Não devemos, não
podemos consentir que esta República fique um cortejo de mortos
(O Povo Angolano
não está mais interessado em Guerra) mas alguns dos seus dirigentes estão.
Só quem é despido
de inteligência tem a pretensão de resolver tudo pela força.
Ai do país que
apoiar a ignorância, nem os cacos sobrarão, e a poeira do tempo dele não se
lembrará, se apagará.
Que país é este
sempre onde diariamente as forças policiais carregam sobre as populações
indefesas. Será que os cidadãos são todos delinquentes, demónios, e os
governantes uns santos?
Para eles o
petróleo da bênção, para nós população, repressão.
Estou a pensar no
seguinte: a UNITA disse que fazia manifestação nacional em Maio, não o fez. A
UNITA disse, presidente Samakuva, que é o garante da estabilidade em Angola.
Então mas isto é estabilidade? Partem-se casas, os cidadãos amontoam-se em
campos de concentração, morre-se à fome, as pessoas desaparecem, jovens que
fazem manifestações pacíficas são torturados. Os assaltos nas ruas são
constantes, a jovem criminalidade, pode-se dizer, tomou o Poder. Os
estrangeiros invadem Angola, segundo o SME há um milhão - costumo sempre
duplicar os números, ou acrescentar-lhe um zero porque sei como as coisas
funcionam, melhor, não funcionam – de estrangeiros ilegais, não há empregos,
mas os estrangeiros têm sempre empregos, zungueiras são mortas tiro, a
corrupção é um vírus sem cura, já é outro mausoléu do nosso guia imortal, a
energia eléctrica e a água estão aonde? A justiça não funciona, claro que
funciona para os petrolíferos, os bancos sem sistema, sem dinheiro, etc, etc,.
Até agora, a UNITA
não fez nenhuma manifestação contra a miséria actual. Seguindo esta linha a
UNITA não promove nenhuma estabilidade, mas sim, instabilidade. A UNITA
assegura que os clarividentes continuem impunes e manobra-nos servindo de
retaguarda segura os interesses dos cleptómanos, corruptos e da inexpugnável
governação? A grande questão é: a UNITA garante a nossa segurança ou a nossa
insegurança?
Otelo Saraiva de
Carvalho, ideólogo do 25 de Abril de 1974 em Portugal: eu se quisesse seria o
Fidel de Castro da Europa. Isaías Samakuva: querem que eu lidere a primavera
angolana.
Não há nenhum plano
para empregar jovens, excepto o emprego de crianças usadas como mão-de-obra
escrava, salários de miséria, pelos chineses. Também não existem planos para
nada, excepto a divisão do bolo petrolífero pelos únicos libertadores da
pátria, e nós sem ela, também é deles. E quem ousar refilar a parte que lhe
cabe da fazenda petrolífera, é taxado de ilegal, preso, torturado,
desaparecido. Nós, população (?) há muito que estamos ilegais, nem sequer
existimos. Portugueses roubam-nos os empregos, chineses escravizam crianças. É
isto o tal homem novo.
Como é possível, os
portugueses que edificaram um Portugal novo, de tanga, na penúria, na fuga
desenfreada para outros países, no continuado sonho antigo de que a emigração é
a chave do futuro, que votaram em mais um louco clarividente que nasceu pela
vontade de Deus para governar e salvar Portugal, e não consegue resolver uma
coisa muito simples, o emprego, nenhum consegue, é por isso que são loucos.
Pois, e de abalada para Angola, chegam já em cortejos, abarrotados de sonhos
coloniais, de senhores feudais apoiantes da corrupção dos nossos nacionais. E
desembarcados trazem novos modelos de direcção e de gestão, e nada funciona,
excepto o caos que deixaram, que implantaram em Portugal. Mas os modelos de
gestão e direcção que rebentam, apodrecem um país, também se aplicam aqui? Mas
isso não é desestabilização? Incitação à violência gratuita? Tumultos? Pois
quem afunda um país, naturalmente outro afunda, Angola. Não podemos consentir
que em Angola nasça outro Portugal com estes portugueses que chegam descalços,
e que logo depois se calçam, e nos engolem na desgraça.
Quando o escravo é
chicoteado e depois se levanta com orgulho cheio de pó, do chão do seu senhor,
alguns portugueses dizem: «Este escravo é chauvinista.» Os chicotes
regressarão, com força nos seus amos baterão!
