordem, que haverá agora? Um poder desordenado, brutalizado perante a luta pela democracia e liberdade?
A corda está muito tensa do lado do Poder, e partir-se-á, e depois como será? Viveremos continuamente num Estado policiado e militarizado? Não me destruam as flores do meu harém.
Isto não é uma nação, é um vasto lençol petrolífero. Se antes era selva, agora o que será? Uma romaria de salteadores do petróleo e uma confraria de prelados? Onde há muitos prelados há muita maldade e muitos demónios. Abençoado seja o Senhor que vos espera para Nele serdes purificados.
Onde há muita miséria há muito petróleo espoliado. E os que se apegam ao Poder eterno, o Poder da tragédia os destroçará.
Agora, quando passo por uma igreja da maiuia fujo muito rápido, em disparada, porque não suporto a intoxicação, o cheiro a petróleo, do maná que delas emana. A propósito: das igrejas também se extrai petróleo? Ai é?! É pá, não sabia?! Sim, já entendo! A casa de meu Pai tem muitos poços petrolíferos… nas igrejas da maiuia.
E depois quando opiniões são dadas sobre o rumo perigoso que as coisas estão a tomar, os do Minoritário advertem-me que ele tem forças poderosas que me matam ou a quem tentar se manifestar. Respondo-lhes, que façam isso da melhor maneira possível, mas que evitem a “ruandice”.
Ainda não é chegado o tempo para a modificação das designações dos actuais movimentos de libertação transformados em partidos políticos? É que isso em nada contribui para a paz (?) e democracia (?), muito pelo contrário, chocam-nos com a agressividade das palavras, senão vejamos: Movimento Popular de Libertação de Angola. Frente Nacional de Libertação de Angola. União Nacional para a Independência Total de Angola. Significa isto que Angola ainda não é livre nem independente e que a luta vai continuar? Afinal quando é que Angola se liberta?
Não estou a ver nenhuma paz e democracia, vejo é tumultos e anarquia.
E meus irmãos e minhas irmãs, oremos a Deus Nosso Senhor para que a fraude eleitoral seja um facto consumado, para que os prelados da maiuia esfreguem as mãos de contentes, porque Deus ouvi-os e envia-lhes um navio petroleiro com muitos envelopes/barris de petróleo.
Quase todos os dias pelas seis horas da manhã acordo assustado, os vizinhos também, claro. Um chinês saúda-nos com o levantar de um tubo de ferro aí com quatro metros de comprimento, ou para variar pisar chapas de zinco, e lança-o violentamente contra outros tubos amontoados no chão. Não é difícil de imaginar o estrondo, não é?! Depois vai-se embora. O ato dele revela a malvadez que lhe vai pela cabeça, se é que a tem. Creio que é o primitivismo da maldade.
Não posso andar na rua porque apanho com uma bala perdida. Não posso estar em casa porque alguém vai demoli-la. Também não posso estar em casa porque uma viatura do Minoritário em altos berros anuncia que o Minoritário libertou Angola, só que nós ainda não nos libertámos dele.
Quando saio de casa vou amedrontado porque não sei se serei assaltado.
No emprego ando sempre muito sobressaltado, porque não sei se será hoje que um português me põe desempregado.