terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A VELA DA EDEL É A MINHA COMPANHEIRA FIEL


A maior desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza, produz ricos. Mia Couto
E esta adaptação de António Aleixo, (1899-1949) adequa-se perfeitamente ao nosso Estado da Nação: Se conheces um corrupto/ e o pretendes enfeitiçar/ chama-lhe honesto/ se o pretendes dominar.
Há trinta e seis anos que se fazem estudos para resolver o problema da energia eléctrica, da água e da habitação. O estudo para combater a pobreza é muito complicado devido às assimetrias abrangentes a jusante e a montante do sistema, o que implica uma menos-valia macroeconómica. O único estudo que se fez até agora e se cumpriu, cumpre, a cem por cento como todos sabemos, e que funciona em pleno é a corrupção. É impossível uma manifestação a exigir o fim imediato dos cortes na energia eléctrica? Da água, da miséria e da fome? Quem não nos consegue abastecer de energia eléctrica e água, ainda nos faz mais promessas? É que não podemos viver como se estivéssemos assolados por terramotos, vulcões, ciclones e todas as intempéries conhecidas e desconhecidas. O que não falta por aí é gente capaz, competente, para dirigir os actuais incompetentes que apenas adquiriram o mestrado da corrupção sem diploma passado, claro, quem sabe se até o têm.
E o que dizem os nossos donos eternos? «O MPLA governa e dirige Angola desde a independência». E mais nos garantem: «Temos que aprofundar a democracia». «E o ocidente impôs-nos a democracia». Claro, em mediocracia nunca pode coexistir a democracia.
E a célebre invenção, invasão leninista: O MPLA tem responsabilidades históricas, da paz e justiça social, do desenvolvimento económico. O MPLA conseguiu a independência de Angola. Não devemos copiar os outros, isto aqui não é nenhuma primavera. Mas já foi um Inverno/Inferno russo/cubano e agora chinês/brasileiro/português/Eternos. No nosso mais que perfeito leninismo ninguém necessita de alimentação, de água e energia eléctrica, pois que o Estado garante-nos as trevas que nos sustentam adequadamente.
Luanda. Falência do sistema da rede eléctrica: Conforme temos vindo a alertar ao longo dos últimos anos, que o fornecimento de energia eléctrica à cidade de Luanda acabaria no caos, devido principalmente às novas centralidades (?), prédios, condomínios, e demais construções anárquicas da nomenclatura que nunca são demolidas, e aí está… um notável desaire devido ao incremento da especulação imobiliária desenfreada. Temos um partido/estado que move gigantescos empreendimentos imobiliários sob exigência de uma classe que: ou fazem o que queremos ou então não há empréstimos nem apoios.
Em declarações à RNA – Rádio Nacional de Angola, no noticiário central das vinte horas, 23 de Setembro, o engenheiro João Barradas da ENE – Empresa Nacional de Electricidade, confessou que Luanda continua com um défice no fornecimento de energia eléctrica. Mais informou que também prossegue a manutenção (?) nas centrais de Capanda e Cambambe, e os projectos de recuperação das turbinas a gás. Lá para Dezembro estará a situação regularizada. Resta comentar que estamos perante mais uma avantajada vigarice para apascentar ao tal milhão de promessas?
No tempo colonial, o da miséria, a electricidade e a água não nos faltavam. E agora, finalmente libertados, essas coisas desaparecerem. Então, libertaram-nos do quê?!
Essas tias novas centralidades que no fundo não passam de meras negociatas, deviam contemplar as províncias, para que Luanda se descongestionasse. Mas não, é precisamente o contrário. Luanda congestionasse ainda mais, até rebentar de vez, sem electricidade e sem água. Isso dos geradores eléctricos, outra grande negociata, é uma utopia, um veneno. Luanda, novas centralidades em execução. A partir das 19 horas os “desperados” assaltam os sacos das senhoras. Enquanto isso os chineses trabalham dia e noite nos projectos imobiliários do Grupo Abençoado, Sarl. O mwangolé desempregado vive do cangaço. Mais um projecto nova-rica. O palmarés da corrupção lança-nos as suas garras. É como a energia eléctrica da fraude, em que se segue mais um apagão. É impressionante como uma família, um grupo de pessoas mantém Angola sobre permanente estado de sítio, isto é, sem energia eléctrica e sem água, como se de sitiados se tratassem, mas é que estamos mesmo sitiados. Mas esta governação nunca mais se acaba, apaga? A Dilma Roussef disse que Angola está no caminho certo, então ela e o Brasil estão no caminho errado? A quadriga do Poder arrasta-nos para a arena deste circo romano, sem bóia de salvação. Sofremos mais uma interrupção no fornecimento de energia eléctrica, coisa muito normal, pois há mais de trinta anos parece que estamos em guerra. E manter-nos no ciclo reprodutivo sem água, sem energia eléctrica, sem direito a nada, apenas com a garantia da miséria, e entregar-nos as almas aos estrangeiros. Pensam e decidem em tudo. Mas esquecem-se que Angola tem população. O dinheiro do petróleo sobra em demasia na minoria. E nunca chega, nunca beneficia a grande maioria. Quando se houve muito estardalhaço sonoro das escoltas policiais, buzinas sempre estridentes no dia-a-dia deste caos irremediável, são os nossos governantes muito apressados, estressados, muito preocupados na resolução dos problemas do nosso sofredor e infeliz, mártir povo.
E a oposição não consegue uma manifestação nacional para a reposição do sinal a todo o espaço da República do Petróleo de Angola. Porque sem informação é impossível acontecer, a oposição sobreviver.
Isso de que a nossa vida vai melhorar… os preços sobem desordenadamente. Está certo, isto é o diabolismo, porque a nossa vida (?) está a piorar. Eles estão a nos infernizar. Este é o trânsito da nossa política engarrafada. Com duas rádios e dois jornais e restrições na internet, estamos no totalitarismo absoluto, absolutismo.

