Parafraseando Winston Churchill (1874-1965):
estou na varanda da minha casa, é quase uma hora da manhã, olho para o profundo
da noite e vejo que depois das eleições de 23/08/17, caiu sobre Angola uma
desastrada cortina de chumbo eleitoral.
Mas vai ficar tudo na mesma? Isto é, pior? Então
sirvam-se que o banquete do demónio está servido.
Eis a fome que pela força das circunstâncias do
desaire económico e social, também açoitará Angola com tremenda força.
“Apenas
alguns poucos conseguiram fugir para a liberdade. A inanição soviética de
1932/33 imposta aos ucranianos é conhecida agora como “morte por fome” ou
holomodor. Essa fome foi um acto de genocídio soviético direcionado contra a
nação ucraniana. O verdadeiro horror dessa política intencional foi revelado
somente depois da desintegração da união soviética em 1991. Em 2003 a Rússia
assinou uma declaração confirmando que o genocídio custou cerca de 7 a 10
milhões de vidas ucranianas inocentes. Hoje o genocídio é reconhecido como um
dos grandes crimes contra a humanidade.” (Do filme Bitter Harveste 2017,
Colheita Amarga.)
Perante o consenso popular os que perdem as
eleições não sabem, não querem perder.
Mantenham-se calmos porque os resultados
definitivos das eleições são muito fiáveis. Porque as eleições foram
exemplarmente organizadas e apenas um partido ganha sempre por maioria absoluta
ou qualificada. É como se fosse um partido sem oposição para desgraça da nação.
Só que no tempo presente, e antes, os eleitores votaram nos partidos da
oposição porque estão fartos de aturar os vexames perpetuados do partido da
desgraça da situação. Honra e glória aos eleitores que votaram na oposição
porque a ocasião não mais fará o ladrão.
O lugar dos padres é nas igrejas, fora delas são
demasiado vulgares cantineiros eleitorais.
Quando um partido no poder faz da população um
exército de famintos, quando chega a hora do voto, claro que não vão votar
nele. Mas isto é tão demasiado elementar que até um reles cão vadio, desses
abandonados que farejam os caixotes do lixo, entendem. Portanto é preferível
falar com um cão do que falar com tal gente.
O que é necessário é manter o exército de
escravos para que os seus amos e os seus grandes amigos, os pastores das
igrejas demoníacas e dignitários de alguns países enriqueçam facilmente.
Vida do ser humano é vida de guerra. Uma coisa é
certa e disso tenho plena certeza: depois das eleições de 23/08/17, Angola
jamais será a mesma.
É mais um povo abandonado tal e qual como foi
por deus anunciado. A corrupção faz ceder os pilares desta nação. E não há
ninguém que lhe ponha cobro não. São tantas as desgraças que já não dá para as
contar. As eleições já deixaram a porta, mas a porta de quem? Sem votação o
partido da situação proclama-se vencedor, e o povo é outra vez o perdedor.
Mas, que diabo, porque é que a África negra não
sai da Idade Média? E esforça-se muito para retroceder ainda mais até à Idade
da Pedra. O continente da miséria, da fome. O continente dos exércitos famintos
dos assaltos, o continente dos tiros. O continente dos políticos charlatães.
Pais burros, filhos burros.
As portas deste inferno estão escancaradas para
o exército de famintos. As multidões deste exército, muito rápidas entram e
muito rápidas saem.
Angola está como que perdida na selva amazónica
à espera que um arqueológo a descubra. Mas mesmo a esvair-se na desgraça total
e completa, os abutres não param, muito pelo contrário, devoram com os seus
bicos blindados os despojos finais. Para ver o futuro de Angola, basta ver a
campanha eleitoral do tempo de antena dos partidos políticos na televisão
bolchevique onde um deles se afirma como o detentor da verdade absoluta., que
sendo o partido do dinheiro acredita que tudo e todos lhes cairão e beijarão os
pés. Também isto é o estalinismo holomodor.
Se todos os empresários viviam na acolhedora
sombra do bananal do petróleo e assim se formavam, quer dizer, empresários
formados na fraudulenta universidade do petróleo, não têm absolutamente nada de
empresários, pois limitam-se ao comprar e vender como vulgares cantineiros.
Claro que obedecendo aos sãos princípios da contabilidade desorganizada, é
assim que se realiza o caos de Angola. Bom, Angola depois da independência
nunca teve, não tem classe empresarial. Neste aspecto a única coisa que tem é o
comité de especialidade dos empresários ávidos, que oram às receitas do
petróleo para que lhes caiam grossas gotas. Empresário que vive dessas receitas
não é empresário, é um parasita. Angola está definitivamente troglodita. Esta
nação está ao serviço da corrupção.
Creio que isto não é uma democracia, é uma
morgue eleitoral.
Então se há o receio dos partidos políticos da
oposição fazerem manifestações porque, como dizem, o exército e a polícia estão
ao serviço dos oligarcas que se aferram ao poder como rêmoras grudadas no corpo
dos tubarões, porque não temerários não ousam enfrentar o belicoso poder, então
não têm, nunca pensaram, nunca estudaram uma alternativa válida para manietar,
enfrentar o “inimigo”. Então, assim a democracia não sobreviverá. Torna-se por
isso necessário criar uma força de contenção que enfrente de uma vez por todas
a destruição da nação que se aproxima a grande velocidade, qual ciclone. É
preferível morrer de fome, que aí vem com mortal força, que morrer pela
democracia? Então vamos ficar como antes. Aceitam-se os resultados eleitorais
para que não haja mortes, como se a democracia assim o exigisse. Vamos ficar
animais de caça abatidos ao gosto dos caçadores, dos senhores dos gatilhos.
Oposição cheia de hesitações é ter na democracia fechados os seus portões. Não
vale a pena esperar pelas forças do Além porque de lá não virá ninguém.
A democracia é o poder do povo, só que em Angola
não existe povo.
Será patético ficarmos reféns do eterno poder e
da titubeante, demasiado hesitante oposição que não consegue ir além da fraude,
e assim continuaremos… cada vez piores, sem solução à vista. A não ser a fuga
em embarcações rumo a um porto seguro na Europa. Esta também é uma das
maravilhas de Angola. Vamos ficar outra vez reféns do poder e da oposição. Só
que desta vez nem os ossos nos sobrarão. Assim sendo quem é que vai acreditar
em Angola? Só os aventureiros, como sempre, como se estivessem no faroeste
vivendo os gloriosos tempos das coboiadas da cidade do Texas.
“A porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral
(CNE), Júlia Ferreira, disse ontem que os resultados já divulgados, que são
provisórios, e que dão uma esmagadora vitória ao MPLA, não foram produzidos
apenas a partir das acta-síntese, mas também de "um conjunto de outros
elementos".
(O atiçar da fogueira para a manutenção da
escravidão): “O Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa,
enviou hoje uma mensagem de felicitação pela eleição ao Presidente eleito, João
Lourenço.”
Eleições: CASA-CE admite recurso a "actos
de contestação de massas", UNITA remete posição para depois de reunião de
hoje
Eleições: MPLA exorta angolanos a não aderirem a
tentativas de distúrbios e instabilidade.” (Novo Jornal Online 26/08/17)
Aprendi de um português que, “se estás fora de
Portugal num país estrangeiro e tens dificuldades financeiras para beberes uma
cerveja, então sai, vem-te embora para Portugal.”
À primeira vista não parece, mas creio que
facilmente se percebe que vivemos num potencial feudo de uma sucursal do estado
islâmico.
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