A constante falta
de energia eléctrica é o mais perigoso incentivo à criminalidade a todos os
níveis. Portanto, quem é que incentiva a criminalidade?
Pelo incessante
barulho de sirenes, pode-se dizer que este país está permanentemente assolado
por catástrofes?
Este recanto de
escombros goza de uma selvajaria tal, que até se age como se não existisse
povo. O mais bizarro é que na prática já não existe povo angolano. Em Angola
três classes rapinam, a saber: uma classe de estrangeiros que nos governa.
Outra classe de estrangeiros, a que diz que os mwangolés são preguiçosos. Uma
última classe, a religiosa dos abutres, que aprova as outras duas. Não se
necessita de nenhum discurso para se ver que o povo não existe, é mais um dos
inúmeros projectos adiados. Quando os libertadores libertaram o petróleo para
eles, esqueceram-se do povo, e nunca mais se lembraram dele. De vez em quando
lembram-se dele, quando lhes partem as casas para alimentar a República da
Podridão dos Negócios, e Angola está em posse de tal gente, para que ao se
apoderarem dos bens alheios - agora
crianças, mais uma especialidade do terror – ao partirem as casas também partem
as mulheres e as crianças, ao colo ou não, grávidas também, como convém para
impor o jogo sem regras do terror. O chicote está outra vez o senhor dos
escravos.
A vida é a arte de
nos defendermos dos vigaristas, dos bandidos, dos corruptos e dos ditadores.
E para se manter no
poder, o exército do senhor sacrifica as populações aos estrangeiros.
A arte dos
ditadores é o transformar derrotas em vitórias.
A religião é o
acontecimento mais diabólico que o ser humano inventou.
Quanta mais
miséria, mais violência.
Quem não gosta de
plantas, odeia, mata pessoas.
ÚLTIMA HORA
O DOR –
Departamento de Orientação Revolucionária, intima a VOA, o Facebook,
angola24horas, Rafael Marques de Morais, Folha 8, Google, Barack Obama, e os
angolanos em geral para prestarem declarações sob os abusos da liberdade de
informação. Todo o cidadão é e deve sentir-se necessariamente um soldado da
desinformação. A nossa visão - não, não é missão, isso era antes, temos que nos
adaptar aos tempos - é encarcerar os jornalistas que teimosamente se opõem à
nossa desinformação revolucionária, e que será por vontade própria trincheira
firme da desinformação. E alguns polícias - onde isto está a chegar - e
militantes da UNITA tombarão em qualquer esquina, mas a revolução seguirá o seu
caminho. E com a ajuda e apoio dos tradicionais amigos de longa data, Angola
edificará o socialismo científico e a democracia popular. E do seu pó nascerá o
homem novo muito esfarrapado. Angola é o povo do petróleo para escravizar, para
vender aos estrangeiros.
E um país faz-se
com sirenes policiais.
E quando se matam
polícias significa que o terror está definitivamente instalado, e que por mais
que se tente - ainda não temos o que se chama viver em sociedade - viveremos na
tristeza do dia-a-dia, porque quem nos governa, parece que lhes interessa o
caos, porque daí lhe advém fins políticos? Apresento ao Comando-Geral da
Polícia e às famílias enlutadas as minhas sinceras condolências.
Se a governação
deixar andar esta violência, duvido que a consiga estancar, ela subirá até
atingir o descontrolo total e nem a governação dela escapará, e então, era uma
vez Angola.
Mas, quem promove a
violência é que vai acabar com ela?
Mas, quando é que
esta revolução acaba? Ou já acabou e os revolucionários não? Ou os
revolucionários acabaram e a revolução não?
Há homens que são
amigos dos seus povos, outros são seus ferozes inimigos.
Nesta República dos
tiroteios, agora são diários, depois serão de hora a hora, de minuto a minuto,
constantes – como estes revolucionários gostam, sempre aos tiros - porque estas
coisas quando começam tendem a alastrar, a piorar, a não parar. Agora, os revolucionários
já não têm colonialismo para derrubar, mas têm um povo para neocolonizar, para
tirotear.
Há governantes que
para se manterem no poder vendem os seus países e povos aos estrangeiros, e
justificam-se afirmando categoricamente que os seus povos são analfabetos.
Estrangeiros,
bem-vindos a Luanda
Os escravos
saúdam-vos!
Usem-nos e
abusem-nos!
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