E uma intensa onda
de corrupção domina o mundo. Ele luta para se libertar, para se limpar criando
um novo sistema político, a neodemocracia.
03.30 horas da
manhã. Ouve-se intensa vozearia de jovens alfabetizados nesta democracia de
rua. Não falam, bebem, escravos da bebida. Como é possível que dialoguem,
gritem em grande alvoroço? Porque ninguém lhes ensinou mais, e ainda porque
quem lhes deveria educar não o sabe fazer. Eis a destruição da nova Angola, do
jovem novo.
Os jovens de hoje
são os acéfalos do amanhã.
Onde a corrupção se
instala, as águas da chuva seguem-na e arrasam tudo.
Sem energia
eléctrica, no zero
Prelados há que
zombam-nos por parvos
Abençoam a miséria
nacional
Dos donos do
petróleo e dos escravos
É só admirar o
olhar perdido
Do já não há nada a
fazer
Ver as enxurradas
das chuvas
Nada mais resta
para arder
Os bons arquitectos
estão no Poder
Na democracia da pilhéria
Tudo se resolve a
tiro
Nesta arquitectura
da miséria
E é tão intensa a
miséria
Habitual, moral e
social
Nada mais há para
nos espoliarem
Apenas o chafurdar
neste curral
Este rio transborda de estrangeiros
Que passeiam neste oásis virulento
Estacionam marginais, leais, ilegais
Depois clamam: isto está muito violento!
Hospitais e clínicas privadas
Infestados de doentes
Não se espera nada, só a morte
Quando nos libertamos destes repelentes?
E benzidos disto não saímos
É o impingir futebol e religião
Nada muda, é assim que as coisas estão
Nadam, na correnteza desta corrupção
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