sábado, 21 de dezembro de 2013

As milícias da nossa implacável destruição





As milícias atacam sorrateiras
Na defesa das fortunas pessoais
Com canhões e aríetes, desordeiras
Protegem os estrangeiros marginais
E os vendedores de palmeiras
E os seus pentelhos anais
Forças da ordem não, milícias sim
Dos bajuladores tipo assim

O mapa cor-de-rosa de Angola
Está redesenhado
Portugueses, chineses, brasileiros
Por todo o lado
E o povo angolano na nova vida
Desesperado
Em Angola há muito para fazer
Para o estrangeiro bem viver
E os mwangolés nem capim ver
Para comer

A grande família está de rastos
Vagueia no rumo do triturar
Das imensas riquezas, nunca fartos
O mais importante é facturar
E nunca se sentem exaustos
O resto – nós - é para abandonar
Um país infestado de seguranças
De fardas que seguram as abastanças

Do Brasil vem a prostituição
Do negócio dos milhões de dólares
O general nega, diz que não
Apoiado pelo palácio e seus pares
E que ninguém se oponha senão
Beneficiará de tormentos exemplares
A mortandade da vida diária
Nesta casta de gente latifundiária

Vivem na esperança da vinda do senhor
Na Angola de 2014 o ano do crescimento
Subiram os indicadores sociais do torpor
As estradas reabilitadas pelo aliciamento
Os objectivos da miséria há que impor
O Jornal de Angola noticiará virulento
Uma classe empresarial forte nascerá
A Nação está forte mas nada crescerá

As sirenes e as escoltas do poder local
E do poder da economia da cólera
Tanto tomate a apodrecer, nacional
Da miséria económica que cá mora
Preferem importá-lo de Portugal
Tudo de Angola se vai embora
Pago a peso de ouro irracional
Na Angola agiota desproporcional

A injustiça há muito que se decretou
Os campos não estão lavrados
O poder já sabemos quem o comprou
Só vivemos de produtos importados
A epidemia da corrupção tudo levou
No intenso cheiro a gasóleo eliminados
Numa mão a Constituição adulterada
E na outra a sanguinolenta espada









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