sábado, 17 de março de 2012

O CÓDIGO DE BARRAS


Conselho de todos os tempos: nunca se pode manter indefinidamente um status quo.
(Código de barras: padrão usado, para representar números e caracteres através de um conjunto de barras paralelas de diferentes larguras que podem ser lidas por uma máquina de leitura óptica.) In Dicionário Electrónico Houaiss.
Nunca se deve forçar a barra.
Impuseram-nos o viver como cães num canil. E como no conhecido dito: «O cão come os ossos porque a carne come-a o dono». Só que aqui os nossos donos comem tudo e nem os ossos nos dão. E sendo assim só nos resta ladrar, manifestar o nosso reivindicar. Mas até este único osso nos querem tirar, amordaçar.
Adaptando Engels: imprescindíveis são os homens que durante toda a sua vida missionaram, praticaram, desenvolveram a corrupção. De facto, um Estado moderno não sobreviverá sem um grande esforço nacional na corrupção.
O espírito das águas ainda não se rejuvenesceu porque a sua poesia está congelada, fria. Escutam-se os rumores dos tambores nas savanas acariciando o humedecido capim das noites de vigília sem tectos. Ao longe ouve-se o agitar de asas das perecidas aves do contagiante rumo incerto. As lutas e as nossas aspirações conduzem-nos às convulsões dos olhares carregados de traição, humilhação e espoliação. Viver é combater, para melhores condições de vida obter. Revolucionário é apenas uma mera palavra que aquele que de facto o é, nunca a utiliza. Poeta é saber contemplar, saborear os movimentos de uma tela parada mas mostrando-nos os movimentos da História da escravidão e da infâmia humanas.
Mas, o melhor é lerem as seguintes regras de caça: «Quando se vai à caça sozinho, a caçadeira deve ser levada aberta, no braço ou no ombro, como uma medida de precaução, e somente deve ser fechada para a engatilhar quando o cão pára e der o sinal. Nunca se deve caçar nas proximidades de casas nem nas reservas de caça.
Naturalmente que não se deve apropriar nunca de caça levantada pelo cão de um outro caçador, e, se por engano isso acontecer é de bom-tom oferecê-la ao dono do cão.
Se um caçador é acompanhado por alguém que não seja caçador, essa pessoa deve seguir uns passos atrás e em silêncio. Quando se é convidado a participar numa caçada, as regras dos caçadores devem ser respeitadas. Para uma batida, todos os caçadores colocam-se em linha num local previamente determinado ou numerado. Cada um mantém-se nesse lugar sem se mexer até à abertura da batida, anunciada por uma trompa. Os batedores colocados à frente dos caçadores, a cerca de quatrocentos metros, e avançam na sua direcção, fazendo muito barulho para assustar a caça. Assim que um caçador avistar uma presa, só poderá disparar sobre ela se estiver na sua frente e nunca por cima da cabeça do seu vizinho. Os caçadores não apanham a caça abatida, sendo os batedores os encarregados de o fazer.
O final da batida é anunciado com um segundo toque de trompa. A caçadeira deverá então ser aberta, para evitar quaisquer acidentes. Em regra todas as modalidades de caça têm as suas próprias regras.» in portugalprotocolo.com
Apresentamos então, o prato especial de presos políticos espetados e torrados na brasa à Barra l’avant garde, em molho de ossos devidamente amassados. Para beber, o habitual sangue fresco dos espoliados.
O som epidémico das sirenes dos nossos heróicos batedores polícias do trânsito faz parte da paisagem diária de Luanda. Os nossos governantes movem-se rápidos no rumo acelerado da resolução dos problemas petrolíferos do povo. Sim, porque estes nossos governantes são todos abnegados empresários ao serviço da sua nação. A título de exemplo, entre as sete e as sete e vinte ouvem-se as sirenes de seis cortejos de colunas civis/militarizadas. De tal modo que a rua mudou de nome: agora chamam-na… rua das sirenes.
Nos outros países as barras de ferro utilizam-se para os mais variados fins. Em Angola, o seu uso destina-se exclusivamente à escultura e lapidação de pessoas que se manifestem a exigir água e luz, o que em Angola é considerado heresia, e como tal passível da pena de lapidação, ou melhor, barração.
