Poucos meses antes de 1975, num dos seus comunicados,
o bureau político do MPLA já nos garantia: «E assim o nosso povo continua na
miséria.» Passados quase cinquenta anos, a miséria continua, mais atroz, total
e completa.
A História repete-se. Em particular Cabinda,
e no geral Angola, estão exactamente como a Argélia no tempo do colonialismo
francês.
«Angola não é só Luanda. Anónimo disse... Por favor
socorram o Povo da Provincia do Zaire. Socorro isto é demais. Convido-vos
visitar o Zaire para conhecer Angola Profunda. Pelmenos terão mas noticias e
Angola deixara de ser apenas Luanda. 18 de Abril de 2010 17:32» In
morrodamaianga.blogspot.com/
E os campeões da democracia são antigos amigos,
apoiantes de regimes corruptos ditatoriais que prendem e eliminam opositores
políticos ou quem exprima opinião contrária. Viver é subir nas montanhas do
íngreme sofrer. Viver é o eterno esperar do desesperar até morrer.
Não! Nunca serás convertida mas, uma estátua ser-te-á erigida,
dirigida. Converter sons é comunicar com a nossa alma. O mundo está
superpovoado e contudo sentimo-nos muito sós. Continuamos opressos pela
solidão. Estamos, ocultamos que continuamos sós neste Universo muito próximos
das multidões, mas distantes do que amamos.
Restam-nos as prisões dos nossos corações. Os inventos
que se fazem encurtam as distâncias. Viajamos muito rápido para qualquer ponto
do globo, mas os nossos corações continuam no flutuante, hesitante mais
longínquo.
Não! Não serás convertida, espremida. Estás sempre
omnisciente... e aflorada, inundada com beijos de paz das sementes progenitoras
das saudades inclementes. Como um navio a navegar no mar da saudade.
Nos próximos tempos será impossível conceber planos a
longo prazo porque nos embrulham em papel doirado. Prosseguimos na marcha
inóspita do final de mais uma civilização. Porque nascemos na bênção da ilusão.
Os especialistas da malvadez estão no trono outra vez. Tentamos, lutamos para
sermos felizes mas as doses letais da intolerância política, religiosa, social
e económica fortalecem-se. Os poderes públicos dos homens que nos desgovernam
são como o pandemónio do trânsito enlatado, do que resta do serpentear das
cidades. Esta é a década da corrupção, da conspiração genética que abrigou,
colocou imberbes no poder. E vão arruinar, arquivar esta civilização. Ah!.. E
por quanto mais tempo assim continuarão (?)
Sendo maldoso por natureza, qual é a utilidade do ser
humano?
E houve um tempo, este, actual, que inexplicavelmente
só nasciam néscios. O tempo do contrariamente ao século das luzes, esta é a
centúria da escuridão. Até a velha democracia da Álbion sucumbiu. Precisamos de
um novo sistema político. Mais democracia não, nunca, jamais.
Não me recordo quem me disse que: A ditadura
organizada dá-nos algum pão,
mas tira-nos a liberdade.
A democracia dá-nos a liberdade,
tira-nos o pão e congela-nos as contas bancárias. Talvez sejam meras conjecturas de políticos
que habitualmente
nos conduzem à desgraça.
Lembro-me da propaganda deles: O programa político
não destoava, resumia-se: «queremos o nosso dinheiro!» Vi que se gastavam milhões,
biliões de dólares na compra de jogadores
de futebol. E os esfomeados nos campos relvados sentiam-se no Olimpo,
convidados pelos
seus deuses
da bola. Nunca imaginei um reino, com golpes de estado diários,
permanentes. A maldade
não triunfará. Temos que esmagar a infâmia.
Concluí que: se
não consigo
sobreviver num mundo
de absurda maldade,
é porque sou autista.
O maior erro que cometi na minha
vida… foi ter confiado nos
seres humanos.
Então, comecei à procura
do amor perdido. Esse amor Borgiano em
que: todos
os pontos do amor estão contidos num só ponto.
Donde vêm o pensamento?
Como se originam as paixões
amorosas? No ser humano,
no erro da Criação,
da evolução. E continuam a produzir milhões de máquinas
para nos destruírem. O planeta Terra estava feliz, organizado, até que
apareceu a tal coisa que alguém se lembrou de chamar de ser
humano. A espécie
que à chegada só pensa
em destruir.
Se descobrir a origem do pensamento
criativo serei imortal. À procura da origem
do pensamento criativo… está tão distante,
está tão próximo,
está aqui ao meu
lado, tão
próximo de mim…
é o amor. Pensamos porque
amamos.
Os nossos semelhantes conseguiram uma proeza
notável, digna
da sua espécie: Proibiram-nos usufruir
dos prazeres da Natureza.
Os animais
respeitam os seres humanos,
estes desprezam-se imenso.
Exterminam-se, abatem tudo que se mova.
Somos os primeiros da sua lista. Têm a fatalidade genética,
como os adoradores
do Mal, que
sentem imensa felicidade
em ver sofrer o seu semelhante. Isto
faz parte do seu
código genético
que é: 000 ou
0,000.
Em 1835, Thomas Babington Macaulay, decidiu acabar com os valores literários
da Índia. Pretendia que
a sua herança
milenar desaparecesse da civilização. Um comandante
inglês exterminou várias tribos
índias durante a colonização americana, com
o vírus da varíola
em cobertores.
Façamos o homem à nossa imagem, conforme
à nossa semelhança;
E criou o homem à sua
imagem: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra,
e sujeitai-a;
O horrível que existe nas ditaduras,
é o separar das famílias.
