sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Até as praias privatizaram


E a terra angolana treme
dos milhões de miseráveis
freme
que nela deambulam foragidos
pelas forças da repressão e da espoliação
reprimidos
nas imensas Tchavolas
espoliados e esfomeados
em agonia
concentrados

Arruaceiros das manifestações
o GPL-Governo da Pancada de Luanda
saúda-vos… com bastões

E os portugueses vem para Angola
trabalhar
E os angolanos vão para Portugal
passear
Lá não há trabalho, é só
desempregar

Quanto mais no tempo, no poder
mais miséria vamos ter
nos suceder
em Roma sê romano
em Angola sê corrupto
onde a ditadura se implanta
a feitiçaria suplanta-a
que a nossa vida, que está tudo a melhorar
claro, a corrupção até está no altar

Há homens que destroem lares
mas um só homem destrói uma nação

Sem energia eléctrica dão-nos o golpe final
O incremento da miséria não lhes assusta
Eles já estão habituados, programados
e têm muitos chineses
muitos estrangeiros a trabalharem
e os mwangolés?!
É para os desempregarem

Ele quer-nos mortos, humilhados
presos e executados
Nos campos da morte
fuzilados
E não podemos nem devemos
reclamar
Estão de armas aperradas
estão para nos silenciar
matar
Neste diabólico poder
a esperança que nos resta
É o morrer
Eles cada vez mais ricos
em beleza
E nós cada vez mais podres
de pobreza

§ Único. Não são permitidos honestos neste reino.
A nossa força está na corrupção.

Imagem: Luanda: Privatizada praia no morro dos Veados
patriciaguinevere.blogspot.com

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