Angola, onde governar parece massacrar. E onde continuamente se escutam as sirenes de luxuosos carros que anunciam o cortejo do terror dos nossos comandantes deste campo de concentração.
A falta de água e de luz não tipifica o crime de ultraje e insulto?
Mas, porque será que quem não sabe barração insiste em fazê-lo? E depois, ainda adianta que tem experiência de barração e os outros não, que ele é a pessoa indicada para a barração sem conseguir abastecer as populações de água e energia eléctrica e logo o acúmulo da miséria. Para isto governar na barração é necessária experiência, ou uma forte compleição de barração?
Que Angola caminha para um beco sem saída, porque as milícias da barração atacam tudo e todos por todos os lados. E depois, as outras milícias/barrações que serão criadas para se defenderem das milícias da grande barração, colocarão Angola nos destinos da banalidade africana: as lutas entre milícias que não pouparão ninguém, incluindo os que se mantém no Governo da barração.
E que tal um pouco de humor?
«Mas, você está a falar a sério?» «Estou!» «Logo vi, olhe que comigo ninguém brinca.» E segurando no casaco do outro e puxando-o com força: «Não me agarre, não me agarre! Olhe que uma vez enfrentei vinte, se não fujo não sei o que seria.»
E parece que se ultimam os preparativos para o grande invento, claro que é evento, de todos os tempos em Angola. Já algumas delegações de países amigos se vão instalando para o Primeiro Congresso Mundial do Massacre de Manifestantes. Claro que o êxito está assegurado, desconhecendo nós quem serão as primeiras vítimas, muito em especial secretários-gerais de partidos políticos. Pois, pergunto: e quando for ao contrário? Clamarão que é intolerância?
“Para mim, notícia é tudo aquilo que um político profissional não quer que seja publicado sobre ele. O resto – aquilo que o mesmo político quer que se publique – é propaganda e não notícia” – Lula da Silva, ex-presidente da República Federativa do Brasil. In canalmoz
Angola é um talho, e os opositores políticos são a carne que o abastece?
E o enviado especial da primeira-ministra da Austrália, Julia Gillard, a Angola, Neil Mules, segundo a Angop, disse: conclui-se que a Austrália e Angola têm “muitas coisas em comum (…) são grandes com riquezas e recursos naturais e também possuem desafios relativamente ao desenvolvimento das nossas economias”.
Mas que dinheiro do petróleo mais estranho, só serve para partir paredes?
“Estou aqui para servir o país. Seria incapaz de alguma vez me servir dele...” - Manuel de Arriaga (8 de Julho de 1840 - 5 de Março de 1917)
Sem sonho não existe existência. Sem ele, sonho, é impossível vivermos.
E alguém sonhou e o mundo (se) transformou.
Entretanto, o massacre da energia eléctrica persegue o rumo do inferno da nossa vida. Por este descaminhar, este mês, Março, será o mais massacrado de todos os tempos na história de Angola dos últimos quarenta anos de massacres.
Sujeitar populações sem energia eléctrica, sem água, e como se não bastasse, expô-las ao fumo tóxico, mortal, de geradores, isto não é uma coisa muito terrível? Parece que não, é normal.
Resta-me confiar nas nossas mulheres, deixando-lhes esta mensagem: Eis o eterno paraíso perdido da mulher nunca desvendado. Sem esse quadro a nossa existência desvanecer-se-ia. O infinito do Tempo e do Espaço chama-se mulher. Não é por acaso que surgiram rosas e jasmins, e também não é por acaso que exalam perfume, e que só ela o sabe, mas nunca no-lo desvenda. E não é necessário imaginá-la, porque ela é a inesgotável fonte da imaginação, a origem da nossa inspiração
Nós queremos construir as nossas vidas, mas com este governo é impossível, porque ele empenha-se em no-las destruir?
E inventaram um país e deram-lhe o nome de Angola. Mas não tinha luz nem água. Então não era país, claro que não, era um feudo de corruptos.
Em Angola não existe corrupção, existem apenas algumas anomalias de gestão?
A pobreza da população de um país vê-se na riqueza dos seus dirigentes.



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