E por petróleos
muito navegados/ O Minoritário persegue os alvejados/ Os escravos sem terra,
açoitados/ Policiados, espezinhados, surrados
Sabiam que os corruptos multiplicam-se como coelhos?
“Pensar e elaborar ideias, teorias com mais ou menos consistência na área
da Ciência Política, em si é um mérito de pessoas preocupadas com os assuntos
da governação. Quem não pensa condena-se a consumir os produtos dos que pensam.
Esse é o caso da maioria doa africanos. Pensar e investir em áreas científica e
tecnológicas é pouco relevante para a maioria dos governos em África. É mais
fácil investir em 260 carros de alta cilindrada, de luxo e de marcas sonantes,
se há esse número de deputados no parlamento nacional. Não se investe na
criação de híbridos vegetais que aumentariam a produção de alimentos
cronicamente descrita como deficitária. Não se investe na criação de institutos
de tecnologia que ensinem e disseminem conhecimentos vitais para áreas
fundamentais como engenharia civil, electrotecnia, electrónica, hidráulica,
microbiologia, genética e outros ramos da ciência e tecnologia. O recrutamento
de recursos humanos altamente especializados para posições de docentes de
instituições nacionais não acontece por iniciativa própria. Fica-se quase
sempre a espera da bondade e boa vontade do doador.” In Noé Nhamtumbo.
Canalmoz. Canal de Moçambique
E uma das
incontáveis igrejas de Angola, a Igreja do Fogo de Deus, promoveu uma passeata.
Receio que os seus fiéis fiquem lá carbonizados. E tudo em Angola corromperam,
até Deus, que já abraçou o leninismo. Com este Deus tão intolerante, o Islão
torna-se mais interessante, mais tolerante?
As eleições em
África não são uma dor de cabeça como alguém afirmou. As ditaduras em África é
que são uma dor de cabeça e de dentes.
Qual é a origem dos
altos custos de produção em Angola? Esta pergunta é de fácil resposta, não é?!
Os corruptos absorvem todos os meios de financiamento para si, daí os altos
custos que se verificam.
E se nos debates da
Assembleia Nacional regulamentarem como argumento de retórica o uso das barras
de ferro? Bom, só falta o decreto sobre os usos e costumes desse barramento.
Uma nação faz-se
com o esforço de cada um. É por isso que a corrupção se esforça.
Em Angola pode-se
dizer que não existe classe política. Existe sim, uma classe de cidadãos que se
manifesta a reclamar os seus direitos mais elementares, espoliados há quase
quarenta ditaduras, e que como proposta, garantia da classe corrupta, é
agredida selvaticamente com barras de ferro, o que se pode chamar de um novo
partido: MBFA - Milícias das Barras de Ferro de Angola.
Vejo um mar de
petróleo/ passar/ e governantes escoltados pelas sirenes a/ aumentar.
A morte trabalha de
noite e de dia e nunca se cansa.
Há bancos que não
têm noção de propriedade.
Os que deviam estar
na prisão, nunca lá estão.
A mão férrea de um
poder não se pode manter indefinidamente, sob pena de implosão.
Em Angola não há
governantes. Há sim funcionários que trabalham como caixas no petróleo, e que
arrecadam as suas receitas.
Angola tem muitos
jornalistas, muitos bajuladores, muitos activistas dos direitos humanos, muitos
políticos, muitos doutores, muitos partidos políticos, muitos escritores,
muitos poetas, muitos economistas, muitos advogados, muitos democratas, muitos
estrangeiros. Logo se vê que nada funciona, excepto a muita miséria e a muita
fome.
E os mais altos
dignitários da nação recebem nos seus palácios presidentes e embaixadores de
outras nações, sob forte ostentação de iluminação. Eles não sabem que nós para
nos iluminarmos em velas temos… porque não temos dinheiro para as comprar. No
petróleo naufragar, eis este governar.
A miséria é sempre
proporcional ao número de assaltos.
A evolução política
de um país mede-se pelas escoltas e sirenes que lhes abrem o trânsito nas ruas.
Assim, quantas mais sirenes estridentes nas ruas a anunciarem que mais um
governante se aproxima, significa que se atingiu o auge político. Que tudo está
normal e não há razões para alterações políticas.
Há governantes que
abastecem regularmente as populações com água. Há governantes que de vez em
quando inauguram um fontenário, que depois deixa de correr água. Secou.
E quantas mais
promessas vãs a ditadura nos faz, mais o nosso tempo de vida se encurta, se desfaz.
A Comissão
Administrativa de Luanda reforça fiscalização para o combate à venda ambulante.
E o reforço do combate aos corruptos?
