14 A 19 de Setembro de 2013. Diário da cidade dos leilões de escravos
14 de Setembro
"Uma pessoa com convicção tem a força
equivalente a cem mil que tenham interesses apenas." John Stuart Mill,
filósofo inglês, 1806-1873.
ÁGUA É VIDA, DÊ VIDA A EPAL PAGANDO A SUA CONTA!
(Senão vamos aí no prédio e cortamos-lhes a água. Queremos lá saber de quem
tem as contas em dia e não nos deve nada. Nós não abandonamos o
marxismo-leninismo, agora no incontrolado selvagem capitalismo, e por isso
mesmo todos são inferiores, excepto o nosso glorioso Politburo dos superiores.)
Comentário: pobre mas honesto, não lhes devo nada, tenho as contas em dia.
A água há mais de mil anos que não sobe – como tudo o mais, sempre a descer, portanto
também como tudo o mais – este aviso não faz sentido, apenas revela a
anormalidade que nos dirige. Onde há incompetência, há descalabro social,
moral, tudo antinatural, como convém a qualquer dirigente, deprimente.
Luanda. Máfia organizada de raptos de crianças em acção.
Segundo a Rádio Ecclesia, uma criança recém-nascida com quatro dias foi
raptada junto a um banco. A raptora utilizou o estratagema de pedir a criança
para entrar no banco porque assim seria facilmente atendida. Mas desapareceu
com a criança por outro local de saída.
Afinal ainda há governos que não sabem quais são os problemas da juventude.
E precisam de a auscultar, até lhe organizam fóruns e festas medievais.
Depois do primeiro fórum da auscultação dos problemas da juventude tipicamente
partidário, colocar os jovens na expectativa, na pretensão do ganhar tempo, um
jogo muito arriscado, muito perigoso, pois os jovens ficarão ainda muito mais
frustrados, em que naturalmente as palavras de ordem – de desordem – são mais
uma vez a de que ainda agora começámos o fórum e as coisas não se resolvem de
imediato. Daqui a um ou dois anos será organizado o segundo fórum, em que serão
balanceadas as suas actividades e o seu grau de controlo, com os habituais
balanços sempre positivos – nesta terra não há nada de negativo – então os
jovens serão uma vez mais convocados e tecerão as habituais considerações
partidárias. E o grande mestre que não consegue ensinar-nos a pescar, repetirá
que é necessário criar empregos para a juventude e que os estrangeiros serão
preteridos nos empregos a favor dos angolanos, e que muitos empregos para os
jovens serão criados.
Discurso do PR no Fórum Nacional
da Juventude
“Não é justo que as empresas nacionais ou estrangeiras prefiram dar emprego
aos cidadãos estrangeiros no nosso país para realizarem trabalhos que os
angolanos podem fazer e às vezes apenas mediante alguns cursos de formação
profissional.”
Quem é que contrata e orienta os chineses a invadirem Angola? A Presidência
da República. Quem é que ordenou a invasão desordenada de portugueses? Foi o
PR. Quem é que forçou a espoliação dos empregos dos angolanos em proveito dos
estrangeiros? Foi também o PR.
E depois do célebre primeiro fórum nacional de auscultação aos problemas da
juventude, o PIFONAPOJU, os problemas dos jovens foram equacionados a montante
e a jusante da juventude – outra mais-valia garantida – ficou tudo
matematicamente sanado, não havendo a partir desta data qualquer direito a
reclamação, crítica, manifestação ou qualquer outra forma de reivindicação, sob
pena de violenta repressão seguida de prisão sob a acusação de completa
ilegalidade, conforme as ordens do conselho superior de defesa dos interesses
do petróleo e dos estrangeiros.
Bruto apagão das 11.31 até às 20.59 horas. Hoje foram mais de dez horas sob
intenso ataque químico dos geradores. Um país que vende geradores necessita de
cortes de energia eléctrica permanentes. Porque sem a venda de geradores as
empresas não sobrevivem. O uso de geradores é a garantia de emprego - a
felicidade – da juventude angolana. Rumemos pois no rumo certo da população
luandense cancerosa.
Lisboa – Angola
ocupa a segunda posição mundial na tabela da taxa de mortalidade de menores de
cinco anos, com 164 mortes infantis em mil crianças nascidas vivas, indica a
UNICEF num relatório divulgado na última sexta-feira, 13 de Setembro de 2013.
15 de Setembro
Outro corte de energia eléctrica das 06.10 às 07.10 horas.
É por demais evidente que sem energia eléctrica não é possível resolver os
problemas da juventude. Mas auscultar os seus problemas é muito fácil, pois com
conversa tudo se resolve – a arte de ganhar tempo – o problema é a sua
execução. Quem não executa nada – a não ser os seus opositores – perde-se,
esvazia-se em fóruns.
Desligaram-nos outra vez a luz das 11.52 às 12.46 horas.
Não sabem fazer
nada. A única coisa que sabem fazer – e muito bem – é arrasar, destruir tudo.
Nós sem energia eléctrica – sem nada – e eles com o petróleo, com tudo.
Entretanto em
Luanda, a guerra química intensifica-se. As crianças vítimas inocentes são
gaseadas pelo fumo tóxico dos geradores, perecem comprovadamente cancerosas.
Mortes em larga escala de um conflito que já dura há quase quarenta anos.
16 de Setembro
Quando a ditadura é
um facto a revolução é um dever.
In Filme, O Comboio
Nocturno para Lisboa, 2013.
17 de Setembro
Estrangeiros ao serviço do MPLA impõem-nos a fome com salários de miséria –
estão legais porque cumprem com a legislação laboral nacional – mas que vejo?
Mwangolés a trabalharem sábados e domingos, será que os estrangeiros lhes
pagam? Tantos estrangeiros armados em super revolucionários e que antes eram do
piorio e nem os salários pagam aos seus trabalhadores. Para quê então
escrevinhar a hipocrisia, a maldade e a falsidade? Não escrevam mais nada, calem
a falsidade que vos emporcalha os corpos e deixem também de destruir Angola e
os angolanos.
18 de Setembro
Era uma casa pouco alicerçada
Só comunicados nela faziam morada
E mais nada
Era uma casa muito tremida
Será demolida?
Demitiu-se?
Com comunicados de ocasião
É uma casa de papelão pouco útil
Fácil
A CASA-CE está muito frágil
Actualmente todos os portugueses são simpatizantes ou militantes do MPLA?
E o PR, José Eduardo dos Santos, avoluma problemas, nisso ele é um
brilhante especialista, ninguém o bate, honra e glória lhe sejam prestadas.
19 de Setembro
Artigo 47.º
(Liberdade de reunião e de manifestação)
1. É garantida a todos os cidadãos a liberdade de reunião e de
manifestação pacífica e sem armas, sem necessidade de qualquer autorização e
nos termos da lei.
2. As reuniões e manifestações em lugares públicos carecem de prévia comunicação à autoridade competente, nos termos e para os efeitos estabelecidos por lei.
2. As reuniões e manifestações em lugares públicos carecem de prévia comunicação à autoridade competente, nos termos e para os efeitos estabelecidos por lei.
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