Sentem imenso prazer em destruir tudo o que
sejam laços familiares.
Há quem pense retirar
os genes da maldade
à nascença. A História
da Humanidade é a história da selva humana.
O que alguns homens
inventam, para dominarem os outros,
não pode ser levado a sério.
Como a visão
apocalíptica… quotidiana, da segunda vinda de Cristo,
eternamente adiada.
Ingenuamente perguntei a um
médico amigo,
porque é que
o famoso cirurgião
cardíaco, Dr. Christiaan Barnard,
faleceu de um ataque
cardíaco. Elucidou-me: «Com a idade, o coração fica velho…
cumpriu a sua missão».
E o amor também desapareceu dos radares.
É fácil de ver, aliás nota-se à distância. Depois da
morte do rei, Angola por direito de sucessão passa inteirinha, dividida pelos
filhos, para os príncipes herdeiros e Eleitores. É uma democracia reinante.
Os tempos
mudaram muito, estão sempre a mudar… o ser
humano não… piorou muito. Na certeza que a família
sucumbiu, está inexistente. Cada um que se safe,
é a regra de vivência
que não
me lembro quem
inventou. Claro que é fácil de saber quem foi. De certeza que foi um banqueiro
ou um especulador. Apesar de obrigados a
comer toneladas de informação
diária, no entanto
estamos sós. Abandonados na grande epidemia da fome e
do desemprego. São milhões ou serão
biliões? Os números sempre
a aumentarem! Era esta a promessa
dos milagres técnicos
da ciência para
o ano 2.000! Aguardo o fim dos meus dias, não é isso que sucede
a todos?!
Lembro-me de Mark Twain e da comparação que fez entre um homem e um rato: «Não... seria fazer uma injustiça ao rato.»
E entre um
homem e um
cão: «Se acolheres
um cão
faminto e lhe
deres conforto, ele
não te
morderá.» «Quando chegares à porta do Céu, deixa o teu cão do lado de
fora.»
O que interessa
é retratar a maldade
do ser humano.
Pessoalmente se me
dessem a escolher entre
um homem
e um leão,
escolheria logo o leão.
Porque o conheço bem,
enquanto que
o homem é cheio de manhas,
e só demasiado
tarde o conhecemos, o desvendamos. Porque
é que os ratos
invadem as casas dos homens? Porque estes roubam, fazem concorrência
desleal aos ratos, imitam-nos, e os ratos descontentes
não aceitam a exclusão
social.
Quer queiramos quer
não, participamos sempre na guerra de Tróia. Tudo
o que até
agora se passou, desses tempos, são imitações que
teimamos nelas persistir. Quem
não conhecer
a guerra de Tróia, fatalmente,
sem se dar conta, terminará nessa tragédia.
Este é o destino, o nosso
destino. Primeiro o Estado Novo, depois a Revolução
dos Cravos, e a miséria agenda-se. Não há libertadores,
descolonizadores. Há renovação de opressores nas lutas de libertação. Em
Jingola, o cidadão honesto
que goste de trabalhar,
tenha ideias para o bem
da comunidade, que
revele sabedoria, o poder acusa-o de antipatriota, e sumariamente julgado, executado com a pena de reclusão.
Chegaram as duas horas da manhã. Vou para
a janela atraída pelo
barulho da chuva.
Mas que
grande chuvada.
É tão imponente
que a rua
parece um rio.
Faz-me lembrar a minha
epopeia, o meu reino,
que ainda
vive na eternidade do passado, confunde-se ou
convive com o presente,
à procura do seu
futuro. Posso afirmar
que tenta
sobreviver das ruínas
arqueológicas. Vivemos perdidos no tempo
presente, misturados, baralhados no passado e no futuro. Não é necessário estudar muito para saber que
há oceanos de abundantes idiotas.
Somos tão pequenos perante
tanta imensidão.
E no entanto, persistimos que somos gigantes,
que somos os melhores.
Duvidamos, não aceitamos as nossas origens. Só quase na hora
da morte nos
lembramos da inutilidade da nossa vida.
Nessa hora, nesse momento,
regressamos às nossas verdadeiras aspirações,
mas é demasiado
tarde. Queremos voltar,
mas o regresso
está eternamente adiado. Então durante
uns minutos, uns segundos,
lembramo-nos finalmente da vida. Vivemos para recordar uns ténues momentos
antes da morte. Isto
é a verdadeira vida.
O sucessor de Omar Bongo é o seu filho. E em Angola?!
Tudo concebemos para nos entristecermos. Desde o mais
microscópico ao mais gigantesco, e uma luta incessante
pela sobrevivência
no Universo acontece. Para
obter energia,
assim que
a luz solar
surge, é a corrida na procura de algo
para comer. Vale tudo, porque as espécies
animais, as estrelas,
os planetas, as galáxias,
perseguem o que lhes
dá a vida. Uns lutam de dia outros à noite.
Vinte e quatro horas
sem eternidade,
a luta pela
sobrevivência desperta, alerta.
O vivo marulho da vida das ondas do mar que nos
persegue. O chocar constante
com a areia
das margens que ciclicamente se desfazem,
e depois voltam à normalidade sem intervenção
humana. A Natureza
cumpre o seu destino, o ser
humano altera-o, adultera-o. Como vingança, o mar apela para os seus companheiros em
terra, e despeja
a sua fúria
contra os que
o ousam desafiar. Assim
foi, assim será. A aleivosia
à morte é característica
dos humanos. Cruel
destino sem saída. Nascer, não viver.
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