A água para todos e para ninguém.
E vi uma doença que afligia muito os nossos novos-ricos. Derrubavam paredes e voltavam a edificá-las, e tornavam a parti-las e outra vez as erguiam e repetiam esta desgraça, incansáveis. E compreendi o porquê deste mal que tanto os aflige. É que o dinheiro do petróleo é tão imenso nos bolsos deles. Que além do harém concubino, não sabem como o gastar. E assim justificam-no no parte/derruba paredes. É o secador, apagador das nossas vidas. Eu quero governar sem parar. E a água, a energia eléctrica lhes vou tirar.
Uma invasão de mercenários estrangeiros e de bancos da razia com esquemas de nos afastarem e demolirem as nossas casas para construírem os seus prédios. A energia eléctrica e a água estão também nestas condições de espoliação. Roubam-nos os empregos para eles, para as suas famílias e amigos empregarem. Tudo o que é feito com base na trapaça, vigarice, a mentira, corrupção, origina que fiquemos sem o mais importante: a energia eléctrica e a água. Que em Angola nada funciona? Dizem, mas a corrupção abunda em força.

Haverá alguma solução para trinta e seis anos sem soluções?
Que fique bem claro: o insulto infundado é a arma dos imbecis e dos canalhas.
Em Angola não existe ditadura, o que existe de facto é uma feroz repressão, mas ditadura, isso não. No fundo são como os islamitas, não deixam construir igrejas cristãs, nem tão pouco praticar o culto, mas disseminam as suas mesquitas por todo o lado. O clima adensa-se, está carcomido, e será devorado pela sua intolerância política. O nosso futuro e o nosso destino estão traçados na nossa luta correcta rumo ao paraíso celestial que o nosso partido da vanguarda há muito nos traçou. O nosso rumo é só um, o nosso e mais nenhum.
A nossa vanguarda revolucionária segue os trilhos dos grandes líderes mundiais, aqueles que ofereceram as suas vidas pela causa justa das lutas dos povos sofredores, e agora finalmente libertados. Na nossa Pátria, Angola, edificámos finalmente o socialismo científico, a ciência dos povos oprimidos, e o nosso povo caminha feliz rumo ao desenvolvimento. O nosso líder máximo, eleito naturalmente pelas massas está atento, e qualquer tentativa de desvirtuar a nossa revolução, será severamente punida. Vivam os povos oprimidos de todo o mundo! Viva a classe operária e camponesa!

Martelo demolidor ataca sites angolanos
O martelo demolidor arrasou o Club-K, Angola24horas, e a makaangola do Rafael Marques, foram demolidos para nos seus lugares se edificarem novas centralidades com dinheiros públicos. Estas medidas estão enquadradas no novo plano de reconversão da informação angolana recentemente aprovado pela mais alta estrutura da Nação, com o apoio dos habituais amigos estrangeiros.
Depois do término destas centralidades por construtoras chinesas, brasileiras e portuguesas, a informação em Angola dará saltos muito qualitativos, antevendo-se uma mais-valia significativa no bem-estar das populações.
É o Governo de Angola a trabalhar para o nosso bem-estar. Só quem não o compreende o pode insultar, sempre pelos mesmos mal-educados, invejosos, arruaceiros que não desejam o bem do povo angolano. Este povo tão escravizado, tão torturado, tão espoliado, das casas desalojado pelo sempre mesmo imperialismo internacional e seus lacaios internos que nunca desarmam.
Angolanos e angolanas, não se deixem levar pelas falsas informações que esses vende-pátrias lhes promovem. A liberdade e a democracia vivem num só partido: O partido de sempre, aquele, o tal da vanguarda revolucionária. Muitas vitórias nos esperam. E a principal delas, a pobreza, em poucos dias terminará.
A coisa está feia, até as praias privatizaram.

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