segunda-feira, 7 de abril de 2014

Os gestores de qualquer coisa (Fim)





Ode à hipocrisia
Não inventes mais nenhum Deus
Acaso ainda não te contentam os ateus?

Vindos do Além os chineses desabam a cidade
Estamos-lhes gratos por tamanha maldade
Neste pavoroso cemitério da mortandade
Onde os corpos se leiloam na promiscuidade
Sem liberdade, sem fraternidade, desigualdade

Nesta cidade desordenada pela barbaridade
Onde os assaltos mostram a sua oportunidade
Movimentos, romarias espontâneas, santidade
Onde o semelhante não encontra solidariedade
Morrer, viver sem esperança, sem hospitalidade

E de alvará os chineses sequestraram a cidade
Permanentemente reforçam os laços de amizade
É claro que isso já não constitui novidade
E nesta república dos enxames dos santuários
Onde é lugar-comum ouvir falar de obituários

Nos fins-de-semana ia sempre à missa
Enchia o carro de família
E seguia para a igreja o bajulador do Senhor
Como um senhor do petróleo ridículo crente
O seu único ídolo era Deus
Assim quando morresse seria feliz
no Céu
Não é que um dia…
Um dia disseram-lhe que o Céu
estava infestado de democratas
e antes de morrer desejou
ir para o Inferno… e foi!

A todos os filhos da puta (In memorian)

Agarra-te ao volante do teu petrolífero carro
E condu-lo para a puta que te pariu
Agarra-te às saias da tua mamã
E vão os três à merda!
Com os lucros que obtiveste das demolições
Bebe muitos uísques e vai digeri-los
nas tuas luxuriosas pias
Afasta-as dos dejectos dos miseráveis
E não digas depois que não sabias
Da miséria que criaste
Com o dinheiro que roubaste
dos famintos
Vai fornicar com as tuas amantes
Na prostituição que sistematizaste
E que te afogues na lagosta que jorra
do teu sexo





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