09 de Julho
Algumas empresas
queixaram-se que isso da venda de geradores já era, então novamente lá nos
apagaram a luz, a energia eléctrica, das 14.56 até às 19.54 horas.
Luanda. Isto
generalizou-se, porque quem chega tarde a casa, a partir das vinte e duas
horas, ou menos, e entra no prédio é assaltado. A sorte é os seguranças,
senão... até ver. São quadrilhas de jovens a rondarem os quinze anos, o tal
futuro da Nação, do homem novo. Isto já era. Luanda é uma poderosa fábrica de
delinquentes. Só não se entende como é que se continua a fabricar em série
bandidos e assaltantes. Será que não existe a noção das consequências
posteriores? Com tanta espoliação anárquica e o roubo descarado dos empregos
por estrangeiros, já atingimos o clímax da desestabilização total, porque os
mwangolés estão marginalizados e para sobreviverem só lhes resta a guerrilha
urbana.
10 de Julho
Se calhar
devíamos falar nas pessoas que sabem fazer e acontecer e fornecem currículos
fantásticos e chegam cá (Angola) não sabem é fazer nada. Seria um alerta para
as empresas... É tudo verdade. Mas também é verdade que as empresas contratam
expatriados que dizem querer vir trabalhar e quando chegam só pensam em cucas e
mulatas. Até se esquecem de dormir! Alguém sabe
quanto custa um visto de trabalho? E as viagens? Quem paga? In Ana Goncalves.
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11 de Julho
De repente como
num filme de terror, tudo fica escuro, mais uma brincadeira, não têm nada para
fazer? É essa coisa da luz que desligaram às 00.06 e incendiaram às 00.59
horas.
12 de Julho
O tuga alugou ou
comprou um apartamento aqui na bwala, pensando que isto ainda anda como no
tempo colonial, a água pinga-lhe na cozinha e na casa de banho, foi queixar-se
no vizinho de cima que gastou muito dinheiro na reparação do apartamento – que por
fora desaba, isto é geral, como parece que já falei nisso, como a mulher exteriormente
muito bonita mas quando se despe é uma lástima, feia, feia, cheia de acessórios
– e o vizinho a prometer que sim senhor vou já tratar disso. Como? Se ele – nós
- tem dificuldades financeiras para conseguir algo de comer para conseguir
sobreviver no dia seguinte.
13 de Julho
O segurança dos
sênês, (senegaleses) até lhe pagavam bem. Ele não se despediu, fugiu de lá
porque à noite apareciam muitos vultos. Aquilo metia medo. Os sênês diziam-lhe
para ele não mexer em nada, que quando quisesse alguma coisa, bastava pedir-lhes.
Ele confessou que os sênês rezavam em cima das mercadorias que vendiam.
14 de Julho
Tivemos outra
visita indesejável da energia eléctrica, chegou, melhor, nos abandonou às 13.41
horas e reapareceu às 15.38 horas.
15 de Julho
O tal tuga do
apartamento comprado ou alugado, engatou uma bruta mulata muito bonita, quem a
viu subir com ele garante que só lhe faltava diamante. De beleza muito
distinta, deslumbrante, claro que ela antes de passar a noite e fazer o serviço
completo lhe terá exigido umas bastas centenas de dólares. Pouco tempo depois
escuta-se a algazarra normal. O português recusou pagar o prometido – nisto são
ases, ciganos - mas aquilo era gritaria e ameaças. O tuga rendeu-se e acabou
por lhe pagar o prometido. Já viram como Luanda se transformou na capital
mundial da prostituição? Agora os nossos filhos e filhas educam-se sob os maus
costumes dos putanheiros portugueses. E a Polícia, onde está?
16 de Julho
Agora os fiscais
andam na limpeza das ruas de quem lá vende devido ao campeonato mundial de
hóquei em patins e a outros inventos? (eventos). Isto não é acabar com a
pobreza, é incentivá-la, e onde a pobreza se força, a violência descontrola-se.
17 de Julho
Os fiscais andam
atrás das kinguilas e quando não conseguem caçá-las, vingam-se na primeira
pobre vendedora que encontram sentada na entrada de um prédio. Assim aconteceu
com a mana Jinguba, levaram-lhe o uísque, a jinguba, o vinho, a gasosa, só a
cerveja escapou porque estava no interior da entrada do prédio. Se é como dizem
uma apreensão, porque é que os fiscais não inventariam os bens confiscados das
pobres vendedoras que não têm mais onde conseguirem sobreviver porque os
estrangeiros já ocupam tudo, incluindo chineses e chinesas que até já vendem
funji e zungam nas ruas?
18 de Julho
“Aconteceu no passado dia 11
de Julho por volta das 19 horas:
5 capangas entraram em nossa casa depois de espancar os
seguranças, reviraram tudo do avesso, levaram dinheiro, telemoveis,
computadores, camaras, etc... No fim
uma agressão bárbara a um de nós.
Seguimos imediatamente para a
Clinica Girassol, com um olho desfeito a necessitar de operação urgente, depois
da consulta e sem grandes garantias a decisão foi regressar imediatamente a
Portugal. Conseguiu-se uma vaga no avião da TAP das 8h30 em direção a Lisboa,
sem dinheiro e sem telefone.
Chegada a Lisboa por volta das 17 horas, apanhar um
taxi e seguir imediatamente para o hospital Santo António no Porto, chegada por
volta das 20h30 e por volta das 23h já estava no bloco operatório. Correu bem,
excelente o serviço prestado pelo Hospital Santo António e pelos excelentes
profissionais que lá trabalham.
No proximo Sábado o regresso a Luanda, porque a vida
continua.
Este relato é só mais um alerta para todos, por muito
cuidado que se tenha, existem situações que não se podem evitar.
Nota: Se alguem tiver a ousadia de comentar este post dizendo que isto acontece porque os portugueses não respeitam os angolanos, desde já respondo antecipadamente com o meu desprezo!” In Alberto Cardoso. Facebook
19 de Julho
Há cerca de cinco dias que a NET da MOVICEL está bwé. Manos e manas! Sirvam-se do descontrolo e naveguem à vontade, é de borla!
A mana Jinguba alugou um quarto da sua
casa a um casal. A esposa ausentou-se durante alguns dias para uma província.
O marido aproveitou e conquistou uma
boazona para passar uma noite com ela. O contrato era setecentos dólares. Claro
que ele não lhe cumpriu nem uma cláusula. Ela regressou para a cobrança acompanhada
de escolta e disse para o garanhão: «Paga-me já senão vais desaparecer.» E
pegou numa garrafa ameaçando-o de que lhe desfaria a cabeça, ele viu que não
tinha qualquer hipótese e rendeu-se, isto é: «Não tenho esse dinheiro comigo.»
Como resposta ela mostrou-lhe um cartão: «Vês este cartão? É um autorização do
José Eduardo a autorizar-me nesta vida, por isso posso te fazer o que eu
quiser. Eu sou dessas bandas, não sabes?» E carregou-lhe tudo o que lhe foi
possível para liquidar a dívida, incluindo a garrafa de gás.
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