sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Os jacarés devoram tudo e não deixam nada






E nisto da luz vai e vem
a nossa miséria sempre também
agora, voa a corrupção
carrega prostitutas de avião


Se não temos luz, farsada
então não temos direito a nada
Jacarés continuam a devorar
a energia eléctrica a apagar
E quem a energia eléctrica
nos tirar
Isso, parece que não, também
é torturar
Vender geradores para quem os
pode comprar
Porque os miseráveis só
a zungar
Se o ordens superiores
deixar
É o barco desta prostituição
a afundar
Muito canceroso, não dá para
se curar
Jacarés traiçoeiros no olhar
para nos devorar

Sempre no pavor da manifestação
o Poder da corrupção
E até sacerdotes se mobilizam
na fé arcaica se imobilizam
Os escravos não podem manifestar-se
pois não, na fé devem chicotear-se
Angola é uma república para rapinar
e o povo na extrema miséria para dizimar
Vive na sua terra como refugiado
tudo, tudo, tudo está estrangeirado
Só nos resta o viver das lágrimas
nesta imensidão de vítimas
Olhamos para o longínquo futuro
da réstia que nos resta, o escuro

Quase quatro décadas de reinado
sempre no mesmo discurso atolado
De estádios de mundiais campeonatos
e de outros ludismos para iliteratos
De malas aviadas vai feliz a estrangeirada
para Angola foge em debandada
nesta terra só para eles abençoada
e a população perseguida, policiada
só tem direito a levar porrada
e mais nada, como uma manada
















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