Todo o intelectual
que serve, e se serve de uma ditadura, não é intelectual, é apenas um inútil.
Em Luanda
praticamente já nenhuma árvore resta, porque as novas centralidades necessitam
de espaços livres para o betão da especulação imobiliária. Ainda não se
aperceberam do que é uma cidade sem árvores? Estamos em presença de mais um
crime de vandalismo? Um colossal crime ecológico? Como é possível viver sem
vegetação? E quando as chuvas de verdade caírem? Onde está a vegetação para
sustentar a volume das águas? Luanda não é mais uma cidade, mas apenas um
imenso deserto inundado de insectos humanos.
Esta é muito boa:
os mwangolés quando procuram emprego - o emprego nunca procura mwangolés, só
estrangeiros - os patrões realçam que é necessária uma experiência profissional
de dois anos. Mas como é isto possível se o mwangolé está na condição de
desempregado?
Que fique bem
claro: a oposição angolana não luta pelo poder, mas sim pela sua alternância.
Está muito difícil
encontrar a sintonia da democracia, porque os democratas estão dessintonizados.
O Muro das
Lamentações é anual, o nosso muro é diário, tantas são as lamentações.
Isto não é uma
nação, é uma demolição.
Os bancos são como
os ministérios? Parece que sim, porque quando não têm dinheiro requisitam
fundos aos governos.
A morte está sempre
presente nas nossas consciências, porque a qualquer momento recebemos uma guia
de marcha para viajar no comboio da morte.
Oposição sem
imaginação é involução.
Eis a sublime
hipocrisia: depois dos empregos, e tudo o mais, espoliados aos mwangolés, os
estrangeiros afirmam categoricamente que os mwangolés são muito preguiçosos, e
que não gostam de trabalhar.
No início o falso
poder corre às mil maravilhas, mas acaba em tragédia. O poder ditatorial e a
tragédia vivem sempre de mãos unidas.
Porque é que
algumas, parece-me que não são poucas, empresas da nossa praça de Luanda,
omitem o endereço do correio electrónico? E no seu lugar utilizam a caixa
postal e o fax?
Em Angola há duas
classes de antigos combatentes: os antigos combatentes e os novos combatentes.
Caramba! Mas é
assim tão difícil de ver, que Angola está a saque, desgovernada, dirigida por
feudos, em que cada um dos senhores feudais faz, desvia como quer e lhe
apetece? E que ninguém consegue parar a sangria em que Angola se infectou?
Governar é espoliar. A propósito: será que também privatizaram a água?
A ditadura
democrática do proletariado decidiu sobre pressão organizar eleições, fingindo
concorrer com partidos democráticos que finalmente conquistaram a democracia.
Mas o inimigo descaradamente impõe a ilegalidade aos partidos políticos, para
que a ditadura democrática do proletariado se mantenha no poder leninista do
partido único.
Quando um poder há
muito estabelecido como uma sociedade anónima, impõe a desgraça ao seu povo, e
brava que o faz em nome da democracia espezinhando quem se atreva a fazer-lhe
frente apenas com as mais elementares regras democráticas, este poder está
ultrapassado pelo comboio sobrelotado de passageiros da democracia. E quer
queiram quer não, a democracia sai sempre a ganhar e a ditadura sempre a
perder.
Este poder está
como o teatro do absurdo, não lhe falta personagens. E o trânsito da ditadura
congestiona o tráfego democrático, como novos-ricos a escape livre.
Não é só o Governo
que faz demolições, os nossos novos-ricos sentem-se muito satisfeitos com a
destruição imune do que resta das nossas vidas. Tudo lhes serve para
ostentação, como um barulhento gerador grande, muito potente, instalado na
varanda com uma espécie de terraço no primeiro andar do prédio, e o fumo vai
para os vizinhos da Pomobel, junto ao Zé Pirão. É claro que o prédio acabará
por desabar. Isto não é gente, é aberração. Isto está muito destrutivo, mais
parece um analfabetismo levado ao extremo.
As empresas
chinesas pagam impostos? Estão ilegais, não têm alvarás, como não pagam
impostos, baixam os preços, os salários também são baixos, de trabalho escravo,
todas as empresas angolanas, ou estrangeiras honestas que pagam impostos, vão à
falência, não têm hipótese nenhuma. E o mais estúpido é que os produtos
chineses não passam de candongas, de produtos sem qualidade, uma mixórdia da
propaganda do regime comunista chinês. E depois de tudo arrasado, falido,
aparecem como os novos salvadores da Pátria, isto é, da Angola neocolonizada e
a sua população escravizada. A repetição do enredo de filmes anteriores.
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